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quinta-feira, 29 de maio de 2014

Faber-Castell reforça compromisso com o Meio Ambiente

No Dia Internacional do Meio Ambiente, a empresa celebra resultados positivos em seus projetos de preservação de florestas, conservação de fauna, e uso de energias alternativas

No próximo dia 05 de junho será comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente. Para a Faber-Castell, esta data deve ser celebrada especialmente com ações que demonstrem a preocupação das organizações com a preservação à natureza. Por esta razão, a empresa tem a sustentabilidade e a responsabilidade socioambiental entre os pilares da marca, e atua há anos com programas de preservação de florestas, animais e de uso de fontes de energia alternativas.

Entre os projetos da Faber-Castell que alinham produção e desenvolvimento sustentáveis estão: a criação e manutenção de áreas de reflorestamento e reservas nativas, e programas para o reaproveitamento dos materiais utilizados na fábrica e em seus escritórios – bem como o programa de coleta de instrumentos de escrita para evitar o descarte desses materiais no meio-ambiente. Além destes, a empresa também controla a emissão de Gases de Efeito Estuda (GEE) em todas as operações controladas pela matriz brasileira, utilizando fontes de energias alternativas e renováveis, o que resultou na conquista do primeiro lugar no ranking divulgado pela Bloomberg New Energy Finance (Bnef) em 2012.

No Brasil, a Faber-Castell trabalha exclusivamente com madeira reflorestada: este projeto teve início nos anos 80, na cidade de Prata (MG), onde a empresa fomentou o plantio para a produção de EcoLápis. Ao todo, a Faber-Castell mantém em Prata 9.6 mil hectares, divididos em 11 parques florestais. Desse total, 2.7 mil hectares são de áreas de preservação permanentes e 6.7 mil de áreas plantadas com pinus caribea var. Hondurensis- matéria-prima para a produção dos seus EcoLápis. Para a fabricação do EcoLápis, feita de madeira reflorestada e certificada pelo FSC® (Forest Stewardship Council), a empresa investe no aprimoramento da produtividade florestal.

Conheça os projetos socioambientais da Faber-Castell:

Animalis
O Animalis, projeto que existe há 22 anos, monitora e identifica os animais que vivem dentro dos parques florestais da Faber-Castell. Durante este período, já foram identificadas 237 espécies de aves, 25 espécies de répteis, 35 espécies de anfíbios, 159 espécies de formigas, além de 64 espécies diferentes de mamíferos, uma população que cresce a cada levantamento realizado: em 2013 foi verificado um aumento de 16% do número de mamíferos que habitam a área da empresa.

Arboris
O projeto Arboris consiste na preservação, recuperação e adensamento de remanescentes da flora nativa presente nos parques florestais da empresa. Mais de 300 espécies já foram identificadas nos inventários executados. O conhecimento detalhado da flora existente, ao lado do conhecimento da fauna, definem as ações da empresa para a criação de ambientes propícios à manutenção e atração das espécies.

Energias alternativas
Em 2012, a Faber-Castell ficou em primeiro lugar no Índice Corporativo de Energia Renovável (CREX, da sigla em inglês), ranking que aponta as companhias que mais utilizam fontes renováveis alternativas de energia consumida em 2011 na sua produção. Elaborado pela Bloomberg New Energy Finance (Bnef), o ranking brasileiro é inédito e tem como base um levantamento realizado com as 200 maiores empresas do País em valor de mercado. Foi considerado o consumo total de energia elétrica das companhias e o volume gerado por meio de fontes alternativas renováveis, que incluem pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), solar, eólica, biomassa, como cana-de-açúcar e madeira de reflorestamento.

Inventário de carbono
Em 2010, o inventário de Gases de Efeito Estufa (GEE) da empresa revelou que a Faber-Castell capturou 8,10 vezes mais do que a quantidade de CO2 emitida em todas as operações controladas pela matriz brasileira. O relatório aponta, ainda, um aumento de 6,3% em relação ao resultado obtido em 2008, ano do primeiro inventário, quando a captação de gases nocivos ao meio ambiente chegou a 7,23 vezes a quantidade de gases emitidos. Com isso, o volume de gases capturados desde o ano de 2008 é suficiente para cobrir as operações da empresa pelos próximos 21 anos – se mantidas as emissões atuais. O material leva em consideração a norma ISO 14064-1 e segue as orientações do GHG – Greenhouse Gas Protocol Initiative

Reciclagem de materiais
A Faber-Castell também estabeleceu uma parceria com TerraCycle para um programa de coleta. O projeto permite a transformação de milhares de instrumentos de escrita e suas respectivas embalagens em matéria-prima reciclada, o que evita o descarte de resíduos no meio ambiente. Em apenas alguns meses de parceria, já foram recolhidas mais de 91.700 unidades de materiais de escrita por 584 times de coleta. O programa conta com a ajuda do consumidor, que pode se inscrever gratuitamente no Programa de Coleta e na Brigada de Instrumentos de Escrita Faber-Castell através do site: http://www.terracycle.com.br/pt-BR/brigades/brigada-de-instrumentos-de-escrita-faber-castell.html. Podem ser enviados todos os instrumentos de escrita de qualquer marca como lápis, lápis de cor, lapiseiras, canetas, canetinhas, borrachas, apontadores, destaca texto, marcadores permanentes e marcadores para quadro branco que não funcionam mais ou estejam quebrados.

Produtos Sustentáveis
A Faber-Castell está sempre estudando novas formas de aprimorar suas linhas de produtos com o mínimo de impactos ao meio ambiente. Pensando nisso, a empresa desenvolveu a Eco FC Max, uma borracha livre de PVC, envolvida por uma capa “I’m Green” (polietileno verde, da Braskem). Este plástico tem o diferencial de colaborar com a redução do efeito estufa e, consequentemente, do aquecimento global. Cada tonelada de polietileno verde produzida captura e fixa até 2,5 toneladas de CO2 da atmosfera. Na comparação com o polietileno tradicional, derivado do petróleo, a vantagem ambiental é ainda maior: sobe para mais de 4,5 toneladas de CO2 capturadas. Além da borracha Eco FC Max, a Faber-Castell também lançou no mercado um EcoEstojo que também é feito com o plástico verde, produzido pela Braskem. Além das características de sustentabilidade, o produto possui design moderno, podendo servir tanto como estojo quanto como porta-lápis, e vem com lápis de madeira certificada e marcadores de texto recarregáveis. O EcoEstojo tem as mesmas características do plástico tradicional, é reciclável e tem como diferencial colaborar na captura de gás carbônico da atmosfera, durante o período de cultura da cana-de-açúcar, já que é feito a partir do etanol.

