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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Projetos do Programa A União Faz a Vida do Sicredi recebem prêmio da Faciap

Programa de educação cooperativa do Sicredi desenvolve projetos em parceria com escolas municipais para benefício das comunidades


Dois projetos do programa de educação cooperativa do Sicredi, A União Faz a Vida, foram vencedores do II Prêmio Faciap de Responsabilidade Social e Desenvolvimento Sustentável. A cerimônia de premiação ocorreu durante a realização da XX Convenção da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná – Faciap – realizada em Foz do Iguaçu/PR.

O projeto “Leitura pela Cidade”, desenvolvido pela Cooperativa Sicredi São Cristóvão, no município de Mariópolis, venceu a categoria Público Externo e o “PCA - Projeto de Cooperação Ambiental” conduzido pela Cooperativa Sicredi Agro Paraná, na cidade de Jaboti, venceu a categoria Meio Ambiente.

O Prêmio é uma iniciativa do NURSE – Núcleo de Responsabilidade Social e Sustentabilidade Empresarial - da Federação e tem o objetivo de reconhecer os melhores projetos do setor desenvolvidos em todo o Paraná. Os cases inscritos são registrados no Banco de Práticas da Faciap, servindo de referência para o desenvolvimento de outras iniciativas.

Segundo o presidente da Sicredi Participações e Central Sicredi PR, Manfred Alfonso Dasenbrock, o reconhecimento dos projetos pertencentes ao Programa A União Faz a Vida estimula ainda mais o envolvimento dos líderes dos municípios, como prefeitos, secretárias de Educação, assessorias pedagógicas, professores e coordenadores locais, para o desenvolvimento de novas ações em benefício das comunidades.

“O desenvolvimento é consistente quando baseado na educação de crianças e adolescentes, e o Programa A União Faz a Vida assume este compromisso, de junto com as lideranças locais, apoiar iniciativas que brotam das crianças e se convertem em projetos para a sociedade”, declara o presidente.

O programa de Educação Cooperativa do Sicredi está presente em 20 municípios do Paraná, envolvendo 143 escolas, 1,7 mil educadores e 21 mil crianças e adolescentes.

Para Rejane Andrade, coordenadora estadual do Programa A União Faz a Vida, esse reconhecimento é fruto do comprometimento, dedicação e cooperação dos educadores envolvidos. “O mais importante é a transformação que acontece nos participantes, ou seja, mudanças de postura e valores em relação ao próximo e a toda a comunidade”, destaca a coordenadora.

Leitura pela Cidade - O projeto de incentivo à leitura nas escolas municipais de Mariópolis é realizado por meio de ações como: palestras sobre a importância da leitura; empréstimo de livros para toda a família (mesmo que não possuam filhos na escola); campanhas de doação de livros, revistas, gibis e enciclopédias; confecção de livros com modernização da história; criação e apresentação de teatros e a organização de Feiras do Livro.

Segundo o presidente da Sicredi São Cristóvão, Clemente Renosto, a premiação serve como incentivo ao desenvolvimento de novas ações. “O projeto “Leitura pela Cidade”, consegue envolver toda a comunidade em prol da valorização da cultura”, declara.

Consciência Ambiental - O Projeto de Cooperação Ambiental tem como objetivo desenvolver a consciência ambiental na comunidade de Jaboti. O projeto é realizado nas escolas municipais, por meio de ações voltadas à solução das questões ambientais consideradas alarmantes do município, como: coleta seletiva, confecção de sacolas biodegradáveis, cartilha sobre utilização responsável de agrotóxico – prática comum nesta região - e distribuição de mudas de árvores para a comunidade.

Para o presidente da Sicredi Agro Paraná, Paulo José Buso Júnior, a premiação demonstra o grau de profissionalismo e dedicação aplicado pelos assessores responsáveis pela implantação do projeto no município. “Toda a comunidade do norte pioneiro do Estado sai ganhando”, finaliza.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Nova Edição (20): Mundo de Plástico

"Mundo de Plástico: Hora de Pensar alternativas para as embalagens"

Editorial: Não há dúvidas que as embalagens facilitam muito o nosso dia a dia, pois tudo aquilo que compramos e consumimos são embalados. Alguns produtos recebem até uma embalagem adicional, visto que quando saímos das compras, com dois ou três produtos (já embalados), ainda usamos a famosa sacolinha plástica. Mas nem sempre isso foi assim...

Tenho como lembrança de infância de que alguns produtos eram vendidos a granel e empacotados em cartuchos de papel. Lembro também que naquela época alguns consumidores preferiam levar suas próprias embalagens (vasilhas) de casa. A maioria dos produtos era in-natura e preparados posteriormente para consumo. As bebidas de grande giro (geralmente refrigerantes e cervejas) eram somente comercializados em embalagens de vidro retornáveis. Desse tempo para cá muita coisa mudou!

Vamos relembrar do momento em que as empresas começaram a explorar comercialmente suas próprias embalagens, principalmente para facilitar o nosso cotidiano com a diversidade em seus produtos. Um grande “avanço” começou com a utilização das embalagens descartáveis, geralmente de plástico, pois eliminava a logística de retorno e também passava uma nova cultura de que o descartável era mais limpo e higiênico. Sem contar nesse período o valor agregado que essas embalagens passaram a trazer aos produtos. Infelizmente não posso encerrar esse parágrafo com a mesma frase do anterior “desse tempo para cá muita coisa mudou”.

Atualmente esse modelo combinado de alto consumo com embalagens descartáveis persiste e vem trazendo, cada vez mais, grandes impactos devido a quantidade de resíduos gerados. E de quem é a responsabilidade? Só das empresas que necessitam vender mais porque a demanda é crescente? Só dos consumidores que deveriam ser mais conscientes no momento do descarte? A nova lei dos resíduos irá trazer soluções efetivas? Ou devemos encontrar uma alternativa conjunta?

Sem dúvida é um tema complexo e de difícil solução e que queremos aprofundar um pouco mais nessa edição essa discussão. Vamos abordar aqui o ecodesign e as novas tecnologias de embalagens que impactam menos o meio ambiente, mas conscientes de que a solução ainda está muito distante.


Veja abaixo os conteúdos dessa nova edição:

Matéria de capa: Boas ideias embaladas para o futuro
Visão Sustentável: Investimentos em mudanças sustentáveis
Responsabilidade Ambiental: Projetos ambientais na busca dos multiplicadores da transformação
Gestão de Resíduos: Candidatos e eleitores ainda muito distantes da preocupação ambiental
Cidadão & Ação: Para que os livros circulem e transformem




Edição 17 - Desenvolvimento Local
Edição 18 - Indicadores de Sustentabilidade
Edição 19 - Carreiras e Sustentabilidade

domingo, 17 de outubro de 2010

Revista Geração Sustentável: Matérias são finalistas do prêmio do Sindijor/PR

A jornalista Criselli Montipó, que elaborou duas matérias para a revista Geração Sustentável, é uma das finalistas da quinta edição do Prêmio Sangue Bom do Sindijor/PR. As matérias de capa da edição 09 "Paraná - Em busca da sustentabilidade do agronegócio" e a edição 13 "Pequenos gestos de consumo promovem grandes mudanças" são as finalistas na categoria jornalismo impresso.

Acesse aqui para conhecer os outros finalistas

Sobre o prêmio:
O PRÊMIO SANGUE BOM DO JORNALISMO PARANAENSE é uma iniciativa do SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS DO PARANÁ (SINDIJOR-PR) que tem por objetivo estimular, divulgar e reconhecer os trabalhos dos jornalistas paranaenses. Criado para comemorar os 60 anos de fundação do SINDIJOR-PR, o PRÊMIO SANGUE BOM DO JORNALISMO PARANAENSE, chega à sua Quinta Edição e procura manter a proposta inicial, que é a valorização do trabalho jornalístico produzido pelos profissionais no Paraná. Com intuito de conservar a qualidade do jornalismo paranaense e do prêmio, a partir dessa edição o concurso será aberto apenas para profissionais diplomados, sindicalizados e em dia com seu respectivo sindicato (SINDIJOR-PR ou Sindicato dos Jornalistas de Londrina).

