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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

CRIANÇAS APRENDEM A DAR OUTRO DESTINO PARA RESÍDUOS ORGÂNICOS

Projeto de compostagem orgânica denominado Minhocagem leva a educação ambiental para as crianças que transformam lixo orgânico em adubo

Zé Nhoco é uma personagem minhoca criada para ajudar crianças a entender e praticar o processo de compostagem orgânica. Numa história ao lado de Seu Sujeira, Tico Bala, Mujinho, Mestre Zangão e Miguel - personagens desenvolvidos pelo ilustrador Crisrobert Caires - Zé Nhoco trabalha na transformação dos resíduos orgânicos em húmus assim como acontece no projeto Minhocagem, que além de conscientizar crianças sobre os cuidados com a natureza, despertando o interesse pela compostagem orgânica e pela preocupação com o lixo, dá um destino correto aos resíduos orgânicos que são transformados em fertilizantes.

O Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, lançado pela ABRELPE em 2010, incluindo dados do IBGE, revelam que um habitante produz em média 1,079 Kg de lixo por dia, gerando no total cerca de 173.583 toneladas de resíduos ao ano. A comparação entre os dados de 2009 e 2010 apresentados na pesquisa identificam um aumento de 5,3% no índice per capita de geração de resíduos sólidos do Brasil como um todo e um acréscimo de 6,8% na quantidade total gerada em relação ao ano anterior.

De modo geral, grande parte do lixo produzido no Brasil é reciclado, outra parte, principalmente o lixo orgânico, o que corresponde a mais de 50% do lixo doméstico produzido, é enviada para os aterros. Para diminuir essa quantidade de lixo enviada para os aterros, a alternativa de se produzir húmus, adubo que pode ser utilizado na melhoria das hortas, plantas e jardins, foi desenvolvido o projeto de educação ambiental infantil denominado Minhocagem. O projeto de compostagem orgânica realizado por micro-organismos e pelas minhocas foi criado pela empresa R8, que trabalha com a consultoria ambiental, serviços de compostagem orgânica em geral e com a gestão de resíduos sólidos para qualquer tipo de empresa.

Realizado em instituições de ensino, clubes e espaços de Curitiba onde há interesse em se aplicar a compostagem orgânica, o projeto é desenvolvido em diferentes formatos com a preocupação em se adaptar as idades dos participantes que varia entre 3 e 12 anos, conforme explica a engenheira química e idealizadora do projeto Ana Carolina de Macedo Sant´Ana. Ela conta que já realizava a compostagem em sua casa e que a ideia inicial do trabalho surgiu a partir da necessidade de dar destino correto ao orgânico, trabalhando inicialmente essa questão por meio da educação infantil. “O trabalho é flexível, posso apenas explicar as crianças o que é a compostagem e como é feita, até desenvolver um trabalho contínuo com a instalação de uma composteira”, afirma a engenheira. Este último é um programa de meses e por ter uma continuidade, afirma Ana, “faz com que as crianças percebam na prática como uma banana pode se transformar em adubo”.

A educação ambiental pode fazer parte do currículo escolar de maneira transversal com desenvolvimento de estudos, pesquisas e experimentações. No colégio Santa Maria, na capital paranaense, por exemplo, as crianças das turmas dos primeiros anos participam do projeto Minhocagem e ajudam a cuidar de uma composteira instalada na instituição. Segundo a coordenadora psicopedagógica do estabelecimento de ensino, Antoniella Polinari Cavassin, a iniciativa faz parte de um projeto ainda maior em que as crianças aprendem sobre o desperdício, reciclagem, reeducação e reutilização. “As crianças já tem uma consciência muito grande e demonstram uma mudança na postura em não gerar excedentes e excesso de lixo. Assim, o projeto soma com esse trabalho de redução de consumo e produção de lixo”, afirma Antoniella explicando que apesar de ainda não ter sido obtido o húmus, este é um projeto para o ano que vem, onde será trabalhada a questão da decomposição e o destino final do material.