Faber-Castell
SAC: 0800-701-7068

Espuma de poliuretano muito mais amigável ao ambiente

A espuma rígida de poliuretano possui grande número de aplicações nos produtos industrializados. Uma delas, por exemplo, é proporcionar o isolamento térmico de caminhões frigoríficos. Mas é um material que gera resíduo de difícil reaproveitamento. É frequente então seu descarte em aterros, locais em que o resíduo será isolado do ambiente natural e não retornará ao processo produtivo.

Porém, em busca de uma destinação mais nobre e, como o poliuretano é oriundo do petróleo, com menos utilização dos recursos não renováveis, depois de estudos e desenvolvimento tecnológico hoje já é possível, através de reciclagem química, reaproveitar os resíduos da espuma rígida de poliuretano.

Após a fragmentação, os resíduos são inseridos em reatores (equipamentos próprios para realizar e controlar reações químicas) e recebem adição de reagentes, em um processo denominado glicólise. O resultado final da glicólise é uma substância líquida denominada poliol reciclado, o elemento chave de todo o processo. Na fabricação de novas espumas rígidas, o poliol reciclado será processado junto com o poliol virgem, fornecido pela indústria química para a fabricação do poliuretano. O fato notável é que, nesse caso, a matéria–prima para a fabricação terá uma proporção de 70% de poliol reciclado para 30% de poliol virgem, sem alterações significativas nas características do produto final, como resistência a compressão e tração, resiliência, elasticidade e robustez da estrutura mecânica. Em grande parte, o novo produto será formado por material reciclado.

O processo descrito acima já é uma solução efetiva e aplicada nas empresas conscientes da gestão sustentável. Além de reduzir a necessidade de descarte em aterros, se configura como grande avanço no sentido de minimizar o uso de recursos não renováveis para a obtenção de matéria-prima.


Engenheira Química Vanda Patricia Filinkoski - Assessoria da Proamb

terça-feira, 27 de maio de 2014

Hamburgueria de Curitiba inova ao utilizar containers em sua estrutura


Os encontros frequentes com amigos em casa, com direito a hambúrgueres especiais e cervejas artesanais, deram origem a mais nova hamburgueria de Curitiba, a Muzik, do casal de empresários Fábio e Gislene Muzeka e seu sócio e primo, Luis Fernando Campos. Construído a partir de containers marítimos, o restaurante se destaca na arquitetura do bairro Alto da XV, onde está instalado. 

“Buscávamos um modelo construtivo inovador e eficiente, que atendesse nossos ideais de sustentabilidade sem deixar de se adequar à personalidade de nossa família” explica Fábio.

A hamburgueria, prestes a abrir ao público, foi moldada com quatro containers de transporte marítimo. As estruturas passaram por tratamento térmico, acústico e adaptações. Além de reduzir os custos da obra em até 30%, por não necessitar de fundação, terraplanagem e outros serviços, o processo dispensa o uso de tijolos e cimento, gerando o mínimo de resíduo construtivo.

Na climatização, o sistema adotado foi o evaporativo, que reduz o consumo de energia elétrica em até 90%. Para aproveitar ao máximo a iluminação natural, o restaurante conta ainda com um teto de vidro. Além disso, uma horta própria para cultivo de temperos usados na casa e um bicicletário para quem opta pelo transporte alternativo fazem parte do empreendimento.

Trabalho em família
A concepção da Muzik foi um trabalho realizado coletivamente, com papeis bem distribuídos para cada membro da família. Enquanto Fábio divide a administração do negócio com Gislene, a cozinha terá à frente a filha do casal, Jéssica, formada em gastronomia pela PUC-PR e pela Escola de Gastronomia do Senac. Designer de produto, o irmão de Jéssica, Fábio Muzeka Filho, também dá sua contribuição na criação do mobiliário do restaurante.

Serviço
Muzik Hamburgueria 
Endereço: Rua do Herval, 454, Alto da XV, Curitiba. 
Inauguração: em breve. 
Itens principais do cardápio: hambúrgueres e cervejas artesanais. 
Horário de funcionamento: de terça a domingo das 18h às 24 horas. 
Futuramente, abrirá para almoço aos sábados e domingos.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Gestão Ambiental_Edição 37_ A arte de reciclar

Parceria entre artesão e empresa de reciclagem viabiliza produção de móveis sustentáveis


O artesão Eduardo Scheidt sempre gostou de lidar com madeira e desde jovem traz a consciência de conservação do meio ambiente consigo. Sua principal atividade profissional é o martelinho de ouro em carros, mas no tempo livre ele gosta mesmo é de utilizar suas habilidades manuais produzindo mobiliários de madeira com diversas funcionalidades.

A novidade é que este ano ele conseguiu unir as duas grandes aptidões graças a uma parceria com a empresa OK Ambiental Ltda., que há mais de um ano trabalha com reciclagem de materiais provenientes da construção civil. Entre os resíduos de madeira da construção civil coletados pela empresa, 95% é destinado para energia (cavaco), 4,5 % utilizado para compostagem e 0,5 % para demais parceiros.

“Sempre tive certa consciência em termos de reciclagem e reaproveitamento de materiais, pois minha família sempre reaproveitou e reaproveita até hoje, desde compostagem feita em casa com cascas de legumes e frutas, madeiras usadas no forno a lenha, água reaproveitada da máquina de lavar para regar as plantas e legumes do quintal e lavar as calçadas e por aí vai. Este ano, consegui uma excelente parceria que me proporciona livre acesso aos materiais lá reciclados, desde bobinas para cabos, paletes de madeira, vidros e outros materiais que escolher. Isso é muito importante, pois com certas atitudes poderemos minimizar o desperdício e esperamos conscientizar mais as pessoas de que tudo pode ser reaproveitado”, relata o artesão.

“Ele tem livre arbítrio para suas criações, a única exigência que firmamos é que nos comprove com imagens o resultado”, destaca Theodoro Lipinski Neto, sócio da OK Ambiental, destacando que a parceria teve início em uma das incansáveis buscas da empresa pela sustentabilidade.

E por falar em resultado, o que se vê são móveis com utilidades diversas e muito estilo, que misturam diversos tipos de madeira, granito e metais. São bancadas, paneleiro, cantoneira, armário, cômoda, aparador, entre outros.


Até hoje, o artesão produz variedades de móveis por lazer e para utilização própria, mas conta que ultimamente os amigos começaram a se interessar pelo seu artesanato. “Não quero que se torne uma obrigação, mas estou aberto a oportunidades. Por enquanto, continuo produzindo dessa forma artesanal, rústica, para meu próprio uso”, destaca Scheidt.

http://issuu.com/revistageracaosustentavel/docs/gs_37_protagonismo_sustentabilidade


Responsabilidade Social Corporativa_Edição 37_Maringá Referência nacional e internacional no Pacto Global

Cidade se destaca mundialmente por concentrar maior quantidade de empresas signatárias

Jornalista Bruna Robassa

Foto José Paulo Fagnani


A adesão de mais de 20 empresas de Maringá ao Pacto Global no final de 2013 tornou o município referência nacional e internacional em engajamento. Durante evento de mobilização, as organizações interessadas assinaram uma carta de compromisso proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU) que visa à incorporação de práticas de responsabilidade social, como valores fundamentais em todas as áreas de trabalho e de relacionamento. Após essa iniciativa, o Paraná contabiliza mais de 100 empresas signatárias, sendo apenas 37 em Maringá. Ao todo, no Brasil, são 593 instituições.