Artigo: Estado de Direito e equilíbrio ambiental


No início de setembro de 2010 participei de um encontro em Lima, Peru, sob o título Latin America and the Caribbean Rule of Law Conference, promovido por uma entidade chamada World Justice Project, sediada em Washington, EUA. Outros encontros semelhantes já houve em diferentes continentes, tendo como eixo o Estado de Direito como pressuposto para o desenvolvimento, a democracia e a qualidade de vida dos mais diferentes povos.

Iniciativa de pessoas ligadas à área jurídica, a referida entidade abre-se numa proposta de trabalho multidisciplinar, tendo sido convidadas 100 pessoas de variada formação e atividade, procedentes dos diversos países da América Latina e do Caribe. A idéia-matriz é que o Estado de Direito interessa a toda a sociedade, não sendo, pois, atributo exclusivo de juristas, juízes, advogados, promotores, procuradores.

Assim, na qualidade de jornalista fui convidado, igualmente como outros colegas da região. O painel de que participei se propôs a discutir um “Balancing Economic Development and the Environment”, numa tradução livre, “equilíbrio entre desenvolvimento econômico e o meio ambiente”.

Além do tema sabidamente amplo e complexo, cabia a mim falar, durante 10 minutos, como alguém que vive na Amazônia, região forçosamente presente em qualquer debate ambiental mundo afora.

O grande desafio foi abordar a complexa questão da preservação e conservação da natureza na região amazônica diante das urgentes necessidades dos grupos humanos que aí vivem, especificamente daqueles grupos não urbanos, que permanecem com modos de vida próximos a seus antepassados. E que, por serem os primeiros habitantes da região, têm direitos historicamente adquiridos sobre os recursos que lhes permitem sobreviver e sobre as suas culturas, hoje interagindo com as novas tecnologias de inserção global.

Como realizar essa abordagem, ao mesmo tempo, num país como o Brasil, que hoje realiza esforços para superar as heranças passadas de subdesenvolvimento – obedecendo a regras utilizadas pelos países que há muito tempo superaram a pobreza extrema – a fim de posicionar-se no âmbito das nações desenvolvidas?

Desconexão sistêmica

Uma questão importante a ressaltar está na origem dos discursos hegemônicos sobre meio ambiente. Organizações acadêmicas e universitárias, sobretudo dos Estados Unidos e da Europa, acentuam os problemas da globalidade e da governabilidade vistos a partir desses países “pós-industriais”.

Para o sociólogo crítico mexicano, Pablo González Casanova, condecorado em 2003 pela Unesco por sua defesa em favor da identidade latino-americana, esses problemas são atribuídos, com linguagens que parecem científicas, àquilo que o autor chama de fundamentalismos do Sul e a seus nacionalismos, etnicismos primitivos, a seu moral baixo e a sua cultura cívica, ao autoritarismo e à corrupção dos dirigentes, e a uma certa inferioridade cultural e racial que os habitantes do Sul não conseguiriam superar.

Ao mesmo tempo, a pobreza nesses países não é conectada às questões ambientais, ficando, assim, descartado o estudo científico da exploração de uma região por outra, menos ainda a exploração interna nos países do Sul. Essa visão torna-se presente em trabalhos científicos que Casanova considera “dissidentes”. Dessa perspectiva, “a pobreza, como fenômeno sistêmico, nada tem a ver com um fenômeno que não existe, como a exploração”, afirma Casanova, em seu livro “O colonialismo global e a democracia, traduzido para o português em 1995, pela Civilização Brasileira.

Na atualidade, pessoas ou grupos com interpretação diferente tentam, com muita dificuldade, se não com a impossibilidade de associar, por exemplo, as questões relativas ao desenvolvimento sustentável e à biodiversidade com a relação de sistêmica desigualdade Norte-Sul.

Nesse descompasso discursivo, assistimos às mais proeminentes organizações não governamentais, entidades internacionais e multilaterais enfatizarem questões como o aquecimento global, quando nós, sobretudo em regiões como a Amazônia e o Nordeste brasileiros, precisamos colocar as coisas em outra ordem: primeiro, a pobreza e a desigualdade, depois o meio ambiente. No horizonte, as duas questões formando uma só realidade, ou seja, não haverá justiça social nem desenvolvimento com uma massa de pobres sem perspectiva de futuro, nem haverá meio ambiente sadio e preservado com uma massa humana nessas condições.

É esse enlace entre pobreza e meio ambiente, é essa forma básica de análise que me parece, se não ausente, mas muito tênue nos discursos de muitos ambientalistas brasileiros,
alguns deles mais afinados com idéias provindas dos países centrais, de “salvação do Planeta” do que, antes de tudo, e ao mesmo tempo, de eliminação da pobreza e o estabelecimento do Estado de Direito em todos os recantos do território nacional, como condições básicas para proteger e bem utilizar os recursos da natureza.

Desenvolvimento e meio ambiente

Ao mesmo tempo, neste momento, no Brasil, o ícone dessa dualidade talvez seja o projeto de construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, um dos maiores da Amazônia. Em outras partes da região também há uma corrida febril na busca de produzir energia hidrelétrica.

De um lado, as populações tradicionais, assessoradas por poderosa rede de ONGs, visceralmente opostas a tais projetos, organizando variadas formas de luta sob o argumento de que essas mega-usinas vão alterar profundamente o ambiente físico e sócio-cultural, deixando na incerteza o futuro desses grupos. De outro lado, o avanço do capital no País exige mais e mais energia elétrica não propriamente para a região amazônica, mas para os parques fabris das regiões desenvolvidas do Brasil.

É evidente que hoje já não se cometem erros ambientais na magnitude como foram cometidos em décadas passadas na construção dessas gigantescas produtoras de energia, de alumínio, ferro e outros bens de que a Amazônia é rica.
Hoje existem leis em profusão, e os órgãos oficiais de meio ambiente promovem estudos prévios de impactos ambientais, em relatórios quase sempre contestados pelos oponentes desses projetos.

A questão é que os erros do passado levaram ao crescimento de uma consciência segundo a qual usinas hidrelétricas não são mais necessárias, que há outras formas de suprir o país de eletricidade, formas estas que, na análise dos grupos oponentes, não interessam ao capital tanto brasileiro como estrangeiro, sócio nesses projetos.

Medidas oficiais

De que forma o papel dos agentes públicos é importante para a proteção do Estado de Direito quando tratam do equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e o meio ambiente?

Podemos citar um recente exemplo positivo: O Conselho Nacional de Justiça determinou o cancelamento de 5.500 registros de terras no Pará, o Estado mais populoso da Amazônia. Trata-se de títulos cronicamente irregulares ou suspeitos de ilegalidade. O tribunal de justiça local havia negado esse cancelamento, motivando assim a intervenção de órgão federal.

Para se ter uma idéia, essas áreas canceladas equivalem a cerca de 80% da superfície do Estado do Pará, de mais de 1 milhão e 200 quilômetros quadrados. Não é novidade que, além da pobreza endêmica, a desordem fundiária está na raiz da devastação ambiental, sendo justamente no Estado do Pará onde mais se concentrou o avanço do capital sobre a natureza nos últimos 40 anos.

Ao mesmo tempo, cumpre informar que, localizado na Amazônia oriental, o Pará é o Estado da federação brasileira onde se situa o maior corredor de florestas protegidas do mundo, com mais de 717 mil km² (cerca de 71 milhões de hectares) divididos em áreas de proteção integral, de uso sustentável e terras indígenas, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Meio Ambiente.

Se questão de fundo está no império da lei, resta aos brasileiros decidirem, como povo e como instituições, o que o Brasil entende por Amazônia. E assim fazendo, pelo conhecimento, assumir se deseja possuí-la ou deixá-la permanecer no perigoso limbo dos discursos cuja matriz sequer são gestadas no território brasileiro.