A idealizadora do projeto Minhocagem conta que a apresentação do tema e das personagens pode ser feita por meio de uma palestra, de atividade prática e da distribuição de material ilustrativo. Uma atividade lúdica, por exemplo, foi realizada durante apenas uma tarde com as crianças do Clube Curitibano que trabalharam a gestão de resíduos em uma colônia de férias. Além da compostagem orgânica, também são abordados os assuntos lixo, sua problemática, reciclagem entre outros - sempre com a participação intensa das crianças.

“Com as composteiras nas escolas, as crianças sentem-se responsáveis pelas minhocas e levam para o lanche alimentos mais saudáveis para que possam alimentar as minhocas com os restos”, afirma Ana sobre o fato do projeto também estimular melhorias na alimentação, no senso de responsabilidade, na relação com a natureza e, consequentemente, na qualidade de vida dos participantes. Para o ano que vem, a engenheira expõe que novos trabalhos relacionados ao tema estão sendo preparados com atividades envolvendo palestras, apresentações de teatro, confecção de novos materiais educativos, etc.

Para os interessados em aplicar a compostagem orgânica em suas residências contribuindo também com a sustentabilidade, a R8 Ambiental comercializa ainda kits de compostagem, húmus e fertilizante líquido. Os produtos são comercializados na página do projeto: http://www.minhocagem.com.br/


Conheça Zé Nhoco e seus amigos

O Zé Nhoco é a principal personagem de nossa história! É a minhoca que junto com seus familiares e amigos, trabalha na transformação dos resíduos orgânicos em húmus. O Zé Nhoco é uma minhoca muito esperta e inteligente, pois além de fazer esse belo trabalho, incentiva as crianças a cuidarem mais da natureza.

O Seu Sujeira é um urubu que vive nos lixões. Ele e outros urubus, ratos, moscas e baratas vivem do lixo e desta forma acabam causando sérios problemas ao meio ambiente e à saúde.

O Tico Bala é um dos amigos do Zé Nhoco que o ajuda a cuidar da natureza. É um passarinho tico-tico que carrega o Zé Nhoco para fazer a vaporização do líquido fertilizante sobre as plantas.

O Mujinho é outro amigo da natureza: Um caramujo que carrega o Zé Nhoco, o húmus e o líquido fertilizante formados até o encontro do Tico Bala e do Miguel.

O Mestre Zangão é o professor no mundo do Zé Nhoco. Ele ensina toda a turma a como cuidar melhor da natureza e ensina as crianças a tomarem as atitudes corretas para ajudar a recuperar o meio ambiente.

O Miguel já participa do PROJETO MINHOCAGEM. É ele o responsável por colocar os resíduos orgânicos na casa do Zé Nhoco e também por retirar o húmus formado e colocá-lo nas plantas e hortas. O Miguel representa todas as crianças que participam do PROJETO MINHOCAGEM e que cuidam da natureza.

** Matéria publicada originalmente na edição 26 da revista Geração Sustentável
Jornalista: Aline Presa


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Veja outros conteúdos dessa edição:

Matérias:
Entrevista: Elisa Prado (Tetra Pak)
Capa: Campos Gerais: um Paraná a ser conhecido
Visão Sustentável: Produtos concentrados fazem bem ao meio ambiente
Desenvolvimento Local: Setor de sustentabilidade ganha representatividade no Brasil
Responsabilidade Social: Paraná se mobiliza para o desenvolvimento sustentável
Energias Renováveis: Cenário para comercialização de carros elétricos no Brasil ainda não é favorável

Artigos:
Leandro F. Bastos Martins: Promessa é dívida?
Jeronimo Mendes - Inovação e espírito empreendedor
Antenor Demeterco Neto - Logística e desenvolvimento econômico sustentável?
Gastão Octávio da Luz - Desafios Globais ao "desenvolvimento sustentável"

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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Qual o lugar da sustentabilidade: na estratégia de comunicação ou na estratégica de negócios?

Já parou pra pensar em quanto a sustentabilidade ainda é uma tarefa operacional, mesmo em empresas que já alardeiam suas conquistas na área?

Mesmo quando está presente no DNA de uma marca, ainda é difícil promover uma mudança real na relação da empresa com o mercado, não é? O marketing, como disciplina, tem boa parte das respostas pra essa dificuldade e isso parte de um entendimento amplo de que marketing é definitivamente muito mais do que comunicação.

