A arquiteta Luciana
Abreu Braga, da equipe da Master Ambiental, dá dicas sobre materiais que
reduzem os impactos ambientais
Na hora de comprar o material
para uma construção, a maioria das pessoas opta pela economia, escolhendo
produtos de menor custo. Porém, nesse momento, vale a pena avaliar a qualidade
de cada material – e seus prejuízos ou benefícios para o planeta.
A arquiteta e analista da Master
Ambiental Luciana Abreu Braga trabalha no departamento de construção
sustentável da empresa, principalmente nos projetos de certificação LEED
(Leadership in Energy and Environmental Design).
Um fator decisivo para a obtenção
do selo é justamente a escolha de materiais para a obra. Segundo ela,
para uma construção ser sustentável, é importante pensar em longo prazo. “Na
maioria das vezes, os materiais mais sustentáveis exigem menos manutenção,
rendem mais e têm maior vida útil, com benefícios futuros”, comenta.
Também é preciso ficar atento às
novidades. “Cada vez mais surgem linhas de produtos sustentáveis e a internet é
uma ótima ferramenta para essas descobertas”, acrescenta.
Por outro lado, existem os
materiais a serem banidos de uma vez por todas das construções, como a telha de
amianto, cuja utilização é proibida por lei na maioria dos estados do Brasil,
devido à sua toxicidade para o ambiente e para a saúde.
Outro exemplo é o PVC, que em
combustão libera para a atmosfera gases como as dioxinas, altamente
cancerígenas. Entretanto, de acordo com a arquiteta da Master, a alternativa ao
PVC disponível no mercado é o PEAD, de melhor qualidade, porém de custo mais
elevado.
Mesmo que sua obra não esteja em
busca de uma certificação; as dicas a seguir podem tornar sua construção mais
sustentável.
Dica 1 - Escolha
materiais com conteúdos reciclados
A fabricação de materiais que
contém matéria prima reciclada poupa recursos naturais e diminui o consumo de
combustíveis e energia, além de o processo de reciclagem ser um destino
ambientalmente adequado para resíduos sólidos, o que evita poluição. Um exemplo
de material reciclado disponível no mercado é a madeira plástica, que possui
conteúdos de plástico reciclado e resíduos de madeiras.
Existe também a brita reciclada, ou
seja, proveniente de britagem de entulho da construção, que pode ser feita na
própria obra e utilizada para fins não estruturais.
Dica 2 - Procure
materiais de origem regional ou local
No momento de escolher os
materiais, analise qual é a origem, ou seja, onde foi produzido. Consumir
materiais de origem regional reduz impactos com o transporte e armazenamento da
matéria prima. Por isso, dê preferência aos materiais produzidos mais próximos
do local da obra.
Muitas vezes, não é possível
adquirir todos os materiais necessários para a obra na região, mas no mínimo
20% de todo o consumo da obra deve ser de procedência regional.
Dica 3 - Utilize
somente madeiras certificadas e de reflorestamento
No momento de comprar materiais
de origem florestal, verifique se a madeira é legal, ou seja, se tem a
documentação que comprova sua origem, que é o chamado DOF – Documento de Origem
Florestal, para madeiras nativas, e o Certificado de Reposição Florestal, no
caso de madeiras exóticas. É importante verificar se possui o selo FSC - Forest
Stewardchip Council (Conselho de Manejo Florestal).
O selo FSC garante que a madeira
foi manejada de forma ecologicamente correta, socialmente justa e
economicamente viável. No processo de certificação, é rastreada toda a cadeia
de custódia, ou seja, o ciclo de vida da madeira, para garantir que foram
cumpridas as regras do Manejo Florestal e que a madeira não vem de um
desmatamento ilegal.
Dica 4 - Escolha pisos
permeáveis
O piso externo é um dos fatores
importantes para uma construção sustentável. Opte por aqueles que favoreçam a
infiltração da água no solo. A excessiva impermeabilização causa impactos para
as redes de drenagem urbanas e para os cursos de água nas cidades, além de
transtornos comuns como enchentes.
Pisos drenantes ou intertravados
são exemplos, pois além de permitirem a infiltração da água no solo, não
necessitam de argamassa e rejunte. Os pisos de borracha feitos a partir da
reciclagem de pneus, além de serem reciclados, também são permeáveis. Além disso, esses pisos permitem o uso de
criatividade na escolha de cores e formatos.
Dica 5 - Utilize
tintas com menor concentração de Compostos Orgânicos Voláteis (COVs)
Na hora de escolher a tinta, ou o
fabricante), escolha tintas com menor concentração de Compostos Orgânicos
Voláteis (COVs), que são considerados nocivos à saúde e ao meio ambiente e
muito comuns nos solventes das tintas. Prefira as tintas à base d´água, mas
procure se informar sobre suas concentrações de COV.
Para descobrir o teor de
concentração de COV na tinta, procure fornecedores que tenham realizado testes
de emissividade e que tenha especificações técnicas mais abrangentes sobre o
produto.
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