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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

SUSTENTABILIDADE: DA TEORIA À PRÁTICA

Com diferentes ações no Paraná, o Conselho de Cidadania Empresarial busca promover o desenvolvimento sustentável do estado

O conceito de sustentabilidade, embora já bastante difundido, nem sempre é lembrado em toda a sua abrangência. Pensando nisso, o Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE) lançou o movimento Paraná Educando na Sustentabilidade que, segundo a professora Sonia Ana Leszezynsk, busca agregar um “repertório compartilhado” acerca da temática da sustentabilidade, “que vai muito além da questão ambiental – envolvendo também as questões econômica, social, moral e ética”.

Além dessa ação, que num primeiro momento busca sensibilizar os educadores e mostrar-lhes a importância do seu papel como agentes de transformação, o CPCE atua ainda em outras frentes, como na expansão dos núcleos regionais, na realização de palestras, cursos e encontros que tem como objetivo incentivar a adoção de práticas sustentáveis por cidadãos e empresas paranaenses. Outras articulações com representantes de sindicatos da classe industrial e do 3º setor também são previstas para auxiliar os diferentes públicos para atuarem em seus segmentos.

“Primeiro precisamos despertar a consciência para a educação na sustentabilidade para que as pessoas coloquem isso em prática”, explica a professora Sonia sobre a necessidade de pensar a questão da sustentabilidade de uma forma holística, aplicando essa metodologia primeiramente com aqueles que ensinam. “O ser humano é parte integrante do meio ambiente. Educar na sustentabilidade significa educar para o hoje, não para o futuro, pensando no desenvolvimento a partir do ponto de vista sustentável”, afirma a professora. Palestras já programadas em Londrina e Maringá pelo CPCE serão ministradas com o intuito de envolver as instituições de ensino para adotar, implementar e tornarem-se signatárias do Pacto Global e dos Princípios para Educação Empresarial Responsável (PRME).


O Pacto Global é uma iniciativa descrita pelo ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan em 10 princípios, com o objetivo de mobilizar a comunidade empresarial internacional para a adoção de valores fundamentais e internacionalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção. Já os Princípios para Educação Empresarial Responsável (PRME) procuram estabelecer um processo de melhoria contínua entre as instituições de ensino de Administração a fim de desenvolver uma nova geração de líderes de negócios, preparada para gerir os desafios enfrentados por empresas e pela sociedade no século XXI.

Segundo Guido Bresolin Junior, vice-presidente do núcleo do CPCE que está sendo oficializado em Cascavel, além de realizar seminários para sensibilizar as indústrias para adotarem práticas sustentáveis, a ramificação do conselho que está em fase de expansão no oeste visa fomentar lideranças e aumentar o número de empresas da região que se comprometam com o pacto global, auxiliando o estado a atingir os objetivos do milênio.

“A expectativa é que consigamos fomentar a responsabilidade social em indústrias da região com ações de perpetuação”, explica Junior sobre a importância de se modificar uma cultura já formada na região. “Como o oeste foi desbravado, as empresas – muitas delas cooperativas – foram formadas assim, com esse caráter de exploração sem essa preocupação com a sustentabilidade”, afirma o vice-presidente do núcleo que busca ainda atingir universidades com seminários e debates.

Bresolin Junior destaca ainda a formação de lideranças que atuem não só no ambiente interno de suas empresas, mas também no meio em que estão inseridas, beneficiando a comunidade local como, por exemplo, contratando trabalhadores do entorno e valorizando assim a mão de obra local. Da mesma forma, Ney da Nóbrega Ribas, vice-presidente do núcleo do CPCE que está sendo oficializado em Ponta Grossa, ressalta o posicionamento de um negócio sustentável com foco no equilíbrio entre os aspectos econômico, social e ambiental: “Além do ambiente interno das empresas, não podemos mais ignorar a comunidade que nos cerca. E aí reside outro desafio, pois a sociedade despertou e cobra nossa postura em relação aos impactos que geramos com nossas atividades, sejam eles quais forem”.

Ribas atenta que sendo o conselho um fórum que congrega empresários com perfil de liderança e visão social, sensíveis às mudanças e causas para a construção de uma sociedade justa, inclusiva e sustentável - todos têm a oportunidade de contribuir com suas competências e capacidades inovadoras. “O CPCE atua na articulação e no apoio; e assim, congregados por meio de núcleos, em torno de programas, projetos e ações de voluntariado e responsabilidade socioambiental, com a participação de profissionais de diferentes segmentos da sociedade, confiamos que teremos força e efetividade para promover as transformações sociais que queremos”, afirma o vice-presidente do núcleo dos campos gerais, sobre a execução de ações que visam à qualidade de vida nas empresas e nas comunidades do seu entorno.

Assim como as regionais de Cascavel e Campos Gerais, as regionais de Londrina e Maringá também buscam maior proximidade da comunidade no sentido de que cada região, dentro de suas características, possa otimizar as suas forças e conduzir os trabalhos e programas de forma mais eficiente e participativa. Participação que também é a palavra-chave nos trabalhos do Conselho criado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) em 2004 e que recentemente teve sua logomarca alterada a partir do diálogo com os parceiros envolvidos, para reforçar a imagem do CPCE como órgão ativo responsável por fomentar as atividades de responsabilidade social nas empresas.

Outras ações de diálogo e participação são realizadas frequentemente pelo Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial, como o café da manhã com os contadores, organizado com apoio do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná (CRC), do Sindicato dos Contabilistas de Curitiba e Região (Sicontiba) e do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado do Paraná (Sescap). O café foi uma iniciativa para orientar os profissionais para que atuem no sentido de conscientizar empresas e pessoas físicas para direcionar parte do imposto devido para entidades sociais. Além do uso de incentivos fiscais do Imposto de Renda para projetos sociais, o encontro discutiu ainda o projeto de lei que trata do assunto em trâmite no Congresso Nacional.

Com foco na questão social, o CPCE também está trabalhando para a realização do Encontro Paranaense de Reabilitação, Inclusão e Tecnologia com o tema Inovar para Incluir. O objetivo desse evento é disseminar novidades tecnológicas na área de reabilitação, inclusão e mobilidade reduzida como inovações em práticas de ensino, pesquisa, tecnologia em serviços e produtos para pessoas com deficiência. E as ações não param por aí: começando com a disseminação de uma visão mais abrangente do conceito de sustentabilidade até a implementação de ações de sensibilização e adoção de novas práticas, o Conselho trabalha a sustentabilidade da teoria à prática, envolvendo o maior número de atores nesse processo, uma vez que, como disse Ney da Nóbrega Ribas, “no futuro, nosso legado será medido pelo nível de comprometimento e responsabilidade que tivermos com aquilo que fizermos, deixarmos de fazer ou permitirmos que façam.

** Texto divulgado originalmente na edição 25 da Revista Geração Sustentável - jornalista Aline Presa.

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Veja os conteúdos dessa edição:

Matérias:
Capa: Saiba como andam as práticas de sustentabilidade dos bancos brasileiros
Entrevista com Manfred Alfonso Dasenbrock - Sicredi PR
Desenvolvimento Local: Iniciativa sustentável inova modelo de entregas
Gestão de Resíduos: Iniciativas privadas buscam educar a sociedade a reduzir, reutilizar e a reciclar lixo

Artigos:
Ivan Dutra - Da Tunísia a Wall Street
Jeronimo Mendes - O encanto permance, mais o gosto muda
Yuri Beltramin - Como estamos construíndo nosso mundo sustentável?

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Iniciativas privadas buscam educar a sociedade a reduzir, reutilizar e reciclar o lixo

Celebridades se unem para ajudar, como na campanha Limpa Brasil Let’s Do It! e no filme Lixo Extraordinário

Se Chico Buarque, Marília Pera, Milton Nascimento e outras assim chamadas celebridades se anunciam catadoras de lixo, por que não você ou eu? Contando com a ajuda dessas e de outras pessoas famosas e respeitadas pelo público em geral, a campanha Limpa Brasil Let’s Do It! pretende educar a população brasileira e mostrar que o lixo é um problema de cada cidadão e não somente das autoridades públicas. “Já tivemos o envolvimento direto de quase 40 mil pessoas e esperamos atingir o Brasil inteiro no decorrer dos dez anos de duração previstos para o projeto”, diz Marta Rocha, diretora executiva da Atitude Brasil, empresa responsável pela campanha e que desenvolve programas e projetos com foco em sustentabilidade e democratização do conhecimento.

Com o objetivo de reunir meio milhão de pessoas na limpeza das 14 das maiores cidades brasileiras, a campanha foi lançada este ano e a primeira ação aconteceu em junho, no Rio de Janeiro. Reunindo cerca de seis mil pessoas, em um dia de mobilização foram recolhidas do espaço público 17 toneladas de materiais recicláveis. Até agora, a campanha já contribuiu para a retirada de mais de 650 toneladas de resíduos recicláveis do espaço público nas cidades pelas quais passou (Rio, Brasília, Goiânia e Campinas).

Mais do que recolher o lixo irresponsavelmente descartado nas ruas, a intenção é mostrar que não é vergonha pôr a mão no lixo para destiná-lo corretamente: “Convidamos personalidades e formadores de opinião para participar da campanha porque sabemos que essa é uma problemática que muitos brasileiros ignoram”, diz Marta. Os convidados gravaram um filme publicitário que já vem sendo veiculado pela mídia, além de vários depoimentos.

Para Marta, essa problemática envolve todos os cidadãos e inclui desde o consumo e a consequente produção excessiva de resíduos até o descarte irregular e os baixos índices de reaproveitamento de materiais: “Acreditamos que, independentemente da qualidade dos serviços de limpeza urbana e gestão dos resíduos, nossa iniciativa tem um papel muito importante na conscientização do indivíduo, que é necessária em todas as grandes cidades de nosso país”.

Marta explica ainda que, no Brasil, há uma cultura enraizada de jogar lixo fora do lixo que precisa ser revertida urgentemente, um mau hábito inserido ainda no período colonial que, até hoje, mesmo com a popularização de conceitos como sustentabilidade e a ampliação dos debates a esse respeito, persiste. E a falta de informação – ou educação - não tem relação com classe social: “Aqui, ninguém é multado ou repreendido por jogar lixo na rua”.