*Manuel Dutra é professor no curso de Jornalismo da Universidade da Amazônia e integrante do Comitê Consultivo da Rede Ethos de Jornalistas.

Artigo publicado originalmente no site Ethos

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Petrobras e Novozymes firmam parceria para o etanol celulósico


A Petrobras e a Novozymes firmaram acordo para desenvolver uma nova rota para produção de biocombustíveis de segunda geração, utilizando bagaço de cana-de-açúcar para produção de etanol a partir da ação de enzimas. O acordo abrange o desenvolvimento de enzimas e de processos de produção de etanol lignocelulósico, produzido do resíduo fibroso da produção de cana.O potencial comercial do etanol celulósico no Brasil é considerável, devido à grande quantidade de bagaço de cana disponível no país. O Brasil é o maior produtor mundial de cana, com uma capacidade de extração de cerca de 600 milhões de toneladas por ano, atualmente produzindo 27 bilhões de litros (7 bilhões de galões) de etanol. Estima-se que a tecnologia de bagaço para etanol pode aumentar a produção de etanol do país em cerca de 40%, sem aumentar as áreas de cultura.

A Novozymes já realiza pesquisas com enzimas na conversão de bagaço para etanol celulósico, a fim de tornar o processo economicamente viável. As enzimas quebram os resíduos -como palha de milho, palha de trigo, lascas de madeira e bagaço de cana - que são fermentados para produzir o etanol. A Petrobras vem realizando pesquisas de conversão de bagaço de cana-de-açúcar em etanol por meio de processos bioquímicos desde 2006.

Sobre a Petrobras
A Petrobras é uma sociedade anônima de capital aberto que atua de forma integrada nos seguintes segmentos: exploração e produção de petróleo e gás natural; geração e distribuição de energia elétrica; produção de derivados de petróleo, comercialização de petróleo, gás natural, gás natural liquefeito, derivados de petróleo e energia elétrica; transporte de petróleo, gás natural e derivados; produção de petroquímicos básicos; produção de fertilizantes; produção de biocombustíveis e distribuição de derivados.

Sobre a Novozymes

A Novozymes é líder mundial em bioinovação. Juntamente com seus clientes, de uma extensa gama de indústrias, cria as soluções biológicas industriais do amanhã, melhorando o seus negócios e o uso dos recursos de nosso planeta. Com mais de 700 produtos utilizados em 130 países, as bioinovações da Novozymes melhoram o desempenho industrial e protegem os recursos do planeta proporcionando soluções significativas e sustentáveis para o mercado do amanhã, em constante evolução. Leia mais no www.novozymes.com

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Geração Sustentável e Madeplast participam da Bienal Brasileira de Design 2010

Através de uma parceria com a FNAC, a revista Geração Sustentável e a Madeplast estarão promovendo uma palestra no dia 28 de outubro durante a realização da Bienal Brasileira de Design.

A Bienal Brasileira de Design, que acontece em Curitiba de 14 de Setembro a 31 de Outubro, tem como o tema principal do evento o design, a inovação e a sustentabilidade. O objetivo principal é provocar uma reflexão sobre as diversas fases do processo de produção de forma que não comprometa o meio ambiente e a qualidade de vida das gerações futuras. Para tanto, a Bienal vai promover mostras, seminários, fóruns, workshops, ações educativas, interativas e culturais paralelas. A edição deste ano inova ao acontecer não em um único local e sim simultaneamente em vários lugares de Curitiba. A programação inclui tanto espaços expositivos institucionalizados – como museus e universidades – quanto espaços públicos de alta movimentação de pessoas – como parques da cidade.

No dia 28 de outubro às 19h a revista Geração sustentável em parceria com a FNAC promoverá um encontro com a palestra: Comunicando o Ecodesign e a Sustentabilidade. A palestra será realizada pelo Diretor Executivo da Revista - Pedro Salanek Filho. Nesta palestra a ideia é gerar debates sobre as novas alternativas e tecnologias que as empresas vêm desenvolvendo para que seus produtos gerem o menor impacto socioambiental. Para o Pedro Salanek Filho, "É clara a necessidade de criar alternativas para os produtos que consumimos. Hoje é impossível falar (por exemplo) em eliminação completa de embalagens, mas é possível desenvolver novas técnicas para opções de produção, utilizando materiais de outros processos produtivos (logística reversa) ou mesmo de fontes alternativas (opções naturais e renováveis).
Guilherme Bampi, superintendente da Madeplast – madeira ecológica, irá falar sobre as etapas que envolveram a pesquisa da madeira ecológica, a incubação na Incubadora Positivo - que permitiu o desenvolvimento tanto em gestão quanto em produto -, as parcerias com o Senai, Unicamp, Universidade de Santa Catarina, que permitiram a indústria se organizar e participar no mercado da construção civil, paisagismo e design de interiores, lançando no mercado a madeira ecológica.

Sobre a Revista Geração Sustentável
A revista foi idealizada por empreendedores que acreditam que as questões voltadas ao tema sustentabilidade, farão, cada vez mais, parte da vida das pessoas como influenciarão nas estratégias empresariais. O foco é o desenvolvimento sustentável, através do qual busca-se constantemente conquistar um espaço estratégico junto ao ambiente empresarial. Entre os objetivos está a divulgação das iniciativas, atitudes, ações e experiências bem sucedidas e aplicadas de forma sustentável nas atividades organizacionais. Saiba mais acessando: http://www.geracaosustentavel.com.br/

Sobre a Madeplast
Voltada à produção de madeira plástica, ecologicamente correta, a MADEPLAST atua nos mercados da indústria de transformação, de construção civil e de arquitetura. A consciência ecológica fez perceber o valor na reciclagem de materiais, oriundos dos resíduos sólidos urbanos e industriais, como fonte de insumos à criação e produção de novos materiais. A busca pela inovação e colaboração com o meio ambiente nos fez desenvolver este novo produto, que é resultante do aproveitamento dos resíduos de madeira e de plástico inerentes aos resíduos sólidos urbanos e industriais, com vantajosas características em relação à madeira orgânica e com preços competitivos em relação ao seu custo-benefício.
http://www.madeplast.com.br/.


Serviço:
Bienal de Design
Data: 28 de outubro de 2010 – 20hs
Local: FNAC Curitiba – Shopping Barigui, Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 601, Loja 101 – Fone: 2141-2004

Programa Itaú Ecomudança abre inscrições

Iniciativa traz, em 2010, nova categoria e maior repasse para projetos finalistas

O Itaú recebe, até 30 de novembro, as inscrições para o Programa Ecomudança, que estimula e fomenta projetos que contribuam para a redução de emissão de gases de efeito estufa. Em 2010, o investimento nos projetos escolhidos, envolverá o total de até R$ 440 mil. A edição deste ano, além das temáticas já apresentadas anos anteriores - Eficiência Energética, Energias Renováveis e Manejo de Resíduos -, traz uma nova categoria: Projetos Florestais, que analisa iniciativas voltadas à recuperação de mata nativa ou desmatamento evitado.

Segundo Cláudio Sanches, diretor de Produtos de Investimentos do Itaú Unibanco, as organizações sem fins lucrativos são importantes parceiros da sociedade na busca por alternativas eficientes que mitiguem a emissão de gases de efeito estufa. “Queremos incentivar as boas práticas e colaborar para a disseminação de ideias que deram certo. Como instituição signatária do PRI (Princípios de Investimentos Responsáveis da ONU), temos também um papel de indutor e influenciador nas questões socioambientais”, ressalta.