Quer bater um papo sobre isso? Vamos conversar dia 6/fev na Hub Escola de Verão:

http://www.hubescolacwb.com/






Reciclagem e Meio Ambiente Industrial será o tema da RECICLAÇÃO 2012 em Curitiba.

O Tema meio ambiente industrial e reciclagem estará em pauta na sétima edição do evento RECICLAÇÃO - Feira Brasileira de Reciclagem, Tecnologia e Meio ambiente Industrial que em 2012 acontecerá no período de 27 a 30 de junho, no centro de eventos Expo Unimed Curitiba o evento promete mais uma vez cumprir com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável a geração de negócios e a integração entre a comunidade científica, setores publico e privado atuantes no ramo, industrial e comercial.

Com a retomada do crescimento após a superação da crise internacional que prejudicou a economia em 2010, e a aprovação da lei 12.305 que institui a política nacional de resíduos sólidos regulamentando a gestão integrada e o gerenciamento de resíduos por pessoas físicas, jurídicas, instituições publicas assim como gestores dos setores industrial e comercial voltam a se preocupar com as normas ambientais e com a correta destinação dos resíduos produzidos nos municípios e nas unidades empresariais, com objetivo de se adequar a nova lei aprovada em 2010.

Procurando cada vez mais ser um evento completo para o setor da reciclagem e meio ambiente industrial, além da feira e exposição de maquinas, equipamentos, serviços e tecnologias que visam à promoção e geração de negócios para o setor, a RECICLAÇÃO 2012 será composta por vários eventos técnico científicos que visam à capacitação de profissionais atuantes no segmento, assim como a multiplicação da consciência necessária para a formação e educação sócio ambiental.

Entre os eventos simultâneos da RECICLAÇÃO 2012, esta o quinto Seminário de Saneamento e Gestão Ambiental, terceiro Simpósio Nacional de Reciclagem Agrícola: resíduos de origem urbana, rural e industrial e o quarto Curso Introdução ao Mercado de Reciclagem.


Expositores:

Mais de 80 estandes estão sendo disponibilizados e estarão abrigando empresas e instituições vindas de varias regiões do Brasil. Elas virão a Curitiba participar da RECICLAÇÃO 2012 e apresentar alternativas, tecnologias e soluções aos problemas ambientais encontrados por parte das cidades brasileiras, empresas do segmento industrial e comercial e instituições que buscam soluções cientificas, mercadológicas e a correta destinação aos seus resíduos e recuperáveis industriais.


Negócios:

A organização afirma que a feira contribui de forma decisiva para a aproximação entre comunidade científica, setores publico, industrial e comercial no sentido de estimular a geração de contatos e a realização de negócios ambientalmente sustentável.

“Com a realização da copa de 2014 e sendo Curitiba uma sede importante, a RECICLAÇÃO tem como objetivo contribuir na implantação da infra estrutura ambiental necessária visando os preparativos para o evento”.


Apoiadores:

A Reciclação 2012 tem o apoio de realização da: Abividro, Abeaço, Abralatas, CEMPRE, SMMA-Curitiba, AEAPR-Curitiba, Revista Geração Sustentável, entre outras.
PATROCINIO: Ambisol Soluções Ambientais – http://www.ambisol.com.br/
Recicle seus conceitos, pratique o desenvolvimento sustentável e amplie seus negócios.

“Associe a marca de sua empresa a um evento que gera negócios, sustentabilidade e multiplica a consciência sócio ambiental.”

Informações e reservas de estandes: MonteBello Eventos.
Fone: (41) 3203-1189
E-mail: montebello@montebelloeventos.com.br.
Viste o site: www.montebelloeventos.com.br/reciclacao

domingo, 22 de janeiro de 2012

Artigo: As leis de incentivo à cultura

O Brasil é um país reconhecidamente cultural, pois desenvolve sua visão de mundo e expressa isso com bastante abrangência, seja em função das tradições festivas do carnaval ou mesmo do futebol como fenômeno estético.