Além disso, o brasileiro tende a pensar que o lixo que produz não é “problema seu”, mas responsabilidade do governo municipal ou das empresas, sem perceber que a responsabilidade é compartilhada: “A matéria-prima passa por vários processos até se tornar o que chamamos de lixo. Como temos a opção de escolher gerar ou não esse lixo, temos também a necessidade de assumir nossa responsabilidade”, diz Marta.

Ela diz também que certas regiões urbanas são varridas diversas vezes por dia, mas continuam sujas porque, mesmo que o trabalho governamental de limpeza do espaço público seja eficiente, não é possível mantê-lo se as pessoas jogam lixo na rua. “A maior preocupação do Limpa Brasil Let’s do it! é incentivar a sociedade a mudar essa cultura de descaso”, diz.

Quem limpa, não suja: Um dos convidados da campanha é o ator Cássio Reis que, em seu depoimento, afirma: “O lixo não está só nas ruas. O lixo está dentro de casa e mais do que isso: dentro da consciência de cada um. Reduza. Reutilize. Recicle”. Marta Rocha completa: “Partimos do preceito de que ‘quem limpa não suja’ e acreditamos que aqueles que estão dispostos a se engajar nessa iniciativa assumem sua responsabilidade perante os resíduos que produzem e, no mínimo, não vão mais jogar lixo fora do lixo”.

O projeto nasceu na Estônia e já atingiu quase 20 países. A Atitude Brasil trouxe-o com a colaboração da UNESCO. Aqui, devido à extensão territorial e ao hábito ainda muito enraizado de jogar lixo fora do lixo, a iniciativa é voltada principalmente à conscientização da sociedade civil, motivo pelo qual terá duração de 10 anos.
Todo material reciclável recolhido será enviado a cooperativas de catadores que já atuam nas cidades. Já os rejeitos ficarão sob a responsabilidade das prefeituras que os encaminharão a aterros sanitários.

Após as ações nas cidades, haverá shows com artistas da música brasileira. Esses eventos terão o mote “do meu lixo cuido eu” e a proposta é que os artistas cobrem dos espectadores a limpeza do espaço, propondo que cada um se responsabilize pelos resíduos que produzir.

Lixo Extraordinário: Entre as personalidades apoiadoras do projeto Limpa Brasil Let’s do It! está o catador Tião Santos, presidente da Associação de Catadores de Material Reciclável de Jardim Gramacho (ACAMJG), na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Tião ficou famoso após participar de outra iniciativa que levantou, com eloquência, não somente o problema do lixo, mas das pessoas que ganham a vida em torno do recolhimento e da reciclagem de resíduos sólidos: o filme Lixo Extraordinário (Waste Land, 2009). Nele, é mostrado o trabalho do artista plástico Vik Muniz em Jardim Gramacho, um dos maiores aterros sanitários do mundo. Retratando a realidade dos catadores de uma forma tocante e surpreendente, o filme contou com a produção do cineasta Fernando Meirelles e recebeu prêmios importantes como o Sundance, além de ser indicado ao Oscar deste ano de Melhor Documentário: um filme que se tornou referência em documentário e arte e acabou se transformando em bandeira dos catadores e da reciclagem.

A ACAMJG foi criada em 2004 para tratar da inclusão social dos catadores e organizá-los para o provável fechamento do aterro, no ano que vem, condenado por estudos da Companhia de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro. Segundo o estudo, o aterro, que recebe 80% do lixo produzido na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (cerca de mil toneladas por dia), está no limite de sua capacidade e, caso não seja fechado, pode se tornar um desastre ambiental grave.

O sociólogo Jorge Pinheiro, coordenador do site Lixo.com.br (espaço para a troca de informações sobre práticas sustentáveis na área de resíduos sólidos no Brasil e principalmente no Rio de Janeiro), declara em artigo no site que o aterro já apresenta sinais de que uma parte do lixo acumulado ali nos últimos 30 anos pode verter para dentro da Baía de Guanabara.

Segundo Pinheiro, desde 2005, a secretaria do Fórum Estadual Lixo e Cidadania – fundado em 1998 pela UNICEF - vem acompanhando a luta dos catadores de jardim Gramacho para garantir seu trabalho na cadeia da reciclagem, trabalho do qual dependem para sua subsistência. E que, sem custos para a sociedade, reintroduziu toneladas de matéria-prima reciclável no ciclo produtivo economizando preciosos recursos naturais.

Eco Cidadão: Outro projeto no Rio de Janeiro vem ganhando destaque no Brasil e no mundo é o Eco Cidadão. Fundado em 1997, o programa desenvolve campanhas educativas e projetos dirigidos à população em geral, buscando incluir os cidadãos no processo de preservação urbana e manutenção da limpeza da cidade, como o projeto Educação para Limpeza Urbana.

Segundo a coordenadora do programa, Marielza Horta, esse projeto buscou a educação a respeito da redução, disposição e destinação adequada do lixo e adoção de tecnologias limpas: “O programa Eco Cidadão foi pioneiro em incluir os cidadãos no processo de manutenção da limpeza urbana. Macaé não tem coleta seletiva, assim, incentivamos a doação de lixo reciclável para os catadores e instituições, além de provocarmos um debate positivo junto aos segmentos da sociedade sobre a questão”.
Outras práticas incentivadas pelo Eco Cidadão em projetos desenvolvidos a curto e longo prazos estão agricultura urbana agroecológica, uso sustentável da água, preservação do Rio Macaé, consumo consciente, seguranças alimentar e nutricional e o desenvolvimento do sentimento de pertencimento comunitário, com a construção de valores da cultura da paz.

Marielza conta que, entre os resultados alcançados estão a implementação de seis hortas comunitárias e jardins produtivos junto às comunidades beneficiadas pelo projeto Cultivar Plantas - Cultivar Paz, além de implementação de seis bibliotecas comunitárias.

O projeto já recebeu prêmios de várias entidades da ONU e da União Europeia. “Temos como um dos objetivos disseminar os valores e princípios da educação ambiental, por meio de nossas práticas e metodologia, que são de fácil reaplicabilidade”, informa Marielza. “Estamos disponíveis para replicar o trabalho desenvolvido aqui em outras regiões, essa é nossa missão.”


Foto: Chico Buarque numa das peças publicitárias da campanha: “O lixo está se tornando um problema cada dia mais sério”
Foto: Obra do artista plástico Vik Muniz produzida com lixo reciclável e inspirada em catadora do Jardim Gramacho


** Texto divulgado originalmente na edição 25 da Revista Geração Sustentável - jornalista Leticia Ferreira.

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Veja os conteúdos dessa edição:

Matérias:
Capa: Saiba como andam as práticas de sustentabilidade dos bancos brasileiros
Entrevista com Manfred Alfonso Dasenbrock - Sicredi PR
Desenvolvimento Local: Iniciativa sustentável inova modelo de entregas
Responsabilidade Social: Sustentabilidade - da teoria à prática

Artigos:
Ivan Dutra - Da Tunísia a Wall Street
Jeronimo Mendes - O encanto permance, mais o gosto muda
Yuri Beltramin - Como estamos construíndo nosso mundo sustentável?

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INICIATIVA SUSTENTÁVEL INOVA MODELO DE ENTREGAS

Pedalando, bikeboys proporcionam um serviço de ecodelivery com agilidade e economia

Um novo modelo de entrega vem ganhando visibilidade nas ruas de Curitiba: no lugar de motos, bicicletas... e em vez da figura do motoboy, o bikeboy. Já bastante comum na Europa, a entrega sustentável, ou a chamada ecodelivery, aposta principalmente na agilidade deste meio de transporte que venceu pelo 5ª ano consecutivo o desafio intermodal realizado em Curitiba, sendo considerado o meio mais eficiente para atravessar o centro da cidade em horário de pico; e no caráter sustentável que tem por não poluir o meio ambiente.

Tendo em vista a demanda da capital paranaense, também conhecida como capital ecológica, que como outras cidades brasileiras sofrem cada vez mais com problemas de trânsito, o empresário Cristian Trentin decidiu investir na proposta das ecobikes, oferecendo uma alternativa de entrega que, segundo o empreendedor, além de proporcionar mais agilidade, evita a emissão de cerca de 20 Kg de CO2 por dia - já que cada ciclista percorre em média 70 km por dia, o equivalente a 5 Kg de CO2, e a empresa conta hoje com 5 bikers entregadores ou bikeboys, como são conhecidos.

Apenas há quatro meses e meio na capital paranaense, a mais nova opção para entregas e coletas de até três quilos já atende bancos, cartórios, laboratórios, farmácias, profissionais liberais e empresas, etc.. com cerca de 50 clientes em 46 regiões da cidade, sendo a área de cobertura para corridas esporádicas de 10 a 15 km da sede da empresa no Água Verde. Além dessas entregas, os clientes da EcoBike Courier podem optar por modalidades mais completas de serviço, em que um bikeboy pode ser alocado para atender uma única empresa durante uma parte do dia por exemplo ou em período integral.

Entre os clientes que recebem atendimento fixo mensal, o diretor da empresa DeltaCard, Diego Sampaio, conta que já havia contratado o serviço antes mesmo de ele passar a funcionar. Para Sampaio, as vantagens de contratar esse serviço são principalmente a apresentação e o atendimento do bikeboy, a sustentabilidade da entrega, e o custo atrativo. O diretor da empresa com atuação no segmento de marketing afirma que além dos elogios dos clientes que são atendidos, alguns que passaram a conhecer o modelo de entrega também contrataram o serviço.

Cristian Trentin explica ainda que no quesito financeiro, a bicicleta promete até 30%de redução de custos da entrega. Por exemplo, com um serviço de motoboy para ir até 5 bancos são cobradas 5 corridas, afirma Trentin acrescentando que este novo modelo cobra apenas 1 corrida mais os pontos adicionais, que tem um valor
diferenciado. “Uma empresa que gastava cerca de R$1.500,00 com entrega por motoboy, hoje gasta 700 reais mensais com as ecobikes”, relata o diretor da EcoBike Courier. No site da empresa, também é possível simular o custo do trajeto, acessando o endereço eletrônico www.ecobikecourier.com.br, no qual os clientes têm a opção de acessar o sistema Tarifa de Bike; e também conhecer os bikeboys da empresa.