Criado em 2007, o Programa destina 30% da taxa de administração dos Fundos Itaú Ecomudança (fundos DI e RF) a projetos de organizações sem fins lucrativos que visem à redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE). As inscrições são gratuitas e estarão abertas por meio do site www.itau.com.br/ecomudanca. A análise dos projetos inscritos será realizada em parceria com o Instituto Ekos e a seleção final é realizada por um Conselho formado por especialistas do mercado e da área de sustentabilidade, dirigentes de renomadas instituições e do Itaú Unibanco. Abaixo a descrição detalhada dos temas:

Eficiência Energética: Racionalização do uso de energia elétrica ou aumento da eficiência energética de equipamentos de uso final de energia;
Energias Renováveis: substituição de combustíveis não-renováveis ou uso de energias renováveis: biomassa, solar, eólica, hídrica etc.;
Manejo de Resíduos: redução na geração de resíduos sólidos, instalação de biodigestores, compostagem e outras iniciativas.
Florestas: recuperação de floresta nativa (recuperação de áreas degradadas com implantação de mudas nativas para recomposição florestal em reservas legais. Áreas de Preservação Permanente - APPS - ou projetos de reflorestamento) ou desmatamento evitado (projetos de redução de emissões de CO2 do desmatamento e da degradação florestal).

A última edição do Programa Ecomudança selecionou três projetos: Acamar (MG), uma associação de recicladores com um projeto para aumentar a capacidade de reciclagem de resíduos sólidos; Clean (RJ), um centro de logística que substitui o óleo diesel usado em barcos de pesca por biodiesel feito a partir da reciclagem do óleo de cozinha com uma ação de replicação da experiência; e o Idea Ambiental (PR), OSCIP com o desenvolvimento de um projeto demonstrativo da tecnologia de queima de pellets em substituição ao óleo combustível utilizado em usina de asfalto.

Ecomudança: Os fundos Itaú Ecomudança foram criados com o objetivo de destinar 30% da sua taxa de administração para o apoio de ações de organizações sem fins lucrativos que visam a redução de emissões de gases de efeito estufa.. O primeiro produto a ser disponibilizado no mercado foi o Fundo Itaú RF Ecomudança, lançado em agosto de 2007;Naquele ano, foi lançado um novo produto com o mesmo objetivo, o fundo Itaú DI Ecomudança. Na época para auxiliar o investidor interessado em entender melhor suasemissões de carbono, o Itaú também desenvolveu um simulador de emissões de CO2. Basta acessar o site www.itau.com.br, selecionar Investimentos e em seguida Fundos e responder a um breve questionário na página dos fundos Itaú DI Ecomudança ou Itaú RF Ecomudança, clicando sobre “Simule suas emissões de CO2”.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

NOVA EDIÇÃO: EMBALAGENS E MEIO AMBIENTE

A nova edição da revista Geração Sustentável está sendo elaborada. O tema de capa vai tratar das embalagens e do meio ambiente, abordando as novas tecnologias e ecodesign com menores impactos ambientais. Aqui você acessa uma parte do conteúdo dessa nova edição.

Boa Leitura!


Boas ideias embaladas para o futuro

Se você pretende dar um presente para as próximas gerações, conheça maneiras criativas de embalar os produtos, que podem minimizar a criação de lixo

As embalagens fazem parte do dia a dia da humanidade pois conservam, acomodam e divulgam uma infinidade de tipos de produtos. Imagine quais dos produtos consumidos por você diariamente que não possuem uma embalagem, pois este exercício é mais fácil do que pensar nos que têm.

Saiba que as primeiras embalagens surgiram há mais de 10 mil anos, de acordo com a Associação Brasileira de Embalagens (Abre). Elas serviam como simples recipientes para beber ou estocar, como cascas de coco ou conchas do mar, usados em estado natural, sem qualquer beneficiamento. Depois, tais recipientes passaram a ser obtidos a partir da habilidade manual do homem. Aí surgiram tigelas de madeira, cestas de fibras naturais, bolsas de peles de animais e potes de barro.

Segundo a Abre, a primeira matéria-prima usada em maior escala para a produção de embalagens foi o vidro, criada pelos artesãos sírios já no primeiro século depois de Cristo. No início do século 19, a Marinha Inglesa utilizava as latas de estanho e os enlatados de alimentos começaram a aparecer nas lojas inglesas por volta de 1830. Após a Segunda Guerra Mundial, a vida urbana conheceu novos elementos. Um deles foi o supermercado e com ele, a necessidade de transporte e armazenamento de produtos. Foi aí que surgiram as embalagens de papel e papelão. É também do pós-guerra o aparecimento do plástico.

Hoje é possível afirmar que o uso de embalagens é inevitável. É aí que vão quilos e quilos de resíduos sólidos. Estima-se que um brasileiro gera, em média, um quilo de lixo por dia. Pode ter certeza que grande parte é composta por embalagens. Por isso, empresários e pesquisadores começaram a pensar em novas formas de acomodar e conservar os produtos.

sábado, 9 de outubro de 2010

FEBRABAN CRIA INDICADORES SUSTENTÁVEIS PARA BANCOS

Com a intenção de montar uma agenda de ações verdes para as instituições financeiras de todo o país, a Febraban – Federação Brasileira de Bancos criou uma proposta de indicadores de sustentabilidade para esse tipo de empresa, em parceria com o GVCes – Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV.

A ideia surgiu em 2009, quando a entidade lançou o Protocolo Verde, que sugere cinco princípios e diversas diretrizes aos bancos interessados em promover o desenvolvimento sustentável no país, a partir de linhas de financiamento que incentivem a qualidade de vida da população e o uso responsável dos recursos naturais.

A assinatura do Protocolo é opcional, mas diversas instituições financeiras já aderiram. Com os indicadores de sustentabilidade para bancos, a Febraban pretende ajudar essas empresas a identificar o status e a evolução das ações implementadas depois do Protocolo Verde.

Antes de lançar a versão oficial dos indicadores, no entanto, a Febraban abriu a proposta para consulta pública. O objetivo é colher críticas e sugestões da sociedade, em geral, que contribuam para a melhoria do documento. Quem quiser participar, pode acessar os indicadores no site da Federação e opinar até 7 de novembro de 2010.

Fonte: planeta sustentável

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Shopping Palladium conquista prêmio nacional pela sustentabilidade

Ehco Lixo Zero, do shopping, é referência nacional como projeto de Desenvolvimento Sustentável

A preocupação com a preservação do Meio Ambiente e a Sustentabilidade trouxe mais um grande prêmio para o Palladium Shopping Center. Na noite da última segunda-feira (4), no Transamérica Expo, em São Paulo, o empreendimento foi premiado no Prêmio Abrasce 2010 na categoria “Projeto Desenvolvimento Sustentável em Shopping Center”, com o programa Ehco Lixo Zero. O superintendente do Palladium, Anibal Tacla, foi quem recebeu o prêmio.

Referência no Brasil e exterior, por ser o único shopping com reciclagem total de seus resíduos (sólidos e orgânicos), o Ehco Lixo Zero é uma iniciativa que demonstra que é possível aliar a economia à sustentabilidade. “Somos o único empreendimento dessa área, em Curitiba, a não utilizar os aterros sanitários, a reciclar totalmente o lixo produzido dentro do shopping”, explica Maria Aparecida de Oliveira, gerente de Marketing do Palladium Shopping Center.

Implantado em 2009, o programa ganhou, inclusive, a adesão dos consumidores. “Hoje, muitos clientes nos escrevem parabenizando pelo trabalho, pela seriedade da preocupação com a sustentabilidade e por apresentar alternativas viáveis para a preservação ambiental”, conta a gerente. Certificado pelo IAP (Instituto Ambiental do Paraná) e com consultoria da empresa especializada Roadimex Ambiental, em parceria com a Abdalla Ambiental, que recolhe todo o lixo produzido dentro do empreendimento. “Somos todos vitoriosos, pois conseguimos demonstrar que a união entre empresas e as entidades reguladoras podem gerar grandes projetos como esse”, afirma Maria Aparecida.

E não é a primeira vez que o projeto Ehco Lixo Zero, do Palladium Shopping Center, ganha reconhecimento. Logo depois da sua implantação, profissionais de todo o país e de diversas áreas de atuação (shoppings centers, bancos, supermercados, indústrias, etc) vieram a Curitiba conhecer todas as etapas desse processo de reciclagem.