Segundo o diretor regional do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE), instituição ligada à Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Sergio Baccarim, a campanha de incentivo à adesão ao Pacto Global partiu de iniciativas do comitê gestor do CPCE, que tem como missão articular as competências de Responsabilidade Socioambiental Corporativa. De acordo com Baccarim, para mobilizar as empresas da cidade, foi estabelecida uma linha de comunicação com a Associação Comercial e Industrial de Maringá (Acim) para divulgação dos princípios do Pacto Global, que foram apresentados para os diversos conselhos da associação.

Ainda segundo o diretor, Maringá tem uma característica de integração das diversas atividades socioeconômicas, em que há grande permeabilidade de novas ações e ideias. “É relevante destacar o bom relacionamento e engajamento dos empresários maringaenses e o trânsito livre que o CPCE/Fiep em Maringá tem entre a Associação Comercial, instituições de ensino, terceiro setor e Prefeitura. O apoio da administração pública municipal tem sido de suma importância”, relata. Baccarin destaca também o trabalho e a dedicação de uma articuladora do CPCE em Maringá, Debora Regina Irie, “sem a qual não teríamos atingido os resultados até aqui conquistados”, ressalta.

Norman de Paula Arruda Filho, presidente do ISAE/FGV, diretor do Comitê Brasileiro do Pacto Global (CBPG) e presidente do PRME Chapter Brazil também atua na busca de novos signatários. Como diretor do CBPG, ele tem desenvolvido um trabalho de sensibilização para atração de novos signatários, ministrando palestras e workshops, com a finalidade de dar visibilidade e ampliar a rede do Pacto Global.

“Em parceria com o CPCE e com Associação Comercial e Industrial de Maringá, temos desenvolvido um trabalho intensivo para que as empresas e instituições de ensino da região de Maringá se engajem com as questões ligadas à sustentabilidade e se tornem signatárias do movimento. Por conta desse trabalho, mais de 40 empresas locais já assinaram o termo de intenção ao Pacto e sabemos que uma série de outras organizações já demonstrou interesse em fazer parte desse grupo”, destaca.

Segundo Arruda Filho, esse é um exemplo inspirador de ações integradas com resultados sinérgicos, que também busca a despolarização das empresas signatárias do Sudeste, como fator de ampliação da área regional de influência. “Dessa forma, as instituições buscam alcançar o
que a Unesco chama de 5.° Pilar da Aprendizagem: ‘Aprender a se transformar e a transformar a sociedade’.”

Adesão • Entre as empresas que recém aderiram ao Pacto Global estão a Engeblock Planejamento e Construções Ltda. e a Cahetel – TG Comércio de Alimentos Ltda., franqueada do McDonald’s.

Segundo o socioproprietário da Engeblock, Paulo Pereira Lima, a assinatura é bem importante para a empresa, pois confirma o compromisso e os objetivos da construtora em acreditar e seguir os 10 princípios. “Orgulhamo-nos de participar deste grupo seleto de empresas com as mesmas
intenções, contribuindo para um futuro melhor.
Visando um futuro melhor para todos, nós da Engeblock apoiamos a ideia do ‘viver bem’, como estampa a nossa marca, qualidade de vida, onde as pessoas possam conviver umas com as outras em perfeita harmonia, e os dez princípios do Pacto Global, que compreendem: direitos humanos, trabalho, meio ambiente e contra a corrupção, está totalmente relacionado com esses objetivos. Acreditamos e apoiamos que, se todos aderirem à iniciativa do Pacto Global, com certeza haverá um futuro justo e melhor para todos”, relata.

O empresário relata que a Engeblock têm em seu histórico diversas iniciativas que seguem os princípios do Pacto Global, e que, a partir de agora, com essas mudanças, serão mais incisivos nas melhorias que o pacto proporciona. “Temos em mente e prática que devemos trabalhar a favor do próximo, sempre com qualidade de vida, respeitando os direitos, apoiando e aplicando iniciativas de responsabilidade ambiental, incentivando para que todos façam parte de um mundo mais sustentável”, ressalta. Nas obras da empresa, por exemplo, já são utilizados os 3 Rs (reduzir, reutilizar e reciclar), além da transparência nos relatórios e laudos ambientais.


Para Lima, o grande diferencial em ser um signatário é demonstrar cada vez mais que os seres humanos podem viver em um mundo melhor, onde existe o respeito ao próximo e ao meio ambiente. “Para o futuro não visamos exclusivamente o lucro, mas sim a promoção do crescimento sustentável da cidadania”, destaca.

O empresário Gilmar Leal Santos Cahetel, proprietário da TG Comércio de Alimentos Ltda., franqueado de cinco lojas McDonald's em Maringá, conta que entre os motivos que levaram a empresa a aderir ao pacto está o fato de enxergar os princípios como próprios da empresa. “Todos que trabalham aqui acham que devemos fazer algo, portanto assinar o pacto é reforçar esse engajamento e progredir ao longo do tempo”, diz. Segundo ele, o que muda com a assinatura é a comunicação contínua do progresso.

Santos, que é engenheiro e trabalhou na IBM antes de fundar a sua própria empresa, destaca que trouxe dessa experiência profissional anterior as missões e os credos que lá eram muito presentes, entre eles, respeito ao indivíduo, respeito ao cliente e busca pela excelência. “Sempre tive como base esses princípios que, de certa forma, também estão alinhados com os 10 princípios do Pacto Global, os quais a empresa já seguia antes de engajar-se oficialmente”, relata.

Além das empresas que recém aderiram ao pacto, a cidade já tinha organizações signatárias que divulgaram seus relatórios de sustentabilidade, publicação necessária após as signatárias completarem um ano do Pacto Global. Uma delas é a Lightsweet/Lowçucar, que em quase 21 anos de fundação tem se destacado no mercado brasileiro com a produção de alimentos Diet / Light e Zero Açúcar.

Segundo conta Aurieliza Hernandes Takizawa, técnica de qualidade do setor de Garantia da Qualidade da empresa, o primeiro relatório de sustentabilidade foi feito em dezembro de 2010, mês em que a Lightsweet/Lowçucar fez a assinatura do Pacto Global. De acordo com ela, como a empresa já praticava os princípios, continuou a desenvolver suas atividades como fazia antes da assinatura. “No entanto, a adesão ao pacto reforçou o compromisso e tem estimulado novas iniciativas voltadas para a multiplicação dos princípios na comunidade”, ressalta.

