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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Instituto Ethos e parceiros lançam plataforma por uma nova economia


Foi lançada nesta quinta-feira, 24/2, a Plataforma por uma Economia Inclusiva, Verde e Responsável, iniciativa do Instituto Ethos, em parceria com a Alcoa, a CPFL, a Natura, a Suzano, a Vale, o Walmart e a Roland Berger.

A plataforma reúne um conjunto de idéias e propostas que o Instituto Ethos e as parceiras institucionais vêm desenvolvendo ao longo dos últimos anos com o objetivo de estimular as empresas e o Brasil a promover a transição para uma economia inclusiva, verde e responsável.

Durante o lançamento, os CEOs das empresas que contribuíram para a construção da plataforma deram depoimentos sobre a iniciativa. Em seguida ocorreu um debate sobre quais devem ser os principais elementos de uma agenda que permita o avanço para a nova economia. Os debatedores foram o sociólogo Ricardo Abramovay e o economista Sérgio Besserman Vianna, com moderação do jornalista Ricardo Arnt.

A partir desse debate, o Instituto Ethos promoverá uma consulta pública sobre a plataforma proposta.

Para conhecer a íntegra do documento, acesse:
- Versão em português;
- Version en español;
- Version in English.

Para aderir a esta plataforma, acesse www.ethos.org.br/plataforma.

Para enviar sugestões e comentários, escreva para plataforma@ethos.org.br ou acesse o Facebook, o LinkedIn, o Twitter ou Blog do Instituto Ethos.

Para acessar a apresentação da Plataforma feita por Paulo Itacarambi, vice-presidente executivo do Instituto Ethos, clique aqui.

Inscrições para o 20º Concurso de Pintura Infantil Bayer

Está encerrando o prazo das inscrições do 20º Concurso Internacional de Pintura Infantil sobre o Meio Ambiente, uma iniciativa da Bayer em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). A partir do tema “Vida nas Florestas”, crianças e adolescentes de 6 a 14 anos são incentivados a soltar a imaginação em seus desenhos e refletir sobre a importância de cuidar e preservar a natureza. A Bayer receberá inscrições até 28 de fevereiro de 2011.

Os participantes concorrerão a prêmios em 2 etapas: uma no Brasil e outra internacionalmente. A etapa brasileira será dividida em quatro categorias: de 6 a 7 anos, 8 a 9; 10 a 11 e 12 a 14. Os três primeiros colocados de cada categoria serão premiados com um computador portátil, aparelho MP4 e kit de desenho, respectivamente. As pinturas serão julgadas seguindo os critérios de criatividade e adequação ao tema. Todos os participantes da etapa brasileira estarão automaticamente inscritos no concurso internacional e concorrerão, em uma única categoria, com outras pinturas da América Latina e das regiões da América do Norte, Europa, África, Ásia-Pacífico e Ásia Ocidental a diversos prêmios, incluindo uma quantia em dinheiro e uma viagem com acompanhante para a Conferência Internacional da Tunza para as Crianças.

Para saber mais sobre o regulamento acesse http://www.concursodepintura.bayer.com.br/

Serviço
20º Concurso Internacional de Pintura Infantil Bayer-PNUMA
Inscrições até 28 de fevereiro de 2011
Os desenhos devem ser enviados para a Bayer: Rua Domingos Jorge 1.100, 8º andar - CEP 04779-900 - Bairro Socorro - São Paulo - SP

Bayer: Ciência para uma Vida Melhor
A Bayer é uma empresa global com competências nas áreas da saúde, ciências agrícolas e materiais inovadores. Os produtos e serviços da Empresa são projetados para beneficiar a população e melhorar sua qualidade de vida. Ao mesmo tempo, a Bayer agrega valor pela inovação, crescimento e uma elevada rentabilidade. O Grupo é comprometido com os princípios de desenvolvimento sustentável e com o seu papel de empresa cidadã ética e socialmente responsável. Economia, ecologia e responsabilidade social compõem os objetivos da política corporativa e são igualmente importantes para a Empresa. No ano fiscal de 2009, a Bayer contou com 108.400 colaboradores e registrou vendas de € 31,2 bilhões. As despesas de capital totalizaram € 1,7 bilhão e os investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento somaram € 2,7 bilhões. Para mais informações acesse http://www.bayer.com.br/.

Brasil, uma potência ambiental?

Certamente o leitor já ouviu a afirmação de que “a legislação ambiental brasileira está entre as mais avançadas do mundo”. Pois a afirmação não está de todo equivocada, já que, de fato, o Brasil desponta como um paradigma positivo, pelo menos na América Latina, no que diz respeito à legislação de cunho ambiental.

Com efeito, a Constituição Federal de 1988 foi uma das primeiras do mundo com referências específicas à proteção do ambiente (na esteira do que fez a Constituição de Portugal, de 1976, e a Constituição da Espanha, de 1978). Assim, vê-se que nossos legisladores deram bastante importância para este tema.

Antes mesmo da Constituição Federal, já tínhamos a nossa Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n.º 6.938/1981) e remédios judiciais importantes como a Ação Civil Pública (Lei n.º 7.347/1985). Isto sem falar no vetusto - e fundamental - Código Florestal (Lei n.º 4.771/1965), além de algumas leis estaduais regulando a prevenção e o controle da poluição (no Rio de Janeiro, o Decreto-Lei Estadual n.º 134/1975 e em São Paulo, a Lei Estadual n.º 997/1976), entre outros normativos.

Com o tempo, outras iniciativas foram se somando no âmbito legislativo, incluindo a Lei de Agrotóxicos (Lei n.o 7.802/1989), a Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei n.o 9.433/1997), a Lei dos Crimes Ambientais (Lei n.o 9.605/1998), a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei n.o 9.795/1999) e a Lei do Controle da Poluição por Óleo (Lei n.o 9.966/2000). Além do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Lei n.o 9.985/2000), o Estatuto da Cidade (Lei n.o 10.257/2001), a Lei de Acesso à Informação Ambiental (Lei n.o 10.650/2003), a Nova Lei de Biossegurança (Lei n.o 11.105/2005), a Lei da Mata Atlântica (Lei n.o 11.428/2006), a Lei de Saneamento Básico (Lei n.o 11.445/2007), a Política Nacional sobre Mudança do Clima (Lei n.o 12.187/2009) e a recente Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n.o 12.305/2010).

Isto sem falar da legislação ambiental estadual e municipal, que cada vez mais se avoluma e se especializa, bem como das normas aprovadas pelos diversos órgãos que integram o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). Além disso, as novidades não param de surgir na esfera legislativa, incluindo projetos de lei sobre o pagamento por serviços ambientais, a proteção e acesso ao patrimônio genético e tributação ambiental.

Ocorre que, se formalmente estamos “bem na foto”, no dia-a-dia o Brasil está muito longe de ser uma “potência ambiental”, haja vista a falta de efetividade que nosso arcabouço normativo tem revelado neste campo ao longo dos anos. Embora estejamos às portas da Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável a ser realizada em 2012, no Rio de Janeiro), a ignorância e descaso que nossos governantes têm mostrado com a questão ambiental claramente revela a fragilidade e a inconsistência do “discurso ambientalista de palanque”, o qual, muitas vezes, de modo oportunista, ecoa aqui e acolá. Corrupção, impunidade, falta ou mau direcionamento de recursos materiais e humanos, ausência de visão sistêmica e de longo prazo e mesmo incompetência do poder público revelam a enorme distância que há entre o “dever ser” e o “ser” na seara ambiental neste País.

Mas onde está a gênese do problema? Se nossos governantes não dão a devida importância à nossa saúde ambiental é porque o povo brasileiro em geral também não o faz. Isto acontece, basicamente, porque a educação ambiental no Brasil ainda é muito incipiente, tanto na rede pública de ensino como nas escolas privadas. Temos aqui, portanto, um ciclo vicioso.

Não há dúvidas de que nos países em que a legislação ambiental já “pegou”, se observa uma ampla conscientização da população acerca da necessidade de se garantir um meio ambiente equilibrado para as presentes e futuras gerações. Esta conscientização se forma desde cedo no indivíduo, quando o mesmo é sempre levado a refletir a respeito das consequências de seus atos sobre aquilo que está no entorno.

Neste sentido, ainda me lembro, quando criança, do dia em que tive o privilégio de contar na escola com uma visita do ilustre ambientalista Fabio Feldmann, então à frente de uma vigorosa campanha que se iniciava em prol da Mata Atlântica. Na ocasião, marcou-me o alerta enfático de que o aumento da demanda por energia levaria ao alagamento de extensas áreas de florestas para a construção de novas represas como a de Itaipu, sepulcro de um paraíso que poucos, como eu, puderam conhecer: o Parque Nacional de Sete Quedas. Daí veio a lição: além de buscar fontes alternativas, todos devemos fazer um uso racional da energia, assim como da água e de tantos outros insumos/recursos naturais que consumimos no nosso cotidiano. Hoje, mais do que nunca, devemos meditar sobre esta lição, diante do risco cada vez maior de um “apagão ambiental”.

Quando a ideia de sustentabilidade é inculcada desde cedo na formação do cidadão, a variável ambiental é tida como um imperativo categórico natural para qualquer atividade. Desde as decisões tomadas na gestão da coisa pública ou no âmbito empresarial até os mais simples hábitos de consumo de cada pessoa, em tudo é possível considerar os potenciais impactos ao meio ambiente.

Voltando à questão da efetividade da legislação ambiental, vê-se, portanto, que nas sociedades em que já se desenvolveu uma consciência proambiente, as leis ambientais não só existem como, em geral, são respeitadas e têm seu alcance ampliado cada vez mais, já que a população entende o porquê dessa legislação.

No Brasil, diante da nossa trágica miopia ambiental - por exemplo, a famigerada revisão do Código Florestal, em que se discute a redução do rigor da lei para “regularizar” um passado e um presente que não podemos tolerar, nem mesmo eventos dramáticos relacionados com o descumprimento da lei não são ainda suficientes para nos convencer sobre a necessidade de se respeitar a legislação que já existe.