O bikeboy é justamente outro diferencial desse novo modelo de entrega. Instruído desde o primeiro momento com base em uma cartilha específica com as normas da empresa, o ciclista recebe treinamento para oferecer um atendimento diferenciado aos clientes, trabalhando uniformizados, transportando as encomendas em envelopes lacrados e tendo uma boa comunicação com o público. Além disso, Trentin garante que há uma preocupação com os funcionários, que além de serem registrados, também têm seguro de vida – o que nem sempre acontece com os motoboys que muitas vezes trabalham como freelancer.

Com 4 ciclistas na linha de frente da empresa hoje, o plano de expansão da EcoBike Courier visa contratar mais ciclistas nos próximos meses, completando um quadro de 12 bikeboys em 6 meses de atuação. Kevin Alexando é um deles, o mais recente contratado que antes trabalhava como cabeleireiro autônomo e agora trabalha pedalando e queimando calorias. Para Kevin, que conta pedalar há muito tempo, o trabalho é muito legal: “Além de fazer o que eu gosto, ainda é saudável e acabo fazendo amizades”, afirma o jovem.

Segundo o empresário Cristian Trentin, muitos idosos também procuram o serviço de entrega sustentável devido à qualidade do atendimento, mas eles não são os únicos. Um dos clientes que deixou de utilizar outros serviços de entrega para adotar exclusivamente esse modelo é o Shopping Curitiba. De acordo com a coordenadora de marketing do shopping, Elsie Herbert, a postura dos bikeboys é diferente, menos informal e causa uma boa impressão. Além disso, um levantamento realizado pelo shopping comprovou que o serviço é 100% mais ágil e acima de 30% mais econômico. Outro benefício destacado pela profissional é que a intenção do modelo é nobre e o planeta é que ganha em primeiro lugar.

E assim, em contínuo crescimento, o negócio idealizado por Trentin, além de gerar lucros, alcança um objetivo ainda maior de impactar positivamente na cidade e no mundo.


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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Artigo: Comunicação como estratégia de sustentabilidade empresarial

O desafio das companhias é reinventar-se para alçar o desenvolvimento, crescer transformando a realidade presente em melhoria global

Por Clarice Pereira

Com a escassez de recursos naturais que vivemos atualmente, a palavra sustentabilidade virou sinônimo de sobrevivência, não só para o planeta e seus habitantes, mas principalmente, para as empresas que querem garantir rentabilidade aliando responsabilidade ambiental e ações de cidadania. O crescimento mundial - populacional e econômico - não é sustentável! Portanto, o desafio das companhias é reinventar-se para alçar o desenvolvimento, crescer transformando a realidade presente em melhoria global.

Originariamente sustentabilidade tem a ver com longevidade, com mudança de hábitos e de cultura, com resiliência e superação, isto é, com a capacidade de se transformar para sobreviver às intempéries e evoluir com a natureza. Hoje, no entanto, ser um negócio sustentável virou uma espécie de modismo e o conceito vem sendo empregado, inclusive, por aqueles cujas práticas não correspondem integralmente à proteção ambiental ou à qualidade de vida das comunidades envolvidas nem com a longevidade do negócio.

Medidas simples como reciclagem, destinação adequada de resíduos, produtos tóxicos e restos de matéria-prima e o reuso de materiais podem fazer alguma diferença nos aspectos ambientais, mas para a construção de diretrizes realmente sustentáveis é preciso implementar soluções e estratégias de sustentabilidade empresarial, entre elas a comunicação. Mais que boa vontade, é preciso ter uma espinha dorsal alicerçada em conceitos, práticas e resultados, que torne sustentável também a cadeia de suprimentos e fornecedores.

No Brasil, a maioria das ações de sustentabilidade ainda está engatinhando. Teremos que nos esforçar muito mais para conciliar nosso processo produtivo com a preservação do meio ambiente e da sociedade como um todo. O caminho é o equilíbrio entre pessoas, natureza e negócios, num jogo de ganha-ganha, em que todas as partes se beneficiem e, neste aspecto, a comunicação é imprescindível.

Como não é possível, no curto prazo, mudar a organização inteira, é preciso escolher dentre as áreas, as mais críticas, para criar uma situação favorável às mudanças e transformar cada caso em oportunidade e esperança de um futuro melhor. Para conseguir êxito nas medidas de desenvolvimento sustentável, em primeiro lugar, é preciso conscientizar a base da pirâmide produtiva sobre a urgência das ações em defesa do meio ambiente e suas consequências na vida das pessoas. A capacitação sobre práticas de sustentabilidade, para o quadro funcional e fornecedores desenvolverem suas atividades, também faz parte da estratégia de desenvolvimento sustentável. Faz-se necessário ainda, compartilhar informações sobre responsabilidade socioambiental e trocar experiências com objetivo de transformação cultural.

Instrumentos de comunicação permitem construir e melhorar a imagem de uma empresa, entidades e públicos internos e externos. Até mesmo influenciar consumidores e ganhar novos seguidores. Também possibilita que as empresas posicionem-se em seu mercado de atuação. Alcançar a meta desejada depende de uma estratégia bem elaborada e que caiba no bolso do investidor. Para fazer parte do alinhamento estratégico ligado aos preceitos de sustentabilidade, a comunicação deve obrigatoriamente estar focada ao pensamento, aos negócios e aos objetivos do empreendimento.

Tomemos casos de sucesso no "Planejamento Estratégico de Sustentabilidade Empresarial", como o da Natura, por exemplo, que obedecem as diretrizes de: responsabilidade para com as gerações futuras; educação ambiental; gerenciamento do impacto ao meio ambiente; do ciclo de vida de produtos e serviços; e da minimização de entradas e saídas de materiais.

Para isso, a fabricante de cosméticos cumpre todos os requisitos legais, controla todas as fases de produção, reduz a utilização de insumos que prejudiquem a ecologia, bem como, extinguiu os testes em cobaias e as embalagens ecologicamente incorretas. Outro detalhe é o emprego de tecnologias limpas e a promoção da melhoria contínua nos processos de toda sua cadeia produtiva, com redução de emissões de gases geradores do efeito estufa. Também procura desenvolver modelos de negócios que levem em conta os princípios e as oportunidades advindas da sustentabilidade. Além disso, adota instrumentos capazes de medir, monitorar e auditar o consumo de recursos naturais e a geração de resíduos. A empresa ainda está preparada para quaisquer tipos de incidentes e comunica isto o tempo todo em seus informativos internos e externos, em suas notícias divulgadas pela imprensa, em seu material institucional e mercadológico.

A sociedade de consumo valoriza atitudes como o gerenciamento da qualidade do ar, da água e do solo, o controle de efeitos sonoros, a redução do desperdício, o uso de materiais biodegradáveis, a compensação de pegadas ambientais. Essas, entre outras iniciativas, devem fazer parte das estratégias de sustentabilidade de empresas comprometidas com um planeta melhor para os nossos filhos e devem ser exaustivamente anunciadas às futuras gerações.

No Brasil já foi criado, por iniciativa da Bolsa de Valores de São Paulo, Fundação Getúlio Vargas, Instituto Ethos e Ministério do Meio Ambiente, um Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). Seu intuito é incentivar os investidores a aplicarem seu capital em empresas que trabalhem com políticas de desenvolvimento sustentável, responsabilidade social e ambiental, compromisso ético e boas práticas de negócios.

Embora algumas corporações pensem nisso apenas como retorno de marketing, que podem auferir da sustentabilidade empresarial, essa nova abordagem deve ser empregada conscientemente, no sentido de reintegrar o homem à natureza. Muitos empreendimentos já adotaram o conceito de responsabilidade socioambiental empresarial em seus processos produtivos e o transferem à cadeia de fornecedores e parceiros. As companhias nacionais têm que repensar o jeito de fazer negócios, respeitando o que é ecologicamente correto, ao mesmo tempo, economicamente viável; socialmente justo e culturalmente aceito.

Anúncios e divulgações a respeito podem dar excelentes resultados na adesão do conceito da sustentabilidade. O que garantirá seu sucesso é o alinhamento da forma de comunicação às necessidades de cada empresa. Para isso é preciso saber onde se está e onde se quer chegar!

Clarice Pereira é jornalista e comanda a assessoria de comunicação integrada Link Portal da Comunicação

Fonte: http://www.administradores.com.br/

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Clima tem peso na Carteira do ISE para 2012

As empresas que compõem a carteira do ISE tiveram de responder questões relativas às mudanças climáticas e têm a opção de abrir o questionário ao público.

Inclusão do tema mudanças climáticas na avaliação, abertura da pontuação até nível de critérios, publicação dos questionários e ingresso de empresas do setor de transportes são as novidades desta sétima carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da BM&F Bovespa.

O ISE é composto por ações de empresas listadas em bolsa que possuem as melhores práticas em sustentabilidade. Para ter acesso à carteira, as corporações respondem a questionários de avaliação que incluem quesitos baseados no triple bottom line, governança corporativa e natureza do produto. A inserção da avaliação das mudanças climáticas procura fortalecer esse critério como um valor estratégico para a empresa, um valor a ser incorporado pela gestão em seu cerne. “Hoje, o departamento de sustentabilidade se reporta à alta administração, mostrando que há mudanças culturais acontecendo nas empresas”, contou Sonia Favaretto, diretora de Sustentabilidade da BM&F Bovespa. “O ISE é um índice financeiro como outro qualquer, também feito para ganhar dinheiro”, acrescentou.

Prova disso é o interesse de novos setores no ISE. Este ano, a CCR e a EcoRodovias ingressaram, representando o setor de transportes pela primeira vez. Com isso, a carteira atual possui aproximadamente 44% do valor total das empresas com ações mercado.

No que tange à abertura de pontuação com relação ao nível dos critérios avaliados, a ideia foi orientar as empresas no sentido de melhorar sua compreensão quanto à lógica de avaliação do índice e também prepará-las para melhorar seu desempenho. Dessa forma, o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces), parceiro técnico do ISE, mostra como entende os pesos dos itens avaliados.