Para a empresa, o diferencial de ser signatária é reforçar o compromisso com os princípios e ser exemplo para a comunidade como uma organização que respeita o cidadão e estimula iniciativas de desenvolvimento, solidariedade e sustentabilidade.
O Instituto Cidade Canção também já faz o relatório social há três anos. Para Keity Oliveira Novais, gestora da entidade, o processo de elaboração do relatório é muito tranquilo para a instituição, principalmente pelo fato de ser ONG. “Em relação ao que mudou é que agora trabalhamos
mais focados nos princípios, o diferencial é fazer parte de um grupo que trabalha em prol de um planeta melhor, com metas e resultados. Os benefícios são as trocas de experiências nos eventos e encontros relacionados às práticas das empresas e ONGs envolvidas com o Pacto Global e poder contribuir para uma sociedade mais justa e um futuro sustentável”, relata.

Além das empresas citadas acima, também assinaram o Pacto Global a Associação Comercial e Industrial de Maringá (ACIM); Alvo Consultoria, Assessoria e Treinamentos Empresariais; Dinâmica Ecosolution Ltda.; Dinâmica Lavanderia Industrial; FA Maringá; Farol Brasil Ltda.; Rocha; Ingaville Comércio Imobiliários; Laboratório São Camilo; Maringá Medicina Nuclear Ltda.; Moreira Suzuki Lemes & Fujita Sociedade de Advogados; Uniformes Paraná e Zubioli Ltda.

Rede Brasileira • Segundo a secretária-executiva da Rede Brasileira do Pacto Global, Renata Welinski da Silva Seabra, o Comitê Brasileiro do Pacto Global (GBPG) prioriza parcerias com instituições que possuam alcance e capilaridade regional. Esse é o caso da parceria que a Rede tem com o Sesi-PR (signatário do Pacto Global e membro do Comitê Brasileiro do Pacto Global), que tem mais de 30 unidades em todo o Paraná, e por meio do trabalho realizado via Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial, que possui alcance considerável no interior do
estado. “O CPCE tem conduzido muito a campanha de adesão ao Pacto Global em Maringá, o que tem gerado resultados interessantes. Por ser um movimento ainda novo, Maringá demonstrou maturidade do empresariado em relação a uma iniciativa que trabalha a sustentabilidade corporativa”, ressalta.

Segundo ela, no entanto, isso não significa que outras cidades não possam se engajar de forma similar. “Como tudo que envolve a palavra sustentabilidade, esse trabalho de sensibilização é um processo em avanço contínuo, mas ele não acontece de um dia para outro”, lembra.

Capacitação • A Secretaria da Rede Brasileira do Pacto Global entra em contato com toda nova empresa que adere ao Pacto Global no Brasil, e promove diversas atividades de internalização dos princípios como workshops e webinars de capacitação. Além de treinamentos mais específicos sobre as plataformas de engajamento globais do Programa, bem como treinamentos em como produzir COPs – sigla em inglês para Communication on Progress, que é o relatório que as empresas signatárias são demandadas por enviar anualmente.

“Assim, esperamos que as empresas entrantes participem dessas atividades e procurem implementar da melhor forma possível os 10 princípios do Pacto Global. Além disso, encorajamos as empresas que compõem a rede a ingressar em um dos Grupos de Interesse que existem no Comitê Brasileiro do Pacto Global hoje, participando das iniciativas e dos projetos em cada área específica, sempre respeitando o Planejamento Estratégico e estrutura de cada organização”, destaca Renata.

Hoje os grupos existentes são: GT Educação; GT Anticorrupção; GT Erradicação da Pobreza e Economia Inclusiva; GT Energia e Clima; GT Produção e Consumo Sustentáveis; GT Finanças Sustentáveis; GT Água e Saneamento; GT Saúde, GT Agricultura Sustentável e GT Direitos Humanos. Outra oportunidade de engajamento são as Plataformas Globais que são coordenadas pelo Escritório do Pacto Global em Nova Iorque, que também trabalham temas específicos como a questão da Água pelo “CEO Water Mandate” ou a temática das crianças pelo “Childrens Rights”, entre outras.

Segundo explica Renata, todas as possibilidades de engajamento são diferenciais e oportunidades para as empresas, que, ao aderirem o maior programa global de cidadania empresarial que existe, estão entrando para um grupo seleto de empresas que trabalham seriamente a sustentabilidade corporativa em sua estratégia. “Esse envolvimento com uma comunidade empresarial ativa nesse tema, dependendo, claro, da participação proativa de cada organização, pode ser uma fonte rica de experiências e benchmarking, parcerias, ideias e iniciativas promissoras, tanto em áreas onde a organização em questão já desenvolve um trabalho significativo, quanto em assuntos nos quais, por questão de sobrevivência, ela precisa se desenvolver”, relata.


Outra vantagem é o acesso a informações, estudos, tendências e contatos internacionais, que trabalham temas específicos sobre sustentabilidade, além da própria interação com as Nações Unidas, inclusive no que tange a interação com outras agências que trabalham a agenda global da ONU.

http://issuu.com/revistageracaosustentavel/docs/gs_37_protagonismo_sustentabilidade




NOVE TITECH AUTOSORT 4 OPERAM NA FÁBRICA DE RECICLAGEM DE PET DO GRUPO DENTIS NA ESPANHA


A TOMRA Sorting realizou a reforma tecnológica da fábrica de reciclagem da PET Compañía para su Reciclado, empresa do Grupo Dentis, situada em Chiva (Valência), com a instalação de 9 unidades do novo TITECH autosort 4. Com esta alteração a empresa prevê alcançar em 2014 uma produção de 60.000 toneladas anuais de embalagens do tipo PET.

A Pet Compañía para su Reciclado foi adquirida em 2011 pelo grupo italiano Dentis como parte da sua expansão industrial na Espanha para a produção de “Pétalo”, nome comercial do PET reciclado pela Dentis, um produto muito reconhecido no mercado de matérias primas secundárias devido ao seu elevado grau de pureza. Começou assim um processo de modernização da fábrica que incluiu a instalação de 9 unidades de TITECH autosort 4, uma tecnologia de ponta de separação por sensores. A TOMRA Sorting ficou encarregada da nova instalação que entrou em funcionamento em setembro de 2013.

“O resultado dos últimos seis meses foi muito bom, tanto do ponto de vista da quantidade conseguida como da qualidade produzida e a resposta dos nossos clientes foi excelente. O nosso objetivo, desde janeiro de 2014, é atingir 60.000 toneladas anuais. É evidente que não se trata unicamente de um tema de produção. Procuramos ser capazes de produzir em função das vendas que dependem principalmente do crescimento do mercado interno espanhol e europeu”, afirma Roberto Dentis, administrador da Pet Compañia.