É certo que a própria legislação precisa de aprimoramento contínuo, já que a realidade à nossa volta está em constante transformação, sobretudo no campo tecnológico. Ainda estamos aprendendo a lidar com a complexidade dos problemas ambientais, mas não podemos conceber a perda de valores que foram conquistados a duríssimas penas.

Enquanto a mídia se limita a alertar a opinião pública nacional e internacional sobre o desmatamento na região amazônica - certamente um problema bastante grave - e o Governo Federal se vangloria de tê-lo reduzido percentualmente (mesmo que, em termos absolutos, imensas áreas de florestas ainda estejam sendo devastadas, com terríveis impactos sobre nossa biodiversidade e nosso clima), nas demais regiões ficamos ainda mais inertes diante dos passivos ambientais que estão bem à nossa frente: Senhoras e Senhores, a “Amazônia” é aqui! Há muito por fazer!



Fonte: Carbono Brasil
*Por Fernando Tabet é advogado, sócio do escritório Tabet Advogados - Assessoria Ambiental

O Desafio da Sustentabilidade

Veja um exemplo de sustentabilidade e educação!

Por Grupo Bixo Verde*
(divulgado no site: www.mundosustentavel.com.br)

Olá! Somos alunas do curso de Ciências Biológicas da Universidade Metodista de São Paulo, e é com muita alegria que queremos compartilhar nossa vitória no 1˚Desafio Santander de Sustentabilidade, contando a história da nossa ideia premiada: o projeto “Bixo Verde”.

Tudo começou em uma palestra na faculdade em que nossa professora orientadora, Vera Carolina Cambréa, convidou a coordenadora do Instituto BioMa, Aieska Marinho Lacerda, para falar sobre projetos idealizados pelos alunos e que foram implementados na universidade. Nessa ocasião, nos inspiramos a desenvolver nossas ideias para um mundo melhor e, quando conhecemos o Desafio Santander de Sustentabilidade, vimos uma nova oportunidade: transformar essa vontade em ação.

O Desafio tinha como proposta selecionar projetos com potencial multiplicador que inserissem a sustentabilidade na universidade, gerando impactos ambientais, sociais e econômicos positivos. Os autores do projeto vencedor e o professor orientador ganhariam bolsas de estudo para um curso de Empreendedorismo na Babson College, em Boston, EUA, com todas as despesas pagas.

Nossa universidade já tem um programa institucional de sustentabilidade, o Metodista Sustentável, mas sentíamos falta de uma diretriz que envolvesse os alunos e os fizessem participar diretamente das ações. Por isso, criamos o Projeto “Bixo Verde”, para orientar e provocar os alunos a adotarem a sustentabilidade em suas ações cotidianas. “Bixo Verde” é uma espécie de trote solidário (por isso o Bixo, com x) que segue até o último ano do curso. O objetivo do projeto é promover entre os estudantes o que chamamos de “imprinting”, ou marca da sustentabilidade, desde o início da vida universitária, conectando-os ao Programa Metodista Sustentável de forma sistêmica e perene, e transformando-os em novos líderes dos processos sustentáveis, qualquer que seja sua futura profissão.

O projeto tem três fases que estarão entre as atividades acadêmicas e institucionais da universidade. As etapas prevêm parcerias com o setor público e privado da região e a implantação e reprodução de práticas sustentáveis dentro e fora da instituição.

O auxílio da Metodista e dos professores foi fundamental para desenvolvermos com sucesso a elaboração do projeto, assim como o apoio do Santander, que nos ofereceu oficinas on-line e vídeochats fundamentais na formulação da ideia. Participar desse processo foi uma experiência enriquecedora e empolgante. Aprendemos muito: o verdadeiro conceito da sustentabilidade, os desafios de se trabalhar em equipe e as dificuldades e prazeres de escrever um projeto como esse.

A previsão é que a fase de sensibilização do Bixo Verde se consolide no segundo semestre de 2011 e que o projeto seja implantado para os calouros de 2012. Já criamos perfil no Facebook (Conexão Sustentável Bixo Verde) e no twitter (@bixo_verde), um e-mail (conexaosustentavel@hotmail.com) e vamos iniciar a elaboração do site. Também vamos tratar com o Comitê de Sustentabilidade Institucional todos os detalhes para o início das atividades.

Nosso maior sonho é que esse projeto se espalhe por aí e inspire muitas outras iniciativas. Agradecemos ao Santander pela oportunidade de compartilhar nossas ideias!

Para conhecer as ideias propostas durante o Desafio Santander de Sustentabilidade, clique aqui.

*Andréa Fajardo Ramos (aluna do 4˚ano), Ingrid de Castro Vompean Fregonez (aluna do 4˚ ano),
*Thamires Bellota Benevides (aluna do 3˚ano)
*Vera Carolina Cambréa (professora orientadora)

Fonte: Mercado Ético

Garantec expande sistema de coleta e arrecada mais de 3 ton de e-lixo


A Garantec, empresa do grupo Itaú Unibanco, líder no mercado em garantia estendida, ampliou seu sistema de coleta e descarte sustentável de lixo eletrônico e arrecadou, entre dezembro de 2010 e janeiro deste ano, 3,2 toneladas de materiais. Além dos ecopontos espalhados pela Grande São Paulo, interior e litoral paulista, a empresa ampliou as vistorias às assistências técnicas no processo de troca de peças e equipamentos reparados (sem conserto) de forma a recolher maior quantidade de sucata. Entre os itens campeões de descarte estão motores, placas diversas e coolers com o ventilador, fontes, partes metálicas e tubos de televisão entre outros. “Temos que começar diminuindo o depósito nas oficinas de reparo e assistência técnicas, que cresce cada vez mais, por conta da rápida evolução dos produtos”, analisa André Rutowitsch, diretor da Garantec. Em 2010 foram recolhidos 2,1 toneladas de lixo eletrônico, para este ano, a empresa espera recolher mais de 10 toneladas com a expansão do programa.


Comunicação Corporativa
imprensa@itau-unibanco.com.br

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

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A revista Geração Sustentável faz uma promoção especial para você leitor que busca novos conhecimentos sobre o tema sustentabilidade corporativa.

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Sobre o livro:
A publicação apresenta estratégias voltadas ao setor empresarial, sobre como aliar o desenvolvimento econômico, a preservação ambiental e a responsabilidade social. “O marketing verde é uma ferramenta estratégica para crescimento e visibilidade do setor empresarial. Investir em meio ambiente é investir no futuro e na qualidade de vida da população, o que comprovadamente agrega valor à marca”, explica o escritor e consultor em gestão empresarial e ambiental, Evandro Razzoto. No livro, ainda podem ser encontradas dicas como a definição do grau de sustentabilidade da empresa, a divulgação dos resultados do marketing verde e como a empresa pode se tornar autossustentável. Saiba mais pelo site http://www.razzoto.com/

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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Plástico: Lixo que vira papel

Universidades brasileiras desenvolvem tecnologias para obter matéria-prima a partir de resíduos como plástico e bituca de cigarro

Para produzir mil quilos de papel, segundo especialistas, são necessárias 30 árvores ou 700 toneladas de plástico encontrado no lixo. Isso mesmo, 700 toneladas de plástico reciclado. Uma descoberta feita por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) mostrou que já é possível produzir papel com embalagens de garrafas de água, potes de alimentos e embalagens de material de limpeza. Trata-se do papel sintético ou ecológico -material com aparência bem próxima a do papel couché - que evita, além da derrubada de árvores, o desperdício de água, energia e o uso de produtos tóxicos e poluentes, utilizados na fabricação do papel a partir da celulose.
A pesquisa iniciou em 1995 sob o comando da professora doutora em engenharia de materiais, Sati Manrich. ”A ideia inicial era desenvolver um produto com alto valor agregado e útil a sociedade. Desde os estudos preliminares até a patente, foram quase 10 anos de trabalho”, explica. A tecnologia, que contou com a parceria da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), foi testada na planta piloto da Vitopel, fabricante de filmes flexíveis do interior de São Paulo, e encontra-se em fase de licenciamento.

Produção
A produção em larga escala não necessita de ajustes: utiliza-se o mesmo maquinário usado para produzir o filme plástico, que pode ser encontrado nos rótulos das embalagens de biscoitos, salgadinhos e na indústria gráfica. No processo de fabricação do papel sintético, o plástico é triturado e misturado a várias sustâncias. Em seguida, vai para uma máquina onde é submetido a altas temperaturas. Depois de derretido, é resfriado e novamente picotado. O processo termina em um outro equipamento que funde os grãos para chegar ao produto final. Apesar de o levantamento de custo de produção ainda não ter sido feito, a professora responsável pelo projeto acredita que eles fiquem num patamar competitivo com o do papel que vem da celulose. “Assim como qualquer produto novo, no início, acredito que será um pouco mais caro. Contudo, assim que a produção aumentar, os custos diminuirão”, argumenta.

Aplicação
Se comparado ao papel feito com celulose, o material apresenta maior resistência mecânica e à água. Por isso, é indicado para produzir rótulos de garrafas, outdoors, tabuleiros de jogos, etiquetas e cédulas de dinheiro. “Livros e cadernos escolares também podem ser produzidos com o método, uma vez que a película aceita bem a tinta de canetas esferográficas e tem durabilidade maior”, diz Sati.

Da bituca de cigarro
Também da sala de aula vem outro exemplo de reaproveitamento de resíduo que poderia estar no lixo. Sob a orientação da professora Thérèse Hofmann, do Instituto de Artes da Universidade de Brasília (UnB), e de Paulo Suarez, professor do Departamento de Química, o aluno Marco Antônio Barbosa Duarte fez da bituca de cigarro matéria-prima para produzir papel.
Ao utilizar a bituca para uma fabricação “limpa”, o projeto de Duarte resulta em um produto interessante. Além de resolver um problema ambiental, alerta para a existência de um resíduo que é resultado de um consumo que prejudica a saúde humana. Afinal, o tabaco, em vez de alimentar um vício, pode ser um substituto da celulose.
“Ele questionou se era possível fazer algo com este resíduo tão presente no campus. A hipótese do papel foi a primeira a ser levantada. Visitamos as fábricas dos principais produtores de cigarro e fizemos extensa pesquisa bibliográfica”, explica Thérèse. De acordo com a metodologia desenvolvida, filtro e tabaco fornecem as fibras que dão origem ao papel e as cinzas servem de base no processo cujo rendimento é de quase 100%. Em 2003, a patente do processo foi registrada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). “O resultado dessa pesquisa comprova que, praticamente, nada pode ser chamado de lixo”, diz a professora que registrou também a patente de reciclagem de papel-moeda - dinheiro descartado pelo Banco Central.
Na disciplina Materiais em Artes, Thérèse costuma propor que os alunos produzam todos os materiais utilizados como giz-de-cera, pincel, giz pastel, tintas óleo e acrílica, nanquim, carvão, guache, aquarela e papel. Ela desenvolve, também, projetos de capacitação de cooperativas de catadores e faz parte do projeto Reciclando Papéis e Vidas que, em parceria com a Associação Brasileira Técnica de Celulose (ABTCP) e Votorantim, faz a capacitação de ex-presidiários na produção artesanal de papel e seus artefatos em Tremembé (SP).


