Responsabilidade ambiental é principal motivo para disseminação de
composteiras pelo Brasil
Jornalista Lyane Martinelli
Jornalista Lyane Martinelli
A consciência
de investir em formas mais inteligentes e seguras de destinação de lixo é um
dos principais motivos para a aposta na utilização de composteiras de lixo
orgânico. A Lei nº 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Controle
de Resíduos Sólidos, busca formalizar com os diversos setores da sociedade
civil a sua responsabilidade quanto ao gerenciamento e à gestão dos resíduos
sólidos. Com essa decisão do governo federal, grandes nomes do setor industrial
brasileiro estão buscando soluções de compostagem para a destinação de seus
resíduos orgânicos que antes tinham como destino lixões e aterros sanitários.
Mais que apenas realizar o cumprimento da lei, o uso das composteiras vem sendo
incorporado a novas posturas socioambientais desses grupos empresariais, que
colocam a responsabilidade ambiental como pilar em busca de um modelo
sustentável de atuação.
Eficientes
para diversos perfis, sejam eles familiares, empresariais, de condomínios ou
escolas, o uso das composteiras vem mostrando como é possível dar novas e
melhores destinações àquilo que é descartado. No último ano, o uso de desses
equipamentos no Brasil vem crescendo exponencialmente. A JORABrasil, empresa
representante exclusiva da marca sueca JORAForm, pioneira na produção de
composteiras, vem ampliando seu fornecimento desses equipamentos pelo país. “A
partir do momento que, dentro das definições da lei, a compostagem é
reconhecida como um meio de destinação final ambientalmente correta, penso que
a discussão e interesse relacionados ao tema tenham aumentado muito”, comenta
Eduardo Schreiber, diretor comercial da JORABrasil.
Empresas de grande porte no país,
como Embraer e Vale, estão entre as que vêm aderindo ao uso de equipamentos
específicos para a decomposição de lixo orgânico. “Isso demonstra que já existe
grande preocupação, principalmente em empresas que são referência no que fazem,
em ter soluções ambientalmente corretas, independentemente dos resíduos que
elas estejam gerando”, comenta Schreiber. Hoje, as composteiras já estão em
todos os estados das regiões Sul e Sudeste, além de um grande número de
equipamentos no nordeste. “Além das grandes empresas, temos exemplos de
entidades menores que também vêm apostando nessa ideia. É o caso do Condomínio
Joinville Country Club, onde o adubo produzido em uma composteira automática é
utilizado nos campos de golfe. Outro caso é o da Escola Municipal Hermann Müller,
também em Joinville, na qual os alunos fazem a compostagem em uma composteira
manual e utilizam o adubo produzido em uma horta orgânica”, comemora.
Hoje, fazendo parte de um perfil
específico na sociedade, o uso de composteiras está no caminho para se tornar
uma solução importante para aqueles que têm incorporada a consciência
ambiental. “Ao adotar um sistema de compostagem, a empresa tem o controle total
do processo, garantindo que todos os seus resíduos orgânicos tenham destinação
final ambientalmente correta. Além disso, a implantação de um equipamento como
esse abre possibilidade de realizar diversos projetos, como a participação de
colaboradores na produção de hortaliças orgânicas, aulas de educação ambiental
com funcionários, sua família ou a comunidade que está no entorno da empresa,
utilizando o composto para produzir mudas, promover ações ambientais ou
simplesmente deixar os jardins da empresa mais bonitos. Um equipamento desse torna
muito mais visível o comprometimento da empresa com o meio ambiente, pois ela
está transformando algo que era tratado como “lixo” em alimento para a
natureza”, define Schreiber.
Em um futuro próximo
O uso de composteiras no Brasil,
apesar de crescente, ainda é tímido se comparado ao uso aplicado em países menores e com menor
população. Mas, como faz parte de todo um processo de mudança de consciência, os
pequenos passos são importantes para a ampliação desse caminho. “No Brasil, a
destinação de resíduos ainda tem um preço relativamente baixo, porém sem
qualidade. Além disso, existem ações não muito adequadas de destinação final de
resíduos orgânicos, como a utilização de resíduos para alimentação animal, sem
o devido controle e higiene, por exemplo. Por outro lado, é possível notar o
crescente interesse na compostagem por empresas que realmente estão
comprometidas com soluções ambientalmente corretas”, explica Schreiber.
Entretanto, por ser um processo
simples e de custo relativamente baixo, a JORABrasil pretende triplicar o
número de composteiras instaladas no país nos próximos 18 meses. “O equipamento
não requer grande demanda de mão de obra, o consumo elétrico é muito baixo e o
processo, devido a controles de revolução e aeração, é muito higiênico. Além
disso, o uso de composteiras diminui os gastos com armazenamento, transporte e
descarte dos resíduos. Todos esses são fatores que nos fazem visualizar um
futuro promissor para a utilização desses equipamentos no país”, define.
As vantagens
O
uso de composteiras é fácil e requer um treinamento simples, que pode ser
enquadrado nas atividades cotidianas da empresa. “As composteiras JORABrasil
transformam facilmente os resíduos orgânicos em um rico adubo e o equipamento é
instalado muito próximo ao local onde os resíduos são gerados, dispensando
gastos desnecessários com armazenamento em câmaras frias, transporte e
destinação dos resíduos orgânicos a aterros, por exemplo. O processo é adequado
a todos os tipos de resíduos orgânicos de cozinha, inclusive carnes, queijos ou
cascas de frutas cítricas, por exemplo. Os resíduos são adicionados na
composteira assim que gerados, evitando o seu acúmulo em locais que podem
atrair animais indesejados”, explica.
Em
curto prazo, a instalação desses equipamentos garante o cumprimento da lei
pelas empresas, pois seus resíduos estão sendo tratados adequadamente, e não
descartados de forma inapropriada por terceiros. O que poderia causar diversos
danos ao meio ambiente ou à saúde pública. Mas a médio e longo prazos, mais que
cumprir suas obrigações, a empresa que aposta no uso de composteiras pode fazer
cálculos de retornos financeiros efetivos com a utilização do material. “Ainda
há o enorme retorno do reconhecimento da marca vinculado a ações ambientalmente
corretas, bem como a possibilidade de potencializar isso com projetos que
envolvam colaboradores, clientes ou a sociedade”, comenta Schreiber.
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