“A Pet Compañía é a primeira fábrica do Grupo Dentis com maquinário da TOMRA Sorting. Acreditamos que foi a melhor escolha tecnológica, tanto pela sua grande experiência em fábricas de lavagem PET como pela sua sólida estrutura na Espanha. Além das boas referências que possuem, a possibilidade de podermos verificar nas nossas instalações o rendimento da máquina foi um fator essencial para a tomada de decisão” assegurou Roberto Dentis.

Elevada qualidade de PET e uma maior valorização da matéria prima
Os produtos fabricados pela empresa são múltiplos e variados, uma vez que as garrafas e embalagens de plástico no pós-consumo, a sua principal matéria-prima, se revalorizam na sua totalidade. As embalagens são separadas em duas famílias bem diferenciadas de acordo com a cor: Flake de PET cristal, incolor, que deriva das garrafas transparentes e Flake de PET multicolor e que deriva das garrafas com cores.

A instalação foi concebida para uma capacidade de 8 toneladas/hora, com um tratamento anterior à pré-lavagem e um tratamento posterior à pré-lavagem. A fábrica encontra-se configurada em 2 linhas em paralelo para tratar 4 toneladas/hora em cada linha. As 9 unidades possuem sensores NIR (infravermelhos próximos) e VIS (espectrometria visual) e detector de metais ferrosos e não ferrosos. É essencial destacar como uma das características desta instalação a sua total flexibilidade quando é necessário realizar mudanças ou variações, tanto no material como no sistema de separação.

“As máquinas da TOMRA fazem parte de uma instalação de nova concepção com uma capacidade de produção importante no contexto do mercado espanhol e especialmente inovadora do ponto de vista da eficiência do processo”, indica Dentis. “A qualidade do produto final é um elemento estratégico para o Grupo Dentis. O Flake de PET obtido com o novo processo permitiu-nos ampliar o nosso mercado para setores industriais novos e mais exigentes. Com a tecnologia TITECH conseguimos a qualidade que procuramos, juntamente com uma melhor valorização da matéria prima em termos de índice de produção” conclui.


O processo de aumento da fábrica
O Diretor para a península Ibérica e América Latina da TOMRA Sorting, Carlos Manchado Atienza, explica como foi o processo de estudo e remodelação da fábrica: “Planificou-se a reforma ao detalhe, até se definir o layout definitivo. Valorizaram-se diferentes possibilidades e técnicas em busca da melhor solução para o cliente. Além disso, realizaram-se três testes com o seu próprio material no centro de testes da TOMRA na Alemanha e finalmente ofereceu-se ao cliente uma das máquinas para que pudesse testá-la durante dois meses em uma das suas três fábricas na Itália”.

“Trata-se de uma configuração muito inovadora com a qual se consegue uma grande pureza no subproduto final, tanto para o PET cristal e azul claro como o PET colorido. O tratamento do material também é inovador uma vez que existem sistemas que sopram em positivo o material solicitado e sistemas que sopram em positivo o material impróprio”, destaca Carlos Manchado.

E termina dizendo: “Estamos muito satisfeitos com esta instalação. O nosso esforço para oferecer uma solução excelente para a PET Compañia (Dentis) foi um sucesso e estamos convencidos de que a nossa contribuição tecnológica e a colaboração mútua beneficia ambas as empresas. Para a TOMRA é muito importante colaborar com a Dentis, um dos mais importantes grupos europeus da reciclagem PET e, sem dúvida implementaremos novos projetos”.

Assim trabalha o TITECH autosort 4
O TITECH autosort 4 é um sistema inovador de separação multifuncional baseado em sensores para recuperar uma vasta gama de materiais de diferentes fluxos de resíduos, frações de um único material, embalagens, papel, resíduos domésticos e todo o tipo de plásticos e para realizar outras tarefas de separação mediante a combinação da informação do material e da cor.


Está equipado com o primeiro sensor de infravermelhos próximos (NIR) que não necessita de uma fonte de luz externa, graças à tecnologia FLYING BEAM®, que permite economizar até 70% de energia. É o sistema com maior eficiência energética e menor exigência de manutenção disponível no mercado atual. É um sistema compacto, que se caracteriza pela simplicidade, potência, confiabilidade e precisão. O seu design avançado também inclui um cartão de controle de alta velocidade, uma unidade de controle (CU) e um bloco de válvulas. 

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Matéria Capa Edição 37_Liderança e transformação




Conheça gestores que foram protagonistas da implantação de políticas e práticas de sustentabilidade em seus negócios

Jornalista Bruna Robassa

Apesar das diferentes trajetórias e atuações diversas em variados níveis e tipos de organizações, os líderes da sustentabilidade corporativa tem algo em comum: a sede por mudança e por fazer acontecer. Grandes empresas brasileiras e multinacionais com sede no país, como Natura, Santander, Whirpool, Walmart, Fibria e Renova Energia contam com fundadores, diretores, presidentes ou ao menos um líder dedicado a conduzir movimentos que visam ao desenvolvimento sustentável da organização.

A atuação do líder é considerada uma forte aliada para as organizações. Estudiosos de conceituadas universidades defendem que sem liderança não há sustentabilidade, e sem desenvolvimento sustentável fica comprometida a perpetuidade da organização e do planeta. Na visão desses estudiosos, liderar significa ter coragem para fazer uma crença acontecer, portanto só quem acredita alcança.

Mas essa qualidade não está restrita aos profissionais das grandes organizações. Muito pelo contrário. Ansiosos por fazer acontecer, empreendedores que passaram ou não por experiência corporativa anterior em outras empresas decidiram promover a mudança criando seus próprios negócios. É o caso dos empresários Caio Bonatto, fundador da TecVerde, Humberto de Ramos Cabral, criador e diretor industrial da Embafort e do uruguaio Juan Muzzi, fundador da Muzzicycles.

Mudança • Formado em engenharia civil, Bonatto cresceu observando o canteiro de obras da construtora de seu pai. Junto de seus dois sócios, criou a Tecverde. “Nosso sonho é tornar o setor da construção civil mais sustentável e industrializado, e, por meio da mudança de um setor tão conservador quanto o nosso, inspirar outros setores a se reinventarem também. Buscamos inspirações tecnológicas em diversos outros países até chegarmos à nossa tecnologia final, que foi totalmente adaptada à nossa realidade”, conta o empreendedor.

Localizada em Curitiba e desde 2010 atuando no sul e no sudeste brasileiro, a Tecverde se baseia em um conceito inovador de construir casas no Brasil. A tecnologia utilizada, chamada de woodframe, foi a escolhida pelo fato de ser a que melhor conseguiu reunir aspectos de industrialização (sem limitar a flexibilidade de personalização dos projetos), agilidade, conforto e sustentabilidade. As casas Tecverde são produzidas em um prazo até seis vezes menor que o processo de construção tradicional e ainda reduz os desperdícios em até 85% e as emissões de CO2 em até 80%. Essa tecnologia foi transferida da Alemanha para a Tecverde com apoio técnico de um convênio com o Ministério da Economia de Baden Wurttemberg e apoio da FIEP, SENAI e outras 34 empresas.