Reciclagem de papel
Os brasileiros consumiram, em 2008, 9,1 milhões de toneladas de papel. Desse total, cerca de 3,7 milhões foram reciclados. Na visão de Pedro Vilas Boas, estatístico da Associação Brasileira de Papel e Celulose (Bracelpa), o número pode ser considerado positivo. “A indústria da reciclagem de papel é um setor amadurecido no país, principalmente nas regiões Sudeste e Sul”, diz. Prova disso, foi a taxa de recuperação de papéis recicláveis em 2007, que alcançou 45% do consumo aparente (soma da produção nacional de papel com a importação, menos exportação) e superou países como Finlândia – 43,7%, China – 37,9%, Rússia – 32,8% e Índia – 28,1%.

O setor de papel e celulose também apresenta avanços no caminho para a sustentabilidade. Afonso Moura, gerente técnico da Associação Brasileira Técnica de Celulose (ABTCP), explica que o Brasil é pioneiro no uso de florestas plantadas como principal matéria-prima para a produção de celulose e papel. “A base florestal do setor é de 1,7 milhão de hectares com o plantio de pinus e eucalipto, e 90% é certificada”, diz. Segundo Moura, as empresas do setor recuperam e preservam outros 2,7 milhões de hectares de áreas naturais que abrangem a totalidade das áreas de preservação permanente e de reserva legal. “Além disso, estamos evoluindo cada vez mais para o uso racional de energia e água, minimização dos efluentes, recomposição do meio ambiente e projetos sociais”, completa.

Matéria publicada na edição 12 da revista Geração Sustentável

sábado, 19 de fevereiro de 2011

O estigma do lucro e as ações de RSE

Duas pesquisas revelam uma contradição que perturba o ambiente de negócios no Brasil. Trata-se do fosso de percepções entre as expectativas que a população, de um lado, e os empresários e executivos, do outro, alimentam em relação às empresas. Questionados sobre qual a missão de uma companhia privada, 93% dos brasileiros mencionaram a geração de empregos - o item mais citado de uma sondagem conduzida pelo instituto Vox Populi. O item menos citado, por apenas 10%, foi o lucro. Já os presidentes de empresas ouvidos citaram o lucro em primeiro lugar, com 82% das menções.

Entre economistas e acadêmicos, ninguém tem dúvida de que a maior missão de uma empresa é ser lucrativa. Sem lucro, não há geração de riqueza, crescimento, emprego, justiça social - não há, em suma, nada que justifique a existência das empresas. Mas o lucro está tão estigmatizado, tão satanizado na sociedade que os próprios empresários - embora, no íntimo, reconheçam sua importância - tomam cuidado, em público, para não defendê-lo com entusiasmo. Comportam-se como se tivessem vergonha, pudor ou sentimento de culpa pelo próprio sucesso. E o fazem por instinto de sobrevivência. Não se trata aqui da sobrevivência pessoal, ligada ao medo de seqüestro. Ele existe, mas não conta muito nesse caso. No mundo dos negócios brasileiro, quem festeja o lucro corre o risco de ser alvo de uma CPI, de receber uma visita inesperada da Receita Federal ou mesmo de ficar com a imagem arranhada perante a opinião pública. "Os brasileiros habituaram-se a ver no capitalismo um mal, responsável pela diferença de classes sociais. E a ver, no lucro, um mal necessário", afirma Paulo Zottolo, presidente no Brasil da alemã Nivea.

Quando a sociedade passa a esperar que as empresas se preocupem prioritariamente com a geração de empregos e os trabalhos sociais, como meta número 1, algo está errado. Um levantamento do Instituto Ipsos verificou que os consumidores são propensos a recomendar a um amigo a aquisição de produtos e serviços de empresas que apóiam projetos educacionais, sociais e artísticos, investem em esportes e exigem comportamento socialmente responsável de seus fornecedores - todas ações desejáveis, porém longe de ser consideradas uma obrigação das companhias. A pesquisa do Ipsos, no entanto, mostra que os consumidores não se sensibilizam quando sabem que o fabricante do produto ou prestador de serviço cumpre à risca as obrigações legais, tais como respeitar as leis trabalhistas, pagar todos os impostos em dia e não oferecer propina ou vantagens indevidas. O papel social da empresa ganhou mais importância que o econômico. Em razão dessa realidade, os empresários acabam muitas vezes adotando uma postura tímida ao defender o papel das companhias que dirigem. Invariavelmente, sentem-se mais confortáveis discorrendo sobre projetos sociais do que sobre os projetos econômicos do negócio. Eis o que dizem os presidentes de algumas das maiores empresas do Brasil e do mundo:

- A missão de uma empresa é criar valor para a sociedade. Só com essa visão ela tem chance de se perpetuar e remunerar melhor seus acionistas -, diz Guilherme Peirão Leal, da Natura.

- O lucro, na verdade, é uma noção não de acumulação, mas de distribuição -, diz José Carlos Grubisich, da Braskem.

- Não é mais admissível buscar o lucro a qualquer custo, é preciso respeitar conceitos como sustentabilidade do planeta e ter preocupação com valores universais -, diz Márcio Cypriano, do Bradesco.

- As empresas não têm de escolher entre lucros e princípios. O sucesso econômico de longo prazo depende de melhorias no nosso desempenho financeiro, ambiental e social -, diz Jeroen van der Veer, CEO mundial da Shell.

Rigorosamente, nenhum desses comandantes de empresas de primeira linha está errado. Nos últimos anos, um avassalador movimento de resposta às demandas sociais tomou conta do mundo empresarial. Há cinco anos, EXAME edita o Guia de Boa Cidadania Corporativa, no qual as melhores práticas nesse campo são premiadas. Dele participaram, na primeira edição, duas centenas de companhias, que submeteram 500 projetos sociais. Foram 1 200 na edição do ano anterior. O desempenho dos papéis das empresas comprometidas com os conceitos de boa cidadania - aferidos pela própria Dow Jones - tem sido consistentemente superior ao das demais. "Empresa engajada em princípios e valores sociais não pode mais sair dessa", afirma Rosa Maria Fischer, presidente do Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor (Ceats). O Ipea traçou, em 2000, o primeiro retrato dos investimentos sociais das companhias brasileiras. Juntas, 59% delas gastaram, no final da década passada, 4,7 bilhões de reais em projetos sociais.

Diferentes razões são apontadas para justificar tais gastos. Sabe-se que muitos empresários vislumbram na onda da responsabilidade social uma oportunidade de conferir brilho às suas marcas e de tornar suas companhias mais eficientes na retenção de talentos. As empresas também sentem necessidade de se relacionar mais intensamente com o consumidor, em vez de apenas anunciar e vender produtos. "Não dá para dizer que nossos produtos obtêm diferenciação apenas pela sua formulação e pelo desempenho que oferecem aos consumidores", diz Leal, da Natura. "São todos commodities, e as prateleiras do mundo estão lotadas delas". Em seu balanço social, a Natura relata, por exemplo, as ações nas comunidades extrativistas da Região Norte, de onde vêm as essências dos produtos da linha Ekos. É do conjunto de valores embebidos na marca, que abrange o compromisso com a sustentabilidade ambiental e social, que, segundo Leal, a Natura extrai vantagens competitivas. "É um trunfo forte deles e um problema para nós", reconhece Zottolo, da Nivea, concorrente frontal da Natura.

Adeptos dos princípios da cidadania corporativa identificam um círculo virtuoso que se estabelece estrategicamente na empresa a partir de sua implantação, o que contribui para aumentar o próprio lucro. O Real ABN Amro treinou 2000 analistas de crédito que, a cada ano, submetem cerca de 4000 empresas ao crivo das análises socioambientais. "As que recebem melhor avaliação são, invariavelmente, as responsáveis pelos menores índices de inadimplência para o banco", diz o presidente do banco, Fábio Barbosa. Em 2004, 27 empresas foram rejeitadas como clientes. Segundo Barbosa, clientes com pendências nos órgãos de fiscalização ambiental são orientados a desembaraçá-las se quiserem continuar recebendo crédito. Não há como negar os avanços nas práticas das companhias nem como deixar de aplaudi-las, sempre que o mercado for responsável por eles. Quando o consumidor exige práticas ambientais saudáveis - comprando, por exemplo, apenas madeira certificada -, é natural que as empresas que seguem essas práticas sejam as mais lucrativas. Esse é, portanto, um recado que o mercado costuma dar por meio do lucro.

Mas a subordinação sistemática desse lucro a variáveis ambientais ou sociais acarreta riscos. O primeiro - e maior deles - está na perigosa confusão de papéis entre Estado e empresa. É cômodo para um governo falido empurrar na direção das empresas tarefas que são de sua responsabilidade. "À medida que o Estado falha tão seriamente, as empresas são estimuladas a fazer o que ele deixa de fazer", diz o economista Eduardo Giannetti da Fonseca. O grande problema é que a sociedade acaba pagando em dobro. Paga impostos a um governo que não cumpre seu papel. E também paga por meio do custo adicional das empresas - que pode simplesmente reduzir o lucro, sua real contribuição econômica. "Uma praça deveria ser conservada pela prefeitura", diz José Tadeu Alves, presidente no Brasil da Merck, Sharp & Dohme. "Se uma empresa gasta dinheiro para conservá-la, só para depois poder colocar uma plaquinha com propaganda, então todos saímos perdendo". A situação é semelhante à do assalariado que vê descontado todo mês no holerite a contribuição ao INSS e ainda tem de gastar com plano de saúde, pois a assistência médica provida pelo Estado é precária. Na conta final, o país paga duas vezes. "Esses efeitos adversos no desempenho das empresas tornam todos mais pobres", diz o economista britânico David Henderson, da Universidade de Westminster, autor do livro Misguided Virtue, uma crítica à atual onda de responsabilidade social corporativa.