Das 38 empresas listadas para 2012, oito permitiram que as respostas de seus questionários fossem disponibilizadas por meio do site www.isebovespa.com.br. Por tratar-se de um processo de mudança cultural e convencimento, o número de adesões foi considerado bom. A expectativa é que a cada ano mais empresas estejam dispostas a divulgar essas informações, provocadas pela crescente demanda dos stakeholders por transparência.

A sétima carteira do ISE, que vigora de 2 de janeiro a 31 de dezembro de 2012, reúne 51 ações de 38 companhias. Elas representam 18 setores e somam R$ 961 bilhões em valor de mercado, o equivalente a 43,72% do total do valor das companhias com ações negociadas na BM&F Bovespa (em 23/11/2011). Das 37 empresas da carteira anterior, 36 foram selecionadas também para a nova. E duas companhias ingressaram: as já citadas CCR e EcoRodovias. Com 38 companhias, a carteira de 2012 está próxima do limite máximo, que é de 40 empresas.

Compõem a carteira do ISE para 2012: AES Tietê, Anhanguera, Banco do Brasil, Bicbanco, Bradesco, Braskem, BRF Brasil Foods, CCR, Cemig, Cesp, Copel, Coelce, Copasa, CPFL, Duratex, Energias do Brasil, EcoRodovias, Eletrobras, Eletropaulo, Embraer, Even, Fibria, Gerdau, Gerdau Met, Itaúsa, Itaú Unibanco, Light, Natura, Redecard, Sabesp, Santander, Sulamérica, Suzano Papel e Celulose, Telemar, Tim Participações, Tractebel, Ultrapar e Vale.

Fonte: Ethos

CAMPANHA GLOBAL DA WSPA MOBILIZA PESSOAS PARA INCLUSÃO DO BEM-ESTAR ANIMAL NA AGENDA DA RIO+20

Como parte das iniciativas para melhorar a vida dos animais de produção, a WSPA - Sociedade Mundial de Proteção Animal lançou no dia 12/12 uma ação global online destinada a conscientizar as pessoas sobre a relação intrínseca entre o bem-estar dos animais de produção e o desenvolvimento sustentável.

No Brasil, a WSPA convidou seus apoiadores, no dia 09/12, a aderirem a uma carta que será enviada a representantes da ONU, na qual a sociedade civil manifesta a sua preocupação com o bem-estar dos animais de produção e a inclusão do tema na agenda da Rio+20. Até o momento, mais de 8 mil pessoas já assinaram a carta.

O governo brasileiro será o anfitrião da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que acontecerá em junho de 2012, no Rio de Janeiro, e a WSPA tem atuado firmemente para incluir o bem-estar dos animais de produção na agenda de discussões da Conferência.

"Neste momento, os estados-membro das Nações Unidas estão se preparando para a Rio+20, em 2012. É de extrema importância que eles incluam suas considerações sobre o bem-estar animal nesta fase preparatória, uma vez que essa questão é fundamental para enfrentarmos alguns dos nossos maiores desafios globais. Temos uma oportunidade única de colocarmos o bem-estar animal nas discussões sobre desenvolvimento sustentável.", observou a Dra. Lesley Lambert, consultora de políticas da WSPA.

Estudos de caso divulgados pela WSPA revelam que boas práticas na criação de animais geram benefícios para os animais, as pessoas e todo o planeta. "É urgente a adoção de um modelo sustentável em toda a cadeia produtiva da criação de animais. A indústria tem comprovado que melhorias nos processos de produção representam um ganho econômico significativo e tem um enorme impacto na qualidade de vida dos animais", destaca Ingrid Eder, Gerente de Campanhas da WSPA Brasil.

"Esta é a nossa chance de influenciar os debates do evento e de desenvolver políticas para a proteção dos animais em todo o mundo. Um futuro verdadeiramente sustentável só ocorrerá em sua plenitude se for baseado em boas práticas de bem-estar, com a proteção aos animais criados em fazendas e ao meio ambiente", afimou a Dra. Lesley.

A ação online faz parte da campanha "Pegada Animal", a ser lançada no Brasil em 2012. Acesse o site www.wspabrasil.org/pegadaanimal e veja como você pode ajudar!


Notas:

Saiba mais sobre a contribuição da WSPA para a Rio+20 até o momento:
http://www.earthsummit2012.org/news/animals-are-integral-to-the-green-economy
http://www.earthsummit2012.org/other-publications/wspa-briefing-document-for-rio20-why-livestock-and-humane-sustainable-agriculture-matter-at-rio20
http://www.earthsummit2012.org/other-publications/wspa-publish-case-study-humane-sustainable-poultry-benefits-poo r
http://www.stakeholderforum.org/fileadmin/files/World%20Society%20for%20the%20Protection%20of%20Animals.pdf

Para mais informações, entre em contato com Flávia Ribeiro: 21 3820 8215 / 21 8306 0712 / flaviaribeiro@wspabr.org ou Izabela Bringel 21 3820 8216 izabelabringel@wspabr.org


A WSPA - Sociedade Mundial de Proteção Animal busca um mundo onde o bem-estar animal importe e a crueldade contra animais tenha fim. Com este objetivo, está presentes em diversos países, trabalhando diretamente com animais, pessoas e organizações voltadas a garantir um tratamento digno e respeitoso a todos os animais. Atua efetivamente para combater os problemas que mais afligem os animais no mundo de hoje e é líder mundial em campanhas de socorro a animais em situações de desastre e na redução de riscos. Em âmbito global, a WSPA tem status consultivo no Conselho Europeu, colaborando também com governos de vários países e com as Nações Unidas para a inclusão do conceito de bem-estar animal nos debates mais relevantes da atualidade.

Fonte: WSPA

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Você conhece a Rota da Reciclagem?

Apoiado pela Tetrapak, este site permite ao usuário identificar o ponto de coleta ou a cooperativa de reciclagem mais próxima de onde ele se encontra.

Algumas vezes não se consegue encaminhar algo para reciclagem simplesmente porque não se sabe para onde. A fim de facilitar a vida das pessoas em relação ao descarte de resíduos que podem e devem ter uma destinação produtiva ou adequada, existe um site que dá o endereço de pontos de coleta em todo o Brasil.

Trata-se do Rota da Reciclagem, um espaço na rede que dispõe de um serviço de busca por meio de mapas que permite ao usuário identificar o ponto de coleta ou a cooperativa de reciclagem mais próxima de onde ele está. Informa ainda onde estão localizadas as empresas comerciais que trabalham com compra de materiais recicláveis e os pontos de entrega voluntária.

Esta iniciativa recebe o apoio da Tetrapak e está em constante atualização, contando para isso com a participação dos usuários, que podem informar sobre iniciativas de coleta seletiva que ainda não estejam listadas no site.

Prêmio ITC SustentaX de Sustentabilidade 2011 tem inscrições até 30/12

Para reconhecer as construtoras mais sustentáveis do país, nos segmentos comercial, industrial, residencial e residencial baixa renda, a Inteligência Empresarial da Construção (ITC), que atua há mais de 30 anos com informações sobre construção, e o Grupo SustentaX, especializado em sustentabilidade corporativa de empreendimentos, produtos e serviços, uniram-se e lançaram em 2010 o Prêmio ITC SustentaX de Sustentabilidade, que chega agora à sua segunda edição, com inscrições abertas até 30 de dezembro de 2011.

O objetivo do prêmio é distinguir entre as 100 maiores construtoras do país, em levantamento realizado pela ITC pelo critério de metros quadrados construídos, as que mais se destacaram em gestão empresarial sustentável e responsabilidade socioambiental. Será premiada uma empresa em cada uma das seguintes categorias: Residencial, Comercial, Residencial Baixa Renda e Industrial.

O prêmio é único no setor e avalia não apenas as ações ambientais nas obras, mas também questões relativas à gestão sustentável, garantia de qualidade e de segurança, combate ao desperdício, medidas para aumento de produtividade e seleção de fornecedores socioambientalmente responsáveis. Aspectos sociais também são contemplados, tais como respeito à cidadania, contratação e gestão de pessoal, instalações disponibilizadas aos trabalhadores e relacionamento com a vizinhança, entre outros.

Para se candidatar ao prêmio, a construtora deverá estar listada entre as 100 maiores, em levantamento realizado pela ITC. Além disso, deve apresentar a seguinte documentação:
• inscrição nível 3 no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (Sicaf), que é emitida gratuitamente por órgãos do governo federal, comprovando a regularidade jurídico fiscal da empresa;
• comprovação de que é signatária do Pacto Global da ONU;
• declaração de ausência de processos ambientais por parte de órgãos públicos;
• comprovação de que não se encontra nas listas de trabalho escravo e infantil do Ministério do Trabalho; e
• descrição dos principais impactos, riscos e oportunidades de sua atuação.

Tendo esses pré-requisitos, a candidata pode enviar planilha de avaliação respondida, com itens referentes aos seus procedimentos para uma gestão sustentável, para a preservação ambiental em obra e de respeito à cidadania nos canteiros. Com as respostas, a equipe da SustentaX realizará auditorias nos canteiros e solicitará as comprovações documentais correspondentes.

A planilha com os critérios de avaliação está disponível para download em http://www.gruposustentax.com.br/premio/criterios.pdf. Depois de preenchida, deve ser enviada para o e-mail ranking@itc.etc.br . Mais informações sobre o prêmio podem ser obtidas pelo telefone (11) 3527-7524, com Carla Melo.

A entrega do prêmio está prevista para 14 de março de 2012, em São Paulo.

Oportunidade: Fundação Grupo Boticário

A Fundação Grupo Boticário está contratando profissional com experiência em economia ambiental para trabalhar em Curitiba-PR, com temáticas relacionadas a serviços ambientais, valoração de danos ambientais, conservação da natureza e negócios sustentáveis.