Em 2009 conquistou dois grandes importantes prêmios ambientais de destaque no cenário nacional, no mesmo dia. Foi premiado pela Assembléia Legislativa do Estado do Paraná, pelo Instituto Brasileiro de Defesa da Natureza (IBDN), com o prêmio “Mérito Ambiental”. O outro prêmio foi recebido em Brasília e conferido pela Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings, durante o 6º Anuário Brasileiro de Shoppings Centers.

SOBRE O PALLADIUM SHOPPING CENTER – Inaugurado no primeiro semestre de 2008, o Palladium Shopping Center é o mais completo e moderno shopping do Sul do Brasil, empreendimento com 182.400 m², três pavimentos que abrigam áreas de compras e lazer, um pavimento destinado aos cinemas e três com garagens. Ao todo, são 17 lojas-âncora, 356 espaços para outras lojas, parque de diversões, oito salas de cinema e o primeiro IMAX do Brasil (com imagens de alta definição projetadas em uma tela de aproximadamente 400 m²). Outros destaques são os prédios comerciais com entrada exclusiva por dentro do shopping.

Fonte: Lide Multimídia

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O sonho da Ambev é ser a melhor empresa de bebidas do mundo em um mundo melhor.

Empresa de capital aberto, com sede em São Paulo, no Brasil, a Companhia de Bebidas das Américas (Ambev) integra a maior plataforma de produção e comercialização de cervejas do mundo: a Anheuser-Bush InBev (AB InBev).

Individualmente, somos a quarta maior cervejaria do mundo e líderes do mercado latino-americano, produzindo e comercializando cervejas, refrigerantes e bebidas não carbonatadas.

O maior patrimônio da Ambev, no entanto, é a sua gente. Por isso, a companhia investe de modo contínuo no desenvolvimento de seus mais de 40 mil profissionais. Todos são incentivados a agir como donos do negócio, buscando os melhores resultados e recebendo o devido reconhecimento com base em méritos.Trabalhamos juntos em busca de um sonho: ser a melhor empresa de bebidas em um mundo melhor.

Para realizar esse sonho, estamos alinhados na construção de uma empresa sustentável, com base em 10 princípios que são a essência da nossa cultura. Muito além de gerar resultados econômicos para nossos acionistas, temos o objetivo de proporcionar valores e benefícios para a sociedade e para o meio ambiente.

Por isso, nossa atuação está sustentada em três pilares: incentivo ao consumo responsável dos nossos produtos, iniciativas ambientais contínuas e compromisso permanente com as comunidades onde a Ambev está presente.

Fonte: Ambev

Seminário MADEN aborda potencial econômico da indústria madeireira no Brasil.

O setor industrial vive em expansão constante, novas tecnologias surgem e no mundo moderno parece não haver espaço para antigas técnicas de produção. Essa realidade se aplica a 90% dos casos. Se antes a madeira era utilizada como matéria prima geradora de energia, com o uso dos combustíveis fósseis, esta prática se tornou para muitas pessoas, arcaica. Porém, em tempos de aquecimento global e de petróleo sendo chamado de “ouro preto” devido à difícil extração e quantidade limitada ,o uso de combustíveis alternativos se tornou essencial para garantir que a gigantesca indústria não sofra um “black out”, descentralizar o poder dos países importadores destes produtos e garantir ao nosso país auto suficiência em energia e combustível.

As indústrias brasileiras já conhecem o potencial do setor agrícola e vem investindo nisso constantemente, exemplo disso é o biodiesel, combustível proveniente de espécies como milho, soja e amendoim. Estes combustíveis, além de menos poluentes, possuem fontes renováveis e produção barata.

Não é só o setor agrícola que garante o crescimento econômico no país,o setor madeireiro apresentou um crescimento de 10% com relação ao mesmo semestre do ano passado e profissionais do setor, garantem um crescimento ainda maior no setor de madeira e celulose para o ano que vem.

Com esse panorama, empresários de madeireiras brasileiras tendem a não restringir o uso da madeira somente à produção do carvão, e assim como em outras décadas, a madeira será cada vez mais utilizada na indústria, a cadeia produtiva possivelmente mudará, dando possibilidade para obtenção de energia primária proveniente dos insumos geradores da biomassa, menos poluente e renovável.

Apesar das boas perspectivas, ainda não existem leis específicas para este nicho de mercado, com isso o setor madeireiro está vulnerável a entraves como extração desenfreada e desmatamento, além do trabalho escravo que costuma estar atrelado a este tipo de prática.

Ciente do potencial econômico deste mercado e do impacto positivo que estas mudanças causarão no meio ambiente e no setor produtivo, a MES EVENTOS em parceria com o INEE promove o MADEN, seminário sobre madeira energética que ocorrerá em São Paulo. O seminário contará com a presença de empresários , pesquisadores,profissionais do setor e estudantes, e será realizado no dia 25 de novembro.


Saiba mais: (11)3060.2270
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Lixo eleitoral: O que fazer?

Após a eleição, a palavra de ordem é reciclagem. Pelo menos para o sanitarista Alcione Duarte, técnico da Companhia Estadual de Águas e Esgoto do Rio de Janeiro (Cedae) e candidato à Assembleia Legislativa (Alerj) na eleição realizada ontem (3) no país. 
 


Todo o material usado em sua campanha, incluindo banners, cartazes, faixas, bandeirolas, vai virar renda para a população carente atendida pela organização não governamental (ONG) Nascente Pequena, do município de Guapimirim, na região serrana fluminense.


Duarte afirmou que não se pode contaminar mais o ambiente onde vivemos. “Essa é a atitude mais racional que qualquer candidato pode fazer. Pelo menos, vai ter um destino mais nobre”.
Levando em conta que cada candidato consumiu, em média, entre 200 quilos e 250 quilos de material, somente os 1.643 candidatos que concorreram ao cargo de deputado estadual no Rio, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), geraram 410,75 toneladas.

O resíduo será utilizado nos programas da ONG Nascente Pequena para a geração de uma linha de bolsas, entre outras peças, no curso profissional em máquinas industriais. O pólo de costura da ONG fica situado no centro de Guapimirim e na localidade de Citrolândia. Ali funcionam oficinas interativas que aproveitam retalhos para a confecção de bolsas, almofadas, cortinas, colchas e edredons, visando à geração de trabalho e renda para a comunidade carente local.


Responsável pela criação do projeto Replantando Vida, de reflorestamento de matas ciliares e da Mata Atlântica no estado, com o apoio da Cedae, o sanitarista comemorou meio milhão de árvores plantadas. 
 
O projeto utiliza mão de obra de presidiários em regime semiaberto. “Eles saem do presídio, trabalham conosco durante o dia e voltam à noite. Com isso, a gente está reflorestando margens de rios. É um trabalho muito bacana”. No Dia da Árvore, comemorado em 21 de setembro, o projeto conseguiu plantar 51 mil mudas em todo o estado. Na mesma data do ano passado, foram plantadas 12 mil mudas. 
 
A Cedae está realizando o reflorestamento dos principais mananciais da região metropolitana do Rio.

Duarte não descartou, entretanto, que o programa venha a se expandir para o interior fluminense, onde existem mananciais a serem preservados. “Só que aí, para o projeto ser replicado, eu dependo de mão de obra do cárcere”, explicou.
 
Alcione Duarte disse que o projeto poderia ganhar maior amplitude se o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) passasse a utilizar essa mão de obra. “Já pensou o Inea abraçando essa ideia? Tanta mão de obra ociosa dentro das cadeias”, comentou. Para o sanitarista, esse “é o principal tempero para que de fato aconteça a ressocialização (dos presos). Até porque manter confinado não ressocializa ninguém”.
Fonte: Planeta sustentável
 


GRI: Relatando a sustentabilidade


Mais de mil instituições pelo mundo já aderiram a projetos de organização mundial não governamental para divulgar seus projetos ligados à sustentabilidade

Divulgar com coerência e clareza dados de empresas referentes ao seu desempenho econômico, social e ambiental, assim como se faz com os relatórios financeiros das instituições. Mostrar e relatar, continuamente, a atuação em cada setor e ter instrumentos de alta confiabilidade para apresentação de resultados com um objetivo comum: estabelecer uma plataforma de comunicação e diálogo com seus públicos. Esse é o preceito básico da GRI (Global Reporting Iniciative), organização sem fins lucrativos multi-stakenholder (com muitas pessoas interessadas), que desenvolve uma estrutura de relatórios de sustentabilidade já adotada por mais de mil organizações em todo o mundo.