Determinação • Caio Bonatto conta que o que fator determinante para que o projeto de criação da TecVerde se tornasse realidade foi a essência e o sonho nunca terem sido deixados de lado. “Mudar um setor tão conservador, inovar, não é fácil. Exige muito, mas muito mesmo de todo o time diariamente. Disciplina, determinação, perseverança, e aquela certeza de que tudo é possível. Se não tivesse o sonho conosco, se fosse só pelo dinheiro de curto prazo, com toda certeza já estaríamos em outra faz tempo”, destaca o empreendedor.

Segundo ele, o grande desafio para manutenção da empresa é manter as pessoas motivadas e inspiradas para fazer algo grande, quando tudo em nosso país parece jogar para baixo. “É burocracia que não acaba mais. Prazos absurdos para certidões. Um caminhão de papel para cada coisinha que se pretende fazer. Impostos que ninguém sabe como calcular para produtos normais, e quem dirá para produtos inovadores.

Vencer tudo isso é um grande desafio”, ressalta. Para Bonatto, a sustentabilidade não deveria ser nunca um diferencial, mas sim um fator intrínseco a todo e qualquer produto, serviço ou decisão. “Sustentabilidade não é ainda um fator decisivo de compra, pode até ser um fator agregador de valor em alguns casos, mas por que seria? Eu dou toda razão para o consumidor.

Ele quer comprar um produto de qualidade, com bons preços e que desempenhe bem o papel do que ele se propõe a ser”, opina. Ainda segundo o fundador da TecVerde, as empresas devem exercer um papel muito forte para fazer com que todos seus produtos sejam bons, de qualidade e tenham bons preços, e a sustentabilidade faça parte desse pacote. “As empresas precisam entender que a sustentabilidade não é uma linha de produtos para eco-chatos, e sim mais uma variável do negócio que bem gerenciado trará vantagens competitivas gritantes: redução de custos com matéria-prima, logística, mais qualidade de vida para mão de obra, mais qualidade no entorno”, relata Caio Bonatto.

Orgulho • Hoje o empreendedor se sente feliz e orgulhoso pelo negócio. “Principalmente pelas pessoas que estão conosco ou participaram de nossa história. Nosso plano é realmente mudar o mundo a partir de uma mudança no que está ao nosso alcance. Ninguém nasce gigante, nasce perfeito, e o brasileiro tem vergonha disso. Parece que tudo tem que estar 100% desde o começo. Não é assim. As pessoas podem e devem arriscar, errar, corrigir aqui e ali, tentar de novo e mudar e melhorar. E quando tudo parecer 100% é porque está na hora de você se reinventar de novo”, defende. Bonatto pensa que os profissionais da sua geração estão mais antenados em relação ao desenvolvimento de negócios sustentáveis, mas acredita que não entenderam ainda como conduzir da teoria à prática e como tirar proveito da sustentabilidade como uma ferramenta de gestão e não como uma ferramenta de marketing apenas. O empreendedor defende que os profissionais pensem de forma holística ao tomarem uma decisão e incorporem fatores que impactam no meio ambiente e no social aos poucos na agenda da empresa. “Com o tempo, verá que a sustentabilidade faz parte da sua essência. Fazer com que seu time se engaje até mais que você”, orienta.

Decidido a proteger • Humberto de Ramos Cabral, fundador e diretor industrial da Embafort, é graduado em Engenharia Florestal e especialista em Gestão Industrial de Tecnologia da Madeira, entre outras qualificações. Em 1979, com 23 anos, ele saiu de Curitiba para estagiar no antigo Projeto Jari, em plena Selva Amazônica, com a missão de acompanhar as equipes de inventário Florestal pela selva, para prospectar o potencial de utilização das árvores e dos biomas. “Tive a oportunidade de ficar deslumbrado com a floresta majestosa, com os animais e as cachoeiras. Mas um lugar em especial me encantou, ao qual retornei quatro meses depois.

Ao caminhar pelas brumas da manhã no meio da mata, senti um grande mal-estar. Saí da mata e vi que tudo aquilo que tanto tinha me encantado fora derrubado pelos tratores. O ar estava seco, sofrido e doentio, devido a queimadas que afetavam uma área de cinco km2. Naquele momento, tomei a decisão de dedicar a minha vida para a proteção dos biomas”, relata.

Cabral também conta que já nasceu com a vontade de ser empreendedor, e decidiu absorver o máximo de experiências profissionais, para um dia ser dono do seu próprio negócio. Assim ficava somente dois anos em cada empresa. “Busquei experiências em vários estados do Brasil e nos Estados Unidos. Um ano após retornar ao Brasil, fui trabalhar em uma grande indústria de compensado e vi as sobras de produção e o material descartado. Desenvolvi um projeto a fim de produzir embalagens com as sobras e os resíduos e comecei a trabalhar sozinho, com sobras das serrarias de madeira de reflorestamento e das fábricas de compensado. Assim, fundei a Embafort em 1988, com US$70,00 e o sonho de empreender e causar impacto”, lembra.

Juntando sua formação e experiências pessoais e profissionais buscou trabalhar de forma pioneira com Eco-Business. Inicialmente focou no segmento de embalagens industriais em madeira e de reciclagem de embalagens industriais descartadas, tendo por concepção conectar o crescimento e o desenvolvimento dos negócios, por meio da união da inovação e sustentabilidade.

Trabalho em equipe • Segundo ele, a empresa passou por diversos ciclos, que foram fundamentais para moldar o que é hoje. “No início, éramos uma empresa muito pequena e, em 1996, eu quebrei. Na época em que fui à falência, teve um momento em que percebi que só falava e pensava no singular. Foi quando reuni meus funcionários, que eram apenas nove, e disse para eles: precisamos conquistar o ISO 9000.
Foi nesse momento, que vi que para reerguer a Embafort precisaria da união e do esforço de todos, e que uma empresa se constrói por meio da valorização do trabalho em equipe”, conta.

Segundo conta o empresário, a partir desse momento, a Embafort seguiu baseada em três critérios: ter lucratividade, pois a empresa precisa se perpetuar; trabalhar com gestão de desenvolvimento humano e se preocupar com a preservação do meio ambiente. O investimento nas certificações das normas do Sistema de Gestão da Qualidade ISO 9001, Sistema de Gestão Ambiental ISSO 14001 e Sistema de Gestão de Saúde Ocupacional e Segurança no Trabalho OHSAS 18001 fez da empresa uma organização com sólidas diretrizes e promoção de equilíbrio em todo o processo de gestão. “Atualmente, somos a única na América Latina com Sistema de Gestão Integrado”, destaca.
Disposto a buscar um novo nicho de mercado, em 2007, após análise das suas competências essenciais e das habilidades da Equipe Embafort, Cabral criou o setor de Novas Áreas de Negócios ligado à área de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, e dentro deste iniciou o projeto de Habitação Social. A empresa recebeu apoio da FINEP para desenvolver projetos nessa área em três editais, nos anos de 2008, 2010 e 2013 e, desde então, está ampliando a Embafort Sistemas Construtivos.