Vaga 453139 - Analista Projetos Ambientais Senior

Responsabilidades:
- Criação, implementação e monitoramento de modelos de valoração ambiental.
- Criação e implementação de novas estratégias de conservação da natureza.
- Incentivo a políticas públicas de conservação da natureza e negócios sustentáveis.
- Viagens de campo para desenvolvimento e acompanhamento de projetos.
- Participação em eventos e reuniões técnicas sobre economia e biodiversidade.
- Acompanhamento de cenários e tendências de conservação da natureza.
Pré-requisitos:
- Formação superior completa em Economia, Administração, Direito, Ciências Agrárias ou Biológicas e afins;
- Pós-graduação concluída;
- Experiência profissional prática de 5 anos em serviços ambientais, economia ambiental, valoração de danos ambientais, legislação ambiental, manejo sustentável de recursos naturais, políticas públicas de conservação da natureza, serviços ambientais.

Disponibilidade para viagens
Salário a combinar
Horário administrativo

Benefícios:
- Assistência Médica
- Assitência Odontológica
- Seguro de Vida
- Previdência Privada
- Vale Refeição
- Vale Alimentação
- VT

ENVIAR CURRÍCULO PARA: andref@fundacaogrupoboticario.org.br

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Acesso versão digital Revista Geração Sustentável

Seguem os links para acesso digital das três últimas edições da revista Geração Sustentável. Através da plataforma page-flip você poderá folhear a revista na tela de seu computador e acessar diversos conteúdos sobre o tema sustentabilidade corporativa.

A Geração Sustentável está no mercado desde 2007 e nestes quatro anos já publicou 25 edições. Nosso projeto foi idealizado por empreendedores que acreditam que as questões voltadas ao tema sustentabilidade, farão, cada vez mais, parte da vida das pessoas como influenciarão nas estratégias empresariais.

Boa Leitura!

Pedro Salanek Filho – Diretor Executivo


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Edição 23

Mais tratamento e transparência nos efluentes


Esta edição traz os efluentes, como tema de capa, que são classificados com um dos maiores poluidores ambientais provocados pelos negócios, em especial pelas indústrias. A gestão e o tratamento desses resíduos são um dos principais desafios nos sistemas de gestão ambiental das empresas.





Edição 24

Construção Civil: um dos motores da atual economia brasileira

“A construção civil é um dos setores mais promissores para as próximas décadas”. Com certeza, você leitor, já deve ter ouvido muito essa frase, seja nos discursos econômicos para aquecer o mercado ou nas pomposas promessas governamentais de políticas públicas. Mas vamos deixar esses dois discursos míopes de lado e focar no lado estratégico do setor!



Edição 25

Por que escutamos falar tanto em sustentabilidade no setor financeiro?


O setor financeiro é um dos que mais investem na publicidade em sustentabilidade no Brasil. Mas o que os bancos realmente impactam no meio ambiente e na sociedade para toda essa divulgação? Em um primeiro momento, podemos dizer que usando papel e gastando energia em suas agências...


Acesse aqui outras edições!

Aberto até 22/12 edital da C2i Incubadora



Restaurantes Subway substituem embalagens e sacolas plásticas por papel

A sacola em que o sanduiche é colocado para a entrega e as embalagens dos guardanapos estão sendo trocadas por papel, na rede Subway. A Guardanapos Leal, indústria paranaense líder na fabricação de guardanapos, é a responsável pela mudança nas embalagens da rede no Brasil.

A retirada do plástico atente a um pedido dos clientes e da legislação. "A Subway se preocupa com o meio ambiente e tem trazido cada vez mais esse conceito para suas lojas", conta Roberta Damasceno, gerente nacional da rede.

A principal vantagem do papel é ser 100% reciclável e provido de fontes renováveis. "Fornecemos mensalmente 30 toneladas de guardanapos embalados para a para a rede Subway. Isso significa que, com o novo produto, seis toneladas de plástico deixarão de ser depositados na natureza nesse período. Quanto às sacolas, a pedido do cliente, desenvolvemos o modelo em papel que foi aprovado e a partir de agora também serão fornecidas por nós", explica o diretor da Guardanapos Leal, Hildebrando Tuca Reinert.

"A migração do plástico para o papel está em ritmo acelerado. A meta é que até o final do primeiro bimestre de 2012 o plástico seja eliminado da nossa cadeia produtiva. Nossos clientes sairão na frente por oferecer um produto sustentável ao consumidor final", explica.

Segundo Reinert, o mercado brasileiro está se sensibilizando com as questões ambientais. "As marcas precisam estar atentas porque o consumidor já encara a sustentabilidade como uma obrigação", ressalta.

Fonte: M5 Comunicação Integrada

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Especificações técnicas do carro elétrico (Nissan Leaf)

O estilo diferenciado do exterior do Nissan LEAF é caracterizado por um design em forma de V vertical acentuado, longos faróis dianteiros de LED inclinados para cima com uma aparência refletiva interna azul. Os faróis dianteiros dividem e redirecionam o fluxo de ar dos retrovisores externos, reduzindo o ruído do vento. Uma antena localizada no teto com emissão de vórtices inovadora é um dos muitos elementos de design utilizados para auxiliar a reduzir o ruído do vento. Outros recursos de redução de ruído incluem um motor silencioso do limpador do pára-brisa, um design do pára-brisa de isolamento sonoro e um sistema motor-mounting de isolamento duplo. Os faróis dianteiros consomem cerca de 50% da eletricidade de faróis de halogênio convencionais.

O exterior utiliza ainda um aerofólio traseiro padrão, carroceria inferior plana com difusor traseiro e faróis traseiros de LED em formato aerodinâmico. O ponto de recarga fica escondido sob uma pequena porta localizada na dianteira do veículo. O design hatch de 4 portas também possui maçanetas de cromo, retrovisores externos aerodinâmicos e um ambiente interno luminoso. As rodas de liga de alumínio aro 16 e cinco raios com pneus Bridgestone Ecopia P205/55R16 são itens de série.

O Nissan LEAF tem uma vantagem em que a força de frenagem é utilizada para alimentar novamente a bateria, ao invés de desperdiçá-la como em um veículo tradicional. Ao acionar os freios ou reduzir a velocidade tirando o pé do acelerador, o motor elétrico atua como um gerador elétrico, convertendo a energia que seria de outro modo desperdiçada em energia da bateria. Para aumentar a frenagem regenerativa, há uma configuração de modo Eco controlada pelo motorista, que também pode ser usado para reduzir o ar-condicionado e, assim, melhorar a autonomia ao dirigir em áreas urbanas.

O espaçoso interior do Nissan LEAF oferece um design agradavelmente moderno com painel e iluminação de luzes azuis, console central piano “flutuante” preto e bancos traseiros bipartidos 60/40 dobráveis. O tecido dos bancos é parcialmente feito de materiais reciclados. Os materiais reciclados são utilizados também para o acabamento das portas traseiras, acabamento do teto, carpete e uma série de outros elementos interiores, tais como os painéis das portas e a tampa do compartimento do console central. A interface exclusiva EV-IT utiliza o sistema CARWINGS conectado a um centro de dados global (sem custo adicional por 36 meses).

O painel digital inclui um velocímetro, indicador de temperatura da bateria, medidor de energia, medidor de energia restante, indicador de nível de capacidade, um display de autonomia e Eco indicator. O monitor padrão exibe ainda a “área de alcance”, bem como uma seleção das estações de carregamento próximas.
Os motoristas do Nissan LEAF poderão utilizar telefones celulares com acesso à web para ligar o ar-condicionado e configurar funções de recarga remotamente, mesmo quando o veículo estiver desligado. Um timer de bordo controlado de forma remota também pode ser programado para iniciar a recarga.

Os sistemas de segurança do Nissan LEAF incluem seis airbags, sistema de freios ABS nas quatro rodas, sistema VDC e Sistema de Controle de Tração (TCS).

O Nissan LEAF é oferecido em dois modelos: SV e SL. O LEAF SL inclui um aerofólio com painel solar fotovoltaico que suporta recarga de bateria de 12v para acessórios de carro, farol de neblina, faróis dianteiros automáticos, tampa do bagageiro e mais. Estão disponíveis cinco cores externas: Pérola Glacial, Azul Oceano, Prata Brilhante, Super Preto e Vermelho Cayenne. O sistema de Navegação Nissan, XM Satellite Radio (XM exige assinatura, vendido separadamente) e o Sistema de Telefone Hands-Free Bluetooth são itens de série. O LEAF SL vem com Monitor Retrovisor e Transceptor Universal HomeLink que também são itens de série.

Carro elétrico em larga escala já é uma realidade

NISSAN LEAF, PRIMEIRO CARRO 100% ELÉTRICO, PRODUZIDO EM LARGA ESCALA

Disponível nos mercados dos Estados Unidos, Japão e alguns países da Europa, esse veículo anuncia uma nova era de mobilidade, a de zero emissão

O Nissan LEAF, primeiro carro produzido em larga escala 100% elétrico, anuncia uma nova era de mobilidade – a era de emissão zero. Diferentemente de veículos equipados com motor de combustão interna, o sistema de transmissão do LEAF não possui tubo de escape e, portanto, nenhuma emissão de CO2 ou outros gases de efeito estufa. (Nas fotos: Pedro Salanek Filho, diretor executivo da revista Geração Sustentável)

Desenvolvido com chassi movido a bateria de íon de lítio, possui autonomia de 160 km com uma única carga (de acordo com dados da US EPA City Cicle), capaz de se recarregar completamente em 8 horas, em uma tomada de 220 volts, ou ainda de ter 80% de carga em apenas 30 minutos, utilizando um carregador de 400 volts. O pacote de bateria íon de lítio avançado contém uma garantia de 8 anos ou 160.000 km. O LEAF é um hatch de porte médio com cinco lugares confortáveis, motor CA síncrono de grande resposta (80 kW) que gera 107 cv e um torque de 28,5 kgfm. Oferece 100% de seu torque desde o início, proporcionando aceleração suave e consistente, com sensação de condução semelhante à de um motor V6 convencional.

É um "carro de verdade", que não emite poluentes, acessível e com autonomia de carga suficiente para as necessidades urbanas. Nos Estados Unidos, por exemplo, o LEAF é comercializado por US$ 32.700, sem contar os descontos proporcionados pelo governo local que está incentivando o carro elétrico tanto para a indústria quanto para o mercado.