Um segundo risco, este para as próprias empresas, está na progressiva adoção de normas e padrões de responsabilidade social para avaliar seu desempenho, além das medidas contábeis tradicionais - como lucro, faturamento e rentabilidade. "A adoção de normas e padrões mais uniformes não constitui necessariamente um progresso", diz Henderson. O Instituto Ethos, fundado em 1998, adaptou ao Brasil dezenas de parâmetros difundidos pela americana Business for Social Responsability - ou negócios pela responsabilidade social. "Temos cerca de 1000 empresas filiadas", diz o presidente do Ethos, Oded Grajew. Se a maioria segue ou não os princípios que pregam excelência no relacionamento com consumidores, funcionários, fornecedores e as comunidades, não se sabe, pois nenhuma é auditada. O Brasil também é um dos países que aderiram ao Pacto Global - um conjunto de dez princípios formulados pela ONU que vão dos direitos dos funcionários à conduta ética dos gestores, passando pelos impactos social e ambiental. Assim como ocorreu com o movimento da qualidade, nos anos 80, começou a ser criada mais uma norma ISO - sigla, em inglês, da Organização Internacional de Normalização -, que visa estabelecer um padrão internacional para a gestão socialmente responsável. À frente do comitê para a formulação da ISO 26000, como será batizada a nova norma, foi nomeado pela primeira vez um brasileiro, o executivo Jorge Cajazeira, do grupo Suzano. Ele prevê ao menos cinco anos de discussão antes que a norma passe a vigorar. "Falta consenso sobre uma série de questões", afirma.

Há também um crescente movimento para que as empresas adotem os balanços sociais, em que prestam contas não apenas numa única linha - a de lucro ao acionista -, mas em três linhas - econômica, ambiental e social, para todos os stakeholders, termo em inglês usado para definir todos os afetados pelos negócios da empresa. Outro estudo do Ipea expôs a ausência de consenso sobre como fazer isso. Algumas empresas são contrárias à publicação do balanço social, afirmando que já cumprem sua função ao pagar impostos, obedecer à legislação trabalhista e ainda ao fornecer benefícios adicionais, como planos de saúde e de previdência. Outras temem que, tornado obrigatório, qualquer descontinuidade na publicação do balanço social possa ser punida pelo mercado. Há ainda aquelas para as quais ele pode carregar informações estratégicas, que beneficiariam a concorrência. "Número considerável de empresas entende que somente o Estado é responsável pelas ações no âmbito social", diz o estudo do Ipea. "Às empresas caberiam as atividades-padrão de gerar empregos e lucros e pagar impostos".

A verdadeira questão, porém, é que não há como medir o benefício das ações sociais para a empresa. Ao contrário do lucro, resultado de uma simples conta de subtração, as demais medidas estão longe de ser consensuais. Como conhecer o "risco ambiental" associado a uma empresa? Ou se ela administra algo tão imponderável como a "justiça social"? Como saber o retorno de imagem gerado por tudo isso? "Não conseguimos fazer uma aferição objetiva", afirma Milton Seligman, diretor corporativo da Ambev. "Tentamos desenvolver uma metodologia para medir o retorno e, no futuro, todo programa apoiado pela Fundação Itaú Social terá de apresentá-la", diz Roberto Setubal, presidente do Itaú. Nenhuma empresa consultada conseguiu, porém, apresentar métodos para avaliar esse retorno de modo tão preciso quanto um balanço contábil. As tentativas de medida normalmente vêm de ONGs, como o Ethos, que, como representantes de grupos de interesses, têm todo o direito de advogar sua visão de como as empresas deveriam se comportar, mas não têm a legitimidade política necessária numa democracia para estabelecer quaisquer regras. Para garantir que a empresa respeite o ambiente ou contribua para a justiça social, o caminho é aprovar leis no Congresso relativas a esses assuntos - como as que já existem. Garantir o cumprimento delas é o papel do Estado. O papel da empresa é obter o maior lucro possível - respeitando as leis. "Sem cumprir o mínimo legal, é estranho que as empresas se preocupem com o máximo moral", diz Giannetti da Fonseca.

É bem possível - e, em muitos casos, até provável - que empresas que se preocupam com o ambiente e a comunidade acabem se tornando mais lucrativas. Mas não há uma relação necessária de causa e efeito entre os dois fatos. A Levis, por exemplo, foi dirigida nos anos 90 pelo herdeiro Robert Haas, que declarava a todos os ventos que uma companhia guiada por valores sociais exibia uma performance superior à daquelas motivadas apenas pelo lucro. O resultado foi uma gestão desastrosa, o que levou a revista americana Fortune a estampar na sua capa uma foto de Haas ao lado do título "Como a Levis jogou no lixo uma grande marca americana". Alguns estudiosos chamam a atenção para um dilema. Se o dinheiro investido em projetos sociais sai da linha de custo das companhias, ele reduz o lucro do acionista. Se é adicionado ao preço dos produtos, encarece a vida do consumidor. No Brasil, há ainda uma terceira alternativa, quando o projeto é financiado com incentivos fiscais. Não se deve tratar da questão como um dogma, mas a sociedade muitas vezes não sabe de onde vem o dinheiro.

Uma solução americana para quem quer destinar dinheiro a causas nobres, adotada por bilionários como Warren Buffett ou Bill Gates, é estimular doações dos acionistas como pessoas físicas - o que não tem efeito sobre o lucro. No Brasil, esse é o caso do Bradesco. O maior acionista do banco, com um quarto do capital, é a Fundação Bradesco, que investiu, em 2004, 157 milhões de reais em projetos sociais, sobretudo na área de educação. "É interesse da fundação que o banco tenha o maior lucro possível, diz José Luiz Acar Pedro, vice-presidente executivo do Bradesco.

Há ainda um terceiro risco para as empresas se a preocupação social atingir um patamar elevado demais. Muitas companhias já se comportam como verdadeiros estados burocráticos e paternalistas com funcionários ou fornecedores. Por meio da adoção de um número exagerado de normas sociais ou ambientais, elas podem ganhar mais burocracia e mais custos, para um resultado difícil de medir. "O perigo é que, em nome de objetivos questionáveis, como a ecoeficiência ou a justiça social, os negócios acabem eles mesmos regulando excessivamente a vida econômica", afirma o economista Henderson. As próprias empresas podem ter interesse de que normas ambientais ou sociais sejam adotadas por todas as demais, para não ficar em desvantagem competitiva. Pouco tempo atrás, o CEO da mineradora australiana WMC Ltd., Hugh Morgan, afirmou ter ouvido do presidente de outra empresa a seguinte frase: "Hugh, você ainda não entendeu? Minha organização é dirigida pelo Greenpeace agora, e meu trabalho é garantir que eles dirijam a sua amanhã". Como estratégia de marketing ou apenas para aliviar a consciência, as companhias correm o risco de tornar-se menos competitivas e de acabar, no futuro, formalmente responsabilizadas por atividades na esfera do Estado. É esse o risco do exagero. Claro que não deixa de ser cômodo, para certas companhias, embelezar a imagem por meio de ações sociais ou culturais. De acordo com uma pesquisa recente, cerca de 90% das ações sociais estão alocadas no departamento de marketing. Só que nenhum departamento de marketing está preparado para assumir atividades específicas do Estado - como educação, saúde ou segurança. Há aí um claro problema de vocação. Eis o que afirma Setubal, do Itaú, um dos maiores defensores da ação social das empresas: "A proposta das empresas não é substituir o Estado. Ele sempre será responsável e jamais será diferente. As empresas farão sua parte, na medida do possível".

Quando uma atividade social interessa à própria empresa e contribui, em alguma medida, para a sua lucratividade, ela diz respeito à sua vocação. Há, porém, atividades necessárias que não são vocação de empresas. Desde atender portadores de hanseníase até cuidar de temas sensíveis, como prostituição infantil ou abuso sexual na infância. Qual empresa, com exceção de hospitais ou congêneres, vai querer associar sua imagem a isso? Há aí, portanto, um risco potencial para os próprios necessitados da ação social. Normalmente, onde o Estado falhava, esse tipo de necessidade era suprido por entidades filantrópicas, à custa de doações individuais e voluntárias. "Agora, esse dinheiro está sendo drenado pelas verbas das empresas destinadas à reponsabilidade social", diz o administrador Stephen Kanitz, colunista de Veja e criador do Prêmio Bem-Eficiente, que avalia as entidades filantrópicas. Pouco tempo atrás, Kanitz procurou mais de 40 empresas para apresentar um projeto de proteção a menores vítimas de abuso sexual, problema que, segundo ele, afeta cerca de 3 milhões de crianças brasileiras. Nenhuma quis ver seu nome associado à causa. Acabou encontrando apenas dois empresários que aceitaram, como pessoas físicas, doar ao projeto parte do lucro que ganharam como acionistas de uma grande empresa de construção civil e de um grande negócio de internet, desde que seus nomes não fossem divulgados.

(matéria publicada em 2005 no site http://www.administradores.com.br/, porém bem atual)

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Você já viu o vídeo: A História das Coisas?

Da extração e produção até a venda, consumo e descarte, todos os produtos em nossa vida afetam comunidades em diversos países, a maior parte delas longe de nossos olhos.

História das Coisas é um documentário de 20 minutos, direto, passo a passo, baseado nos subterrâneos de nossos padrões de consumo.

História das Coisas revela as conexões entre diversos problemas ambientais e sociais, e é um alerta pela urgência em criarmos um mundo mais sustentável e justo.

História das Coisas nos ensina muita coisa, nos faz rir, e pode mudar para sempre a forma como vemos os produtos que consumimos em nossas vidas.