Criada em 1997, a GRI nasceu da idealização de um grupo de ambientalistas, ativistas sociais e representantes de fundos sociais responsáveis que conceberam tornar habituais e úteis os relatórios dentro das áreas ambientais, sociais e econômicas. De acordo com Gláucia Térreo, coordenadora das atividades da GRI no Brasil, “hoje, para acompanhar o desempenho das organizações são usados os relatórios financeiros, balanços patrimoniais, balanços contábeis. Porém, o mais correto seria inserir mais duas dimensões nesses balanços: o social e o ambiental. Esse é um dos objetivos da GRI”. Construída por muitas mãos, a estrutura de relatórios apresentada pela GRI como sugestão de uso para as organizações é resultado da experiência de milhares de especialistas, de diversos países, ligados a essas áreas, que contribuíram para o seu desenvolvimento e organização.

Altamente pensada e estudada, a estrutura de relatórios apresentada pela GRI, que hoje pode ser aplicada em qualquer organização e país, lutou pela sua credibilidade e legitimidade. Por isso o cuidado em ser fruto de uma discussão ampla, baseada em processos de desenvolvimento global e multi-stakeholder. Os indicativos presentes na estrutura proposta pela GRI passam pelo consenso de vários membros da entidade antes de integrarem o arquivo final das diretrizes. De acordo com Vitor Seravalli, consultor em responsabilidade social e especialista em GRI, “abrangência global da GRI possibilita uma comparabilidade que é incomparável a outros mecanismos de reporte”.
Hoje, o uso da GRI é uma realidade pelo mundo inteiro. Só no Brasil são cerca de cem empresas que já investem na utilização do modelo. “Isso está acontecendo porque não se pode mais ignorar os sinais que vêm de todos os lados. As organizações sentem que precisam fazer algo para fazer parte da solução e não do problema”, afirma Gláucia. Para Seravalli, “as empresas vêm percebendo que, ao elaborar relatórios de sustentabilidade, encontram um caminho para refletir e internalizar o tema, além de tornar públicos sua própria visão, desafios e resultados econômicos, sociais e ambientais”.

De acordo com os estudos feitos pela estrutura da GRI, para que seja possível mostrar resultados expressivos, é necessária, segundo Gláucia, adesão de uma grande massa crítica. “O uso da GRI traz muitos benefícios as empresas que investem na metodologia. Com a GRI muda a forma de pensar a gestão das organizações inserindo as duas dimensões faltantes. Isso muda também a estratégia, os procedimentos, as políticas das empresas e, por fim, a forma de prestar contas e medir o desempenho”, avalia Gláucia.

O Brasil é hoje é um dos únicos quatro países do mundo em que a GRI atua que conta com um ponto focal, ou seja, um representante da entidade alocado no país com o objetivo de ampliar a disseminação das diretrizes da GRI no país. Os outros países que contam com o ponto focal da GRI são Austrália, Índia e China. “O Brasil foi o primeiro país a ter um ponto focal e isso foi resultado de uma conjunção de fatores: abertura para o tema criada por uma história de iniciativas desde a década de 80 - a democratização, o surgimento e estabelecimento de diversas ongs nacionais e internacionais (como, por exemplo: Idec, SOS Mata Atlântica, Ethos, Greepeace, WWF), e outras iniciativas como o CDC, o fortalecimento do Ministério Público, a ECO92 e as auto-regulações como o Novo Mercado. Tudo isso criou um solo fértil onde as mentes já estavam preparadas para falar sobre o "repensar" as coisas”, afirma Gláucia.

Para Seravalli, a GRI tem grandes possibilidades para o futuro. “Não há limites para a expansão do uso da GRI. Porém, a maioria das pequenas e médias empresas deverão passar por um processo de aprendizado, não somente sobre o tema Responsabilidade Social, mas também na busca da internalização da sustentabilidade em seus negócios, e finalmente na melhor forma para reportar seus resultados. Um caminho longo, mas promissor e sustentável”, afirma.


GRI Readers Choice Awards 2010 tem premiados no Brasil

Com mais de dois mil relatórios produzidos nos últimos dois anos dentro de suas especificações, a GRI premiou em 2010 os melhores produzidos nos quatro cantos do mundo. Com categorias que premiam desde o relatório mais útil aos leitores até os inovadores e os mais completos, a votação dos melhores foi feita, como em edições anteriores, de forma voluntária. Os mais de 20 mil stakeholders espalhados pelos 80 países em que a GRI está presente, além de outros interessados pelo assunto, puderam votar nos melhores relatórios apresentados em diversas categorias. Ao todo, dos dois mil relatórios concorrentes ao prêmio, que acontece a cada dois anos, 1.100 receberam votos nessa edição.

Entre as empresas brasileiras que adotam o modelo da GRI para confecção de seus relatórios, está o Banco do Brasil, um dos ganhadores do prêmio GRI Readers Choice Awards 2010, que aconteceu em Amsterdã, na Holanda, no final de maio. Pelo resultado de seu relatório anual de 2008, a instituição financeira foi a ganhadora em três categorias (Prêmio Engajamento, Prêmio Investidor e Vencedor Geral) das seis existentes. O resultado consolida o Banco como referência na prática de demonstração da sua transparência com seus públicos e a sua preocupação com a sustentabilidade onde atua.

A opção em adotar o modelo da GRI para composição de relatórios nas áreas ambiental, social e econômica chegou ao Banco do Brasil em 2007. O incentivo veio da possibilidade de que os resultados do maior banco estatal do Brasil pudessem ser comparados pelos leitores e stakeholders com os relatórios e resultados de diversas outras grandes instituições mundiais de segmentos iguais ou diferentes.

Matéria publicada originalmente na edição 18 - Revista Geração Sustentável (Lyane Martinelli) Clique na imagem e tenha acesso às últimas edições

Responsabilidade Social: Lições de cooperação e cidadania que formam cidadãos conscientes

Programas desenvolvidos por cooperativas em parceria com a comunidade local promovem a educação ambiental e despertam o espírito de solidariedade em crianças e adolescentes no interior do Paraná

No pequeno município de Jaboti, no Norte Pioneiro paranaense, os portões da Escola Municipal Professora Maria Lenira de Carvalho Oliveira estão abertos. Desde 2007, a instituição realiza atividades de conscientização ambiental que envolvem não somente professores e alunos, mas também a comunidade local. “A última edição da blitz ecológica, realizada em outubro do ano passado, foi um sucesso. O entusiasmo das crianças era tão grande que nenhum motorista se recusou a levar uma muda de árvore para a casa”, relembra Rosane Aparecida da Silva, diretora da escola. Por algumas horas, familiares, professores e alunos permaneceram na entrada da cidade sensibilizando os motoristas quanto à importância da conservação ambiental.

Além da blitz, gincanas ecológicas e produção de brinquedos a partir do lixo reciclável são atividades desenvolvidas pela instituição com um propósito que vai além do despertar da consciência ecológica nos alunos: vivenciar com eles as práticas da educação corporativa. “As atividades que envolvem alunos de diversas turmas e a comunidade visam despertar e desenvolver neles o sentimento de solidariedade e da compreensão do espírito coletivo”, explica a diretora da escola. De acordo com ela, a vivência do cooperativismo no dia-a-dia escolar traz resultados positivos para todos os agentes envolvidos. “Os alunos desenvolvem-se com atividades realizadas fora da sala de aula, a escola se beneficia com o reconhecimento de seu trabalho e, a comunidade, por sua vez, ganha uma geração de crianças mais conscientes, responsáveis e preocupados com o meio ambiente e com o próximo”, diz.