Reeducação • Além das dificuldades financeiras enfrentadas em 1996 e 2008, o empresário conta que a empresa sofreu muito com o preconceito que existe quanto ao uso de madeiras de reflorestamento, como Pinus e Eucalipto. Segundo ele, nos primeiros anos, existia grande resistência por parte dos clientes quanto ao tipo de madeira a ser utilizada nas embalagens industriais.
“Os nossos clientes queriam utilizar madeiras nobres como Peroba, Cedro, Pinheiro ou, em último caso, as Madeiras de Lei. Passamos por um longo processo transformador de reeducação com os clientes, explicando que madeiras de reflorestamento como Pinus e Eucalipto, mesmo com suas restrições, são vistas como ativos renováveis e, ao utilizarmos essas espécies, estamos protegendo as nossas florestas nativas”, explica. Atualmente, a Embafort ainda enfrenta o “preconceito” que existe com relação às habitações sociais em madeira, estigmatizadas como inseguras e com baixa durabilidade. Os projetos desenvolvidos pela companhia buscam reverter esse pensamento, com a criação de habitações que utilizam materiais e processos mais sustentáveis, com um custo competitivo e qualidade garantida.

Necessidade • Na opinião de Cabral, a sustentabilidade é uma necessidade. As empresas precisam praticar os conceitos do Tripple Bottom Line e sempre buscarem ser inovadoras. A Embafort utiliza como base de crescimento e sustentabilidade a inovação em seus produtos, gestão de processos e modelo de negócio focado em Eco-Business. No processo de benchmarking da London Business School, que compara 1.000 empresas do mesmo setor, a Embafort ficou entre as cinco melhores do mundo, sendo benchmarking em Meio Ambiente e 2º lugar em Inovação e Desenvolvimento, além de ter sido reconhecida por instituições públicas e privadas, sendo premiada com o Prêmio FINEP de Inovação, entre outros.

Simplificação e capacitação • Cabral acredita que uma das razões do seu sucesso é a busca por simplificar processos, enquanto vê muitos profissionais complicando. Ele vê a inovação como a criação de algo novo, útil, que gere retorno financeiro, atenda as necessidades das pessoas e promova a sustentabilidade.

“Acredito que o melhor conselho que eu possa dar é que sempre penso que, embora a Embafort seja uma indústria de pequeno porte, com 60 funcionários, é fundamental buscar a capacitação dos colaboradores e identificar os potenciais líderes entre eles. Sou um empresário com visão de futuro e entendo que o verdadeiro patrimônio de uma empresa é formado pelas pessoas que participam diariamente dos processos da empresa e vejo nestes a reflexão dos valores e princípios da Embafort”, destaca. O empreendedor busca promover na Embafort um ambiente que seja o reflexo dos seus valores. “Ao andar pela empresa, fica clara a nossa opção pela sustentabilidade, pois o processo não fica restrito à empresa. Eu acredito e respeito a forma particular de expressão, limite e potencial criativo do ser humano e, por isso, a Embafort apoia mensalmente desde 2007 a ONG SERPIÁ, cuja missão é contribuir para a prevenção e o restabelecimento da saúde mental de crianças e adolescentes, que vivem ou que passaram por algum sofrimento psíquico”, ressalta.

Cabral acredita que arriscou e acertou ao abrir a sua própria empresa. Não foi um caminho fácil e passou por muitas dificuldades, inclusive grandes crises econômicas nos seus 25 anos de estrada. “Mas sei que estou no sentido certo quando vejo o meu esforço e a empresa sendo reconhecidos publicamente”, comemora. Sua meta é transformar a Embafort em referência nacional de Construções Sustentáveis e Tecnologia Social, sem abandonar a área de Embalagens Industriais, que já possui nome consolidado.

Inovação e persistência • O uruguaio Juan Muzzi, que mora no Brasil há mais de 40 anos, inovou ao criar a empresa Muzzicycles, que utiliza o conceito de sustentabilidade ao aliar o ciclismo com a reciclagem de garrafas de PET. Ele conta que a persistência foi o fator determinante para que a empresa fosse criada. Segundo ele, os maiores desafios para criação e manutenção da empresa foram o pouco interesse das autoridades e das pessoas em geral, além dos recursos financeiros.

Para o empresário, o nível de liderança e protagonismo dos profissionais de sua geração ainda é inexpressivo e defende que precisa haver evolução, além de maior consciência ambiental.
Ele espera que, no futuro, seja mais valorizado por seu projeto e acredita que o inconsciente das pessoas é ambiental. A Muzzicycles utiliza um Processo de Desenvolvimento Limpo (PDL) e produz bicicletas por meio do reaproveitamento de garrafas de PET.

Além de serem bicicletas mais baratas, que eliminam soldas, não enferrujam, não precisam de amortecedor, são ecologicamente corretas pelo fato de proporcionaram menor extração de minérios de ferros e bauxita, processar menos alumina e diminuírem o efeito estufa.

De acordo com levantamento da empresa, é possível reciclar anualmente 15.840.600 garrafas de PET que poderiam ser transformadas em 132 mil quadros de bicicleta. Com isso, seriam economizados 980.732 kg de petróleo e 2.738.227 kg de CO2 deixariam de ser despejados no meio ambiente. 200 garrafas de PET são necessárias para produzir cada unidade, que tem o peso médio de 6 kg. Muzzi dedicou mais de dez anos para desenvolver a bicicleta até chegar à versão final, para ser produzida em escala industrial em sua empresa, em São Paulo. Para coletar as garrafas, o empresário firmou algumas parcerias com grandes empresas.


Geração de Energia
O desenvolvimento sustentável é a base de crescimento da Renova Energia, empresa que tem como diretor presidente o paranaense de Toledo, Carlos Mathias Becker. Durante palestra organizada por uma consultoria especializada em estratégia e inteligência em sustentabilidade em São Paulo, Becker contou que acompanhou de perto o grande impacto da construção da Usina de Itaipu. Esse foi o seu primeiro despertar para o tema da sustentabilidade e para a sensação de que poderia transformar o mundo.

Entre as ações da empresa com foco em sustentabilidade está o Programa Catavento. A iniciativa reúne projetos sustentáveis e de desenvolvimento socioambiental no semiárido baiano, região onde estão localizados 14 parques eólicos da empresa, que tiveram a energia comercializada no Leilão de Energia de Reserva (LER) 2009.

Fundada em 2001, a Renova Energia é uma Companhia brasileira de geração de energia elétrica renovável com atuação em matrizes eólica, pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e solar. Desde 2009 sua atuação está concentrada em projetos de fonte eólica.


Graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal do Paraná, em 1994, Becker atuou nas companhias Volvo Caminhões, Renault Automóveis, McKinsey & Company, Fidelity Investments, antes de assumir a presidência da empresa Renova Energia S.A.

http://issuu.com/revistageracaosustentavel/docs/gs_37_protagonismo_sustentabilidade


Entrevista Edição 37_ Adonai Arruda um empreendedor de sucesso.




Adonai Aires de Arruda é presidente das empresas Higi Serv Holding S/A, Serra Verde Express e Usipar - Usinas de Recicláveis Sólidos do Paraná. Está à frente do SEAC-PR, Sindicato Patronal das Empresas de Asseio e Conservação e da FACOP – Fundação do Asseio e Conservação do Paraná. É conselheiro do SESC/SENAC Nacional e membro do WTC (Word Trade Center). Nesta edição, com apoio da Mapa Comunicação, ele fala com exclusividade sobre seus negócios em diferentes setores e como tem desenvolvido uma gestão sustentável em seus empreendimentos.

O senhor é considerado um empresário de sucesso e possui os seus negócios em diversos setores. Como o senhor desenvolveu essa visão sistêmica de enxergar oportunidades em atividades tão diferentes?
Excetuando a Usina, todas as outras atividades de uma forma ou outra estão relacionadas ao setor de serviços. Podemos dizer que as oportunidades surgem pelo caminho, são analisadas e por meio do feeling e da experiência de vida muitas das decisões são tomadas. Isso tudo procurando, basicamente, distinguir entre o que é sonho e o que possa ser realidade.

O que o motivou em desenvolver empreendimentos em setores como o de turismo, de serviços e de gestão de resíduos?
O turismo surgiu da possibilidade de prestar serviços que estávamos acostumados por meio de uma operação consorciada. Com a evolução dos negócios, a paixão pelos trens e pelo turismo foi se intensificando e, analisando as perspectivas futuras, absorvemos os demais componentes do consórcio e passamos a atuar somente com nosso Grupo Empresarial.

A gestão de resíduos veio de conversas com nossos sócios nesse empreendimento decorrentes da presença sempre constante de um assunto ainda novo, com necessidade de desenvolvimento e empreendedorismo.

Como iniciou a SERRA VERDE? Como é atuar no negócio de turismo ferroviário?Começou com um processo licitatório ocorrido em dezembro de 1996, conforme já informamos, por intermédio de uma ação consorciada e que após
nossa vitória e o andamento da operação optamos por ficar apenas dentro de nosso grupo empresarial.

A atuação no turismo ferroviário é muito difícil, pois temos dificuldades de velocidade na maioria de nossas vias, as quais possuem o foco principal na carga, os equipamentos são antigos e, portanto, carecem de muita especialização, pesquisa e manutenção constantes, além da excessiva burocracia governamental, pois o processo de liquidação da RFFSA provocou várias dificuldades até a definição da devida sucessão, situação que por muitas vezes ainda se encontra indefinida.

Atualmente, o tema sustentabilidade é mencionado em todos os negócios, qual é a sua percepção sobre o turismo sustentável?
O turismo cada vez mais se define como uma das atividades mais importantes do futuro, por tudo que ele gera e envolve, até porque é a atividade que detêm maior número de elos da economia ao seu lado, são 52, e também a que possui o maior número de micro e pequenos empresários envolvidos. Assim sendo, mesmo que a necessidade de grande pulverização conceitual possa trazer dificuldades, quando ela se insere na filosofia do empresário, ela se torna perene. Hoje, em qualquer negócio, o amadorismo não pode mais conviver, e no dia a dia estampam-se em nossos olhos, 24 horas por dia, fenômenos que nos mostram a necessidade de que os novos tempos são construídos por meio da sustentabilidade e responsabilidade com o meio ambiente.

Como demonstrar para o turista (cliente), com agregação de valor ao negócio, essa relação com os aspectos socioambientais e culturais?
O Turismo ferroviário propicia isso com muita facilidade. Ele tem história, geografia, engenharia, meio ambiente, biologia, agricultura, enfim, vários pontos da ciência. A simples viagem é uma lição de vida em todos os sentidos. Uma equipe de Guias Profissionais de primeira linha traduz isso na maioria dos idiomas e propaga essa conscientização.

A empresa HIGISERV atua na área de prestação de serviços e terceirização. Como são elaboradas as políticas de sustentabilidade para o quadro de colaboradores e também junto aos clientes?
Por meio de capacitação, conscientização, pesquisa e qualificação diária.

Quais são os maiores desafios para o setor de terceirização de serviços? Como criar uma cultura de empresa sustentável e reduzir os impactos socioambientais?
Material humano. Somente por meio da educação e da qualificação do material humano.

Outra empresa do grupo é a USIPAR, que atua na gestão de resíduos da construção civil e foi, inclusive, tema de capa da edição 24 da nossa revista. Como o senhor percebeu essa oportunidade de negócio? Como é ser empreendedor no setor de resíduos?
Como citado, diante de legislações em sua maioria com amplas dificuldades de serem cumpridas, incorporando isso ao nosso perfil, podemos, por meio dos negócios, conscientizar a população. Não é fácil, pois tudo aquilo que é novo e principalmente que traz mudança na cultura básica tem seus obstáculos. Mas, no dia a dia, você têm vitórias e essas são de extrema gratificação.

Quais são os produtos gerados pela USIPAR? Como os rejeitos da construção civil são retornam como novos produtos? Como funciona essa logística reversa?

Areia, brita zero, brita 1, rachão e bica corrida. O material é recebido, classificado, britado e automaticamente classificado. Hoje, nossa principal clientela são as construtoras de maior porte que já têm a consciência da logística reserva.

Quais os benefícios e os indicadores que confirmam a USIPAR como uma empresa sustentável?
A proteção ambiental como um todo. A cada dia que passa, os areais estão mais distantes. Isso economiza combustível, polui menos e fornece areia reciclada.

O processo industrial, o trabalho de conscientização, o crescimento diário do número de clientes, o evitar que tais resíduos sejam de maneira inconsciente jogados no meio ambiente de forma inadequada e poluente, a visão do setor público que começa cada vez mais a se abrir, admitir e prestigiar esse tipo de empresa. De pioneiros que fomos, hoje na grande Curitiba já são 6 players, organizando-se inclusive como associação de classe.

Que mensagem final o senhor quer deixar aos leitores da revista Geração Sustentável?
Que exemplos como desta revista que rotineira e fielmente publica matérias, situações, atos e técnicas que buscam a conscientização das comunidades, ajude as pessoas a fazerem um pouquinho mais, não pensando em si mesmas, mas nas próximas gerações, as quais, se não tiverem a formação adequada, certamente viverão num mundo muito mais árido e difícil.


http://issuu.com/revistageracaosustentavel/docs/gs_37_protagonismo_sustentabilidade