Veja aqui pelo youtube!!!
Faça aqui o download!!!

Petrobras, Natura e Bradesco representam o Brasil no ranking sustentável

As empresas brasileiras Natura, Petrobras e Bradesco estão entre as 100 companhias de capital aberto mais sustentáveis do mundo, segundo o ranking Global 100 da revista canadense Corporate Knights, especializada em responsabilidade social e desenvolvimento sustentável.

A Natura é a brasileira melhor colocada (66ª), seguida pela Petrobras (88ª) e Bradesco (91ª). O ranking Global 100 é elaborado por especialistas em sustentabilidade, que analisaram 3 mil companhias de 24 países e de todos os setores da economia. Juntas, essas empresas valem US$ 4 trilhões e respondem por três milhões de empregos, segundo o site da revista.

Para a elaboração do ranking, os especialistas consideraram dez indicadores como eficiência energética, emissões de dióxido de carbono (CO2), geração de resíduos, diversidade, pagamento de impostos, capacidade de inovação, entre outros.

A primeira colocada foi a Statoil, seguida pela Johnson e Johnson. Entre os 24 países, o Reino Unido lidera com 21 empresas na relação (uma a mais do que em 2009), seguido pelos Estados Unidos, com 12 empresas (eram 20 em 2010). Canadá e Austrália empatam em terceiro lugar, com 9 empresas cada. Em seguida estão Suíça (6), França e Japão (5 cada), Alemanha (4). O Brasil empata com Dinamarca, Finlândia e Suécia, e está à frente de nações como Índia, Coreia do Sul, Holanda, Cingapura, Espanha, Bélgica, Taiwan, Itália, Noruega, África do Sul e Hong Kong.

Trata-se da sexta edição do ranking e o anúncio foi feito no início de fevereiro, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça).

Dia 26 e 27/02 Oficina de Bioconstrução e Alimentação Ayurvêdica

Nessa oficina abordaremos de maneira teórica e principalmente prática as principais técnicas utilizadas na arquitetura de terra. Realizaremos a construção de uma parede de terra com a técnica de bambu a pique. Aprenderemos como nos adequar as condições locais e saber quais as técnicas são mais eficientes para cada ocasião. Em todas as refeições incluidas no curso, ofereceremos instruções de como ter uma alimentação mais adequada baseada nos princípios da Ayurveda. Também teremos vivências de Yoga para começarmos bem o nosso dia.
Acesse: http://www.seteecos.com.br/

Para maiores informações entrar em contato pelo e-mail seteecos@gmail.com ou pelos telefones (31) 9805-4141, (31) 9136-5050 e (31) 8815-0160

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Desafios e Inovações para uma Agricultura Sustentável” é o tema central do IV Fórum Abisolo, a ser realizado entre 11 e 13 de abril de 2011, no auditório do Departamento de Engenharia da Esalq/USP, em Piracicaba (SP)

O evento é iniciativa da Abisolo (Associação das Indústrias de Fertilizantes Orgânicos, Organominerais, Biofertilizantes, Adubos Foliares, Substratos e Condicionadores de Solos), entidade de âmbito nacional que reúne atualmente 62 empresas ligadas à nutrição vegetal, que juntas realizaram negócios de R$ 1,7 bilhão em 2010.

O IV Fórum Abisolo pretende reunir empresas de nutrição vegetal, técnicos e acadêmicos para discutir os rumos da produção agrícola sustentável. Para a direção da Abisolo, este conceito é a chave para dobrar a produção mundial de alimentos nos próximos 40 anos e, assim, atender à crescente população mundial, que chegará a 8 bilhões de pessoas em 15 anos.

“Mais do que ampliar a área de produção – foram 48 milhões de hectares no Brasil, em 2010, com colheita de 146,4 milhões de toneladas de grãos –, é preciso aumentar ainda mais a produtividade por hectare, sem esquecer o respeito ambiental e às pessoas, a utilização de insumos de alta eficiência e baixo impacto, o cumprimento da legislação com foco na proteção dos recursos naturais, o uso eficiente de fertilizantes e de boas práticas de manejo”, ressalta Guilherme Romanini, presidente da Abisolo (Associação das Indústrias de Fertilizantes Orgânicos, Organominerais, Biofertilizantes, Adubos Foliares, Substratos e Condicionadores de Solos).

“A produção brasileira de alimentos de origem vegetal avança, porém não no ritmo necessário. Devido a questões climáticas e de mercado, o país não aproveita todas as oportunidades do comércio internacional e a produtividade oscila de atividade para atividade. A proposta do IV Fórum Abisolo é ampliar a discussão sobre a eficiência produtiva com responsabilidade ambiental e social, notadamente com o uso de novas tecnologias, que se mostram extremamente viáveis sob o ponto de vista de custos e resultados efetivos”, ressalta Romanini.

A programação do IV Fórum Abisolo – “Desafios e Inovações para uma Agricultura Sustentável” é ampla e envolve os mais importantes elos da cadeia da produção de alimentos de origem vegetal. Destaques aos impactos do novo Código Florestal, em discussão no Congresso Federal, à legislação brasileira de fertilizantes, às boas práticas para uso eficiente de fertilizantes, aos mitos, verdades e avanços tecnológicos dos micronutrientes e ao papel das pessoas, empresas e instituições públicas e privadas no contínuo desenvolvimento do País, que pode se tornar a 5ª economia do mundo nas próximas décadas.

Mais informações sobre o IV Fórum Abisolo podem ser obtidas no site www.abisolo.com.br. Inscrições pelo e-mail: eventos@uol.com.br ou pelo telefone (11) 5081-7718.

PROGRAMAÇÃO GERAL / FÓRUM ABISOLO 2011

Tema: “Desafios e Inovações para uma Agricultura Sustentável”
Data: 11 a 13 de abril de 2011
Local: Anfiteatro do Pavilhão de Engenharia da Esalq
Avenida Pádua Dias, 11 – Piracicaba, SP



DIA 11 DE ABRIL DE 2011
14h00 – 14h30 Abertura
14h30 – 15h30 Impacto do Novo Código Florestal frente aos Desafios da Agricultura Sustentável: Dep. Aldo Rebelo
15h30 – 16h30 Eficiência Agronômica dos Organominerais: Prof. Dr. Carlos Eduardo Pellegrino Cerri - CENA/USP
16h00 – 16h30 Intervalo na área de expositores
16h30 – 17h30 A Utilização de Bioestimulantes na Agricultura Moderna: Prof. Dr. Átila Morgon - UFPR


DIA 12 DE ABRIL DE 2011
08h30 – 09h30 Panorama da Legislação Brasileira de Fertilizantes: Eng. Agr. e Coordenador da CFIC/MAPA Hideraldo Coelho
09h30 – 10h30 Uso de Condicionadores de Solo a Base de Polímeros Acrílicos:
10h30 – 11h00 Intervalo na área de Expositores
11h00 – 12h00 Benefícios dos Micronutrientes Associados ao uso de Glifosato: Prof. Dr. Tsuioshi Yamada - Consultor
12h00 Almoço
14h00–14h45 Biodegradação de Poluentes Orgânicos durante a Compostagem: Profª. Dra. Regina Teresa Rosim – CENA/USP
14h45 – 15h30 Eficiência dos Inoculantes para Acelerar a Compostagem: Profª. Dra. Elke Jurandy B. N. Cardoso – ESALQ/USP
15h30 – 16h30 Mitos e Paradigmas no Manejo de Substratos para Plantas:Dr. Pedro Furlani – Consultor
16h30 -17h00 Intervalo na área de expositores
17h00 – 18h00 Boas Práticas para Uso Eficiente de Fertilizantes: Dr. Luís Prochnov – IPNI Brasil


DIA 13 DE ABRIL DE 2011
08h30 – 09h30 Indução de Resistência de Plantas: Prof. Ph.D. Mário Lúcio Vilela de Resende - UFLA
09h30 – 10h30 A Importância dos Insumos Orgânicos na Mitigação doAquecimento Global: Dr. Caio Teves Inácio - Embrapa Solos
10h30 – 11h00 Intervalo na área de expositores
11h00 – 12h00 Micronutrientes: Mitos, Verdades e Avanços Tecnológicos:Ph.D. Luiz Roberto Guimarães Guilherme
12h00 – 13h00 Qual o seu lugar na quinta economia do mundo?
13h00 – 13h15 Conclusões/Encerramento


Atendimento à Imprensa:

Texto Assessoria de Comunicações (telefone 11 2198-1888)
Jornalista Responsável: Altair Albuquerque (MTb 17.291)
Coordenação Geral: Nadia Andrade (nadia@textoassessoria.com.br)
Coordenação Geral de Assessoria de Imprensa: Fabricio Trevisan (fabricio@textoassessoria.com.br)
Atendimento: Juliana Villa Real (juliana@textoassessoria.com.br)

RECICLAÇÃO: Evento de reciclagem e preservação terá simpósio nacional sobre gestão de resíduos

Dar visibilidade às ações que promovam a sustentabilidade e o intercâmbio entre agentes da iniciativa privada e a academia em temas associados à gestão de resíduos é a proposta do segundo Encontro Nacional de Gestão de Resíduos, evento promovido pelo NIMAD / UFPR e que acontece simultaneamente a VI ReciclAção – Feira Brasileira de Reciclagem Preservação e Tecnologia Ambiental entre os dias 4 e 7 de maio no Centro de Eventos Expo Unimed Curitiba.

A ReciclAção deste ano tem como foco a recente discussão sobre política nacional de resíduos sólidos, que estabelece regras para o recolhimento de embalagens usadas, incentiva a indústria da reciclagem e proíbe os "lixões" a céu aberto, assim como a importação de qualquer tipo de resíduo e a instituição do mecanismo conhecido como “logística reversa”. Além do Encontro haverá outros três eventos técnicos paralelos a feira, que terá mais de 70 expositores com serviços, produtos e tecnologias para o setor de reciclagem e preservação ambiental e promete movimentar a economia que vem do lixo.