O Nissan LEAF é a incorporação da visão inovadora da marca em relação ao futuro e a décadas de investimentos e pesquisas. A companhia tem uma abordagem holística para o modelo de negócios do veículo elétrico, o que significa pensar em longo prazo e estar orientada a definir alianças e parcerias que tornam viável sua comercialização. Para isso, programas de mobilidade com emissão zero foram firmados com governos locais e instituições privadas de países como Reino Unido, Portugal, Japão e Estados Unidos, no total de mais de 30 parcerias no mundo. No Brasil, a cidade de São Paulo, foi a primeira a assinar um termo de compromisso para estudar a implantação de uma rede de recargas para este tipo de automóvel.

Fabricado atualmente em Oppama, no Japão, ele terá a produção em Smyrna, Tennessee, EUA, em 2012. Enquanto isso, baterias de íon lítio estão sendo produzidas em Zama, Japão, com produção adicional planejada para EUA, Reino Unido e Portugal, e outros locais para investimento estão em estudo no mundo.

Lançado em 2010 no Japão, EUA e em alguns países da Europa, o Nissan LEAF revolucionou o conceito de mobilidade e marcou uma nova era para a indústria automotiva. Neste ano, conquistou o principal reconhecimento do setor automotivo, o prêmio “Carro do Ano 2011” nos EUA, além do “Carro do Ano” na Europa e o “Top Safety 2011”.

Conheça aqui as especificações técnicas!

O estilo diferenciado do exterior do Nissan LEAF é caracterizado por um design em forma de V vertical acentuado, longos faróis dianteiros de LED inclinados para cima com uma aparência refletiva interna azul

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Lançamento do Livro: Sustentabilidade Planetária - Onde eu entro nisso?

Abrindo o silêncio para o mundo

Inclusão social dos surdos é meta da parceria do Instituto Seli e Grupo Uninter

Formação e educação são bases para o desenvolvimento de qualquer ser humano. Por isso são tão importantes e valorizadas no mundo atual, que requer de cada indivíduo uma capacidade de interação e atuação independentes e certeiras.

Visualizando essas necessidades na sociedade atual, o Instituto SELI (Surdez Educação Linguagem e Inclusão) se organizou-se para dar aos surdos a oportunidade de atuação na sociedade em geral de igual para igual com pessoas que não tem o silêncio como parceiro diário. “O objetivo do instituto é formar e educar cidadãos surdos com consciência e capacidade de atuação na sociedade, permitindo que tenham liberdade de expressão e exerçam sua individualidade”, afirma Márcia Miola, diretora do Instituto SELI.

O Instituto SELI começou suas atividades em 2002, quando abriu as portas de sua escola para atender alunos surdos no período escolar da Educação Infantil e na primeira fase do Ensino Fundamental. Com a atuação diária, o instituto foi percebendo novas necessidades do universo dos surdos, ampliando, assim, sua atuação. Hoje, o instituto atua em cinco diferentes frentes: colégio, cursos, capacitação, clínica e cultura surda. O trabalho visa à inclusão da pessoa surda desde o momento do seu diagnóstico até sua atuação no mercado de trabalho. "O acompanhamento inclui desde a formação escolar, com enfoque bilíngue, passando pela capacitação técnica, graduação, pós-graduação e encaminhamento profissional. Além do trabalho com a pessoa surda, é feito também um trabalho com as famílias, para que vivenciem junto à trajetória”, explica Márcia.

Além do trabalho com os surdos, o instituto trabalha na divulgação da cultura surda em diversos eventos e mantém um centro de formação para quem vai trabalhar com a comunidade de surdos. “O Instituto SELI preocupa-se em formar profissionais que vão atuar com essas pessoas. O instituto trabalha na formação de professores de alunos surdos, de intérpretes de LIBRAS e de pessoas interessadas em conhecer a cultura surda”, afirma Márcia. O Instituto oferece aos profissionais que atuam com a comunidade surda cursos de pós-graduação com foco específico, como “Libras e educação dos surdos”, “Agente Bicultural: Docente e Intérprete” e “Tecnologias Assistivas na Educação Inclusiva”, chancelados pelo IBPEX. “Os mesmos cursos são ofertados em outras regiões, sendovisto que na cidade de Belo Horizonte temos uma turma com 15 alunos surdos, sendo um deles cego e surdo”, afirma Ana Carolina Castelli da Silva, coordenadora de pós- graduação da área de Ciências Humanas e Educação do IBPEX, empresa do Grupo Uninter de Curitiba, parceira do Instituto SELI em São Paulo.

"A atuação do Instituto repercute socialmente além das paredes de seu prédio”, garante Ana Carolina. Isso porque o instituto trabalha além da formação de pessoas surdas qualificadas e com identidade bem resolvidas, mas também ajudam empresários a ter retorno positivo no investimento em políticas de cotas, ajuda famílias a visualizar e reconhecer a autonomia da pessoa surda na família, criando assim uma dinâmica familiar equilibrada. Ainda nesse sentido, o instituto tem um papel social importante, pois ajuda a sociedade a adotar posturas éticas perante a surdez, pois capacita o surdo para exercer sua cidadania de forma madura, conscientes de seus direitos e deveres sociais. “Aquilo que antes era visto como 'incapacidade', passou a ser percebido como diferença a ser aceita, com as devidas adaptações necessárias a cada pessoa. E isso to é inclusão social. Cada vez que faço uma visita ao Instituto fico mais apaixonada e encantada com o trabalho desenvolvido”, comenta Ana Carolina.



Parceria Seli-Uninter

A parceria estabelecida entre o Instituto SELI e Uninter procura levar a sério o termo “parceria”, pois pressupõe que ambas as partes trabalhem em conjunto, levem em considerem ação os objetivos de ambas as partes e obtenham com isso resultados melhores e mais efetivos do que se trabalhassem individualmente. “Foi através dessa união que se tornou -se possível oferecer cursos específicos para capacitação para o trabalho com a comunidade surda”, explica Ana Carolina. Hoje, através desse trabalho, já são vários os grupos de pós-graduação e grupos de formação de professores e intérpretes para surdos em atividade. O próximo passo é a implantação dos cursos EAD (ensino àa distância), que vai permitir a ampliação do trabalho de capacitação profissional.



** Texto divulgado originalmente na edição 25 da Revista Geração Sustentável - jornalista Lyane Martinelli.

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Veja os conteúdos dessa edição:

Matérias:
Capa: Saiba como andam as práticas de sustentabilidade dos bancos brasileiros
Entrevista com Manfred Alfonso Dasenbrock - Sicredi PR
Desenvolvimento Local: Iniciativa sustentável inova modelo de entregas
Responsabilidade Social: Sustentabilidade - da teoria à prática
Gestão de Resíduos: Iniciativas privadas buscam educar a sociedade a reduzir, reutilizar e a reciclar lixo

Artigos:
Ivan Dutra - Da Tunísia a Wall Street
Jeronimo Mendes - O encanto permance, mais o gosto muda
Yuri Beltramin - Como estamos construíndo nosso mundo sustentável?

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*Promoção por tempo limitado

Hub Curitiba abre suas portas no dia 14 de dezembro

Espaço internacional de inovação social é inaugurado em Curitiba

O Hub, espaço e rede facilitadora da inovação e empreendedorismo presente em 28 cidades mundiais, ganha um espaço em Curitiba. O evento de inauguração acontecerá no dia 14 deste mês, no próprio local.

O Hub Curitiba já trabalha há 1 ano e meio realizando eventos e intervenções para inspirar o empreendedorismo criativo, inovador e de impacto positivo. Eventos de sucesso como o Start-up Lab, Hub Escola de Inverno e a co-realização do Quinze por Quinze são algumas das realizações que o Hub já trouxe à cidade.

Depois de tanta mobilização, é chegado o momento de inaugurar o espaço que conectará empreendedores e inovadores de Curitiba que trabalham rumo a um mundo radicalmente melhor. Num espaço de 430m² o Hub oferecerá serviços como: espaços inspiradores para reuniões, eventos e para trabalho; um canal virtual de relacionamento com uma comunidade local e global de empreendedores; atividades e oficinas para desenvolvimento pessoal e profissional em rede, além da promoção de eventos voltados à inovação social.

O Hub Curitiba integra uma comunidade de mais de 30 espaços espalhados por todos os continentes e que une mais de 4500 inovadores sociais. Descubra mais sobre o evento de inauguração e sobre como se tornar membro através dos links:
Site Hub Curitiba: www.hub-curitiba.com

Informações Gerais:

O quê? Inauguração do Hub Curitiba
Onde? Hub Curitiba – Rua Comendador Macedo, 233, Centro
Quando? Dia 14 de dezembro

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Projeto HUB Curitiba - FInanciamento Coletivo

O Hub Curitiba faz parte de uma rede presente em 28 cidades pelo mundo, a qual conta com uma comunidade de mais de 4500 inovadores sociais. Nosso objetivo é apoiar empreendedores através de serviços que estimulem o desenvolvimento de ideias e negócios inovadores.

E quais são estes serviços? Oferecemos espaços inspiradores para reuniões, eventos e de trabalho compartilhado (Hub Espaços), um canal para que você se relacione com uma comunidade local e global de empreendedores (Hub Conexão), atividades e oficinas para desenvolvimento pessoal e profissional em rede (Hub Labs) e a promoção de eventos voltados à inovação social abertos ao público externo (Hub Eventos).

Trabalhamos há mais de 1 ano com foco na formação de uma rede de pessoas e organizações voltadas à inovação social, tendo realizado 6 eventos próprios (com mais de 1000 participantes) e 6 intervenções e parcerias em outros eventos.

Agora é chegada a hora de inaugurarmos a sede do Hub Curitiba! A rede contará com um espaço de 430m2, localizado na Rua Comendador Macedo (Centro) e que já estará aberto ao público no mês de dezembro!

O Hub apoia a bicicleta como meio de transporte para os futuros frequentadores do espaço. Acreditamos que, além de não agredir o meio ambiente e depender de um único combustível (você), é de longe o transporte com o melhor custo/benefício social!

Também acreditamos que espaços devam se esforçar cada vez mais para permitir o acesso de pessoas de forma mais igualitária e inclusiva.