Projeto Horta Educativa – Também na região do Norte Pioneiro, no município de Itambaracá, educadores da Escola Municipal João Paulo II desenvolvem com alunos do Ensino Fundamental e Médio uma atividade pedagógica de conscientização sobre a importância do consumo de alimentos saudáveis. Batizado de Horta Educativa, o projeto consiste na criação de uma área verde produtiva na escola, pela qual todos os alunos são responsáveis. “A ideia surgiu após uma investigação que tem como objetivo mapear as potencialidades do local onde os alunos estão inseridos”, explica Haraon Cesar, assessor de programas sociais do Sicredi Parapanema, instituição gestora do projeto.

A atividade tem influenciado positivamente na qualidade alimentar dos alunos. “Desenvolvemos com eles oficinas de culinária utilizando os produtos da horta para a produção dos pratos. São alimentos que a maioria dos alunos se recusava a comer, mas como eles foram envolvidos em todo o processo, acabam experimentando e gostando”, diz Silvia Carvalho da Silva, diretora da escola.
Com a participação de funcionários da escola e parceiros na comunidade, a atividade busca desenvolver o valor do trabalho cooperativo nos jovens. “Graças ao entusiasmo e envolvimento deles, estamos colhendo hortaliças em grande quantidade, o que possibilita doações para outras escolas, instituições filantrópicas e familiares dos próprios alunos”, afirma Silvia. Além da melhoria da qualidade de vida dos alunos, a diretora destaca como resultados positivos a melhoria na aprendizagem – consequência da adoção de novas práticas educativas - e conscientização da conservação da própria escola e do meio ambiente.

União Faz a Vida - Tanto as atividades vivenciadas pelos alunos em Jaboti como em Itambaracá são iniciativas do programa de educação corporativa União Faz a Vida, que por meio de práticas de educação corporativa, busca construir e vivenciar atitudes e valores de cooperação e cidadania, a fim de contribuir para a educação integral de crianças e adolescentes. Atualmente, o programa é desenvolvido em mais de 145 municípios nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso. No território paranaense o União Faz a Vida abrange 20 municípios, 143 escolas, 1,7 mil educadores e quase 22 mil alunos.

Quem responde pela autoria e desenvolvimento do programa é o Sicredi (Sistema de Crédito brasileiro), um dos principais sistemas de cooperativas de crédito do país que hoje conta com 1,5 milhão de associados e cerca de mil pontos de atendimento em dez estados brasileiros. Atualmente, o cooperativismo de crédito, um dos 13 ramos de atividade do cooperativismo, reúne 49 mil cooperativas e 177 milhões de associados no mundo. Deste total, o Brasil concentra 1,1 mil cooperativas e 3,2 milhões de associados, segundo dados do Sicredi.

Desenvolvimento - Para o seu desenvolvimento o programa União faz a Vida depende uma rede de cooperação. Neste contexto, o Sicredi assume o papel de um gestor que planeja as atividades e busca parceiros (secretarias de educação e assistência social), assessores pedagógicos (universidades e instituições especializadas) e apoiadores necessários (pessoas físicas e jurídicas). “O programa é de toda a comunidade, que propicia a vivência do cooperativismo por meio de práticas e ações desenvolvidas no dia a dia das escolas”, diz Rejane Farias, assessora de programa sociais da Central Sicredi PR.

O programa, explica ela, é dividido em três fases. “Na primeira etapa, o Sicredi, a comunidade escolar e assessores pedagógicos se unem pelo interesse em desenvolver o programa”. Essa fase é marcada também pela assinatura do termo de cooperação entre a cooperativa de crédito e a secretaria de educação do município. Num segundo momento, as assessorias pedagógicas realizam as oficinas de formação com os educadores para promover as práticas educativas e a criação de projetos que viabilizem aprendizagens de atitudes e valores de cooperação e cidadania no ambiente educacional. “É aí que as práticas de cooperação e cidadania são intensificadas e expandidas no universo escolar do município”, afirma a assessora do Sicredi. Na próxima etapa, segue ela, cabe às escolas apresentarem projetos coletivos que dialoguem com as estratégias propostas para a realização do programa. “Finalmente na fase de desenvolvimento, os projetos começam a ser executados, proporcionando a ação do empreender coletivamente com a participação de todos os agentes envolvidos no programa”, afirma.

Programa Escola no Campo – Outro exemplo concreto dos esforços de uma cooperativa para gerar resultados positivos na comunidade em que está inserida é o Programa Escola no Campo, que tem como objetivo treinar professores e alunos de 4ª séries quanto ao uso correto de agroquímicos, proteção ambiental e descarte de embalagens. O programa, que lança mão de uma cartilha composta por princípios do cooperativismo, teve início em 1997, no município da Lapa. Hoje contempla também as cidades de São Mateus do Sul, Quitandinha, Balsa Nova e Antonio Olinto.
“Nos 13 anos de existência, o programa beneficiou mais de 24 mil alunos da região”, afirma Helio Skiba Kujava Skiba, técnico agrícola da Cooperativa Agroindustrial Bom Jesus, instituição responsável pelo programa. Com sede no município da Lapa, a cooperativa criada em 1954 é composta por 3,6 mil associados e atua em 11 municípios paranaenses. “Muitas crianças que participaram do primeiro ano do programa, hoje com 18 e 20 anos de idade, estão trabalhando nas lavouras e aplicando o que aprenderam, formando uma nova geração de agricultores mais conscientes quanto à preservação do meio ambiente e proteção à própria saúde e da saúde da comunidade”, diz Helio.

Matéria publicada originalmente na edição 18 - Revista Geração Sustentável (Ana Leticia Genaro) Clique na imagem e tenha acesso às últimas edições

Energias renováveis: O futuro será elétrico

Evento de mobilidade urbana sustentável no Rio de Janeiro aponta veículo elétrico como grande tendência do setor

A necessidade de uma redução drástica da emissão de poluentes na atmosfera e da renovação e readequação da mobilidade urbana a uma nova perspectiva socioeconomica está direcionando as empresas do segmento, como montadoras e produtoras de combustível, a financiar novas fontes de energia. Para isso, programas de desenvolvimento e aprimoramento de veículos movidos a eletricidade e outros recursos renováveis ganham forma, tornando-se tendências próximas e concretas. E nessa corrida pela sustentabilidade e mercado, não há quem queira ficar de fora. As principais montadoras do mundo, como Fiat, Peugeot, GM, Renault e Volkswagen – para citar algumas – possuem os seus programas de veículos elétricos, e investem maciçamente em fontes alternativas de combustível. Essa guinada no mercado pôde ser observada ao longo do 10º Challenge Bibendum, evento de mobilidade urbana promovido pela Michelin de 30 de maio a 3 de junho, no Rio de Janeiro.

Entre os estandes e pavilhões do Riocentro – espaço em que ocorreu o evento – a vedete da vez foi o veículo elétrico. Triciclos, bicicletas e carros populares e esportivos, em fase de teste ou prontos para serem lançados, foram apresentados aos visitantes. Mas vê-los rodando em massa pelas ruas ainda é uma realidade distante. Segundo o diretor-presidente da ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos), Pietro Erber, falta estrutura às cidades, como eletropostos para recarga das baterias. “É preciso reforçar o sistema de distribuição de energia para atender a uma carga adicional no consumo, que ocorrerá nas áreas com maior concentração de veículos. O governo também deve assumir posturas para obrigar a instalação de mais tomadas nas novas construções e para a padronização dos conectores, visando maior segurança”.

De acordo com a associação, além da infraestrutura, outro entrave vivenciado pelo Brasil é a falta de políticas de incentivo aos elétricos. Nos Estados Unidos, por exemplo, o governo federal oferece 7,5 mil dólares para a compra desses automóveis sem necessidade de devolução do dinheiro. Já em terras brasileiras, os meios de transporte a partir dessa tecnologia não possuem qualquer lei de incentivo.