O Encontro

A realização do II Encontro Nacional de Gestão de Resíduos (ENAGER) dentro da VI ReciclAção tem a pretensão que o setor empresarial apresente seus produtos ao mesmo tempo em que possa interagir com pesquisadores sobre novos métodos e processos, visando uma adequada gestão de resíduos de origem urbana, rural e industrial.

Durante o evento serão apresentadas contribuições relacionadas à gestão de resíduos assim como indicados os rumos e perspectivas de forma a possibilitar o desenvolvimento sustentável segundo padrões éticos.

O ENAGER 2011, realizado pelo Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente e Desenvolvimento da UFPR (NIMAD), é uma continuidade do I Encontro Nacional de Reciclagem, realizado 2008. Nesta edição o evento prevê palestras e clínicas tecnológicas, onde consultores especialistas em diferentes áreas estarão atendendo a participantes, previamente inscritos, para sugerir alternativas a dúvidas relacionadas à gestão de resíduos.

Na programação dos painéis estão previstos temas como “Reuso da água e reciclagem de resíduos na construção civil”; “Design e sustentabilidade: Soluções para habitação de interesse social”; “Gestão de resíduos na indústria de base floresta” e “Mitos sobre a reciclagem”. Haverá ainda a exposição de resumos e pôsteres científicos.

Para o diretor da ReciclAção 2011, Valdir Bello, o ENAGER representa a aproximação do setor científico com a iniciativa privada com a possibilidade da geração de melhores tecnologias para a sociedade. “A realização de um evento de tamanha importância da UFPR dentro da ReciclAção ratifica os objetivos de promover uma integração entre todas as esferas em prol do desenvolvimento sustentável”, fazendo da ReciclAção o principal forum para discussões e debates sobre assuntos que visam a reciclagem e a preservação ambiental no sul do Brasil completa Bello.



Serviço:

As inscrições para o ENAGER 2011 estão abertas desde 7 de fevereiro somente pelo site do www.prppg.ufpr.br/enager2011. Dúvidas, informações e inscrições podem ser obtidas e realizadas com a secretaria do evento no telefone 41-3203.1189 ou pelo e-mail montebello@montebelloeventos.com.br e para envio de resumos e posters no fone (41)3361-3012 ou pelo e-mail: coordcatec.enager2011@gmail.com ou coordgeral.enager2011@gmail.com .

A ReciclAção 2011 é organizada e realizada pela MonteBello Eventos com o patrocínio do Banco do Brasil e da Ambisol Soluções Ambientais. Os interessados em conhecer melhor o evento, tirar dúvidas ou consultar o mapa da feira para aquisição ou reserva de stande devem acessar o site www.montebelloeventos.com.br/reciclacao2011 ou entrar em contato com a organização através do telefone 41-3203.1189.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Carambeí: História e sustentabilidade no interior do Paraná

Parque Histórico de Carambeí busca manter vivas as origens da região e construir uma gestão sustentável da história

Uma forma de manter viva a história, com bons usos dos materiais à disposição. Esse é um dos objetivos do Parque Histórico de Carambeí, localizado na região dos Campos Gerais do Paraná e que será um dos marcos mais importante nas comemorações ao centenário da imigração holandesa na região. Um espaço marcado pelo caráter multiuso e pelo objetivo de proporcionar um espaço destinado à educação e ao lazer para a população de Carambeí. De acordo com Fabio Silvestre, curador executivo do Parque, “o projeto também pretende desenvolver pesquisa patrimonial cultural, como um centro de divulgação e inteligência em seu ramo de atividades, com continuidade e sustentabilidade”. Multifacetado, o espaço busca dar nova cara a história em Carambeí, mostrando que a preservação histórica está junto com a sustentabilidade e a preservação ambiental.


O parque e a sustentabilidade

Com o objetivo de mostrar a todos a trajetória e promover a presença do público dentro da história da colônia holandesa no Paraná, o projeto também procura apresentar aos visitantes um espaço que forma um organismo interdependente, ligado à sustentabilidade. De acordo com Dick de Geus, diretor presidente do Parque, o projeto “é uma forma de apresentar a todos a contribuição da comunidade holandesa na história do Paraná e também na aplicação da sustentabilidade em suas ações”.

Sobre o parque, Silvestre comenta que “hoje o espaço do Parque Histórico de Carambeí tem várias alas novas sendo construídas, mas está sempre pronto como espaço museal completo. Isso porque cada ala disponibilizada, independentemente do que ainda está em desenvolvimento, contempla os aspectos integrais do que se pretende oferecer”.

Hoje, no parque, é possível classificar de três formas a questão da sustentabilidade dentro do seu projeto. A primeira, de acordo com Fábio Silvestre, é a questão social. “O parque tem o objetivo de ser sustentável em relação ao ser humano, e por isso investe em projetos de comunicação para a sociedade”, afirma. Nessa área, o parque desenvolve o projeto ‘Vamos Ler’, que trabalha com 1200 crianças da 5ª a 7ª série do ensino fundamental e faz um trabalho de incentivo à leitura. O trabalho também tem o objetivo formar um público consciente em relação aos objetivos do projeto. “Solitários não somos sustentáveis, por isso é interessante formar um público consciente sobre a causa e que replique esse conhecimento entre os demais membros da sociedade”, sintetiza Silvestre.

Outro aspecto da sustentabilidade está na questão da infraestrutura. Através de uma parceria com a APRE (Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal), toda a madeira utilizada nas construções do parque tem origem certificada, ou seja, é madeira oriunda de florestas plantadas. “Assim evitamos que florestas nativas sejam desmatadas e temos controle sobre a qualidade da madeira, seu sequestro de carbono no ambiente e sua origem”, explica Silvestre. Outra questão ligada à infraestrutura está na captação de água das chuvas. O parque está em processo de implantação de cisternas e sistemas de coletas de água da chuva, que serão utilizadas para serviços brutos e decorativos. Ao final, toda a água que não precisar de tratamento irá correr para o “Parque das Águas”, um dos espaços que tem como objetivo reconstruir aos visitantes os famosos os canais holandeses. De acordo com Fábio, o sistema de águas deve entrar em uso ainda no ano de 2011. Outro projeto que está em processo de estudos no Parque Histórico de Carambeí é a implantação do uso de energia solar para a iluminação pública no parque.

O terceiro ponto em que o conceito está presente no parque são os apoios aos projetos dos parceiros ligados à sustentabilidade. Um dos principais pontos é a reciclagem e para Fábio, “esse é o processo dentro dos 5 Rs (reduzir, reutilizar, reciclar, reeducar e replanejar) em que é possível aplicar a tecnologia, por isso recebe investimentos altos. Um exemplo é o programa de reciclagem de uma das parceiras do projeto, que investe na reciclagem de embalagens longa-vida de leite”. Além do apoio a esses projetos, o Parque Histórico de Carambeí desenvolve sua própria coleta seletiva de lixo e o projeto de descarte ordenado dos resíduos.

Toda essa preocupação tem um motivo: a região tem um histórico relevante em relação à sustentabilidade. Lá, há pelo menos 30 anos, já se fala em ação sustentável. Os moradores da região de Carambeí são os responsáveis pela técnica de plantio direto na palha, que previne assoreamento dos rios e lagos. A técnica, hoje utilizada em todo o Brasil, nasceu na região em busca de soluções que diminuíam os efeitos contra o meio ambiente. Além do cooperativismo, uma ação econômica sustentável em seu modelo, resultando em organização como a Batavo Cooperativa Agroindustrial, neste ano completando seus 85 anos.


O parque e a educação

A Casa da Memória, que se encontra dentro do Parque Histórico de Carambeí, já está completa para o atendimento à população. Hoje estão à disposição na casa seis coleções completas de itens, com destaque para o Museu dos Tratores. “Indo à Casa da Memória hoje os alunos das escolas públicas de toda a região (que são a maioria dos usuários visitantes) podem conhecer o traçado da história da região e das famílias holandesas”, conta Silvestre.

O parque investe também na educação continuada, ligada diretamente à sustentabilidade. “Por se tratar de um centro cultural, a continuidade das atividades pode ser relacionada com pedagogias de sustentabilidade, pois existe tempo disponível para o desenvolvimento de relacionamento estável e biunívoco com a sociedade”, explica Fábio. Ele afirma ainda que “o mais importante na pedagogia do Parque Histórico de Carambeí, é que se trata de um espaço museal que retrata a história da agroindustria nos Campos Gerais do Paraná, onde o cooperativismo, o plantio direto na palha, a reciclagem e a economia da cultura são interligados para dar contornos aos temas de sustentabilidade”, confirma.


A criação

Os primeiros passos para a criação do Parque Histórico de Carambeí foram dados em 1991, nas comemorações dos 80 anos de imigração holandesa ao Paraná. Foi quando alguns dos descendentes diretos das primeiras famílias que chegaram à região perceberam que não havia nenhuma iniciativa para preservar a história e recuperar os símbolos da luta daqueles que escolheram a região de Carambeí para iniciar uma nova etapa em suas vidas. Desde a chegada das famílias em 1911, até a fundação da Batavo Cooperativa Agroindustrial em 1925 (na época chamada de Sociedade Cooperativa Holandesa), os acervos históricos não estavam sendo preservados. Por isso, no ano de 1991, foram estabelecidas as bases da Casa da Memória de Carambeí.

Nos últimos quatro anos, já pensando nas celebrações pelo centenário da imigração holandesa ao Paraná, foi estruturado um plano diretor para dar suporte ao Programa de Patrimônio Cultural do Parque Histórico de Carambeí. Hoje, os projetos construtivo-arquitetônicos de expansão das alas do parque são desenvolvidos por conta e capital da Associação mantenedora com o Patrocínio Institucional da Batavo Cooperativa Agroindustrial. Hoje, o parque conta com um rol de patrocinadores, que tem ideologias afins diante das questões históricas e ambientais. O parque e todo o projeto que o envolve estão abertos aos novos parceiros que se identifiquem com a ideologia local. Novos patrocinadores podem integrar o projeto, que possui estratégia de incentivo fiscal com amplo retorno de imagem corporativa, em função dos valores socioculturais que congrega.