Portanto, para torná-lo ainda mais democrático, lançamos este projeto para viabilizar a instalação de um bicicletário e chuveiro, assim como a construção de uma entrada e banheiro acessíveis. Dessa forma, mais pessoas poderão se conectar ao HUB, se reunir e trabalhar para criar mudanças positivas que querem ver em Curitiba e no mundo!!!

Com o valor arrecadado, podemos garantir o material e mão-de-obra necessários para a viabilização de:

1) 1 rampa para tornar a entrada acessível
2) 1 banheiro acessível
3) 1 bicicletário
4) 1 chuveiro para os ciclistas.

Caso alcancemos um valor acima do estipulado, utilizaremos o restante para tornar o ambiente ainda mais confortável e inspirador para todos. Definiremos o que será transformado através da sua opinião, via votação online!

Falta uma semana (14/dezembro) para encerrar o prazo do financiamento coletivo do HUB Curitiba! A meta já foi atingida em 126%... Faça parte da construção do primeiro Hub do Sul do Brasil... Conecte-se ao Hub Curitiba!!!

http://hub-curitiba.com/
http://www.facebook.com/hub.curitiba
http://twitter.com/#!/hub_curitiba

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Como andam as práticas de sustentabilidade dos bancos brasileiros?

Em meio a juros altos, greves de funcionários e reclamações de clientes, bancos brasileiros seguem crescendo em lucratividade e, segundo declaram, sustentabilidade socioambiental

Os maiores bancos no Brasil baseiam sua publicidade em slogans que transmitem proximidade, amizade e até cumplicidade com o cliente: há o banco “todo seu”, o “feito para você”, o do “vamos fazer juntos”, o da “presença lado a lado com você”, aquele “que acredita nas pessoas” e até o que afirma que, para seus clientes, “o mundo não tem limites”. Tanto em peças publicitárias como em longos relatórios em seus sites, não cansam de exaltar suas práticas sustentáveis tanto financeiramente quanto social e ambientalmente.

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) divulgou, em junho deste ano, um, informe a respeito de responsabilidade social e sustentabilidade do setor financeiro em relação ao Protocolo Verde: assinado em 1995, é uma carta de intenções dos cinco bancos controlados pelo Governo Federal que se comprometem a incorporar a dimensão ambiental no seu sistema de análise e avaliação de projetos, e a priorizar ações de apoio ao desenvolvimento sustentável). São aderentes ao protocolo os bancos Bradesco, Banco do Brasil, HSBC e Santander que, procurados pela GERAÇÃO SUSTENTÁVEL, preferiram não comentar o assunto além das informações que se encontram em seus websites. A Caixa Econômica Federal que, segundo o relatório da Febraban, é respondente à Matriz de Indicadores do Protocolo Verde, também não deu retorno até o fechamento desta edição.

O informativo destaca algumas ações que ainda precisam ser tomadas por esses bancos e pelos outros listados como aderentes ao protocolo ou respondentes à matriz (Amazônia, BANCOOB, Banrisul, BIC, BPN, Cacique, Citi, Nordeste, Nossa Caixa Desenvolvimento, Rabobank, Safra, Sicredi, Sofisa, Tribanco e Votorantim): padronização dos procedimentos nos âmbitos federal, estadual e municipal; definição do conteúdo mínimo das licenças; disponibilização das informações por meio do PNLA – Portal Nacional de Licenciamento Ambiental, ajustado às esferas de governo; e relação de órgãos autorizados a emitir licenças ambientais de modo que todos os agentes de mercado reconheçam a legitimidade das licenças. O informativo destaca, ainda, as principais ações alcançadas pelo sistema financeiro brasileiro nas dimensões econômica (serviços bancários setoriais “verdes”), social e educativa (programas setoriais).

A preocupação das grandes instituições financeiras com essas áreas não é nova, nem se resume ao Brasil. Ainda em 2008, uma publicação do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), Sustentabilidade Financeira no Setor Financeiro: um Caso Prático (escrita por Victorio Mattarozzi e Cássio Trunkl) dizia, nas palavras do então chefe do Departamento de Meio Ambiente do BNDES, Eduardo Carvalho Bandeira de Mello, que essas iniciativas já eram bastante oportunas, ocorrendo em um momento em que os bancos no mundo estavam adaptando suas práticas e políticas no sentido de reforçarem seu compromisso com o meio ambiente. “Esse movimento não se dá por acaso. Além da importância crescente do risco ambiental e de sua consideração nas políticas bancárias de crédito, há que se ressaltar a crescente pressão de investidores, acionistas, fornecedores e clientes em geral no sentido de tornar as instituições financeiras efetivamente comprometidas com o desenvolvimento sustentável”.


Não ria

Um anúncio publicitário do banco holandês Triodos (com filiais em várias cidades da Europa), publicado em 22 de setembro de 2007 em três grandes jornais ingleses diz: “Ethical Banking. (Don’t laugh)” ou, em tradução livre, “Banco Ético (Não ria)”.

Para explicar melhor a aparente contradição e trazê-la à realidade brasileira, os pesquisadores Clarissa Lins e Daniel Wajnberg afirmam, na pesquisa Sustentabilidade Corporativa no Setor Financeiro Brasileiro, publicada em agosto de 2007 pela FBDS (Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável): “No Brasil, as altas taxas de juros e a má situação financeira de grande parte da população configuram um cenário onde esse tópico ganha especial relevância. O setor financeiro brasileiro possui uma imagem bastante negativa diante dos consumidores, muito associada aos vultosos lucros, aos níveis de spreads bancários praticados muito acima de padrões internacionais, além do fato de continuamente constar no topo das listas de reclamações de clientes por atendimento pouco satisfatório ou cobrança de taxas desconhecidas”.

Para a pesquisa, foram realizadas 67 entrevistas com altos executivos dos 10 maiores bancos do país, juntamente com a aplicação de 126 questionários direcionados aos entrevistados e ao nível gerencial médio. Foram analisados também os relatórios e sites das instituições pesquisadas, de forma a entender como as práticas de sustentabilidade estão sendo implementadas e reportadas.


Oligopólio e concentração de riqueza

Contudo, depois de quatro anos da publicação dessa pesquisa, como avaliar o papel do setor financeiro brasileiro? O Ph.D. em Economia - e autor de seis livros sobre o assunto - Judas Tadeu Grassi Mendes, fundador, diretor-presidente e professor da Estação Business School, em Curitiba (PR), não poupa críticas: “nunca antes na história deste país houve tanta concentração de riqueza nas mãos dos bancos quanto nos últimos dez anos, apesar de as classes de rendas mais baixas terem ascendido à classe média por conta, principalmente, do controle da inflação”, afirma.

Para ele, o setor financeiro brasileiro é oligopolizado: “os dez principais bancos controlam mais de 80% de todo o crédito no Brasil”. Mendes vê nas altas taxas de juros - spreads bancários - um dos principais problemas. Ele explica que os bancos captam a uma taxa próxima a 12% ao ano e emprestam a uma taxa média próxima a 50%, o que é fruto da combinação dos seguintes fatores: muitos impostos na intermediação financeira; recolhimento compulsório elevado; inadimplência elevada; alto custo operacional dos bancos no Brasil (o dobro da média mundial) e a rentabilidade exacerbada dos bancos (média acima de 20% ao ano). Além disso, metade do lucro das empresas se destina a despesas financeiras, ou seja, os juros consomem boa parte dos lucros corporativos.

Outra questão levantada por Mendes é a da dependência do governo brasileiro em relação aos bancos, na compra de títulos públicos: “O déficit público no conceito nominal (que inclui o pagamento de juros) é crônico. Apesar de tudo isso, os bancos não são culpados pela dependência do governo do setor financeiro. É o governo que tem de mudar a maneira da gestão pública”.


Crédito e consumo

Uma perspectiva mais ampla é a que sugere o psicólogo e mestre em Sustentabilidade, Marcelo Michelson. Ele coordena o projeto do Centro Nacional de Inteligência Organizacional a ser desenvolvido dentro do IBPEX, além de ser consultor associado da Reos Partners no Brasil, organização que trabalha com problemas sociais complexos envolvendo múltiplos stakeholders.

Para Michelson, o crédito no Brasil sempre foi muito caro. E os banqueiros alegam que isso se deve a regras impostas pelo governo e que, para eles, quanto mais barato emprestar, melhor, pois vão emprestar para mais pessoas e, portanto, obter mais lucro. Por outro lado, se o crédito for barato, a tendência é um aumento do consumo e, portanto, um aumento no impacto ambiental e social. Além disso, uma oferta de crédito indiscriminada pode levar a uma bolha, como a ocorrida nos EUA. “A questão é o paradigma no qual estamos inseridos e que diz, entre outras coisas, que o método mais rápido para atingirmos a felicidade é termos status e objetos”, avalia. “É claro que é importante termos a possibilidade de consumir. Porém, pesquisas mostram que, a partir de certo ponto, por mais que o PIB per capta do país cresça, a sensação de bem-estar da população se mantém ou até cai. No Brasil, ainda há a necessidade de possibilitar o consumo de bens básicos, como geladeiras, para uma boa parte da população. Então, não podemos demonizar o crédito como um todo.”


Juros versus Tarifas

Mendes insiste na baixa dos juros para uma economia mais sustentável. Segundo ele, nos oito anos do governo Lula, foi pago mais de R$ 1,2 trilhão somente em juros e a dívida bruta pública subiu outro R$ 1,2 trilhão, pois o governo FHC a entregou em R$ 800 bilhões e Dilma Rousseff a recebeu em torno de R$ 2 trilhões. “É fácil concluir que, somando-se os pagamentos de juros com o aumento da dívida, o governo Lula gastou algo como R$ 2,4 trilhões nos oito anos, o que significa dizer que, em média, jogamos no lixo algo como US$ 822 milhões por dia, valor que representa mais do dobro do total destinado pelo governo em educação, saúde e investimentos em infraestrutura”.