No final de maio, o Governo adiou de última hora o anúncio de subsídios para a fabricação dos veículos, como a redução de impostos para produção e importação. O motivo seria a divergência entre os ministérios envolvidos na elaboração do pacote de estímulos e a falta de maiores políticas para o etanol, principal alternativa brasileira. Mas apesar disso, os setores interessados na área, como montadoras e petroleiras, seguem por um caminho oposto e investem em pesquisas e protótipos.


Aposta na eletricidade

A Fiat Automóveis é uma das empresas que acreditam nessa matriz. Desde 2006, a montadora desenvolve em conjunto com a Itaipu Binacional e demais parceiros um projeto de carro 100% elétrico, tendo como modelo o Palio Weekend, que possui 35 protótipos em circulação restrita às companhias e instituições participantes.

Com autonomia de 120 quilômetros sem necessidade de recarga, os carros são silenciosos, ecológicos e econômicos. Eles podem ser “abastecidos” em qualquer tomada de 220 V e levam oito horas para completarem a bateria. Em números, isso representa um acréscimo de aproximadamente R$ 5 na conta de luz, bem abaixo da média de R$ 31 reais que seriam gastos em gasolina para se percorrer a mesma distância.

Mas não são só as grandes empresas da indústria automobilística que estão envolvidas em programas como esse. A CPFL Energia, maior empresa privada de energia do País, investe em dois outros protótipos: o importado Th!nk City, da Noruega, e o nacional Aris, da Edra Automotores. Respectivamente, os veículos possuem 160 e 100 quilômetros de autonomia, com tempo de recarga de 8 e de 5 horas. O Dock Dock, do arquiteto e ex-governador do Paraná, Jaime Lerner, é outra opção de elétrico, mas com uma proposta diferente: a de integrar esses veículos ao sistema de transporte coletivo. O carro tem 60 centímetros de largura, 1,38 metro de comprimento, 1,5 metro de altura e espaço para uma pessoa. Ele percorre pequenas distâncias e é ideal para ciclofaixas e ciclovias.

Mesmo com a existência desses e de outros projetos, porém, ainda são poucos os produtos nacionais que têm previsão de lançamento ou que estão disponíveis no mercado – como é o caso das scooters da Motor Z, vendidas em diversas regiões do país, e do carro Pompéo, da Fiel Automotores, que deve ser lançado na segunda metade de 2011.

Já na Europa e Estados Unidos a coisa é diferente. Algumas das principais montadoras já vendem os seus elétricos nessas regiões e a infraestrutura está bem mais preparada para o aumento do consumo de energia. Mas o caminho a se percorrer para a popularização desses veículos é longo e com importantes questões pela frente, como o aumento da autonomia e a maior rapidez no abastecimento, além da necessidade de renovação das matrizes energéticas no mundo, constituídas principalmente por termelétricas à carvão e petróleo.


A saída mais próxima

Enquanto essas questões não são resolvidas, a solução mais próxima para uma mobilidade urbana sustentável a curto prazo são os biocombustíveis. Em comparação com a matriz elétrica, as fontes de energia com base no álcool anidro possuem programas de incentivo e pesquisa bem mais avançados. No Brasil, por exemplo, o pioneiro Proálcool existe desde 1975, e o reflexo disso é o aumento gradativo e vertiginoso da produção de etanol. A safra 2010/2011 da cana-de-açúcar deve gerar um volume previsto de 27,39 bilhões de litros de álcool, um avanço de 15,6% frente a produção de 23,7 bilhões de litros da safra anterior. Na cerimônia de abertura do Challenge Bibendum, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou que dos carros novos que saem das fábricas no Brasil, 100% são flex. De toda a frota nacional, 60% são movidos a gasolina e etanol.

Com o aumento crescente da venda de veículos no País e no mundo, as indústrias petroleiras também apostam nesse mercado. A Petrobras, por exemplo, possui desde 2008 uma subsidiária no segmento, a Petrobras Biocombustível, que administra três usinas de biodiesel: em Candeias (BA), Quixadá (CE) e Montes Claros (MG); além de ter 50% de participação numa usina em Marialva (PR). Ao todo, as unidades da Petrobras têm capacidade para produzir 389 milhões de litros de combustível ao ano, volume que deve aumentar com a conclusão das obras de duplicação da usina de Candeias e com a implantação de uma fabricante de biodiesel no Pará, a partir de óleo de palma, que terá capacidade para fabricar 120 milhões de litros ao ano.

Além disso, a companhia anunciou em maio a sua participação em um projeto de produção de biodiesel em Portugal, tendo como destino prioritário o mercado ibérico. Essa iniciativa prevê a produção de cerca de 250 mil toneladas de biodiesel por ano, com investimento total estimado em mais de 1 bilhão de reais. O Plano de Negócios da Petrobras 2009-2013 prevê investimentos de 5,15 bilhões de reais em produção de biocombustíveis e infraestrutura.

Outra empresa disposta a investir no setor é a Shell. Em 2009, a petroleira comercializou 9 bilhões de litros de biocombustíveis no mundo e neste ano resolveu entrar na área de produção de etanol. Para isso, a empresa realizou em fevereiro uma joint venture com a Cosan – produtora brasileira de açúcar, alimentos, combustíveis e lubrificantes – de mais de 22 bilhões de reais para a produção de etanol, açúcar, geração de eletricidade e fornecimento e distribuição de biocombustíveis no Brasil; uma parceria que dará à transnacional uma capacidade de produção anual de 2 bilhões de litros de etanol.

Além desses investimentos, as duas empresas estão à frente de estudos para a produção de etanol de segunda geração – feito do bagaço de cana e outros resíduos vegetais – e de algas marinhas, o que ilustra a corrida das empresas do setor por uma maior participação nesse mercado. Até 2050, a estimativa é que o etanol componha 30% do misto de combustíveis para o transporte rodoviário mundial. E até lá, a venda de carros só tende a crescer.


Caminho para o futuro

O etanol é um importante elemento para a redução da poluição atmosférica, podendo representar uma queda de até 90% das emissões de CO2 se comparado à gasolina comum. Para se ter uma ideia, só na cidade do Rio de Janeiro, a mobilidade urbana é responsável por um terço das emissões de gases do efeito estufa, enquanto na capital paulista os automóveis representam a metade dessas emissões. Em todo o mundo, 17% do CO2 associado à produção de energia vem dos carros, motos e caminhões. Logo, é preciso pensar rápido em soluções para o aquecimento global e o setor de mobilidade urbana não está parado.


Brasil tem eletroposto 100% sustentável

Para atender a demanda ainda pequena de veículos elétricos no Brasil, a Petrobras abriu em junho de 2009 o primeiro eletroposto da América Latina. No entanto, esta unidade possui uma peculiaridade: toda a energia gerada por ela tem como matriz a luz solar, o que a torna completamente limpa e livre de qualquer impacto ao meio ambiente.

O eletroposto fica na Barra da Tijuca, bairro do Rio de Janeiro com alta concentração de scooters elétricas. De acordo com a superintendência do posto, são abastecidas de 2 a 3 motocicletas por semana. A recarga tem um custo de 5 reais e é feita por tomadas de 110 e 220 volts. Das 2 mil motos elétricas do Brasil, 200 estão no Rio de Janeiro, e foi exatamente por essa demanda que a Petrobras inaugou o posto nessa região.

O projeto foi todo desenvolvido com tecnologia nacional. Para a geração, é utilizado um conjunto de 28 módulos solares. Toda a luz excedente é usada para o restante do posto, como iluminação e funcionamento das bombas de gasolina. Para o projeto foram investidos R$ 70 mil, que devem ser pagos em até cinco anos.

Matéria publicada na edição 18 - Revista Geração Sustentável(Fábio Cherubini). O jornalista viajou a convite da Petrobras. Clique na imagem e tenha acesso às últimas edições