Na foto acima: Diretoria da APHC esquerda p/ direita no lançamento da pedra fundamental da Vila Histórica
Dick Carlos de Geus – Presidente; Gaspar João de Geus – Secretário Geral; Joahanes Gillisen – Arquiteto; Franke Dikjstra – Vice Presidente



2011: Ano da Holanda no Brasil

Os senadores aprovaram, no final de 2010, que 2011 seja o “Ano da Holanda no Brasil”. O projeto aprovado tem como objetivo comemorar o centenário da imigração holandesa e fazer uma homenagem aos descendentes das primeiras famílias que chegaram ao país, como reconhecimento de todos os brasileiros ao importante legado das comunidades holandesas ao Brasil. A confirmação do ano da Holanda no Brasil abre também espaço para mais negociações entre os países e a consolidação das relações comerciais para os próximos anos.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS

II CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS - CECONS II (Lato Sensu) Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR, Curitiba, PR

O II Curso de Especialização em Construções Sustentáveis da UTFPR tem como objetivo oferecer à comunidade o aprimoramento dos recursos humanos na área da Engenharia Civil e da Arquitetura, de forma a melhorar o desempenho desses profissionais no mercado de trabalho, atendendo as constantes mudanças do ponto de vista das construções sustentáveis e preservação dos recursos naturais.


Inscrição dos candidatos 01/02/2011 a 28/02/2011


O curso terá duração total de 388 horas, sendo que as aulas serão ministradas às sextas-feiras, no turno da noite, das 18h00 às 22h00, e nos sábados, no turnos da manhã, das 8h30 às 12h30 e da tarde, 14h00 às 18h00 .


Cronograma

Início das atividades letivas 18/03/2011

Férias 03/07/2011 – 28/07/2011

Reinício das atividades letivas - 29/07/2011

Término das atividades letivas - 09/12/2011

Data limite para entrega do trabalho conclusivo (monografia) 03/06/2012



Mais informações junto à secretaria do curso pelo telefone (41) 3310-4581 ou pelo email: zulmea@utfpr.edu.br


Lista das disciplinas:



1. Introdução Construções Sustentáveis e Certificações Verdes
2. Conforto Ambiental e Eficiência Energética
3. Certificação LEED na Arquitetura e Design de Interiores
4. Energias Alternativas e Eficiência Energética
5. Sustentabilidade Aplicada a Materiais de Construção Civil
6. Metodologia Científica
7. Conservação de Água
8. Coleta e Aproveitamento de Água de Chuva
9. Tecnologias não Convencionais para Tratamento de Esgoto Doméstico
10. Sustentabilidade no Ambiente Urbano
11. Energia Embutida e Emissões de CO2 no ciclo de vida das edificações
12. Ecodesign e Construção com material reaproveitado
13. Análise do Ciclo de Vida do Produto
14. Uso da Madeira na Construção Civil
15. Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
16. Seminários


LINK DO EDITAL II CECONS - UTFPR
http://sistema.utfpr.edu.br/pos/inscricoes/editais/CT_DACOC_CECON_II.pdf.pdf

LINK DAS INSCRIÇÕES II CECONS - UTFPR
http://sistema.utfpr.edu.br/pos/inscricoes/inscricao.php?cursoTurma=152%2C565&acao=inscricao

Coordenador do II CECONS - UTFPR
Prof. Dr. Eloy F. Casagrande Jr.

Você quer ganhar uma ASSINATURA ANUAL da revista e o livro Eco Sustentabilidade?


Promoção Revista GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

Participe desta promoção!

Indique uma Instituição de Ensino (Nome e Cidade) aqui no BLOG até terça-feira (08/fev - 23hs) e mobilize a sua rede de contatos para uma votação. A instituição mais votada, na enquete do BLOG da revista http://revistageracaosustentavel.blogspot.com/, receberá também uma assinatura da revista e dois exemplares do livro "Eco Sustentabilidade - do consultor Evandro Razzoto" para a biblioteca.

Participe! Demonstre aqui como você está comprometido com a educação na sua cidade/região!
Obs. Limite para votação (28/fev). Promoção válida para todo o território brasileiro!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Simpósio de Sustentabilidade Hospitalar

O 1º Simpósio de Sustentabilidade Hospitalar da Baixada Santista, organizado em Cubatão, SP, pelo hospital Dr. Luiz Camargo da Fonseca e Silva, adminsitrado pela Pró Saúde, o evento, que acontece entre 17 e 19 de fevereiro tem o objetivo de reunir profissionais das áreas ambiental, social e econômica para apresentarem conceitos de sustentabilidade aos participantes.

Além de mostrar a aplicação de práticas sustentáveis no ramo hospitalar e em diversos outros mercados, o ciclo de palestras irá contar histórias e dar exemplos de como implantar essas ações nas mais diversas organizações - sendo elas do setor da saúde ou não - para inspirar e alertá-las.

Acesse o site para mais informações.
http://www.hospitalluizcamargo.com/simposio/index.php

Reciclação 2011



RECICLAÇÃO 2011

A crescente economia que vem do lixo estará em pauta na capital paranaense na sexta edição da ReciclAção – Feira Brasileira de Reciclagem, Preservação e Tecnologia Ambiental

Mais do que opções para os resíduos, a reciclagem e preservação ambiental representam setores consideráveis na economia e na sustentabilidade do país. As estatísticas mostram que somente a reciclagem movimenta cerca de R$ 9 bilhões por ano no Brasil. Com a recente instituição da política de resíduos sólidos os números devem aumentar vertiginosamente nos próximos anos.

Para apresentar tendências e discutir estes rumos do segmento Curitiba recebe entre os dias 4 e 7 de maio a sexta edição do evento ReciclAção - Feira Brasileira de Reciclagem, Preservação e Tecnologia Ambiental. O evento acontece no centro de eventos Expo Unimed Curitiba e nesta edição a pauta estará em torno dos esclarecimentos da lei 12305 e o decreto 74404 sobre a política nacional de resíduos sólidos.

A 6ª ReciclAção já está consolidada como promotor do desenvolvimento sustentável aliando a geração de negócios e a integração entre a comunidade científica e empresas privadas no setor ambiental e de reciclagem. O sucesso do evento como promotor da sustentabilidade traz empresas de porte para junto da sua realização, como os patrocinadores Banco do Brasil e AMBISOL Soluções Ambientais e os apoiadores institucionais e de realização dos eventos técnico científico, a Universidade Federal do Paraná – UFPR o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai PR, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Curitiba - SMMA, entre outros.

Por se tratar de um evento com forte know how a ReciclAção atrai participantes de diversas regiões do país para a feira e os eventos paralelos. Em 2011 o evento deseja esclarecer através de eventos científicos as necessidades dos setores público e privado para adequação à política nacional de resíduos sólidos que tem prazo para ser integralmente implantada em todos os setores produtivos até 2014. Ano que coincide com a realização da Copa do Mundo no Brasil, evento que promove naturalmente a conformidade sócio ambiental em todo o país.


Feira

A organização da 6ª ReciclAção estima um crescimento superior a 40% em relação ao número de expositores da edição de 2010, considerando os fatores positivos deste ano, como a superação da crise internacional que prejudicou a economia e afetou a edição anterior, além da necessidade de adaptação as alterações da legislação.

Valdir Bello, diretor do evento, afirma que a ReciclAção já se firmou como principal fórum nacional para discussões, debates, apresentação de alternativas e busca de soluções para o setor ambiental e de reciclagem. “É um evento que apresenta equipamentos, tecnologias e serviços visando solucionar problemas ambientais, de origem urbana, industrial e rural e ainda tem a função de conscientizar e multiplicar as ações que beneficiam o meio ambiente por meio da triagem, reciclagem e da diminuição na geração de resíduos”, afirma Bello.

Entre os eventos simultâneos da ReciclAção 2011 estão o IV Seminário de Saneamento Ambiental, evento técnico científico promovido pela 3R AMBIENTAL que contará com a presença de ícones do segmento ambiental e de reciclagem e o II Encontro Nacional de Gestão de Resíduos evento promovido e coordenado pelo NIMAD E PRPPG da UFPR com apoio do Senai-PR, que visa fazer a ligação entre a academia e iniciativa privada em assuntos de interesse geral ligado aos segmentos de reciclagem, tecnologia ambiental e gestão de resíduos.


Apoiadores
A Reciclação 2011 tem o apoio de realização da: 3R ambiental, Indústrias Gratt, Copel, Associação Comercial do Paraná, Abividro, Abeaço, Abralatas, Abes, Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba entre outras.


Serviço:

Os interessados em conhecer melhor o evento, tirar dúvidas ou consultar o mapa da feira podem acessar o site www.montebelloeventos.com.br/reciclacao2011 ou entrar em contato com a organização através dos telefones (41) 3203.1189 ou pelo e-mail montebello@montebelloeventos.com.br.

Entidade paranaense contrata:


A Junior Achievement Paraná está em busca de novos talentos!


Gestor de Projetos:

- Curso superior completo, preferencialmente em Administração, Ciências Contábeis, Comércio Exterior, Economia ou Marketing;
- Inglês fluente ou avançado;
- Facilidade para falar em público;
- Ter participado de programas da Junior Achievement, como achiever ou voluntário, ou de outras atividades do terceiro setor será um diferencial;
- Disponibilidade para eventos noturnos;
- Horário das 08:30 às 17:30 – salário a combinar (incluir no currículo a pretensão salarial).


Assistente Financeiro:

- Ter conhecimento e experiência na área;
- Estar cursando ou ser formado em Administração, Ciências Contábeis ou Economia;
- Inglês intermediário;
- Facilidade para falar em público;
- Preferencialmente ter participado de programas da Junior Achievement, como achiever ou voluntário, ou de outras atividades do terceiro setor;
- Disponibilidade para eventos noturnos;
- Horário das 09:00 às 18:00 – salário a combinar (incluir no currículo a pretensão salarial).