Ainda para o Profº Judas Tadeu Grassi Mendes, a primeira coisa a ser feita é uma reforma tributária que resulte em equilíbrio fiscal – o governo gastando apenas (incluindo os juros) o que arrecada. Assim, os juros devem cair e o governo poderá liberar o compulsório, fazendo-os cair ainda mais. E isso sem risco de inflação. Com juros menores, a demanda agregada se expande, o consumo aumenta e estimula investimentos produtivos. Ele destaca que, mesmo que os juros baixem muito, os bancos brasileiros sobreviverão tranquilamente, apenas terão rentabilidades menores. “Em compensação, o Brasil será um país bem melhor. Os lucros dos bancos, em vez de serem altos por causa dos juros elevados e do baixo volume (hoje apenas 48% do PIB) devem ser gerados por juros baixos, mas em volumes elevados, algo como 100% do PIB, como ocorre nos países desenvolvidos.”

Já Marcelo Michelson acredita que não são os juros que garantem a lucratividade dos bancos brasileiros, mas as tarifas cobradas pelos serviços. “Se compararmos com Europa e EUA, pagamos tarifas bancárias altíssimas. Além disso, os clientes prestam menos atenção à cobrança de tarifas do que à cobrança de juros e, portanto, a maioria nem sabe quanto paga e quais os benefícios a que tem direito. São poucos os que reclamam e mesmo estes tem que aceitar um pacote de tarifas mínimo se quiserem ter cheques, cartões, etc.”

Para ele, o sistema global é baseado em dívida – os bancos oferecem crédito e criam dívidas, pois acreditam que esse crédito será pago (pelo menos os juros). Para que o empréstimo seja pago, a economia precisa crescer sem parar e, para isso, as pessoas precisam consumir cada vez mais. Ao produzir e consumir, o ser humano cria impactos sociais e ambientais que resultam em "insustentabilidade". “Dificilmente conseguiremos mudar esse paradigma de forma voluntária”, declara. Michelson usa os exemplos da Grécia e alguns países árabes, onde a mudança ocorreu quando a crise se agravou. Para ele, a crise global ainda vai se agravar mais: “Os pacotes anunciados para resgatar bancos e países só criaram mais dívidas e empurraram o problema ‘com a barriga’ para ser resolvido mais adiante”. Para ele, a pergunta a ser feita é: quando a crise vier, como reagiremos? “Será que haverá solidariedade entre vizinhos e comunidades, como houve durante a 2ª Guerra Mundial em países como a Inglaterra? Ou partiremos para ‘cada um por si’?”

No futuro, avalia Michelson, acontecerão as duas coisas. Porém, no presente, os brasileiros precisam canalizar sua energia no esforço de formar laços de solidariedade. E não por medo da crise, mas sim por ser muito melhor do que viver isoladamente: “Ter boas relações de amizade, participar dos rumos de nossa comunidade, ter tempo para lazer, são alguns fatores que promovem mais bem-estar do que o consumo”.


Práticas para a Sustentabilidade no Setor Financeiro Brasileiro, por Clarissa Lins e Daniel Wajnberg

“A sustentabilidade corporativa pode estar presente em empresas do setor financeiro de diversas formas. Em alguns casos, ela se faz mais presente na criação de novos produtos com características específicas ligadas à inclusão social ou à preservação ambiental, por exemplo.

Em outros, há maior esforço na mudança de processos existentes, como a inserção de análise de riscos socioambientais no processo de avaliação de risco de crédito ou, ainda, na utilização de critérios de sustentabilidade na seleção de fornecedores. Um terceiro grupo de empresas preocupa-se com ambas as dimensões.

As atividades de financiamento dos bancos são o principal canal de geração de impacto no meio ambiente e nas comunidades da atuação do setor financeiro.
Ao embutirem a avaliação de riscos socioambientais na decisão de concessão do crédito, as instituições financeiras diminuem o risco de crédito e a inadimplência de sua carteira de clientes, além de assegurar que o valor das garantias dadas por eles não se altere consideravelmente.Ao incorporar riscos como esses em sua análise de crédito, o banco está fazendo uma gestão mais eficiente de sua carteira de crédito, e contribuindo para um melhor desempenho de suas atividades de financiamento. Além disso, o banco está também atuando de forma a somente permitir a implantação e operação de projetos e empresas que contribuam para o desenvolvimento sustentável, preservando o meio ambiente e melhorando as condições de vida das comunidades.” Atualizações: Na época do lançamento dessa pesquisa, a dupla de pesquisadores fez algumas avaliações do desempenho dos bancos analisados, como as seis práticas de finanças sustentáveis a seguir:

1) Avaliação de riscos socioambientais em financiamentos;
2) Crédito responsável;
3) Microcrédito;
4) Fundos socialmente responsáveis;
5) Seguros Ambientais;
6) Mercado de Carbono.

Para saber como os bancos estão se saindo hoje, quatro anos depois, seria necessária uma nova pesquisa. Entretanto, Clarissa Lins dá sua opinião baseada no que vem observando em seu trabalho na Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável. Para ela, os itens 1 e 4 são os que mais evoluíram, principalmente o 4. “Já o item 2 apresentou uma evolução menos acentuada porque, se por um lado o crédito responsável não é bom somente para o cliente, mas para que os bancos mantenham a solvência da carteira, por outro, a inadimplência aumentou, o que não poderia acontecer dentro dessa prática de responsabilidade”.

Os itens 3, 5 e 6, para a pesquisadora, são os que menos apresentaram evolução: “Em relação à prática do microcrédito, por exemplo, podemos dizer que, de modo geral, ainda não se encontrou o modelo adequado”, diz Clarissa. Ela acredita que há casos isolados de sucesso, como o do Bradesco, no Morro Dona Marta, no Rio de Janeiro, onde foi instalada uma Unidade de Polícia Pacificadora: “Pelo que estou informada, é um caso que funciona, mas com parcerias”.

O que Clarissa e Daniel Wajnberg concluíram em 2007 em relação ao microcrédito ainda pode ser citado: “A análise dos documentos públicos das instituições financeiras permite concluir que esta questão não parece estar ganhando a devida atenção pelos maiores bancos brasileiros (...) A análise dos relatórios e de outras publicações (principalmente websites relacionados) identificou uma série de possíveis causas:

• Regulamentação excessiva do governo, sobretudo a limitação quanto às taxas de juros para essa modalidade de empréstimo;
• Concorrência de fontes alternativas de recursos (lojas, empréstimos familiares, fornecedores);
• Falta de sistemas cadastrais com informações sobre bons pagadores;
• Problemas de gestão nas poucas OSCIPs (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) cadastradas para repasse de recursos;
• Prática ainda em estágios iniciais da curva de aprendizado (Vale lembrar que somente após 18 anos de operação a lucratividade do Grameen Bank se tornou estável).

Nos itens 5 - seguros ambientais e 6 - mercado de carbono, para Clarissa, até mesmo os bancos internacionais precisam avançar: “Neste quesito, todos foram bastante prejudicados pela crise global”.

Catalisadores de desenvolvimento sustentável: Outra lista analisada pela pesquisa é a de mecanismos usados pelos bancos para promover a criação de valor pela incorporação de variáveis sociais e ambientais, favorecendo o papel de catalisador do desenvolvimento sustentável dos bancos e, ao mesmo tempo, criando valor para seus acionistas:

1) Aumento no valor de seus ativos intangíveis, como reputação e marca;
2) Melhoria na atração e retenção de talentos;
3) Redução de custos graças a medidas de ecoeficiência;
4) Melhor gerenciamento de riscos que, por consequência, gera maior facilidade no acesso ao capital;
5) Oferta de produtos e serviços inovadores contribuindo para maior geração de receitas.

Para Clarissa, em todos os cinco pontos, se forem consideradas as informações publicamente divulgadas pelos maiores bancos do país, houve uma evolução: “Entretanto, de forma geral, as instituições precisam se apropriar mais desses mecanismos, principalmente na avaliação de crédito e no oferecimento de produtos e serviços voltados a empresas que trabalham de forma sustentável”.

Por fim, outro quesito no qual houve uma evolução, desde 2007, é a carência de indicadores adequados para mensurar o desempenho das instituições nas dimensões sociais e ambientais: “Houve uma evolução em relação a relatórios detalhados de desempenho em que as instituições buscam, com transparência, informar suas iniciativas relacionadas à agenda da sustentabilidade”. Entretanto, como Clarissa aponta, o caminho entre essas ações e o resultado de seu desempenho, seu valor, ainda não foi encontrado e é assunto de uma pesquisa atualmente desenvolvida por Daniel Wajnberg.

“O déficit público no conceito nominal (que inclui o pagamento de juros) é crônico. Apesar de tudo isso, os bancos não são culpados pela dependência do governo do setor financeiro. É o governo que tem de mudar a maneira da gestão pública”.
Judas Tadeu Grassi Mendes

“No Brasil, ainda há a necessidade de possibilitar o consumo de bens básicos, como geladeiras, para uma boa parte da população. Então, não podemos demonizar o crédito como um todo.” Marcelo Michelson



Lucro dos Bancos no Primeiro semestre de 2011

Itaú:R$ 7,133 bilhões
Banco do Brasil: R$ 6,26 bilhões
Bradesco: R$ 5,487 bilhões
BNDES: R$ 5,3 bilhões
Santander: R$ 4,153 bilhões
Caixa: R$ 1,7 bilhão
HSBC: R$ 611,9 milhões
Banco do Nordeste: R$ 300,7 milhões

(Fonte: Federação dos Bancários do Paraná)


Matéria divulgada originalmente na edição 25 da Revista Geração Sustentável - Jornalista: Letícia Ferreira.

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Veja os conteúdos dessa edição:

Matérias:

Entrevista com Manfred Alfonso Dasenbrock - Sicredi PR
Desenvolvimento Local: Iniciativa sustentável inova modelo de entregas
Educação e Sustentabilidade: Abrindo o silêncio para o mundo
Responsabilidade Social: Sustentabilidade - da teoria à prática
Gestão de Resíduos: Iniciativas privadas buscam educar a sociedade a reduzir, reutilizar e a reciclar lixo

Artigos:
Ivan Dutra - Da Tunísia a Wall Street
Jeronimo Mendes - O encanto permance, mais o gosto muda
Yuri Beltramin - Como estamos construíndo nosso mundo sustentável?

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