Se você atende a estes requisitos e gostaria de trabalhar conosco ou conhece alguém com esse perfil, envie seu currículo até o dia 10/02/11 para o nosso e-mail: japr@japr.org.br.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Ecogaragem: Empresa de transporte coletivo se reinventa com a sustentabilidade

Transpiedade transforma sede da empresa em projeto inovador de respeito ao meio ambiente

Há empresas que fazem parte da história de uma cidade, já outras são capazes de transformar a narrativa de um lugar. A empresa de Transportes Coletivos Nossa Senhora da Piedade, Transpiedade,localizada em Campo Largo, na região Metropolitana de Curitiba, faz parte do seleto grupo de empresas transformadoras. Integrante do Grupo Empresarial Melissatur, a Piedade completou 36 anos de existência em 2010 reescrevendo sua própria história e também a dos locais onde atua. Isso porque há alguns anos percebeu que seu dever era muito maior do que o transporte de pessoas, realizado com competência pelo Grupo em várias cidades do Paraná.

“Ficou claro que era necessário transpor os muros da empresa para continuar a nossa história”, resume a diretora-presidente da empresa, Marli Corleto, ao explicar os motivos que a levaram a caminhar para a sustentabilidade. Tínhamos ideia do que queríamos, faltava organizar. Há cerca de cinco anos é que a questão socioambiental passou a nortear efetivamente nossa gestão e a fazer parte das estratégias da empresa para a conquista do desenvolvimento sustentável”, explica.

O principal destaque dessa transformação pela qual passou a Transpiedade foi a construção da Ecogaragem, onde hoje funciona a nova sede da empresa, inaugurada em 2009, durante o aniversário de 35 anos. Situada em um terreno de 17.780 metros quadrados e com capacidade para 150 veículos, a empresa tornou-se, sem dúvida, uma das mais modernas do Brasil, segundo afirma o consultor da área de Responsabilidade Social, Juvenal Correia Filho. Para tornar a Ecogaragem uma realidade, foram necessários muita pesquisa e planejamento de ações e procedimentos, todos com uso de tecnologia avançada para que os serviços realizados dentro da garagem pudessem trazer economia e principalmente tivessem impacto ambiental reduzido. As inovações vão desde o monitoramento e controle de consumo de energia elétrica, por meio da implantação de vários sensores em todas as partes da empresa, como também um programa completo de reuso de água.

De acordo com o consultor, na Ecogaragem, a Piedade desenvolveu com tecnologia inovadora o aproveitamento e reciclagem total da água que utiliza, tornando-se assim a primeira empresa de transportes coletivos do Paraná a operar um sistema como este. Outro destaque na Ecogaragem é que lá acontece a integral reciclagem de matérias e insumos utilizados e também é feito o tratamento completo dos efluentes.

Gestão de economia de água e luz – Enquanto muita gente ainda pensa qual a melhor solução para evitar a falta de água, a Piedade já conta com um sistema que serve como exemplo para resolver o problema. Com a meta de reduzir o consumo, a diretoria da empresa resolveu reciclar a água utilizada e repor ao meio ambiente em proporções equivalentes. O projeto, supervisionado pelo engenheiro e diretor superintendente da empresa, Rodrigo Corleto HoelzL, contou com a implantação de um sistema ecologicamente recomendado para uso de água, que começou com a perfuração de um poço artesiano. Ele explica que a água limpa vinda do subsolo é utilizada em pias, cozinhas, banheiros e chuveiros para o consumo humano. No descarte, que chega a cerca de três mil litros por dia, começa a economia. A água utilizada em vez de cair na rede de esgoto, entra em um processo de reciclagem, via filtros especiais, seguindo para cisternas de reuso, onde se mistura a água utilizada nos processos operacionais de higienização e lavagem dos ônibus da empresa. Nesta etapa, toda a água utilizada segue para nova reciclagem. Também faz parte do programa de reuso da água um sistema de captação de água da chuva, que é utilizada na lavagem dos ônibus e destinada à limpeza, irrigação e higiene das instalações da empresa. Toda a água utilizada na empresa é reciclada na Estação de Tratamento de Efluentes e reaproveitada. “No final, não resta sequer uma gota para a rede de esgoto da cidade de Campo Largo”, garante o superintendente.

Os resíduos oriundos deste tratamento, basicamente lodo e óleo, são corretamente destinados. O lodo vai para as indústrias de cimento, para servir de matéria-prima. E o óleo segue para empresas especializadas na reciclagem deste produto. Os resíduos sólidos gerados por todos os processos da empresa são devidamente separados, armazenados e destinados à reciclagem. Para economizar energia elétrica, a Ecogaragem conta também com sistema informatizado e automatizado de monitoramento, todo controlado por sensores nos quadros de distribuição de energia. Além disso, o projeto arquitetônico do empreendimento foi desenhado para aproveitar ao máximo a luz do sol.

A preocupação ambiental rendeu à Transpiedade a certificação ISOI 14001. Todas as outras empresas do Grupo também são certificadas pela ISO 9001:2000. Gente transportando gente para um mundo melhor - Atualmente a Piedade conta com cerca de 160 funcionários, em Campo Largo, e opera com 86 ônibus, que fazem transporte urbano e escolar. Em 2003, passou a atuar em União da Vitória, onde conta com 46 ônibus e emprega 104 funcionários. Junto com as outras empresas do Grupo Melissatur, cerca de 130 mil pessoas por dia ou 45 milhões de pessoas por ano utilizam os serviços do Grupo para se deslocarem de casa para o trabalho ou para a escola.

E foi pensando em cada um desses passageiros que Marli conta que percebeu que a Transpiedade deveria ter uma função além do transporte. “Tudo começou com um simples panfleto que distribuímos para recolher donativos para o Natal”, lembra a presidente com orgulho. Essa ação ainda é feita até hoje, mas se tornou apenas uma dos vários projetos desenvolvidos na empresa Nossa Senhora da Piedade.

Vale destacar, por exemplo, o programa Expresso Saúde, que conta com um ônibus devidamente equipado e cedido pela Transpiedade para realizar em parceria com a Secretaria de Saúde de Campo Largo serviços ambulatoriais e odontológicos gratuitos à comunidade de baixa renda. O projeto também foi levado pelo Grupo para as cidades de União da Vitória e Almirante Tamandaré. Outro destaque é o projeto Expresso Ambiental, que também conta com um ônibus, todo equipado para oferecer aulas sobre preservação do meio ambiente. O programa também é realizado em parceria com a Prefeitura da cidade.

Outro projeto do Grupo é o Passageiro do Futuro, que promove educação, cidadania e respeito entre crianças das escolas públicas nas dependências da própria empresa Trans piedade. Em parceria com a Secretaria de Educação do município, as crianças são acompanhadas por professores e pedagogos da escola e recebidas na empresa pela equipe responsável pelo projeto. Lá elas participam de atividades e palestras sobre como cada um pode contribuir com o desenvolvimento da cidade e de um mundo melhor para as futuras gerações.

“A grande satisfação é ver que hoje somos agentes de transformação”, afirma Marli Corleto. Para ela, tudo funciona a partir do momento em que são realizadas as parcerias, seja com o poder público, com os próprios colaboradores da empresa, ou outras instituições. Segundo a presidente, a construção da Ecogaragem, por exemplo, chamou a atenção das instituições de ensino, como a Faculdade Cenecista de Campo Largo (Facecla), que acompanhou toda a obra e tem as portas abertas para a realização de projetos dos estudantis na área ambiental. “A Transpiedade está em pleno desenvolvimento e junto com ela toda a comunidade ao seu redor”, observa Marli.

Pacto com o planeta – Tanta preocupação social e ambiental levou a diretora-presidente do Grupo Empresarial Melissatur, Marli Corleto, a se comprometer oficialmente com o Pacto Global, coordenado pela Organização das Nações Unidas (ONU), desde março de 2008. O Pacto serve para mobilizar a comunidade empresarial internacional para a adoção, em suas práticas de negócios, de valores fundamentais e internacionalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção refletidos em dez princípios. Essa iniciativa conta com a participação de agências das Nações Unidas, empresas, sindicatos, organizações não-governamentais e demais parceiros necessários para a construção de um mercado global mais inclusivo e igualitário. Hoje já são mais de 5.200 organizações signatárias articuladas por 150 redes ao redor do mundo.

O Grupo, com suas cinco empresas, Viação Tamandaré, Transpiedade, Viação Antonina, Empresa de Ônibus Campo largo e Melissa Transportes e Turismo, foi um dos primeiros da área de transportes coletivos do Brasil a assinar o Pacto Global das Nações Unidas. Para a presidente, a assinatura reafirma seu compromisso em busca da sustentabilidade. “O requisito principal para a participação dessa iniciativa é o registro anual que descreve os esforços da empresa para implementar os 10 princípios da ONU. O primeiro Communications On Progress (COP) da empresa é validado depois de dois anos de participação do Pacto Global e, a seguir, a cada ano. Esta medida é o parâmetro essencial para a empresa continuar ou não filiada ao programa”, explica Marli.

Em 2010, o Grupo Empresarial Melissatur foi convidado a participar da Cúpula de Líderes do Pacto Global da ONU, o UN Global Compact Leaders Summit 2010. O evento que acontece a cada três anos reúne cerca de mil líderes de empresas e organizações do mundo todo que aderiram ao compromisso. Durante a Cúpula, os participantes trocam experiências e discutem os rumos futuros do Pacto Global, que em 2010 completou dez anos de existência. Marli Corleto representou o Grupo e o país neste pequeno grupo de empresários comprometidos com o futuro do planeta durante o evento, que aconteceu em Nova Iorque, no mês de junho.

Grupo Empresarial Melissatur
Criado em 2005 como operador de serviços de transportes, o Grupo Empresarial Melissatur participa da vida das cidades, com as seguintes empresas: Transportes Coletivos Nossa Senhora da Piedade Ltda,Transpiedade matriz em Campo Largo; Transportes Coletivos Nossa Senhora da Piedade Ltda, matriz em União da Vitória; Empresa de Ônibus Campo Largo Ltda, de Campo Largo; Melissatur Transportes e Turismo Ltda, de Curitiba; Viação Tamandaré Ltda, de Almirante Tamandaré e Curitiba; e Auto Viação Antonina, de Almirante Tamandaré. As empresas contam com 1500 funcionários e uma frota de mais de 400 veículos em operação.


Matéria Responsabilidade Ambiental: Edição 21 - Revista Geração Sustentável (Juliana Sartori) ** Clique na imagem ao lado e tenha acesso a outros conteúdos dessa edição.




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