Porém, o desenvolvimento cultural em termos mais profissionais demanda padrões estáveis de produção. Ideia criativa, interesse de público e especialmente capital de fomento.

Nos países mais desenvolvidos, em que a renda do cidadão é proporcional às suas necessidades básicas, é possível o desenvolvimento de uma economia de mercado sustentando uma “indústria cultural”, o que eleva os níveis da produção cultural para níveis superiores aos da atividade artesanal comunitária, incluindo-a, mas ampliando sua abrangência.

No caso do Brasil, depois dos anos sessenta, quando a cultura entrou em choque com os objetivos do regime militar, seu desenvolvimento foi suprimido aos níveis do submundo, deixando de ser possível a sustentabilidade comercial das atividades culturais.

Foi então que, na década de noventa, promulgou-se a Lei nº 8313/91, nominada ROUANET, em função de seu idealizador Sérgio Paulo Rouanet, e que pretendia fomentar a produção cultural do país por meio do mecanismo de renúncia fiscal do Imposto de Renda.

De fato, foi preponderante para a alavancagem da mobilização produtiva, pois inseria a iniciativa privada como co-participante, ao lado dos produtores culturais e do Estado, como mobilizador e mensurador de resultados sociais.

Originalmente, o financiamento se dava em proporção, onde o estado propiciava por meio da renúncia fiscal, algo em torno de setenta por cento e a iniciativa privada o restante, trinta por cento.

Algo importante decorre da avaliação dos projetos pelo Ministério da Cultura, a oportunidade de financiamento da produção, mas paralelamente a validação do produto cultural como apto a ser oferecido ao consumo, por suas características gerais e intrínsecas.

Contudo, em certo momento, uma alteração na norma criou situação diferenciada de incentivo, onde até cem por cento do projeto é financiado através de renúncia fiscal, para incentivar mais ativamente algumas áreas de cultura, tais como: a) artes cênicas; b) livros de valor artístico, literário ou humanístico; c) música erudita ou instrumental; d) exposições de artes visuais; e) doações de acervos para bibliotecas públicas, museus, arquivos públicos e cinematecas, bem como treinamento de pessoal e aquisição de equipamentos para a manutenção desses acervos; f) produção de obras cinematográficas e videofonográficas de curta e média metragem e preservação e difusão do acervo audiovisual; g) preservação do patrimônio cultural material e imaterial; h) construção e manutenção de salas de cinema e teatro, que poderão funcionar também como centros culturais comunitários, em Municípios com menos de 100.000 (cem mil) habitantes.

Até certo momento isso foi positivo, porém, com o tempo, verificou-se grande desvirtuamento de objetivos, reduzindo-se o interesse dos patrocinadores apenas a projetos que possuam essas características, em função da amplitude do incentivo integral, desprezando-se os demais projetos com incentivo reduzido.
Isso significa que a maioria dos patrocinadores passaram a se interessar somente quando não tinham mais que investir recursos de marketing seus, acabando o Estado a ser o único investidor. Há projeto de nova lei cultural revendo essa distorção.
Além disso, alguns estados federados possuem suas legislações de incentivo com base no ICM e municípios com base no IPTU/ISS.

Projetos ligados ao Patrimônio Cultural, como o Parque Histórico de Carambeí são excelentes exemplos de uso positivo do incentivo fiscal, pois retornam para a sociedade quase gratuitamente o resultado do fomento.


Fábio André Chedid Silvestre
Advogado, Especialista em Direito Empresarial, Mestre em Engenharia de Produção e Sistemas, Curador do Parque Histórico de Carambeí e Sócio Proprietário do Núcleo de Mídia e Conhecimento



Acesse aqui a matéria "Campos Gerais: um Paraná a ser conhecido" publicada originalmente na edição 26 da Revista Geração Sustentável e traz o exemplo de sustentabilidade do Parque Histórico de Carambeí - Jornalista: Letícia Ferreira

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Veja outros conteúdos dessa edição:

Matérias:
Entrevista: Elisa Prado (Tetra Pak)
Capa: Campos Gerais: um Paraná a ser conhecido
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Desenvolvimento Local: Setor de sustentabilidade ganha representatividade no Brasil
Responsabilidade Social: Paraná se mobiliza para o desenvolvimento sustentável
Gestão de Resíduos: Crianças aprendem a dar outro destino aos resíduos orgânicos
Energias Renováveis: Cenário para comercialização de carros elétricos no Brasil ainda não é favorável

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Leandro F. Bastos Martins: Promessa é dívida?
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Campos Gerais: um Paraná a ser conhecido

Parque Histórico de Carambeí: preservar a memória e cultura também é crescer com sustentabilidade

Uma das regiões mais bonitas, ricas e agradáveis do Sul do país fica no Paraná: os Campos Gerais. É ali que está localizada, por exemplo, Castro, “a Capital do Leite”, um dos 26 municípios da região, que produz cerca de 180 milhões de litros por ano.
No que depender, no entanto, do Parque Histórico de Carambeí, fundado em 2011, quando foram comemorados 100 anos da imigração holandesa ao Brasil, isso vai mudar. Nele, que já está sendo considerado o maior museu a céu aberto do Brasil, é possível conhecer um pouco da história não só da produção do leite, mas muitas outras características da região. Principalmente a colonização holandesa a partir do início do século XX.

Os Campos Gerais ficam no segundo planalto paranaense, na porção meso-oriental, há cerca de 100 km da capital, Curitiba, e lá estão alguns dos maiores agropecuaristas do estado e do país. A região, com cerca de 700 mil habitantes numa área de quase 22 mil quilômetros quadrados, destaca-se também na área industrial e no extrativismo de xisto e do cal.

Segundo o Sistema Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), os Campos Gerais são responsáveis também pelo Paraná ter sido o primeiro estado brasileiro a atingir, em 2010, sete dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio - estabelecidos pela Organização das Nações Unidas.

As vocações agropecuária e industrial começaram a tomar forma no início do século XX, quando famílias de imigrantes lá se instalaram. Aos imigrantes holandeses e alemães costuma-se dar crédito pela cultura do cooperativismo, largamente difundida na região, e pelo revolucionário sistema agrícola de plantio direto: manejo do solo que diminui o impacto da agricultura, em que outros vegetais, como a palha do milho, são mantidos no solo durante o cultivo da lavoura principal.

Em 2010, as principais cooperativas da região, que reúnem 3.351 produtores associados (segundo a Organização das Cooperativas do Estado do Paraná) geraram uma movimentação financeira de R$ 2,2 bilhões, além de dois mil empregos diretos.

Industrialização do estado: Todo o setor industrial da região, segundo o Anuário Socioeconômico 2011/2012 Caminhos dos Campos Gerais, produzido pelo Jornal da Manhã, de Ponta Grossa, é responsável por 20% dos empregos gerados em na região.

Algumas das maiores e melhores indústrias brasileiras (segundo levantamento da revista Exame, publicado em julho do ano passado) estão nos Campos Gerais: Cooperativas Batavo e Castrolanda, em Carambeí e Castro; Rodonorte, em Ponta Grossa, e Stora Enso e Capal, em Arapoti. O faturamento dessas cinco empresas, em 2010, foi de R$ 3 bilhões. Além dessas, outras grandes empresas da região, citadas na revista por suas características singulares, são Klabin (longevidade: 112 anos) ao lado da Batavo (87 anos), Bunge e Masisa (políticas de sustentabilidade), Cargill e Tetra Pak (melhores para se trabalhar e fazer carreira).

O turismo também movimenta a economia local. O Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa, reúne formações rochosas pré-históricas curiosas e sítios geológicos de arenito. Em Tibagi, mais natureza no Parque Estadual do Guartelá, cujo cânion é o 6° maior do mundo em extensão, e rios, cachoeiras e morros para todos os gostos, inclusive para os apreciadores de esportes radicais, também em Ortigueira e Ivaí. O Santuário de Nossa Senhora das Brotas, padroeira da Rota dos Tropeiros faz de Piraí do Sul o quarto destino religioso mais procurado no Brasil.

Origens: Pelos Campos Gerais, ricos em pastagens e boas fontes de água, passaram milhares de tropeiros com gado e muares até o início do século XX. Tanto tempo deixou memórias, costumes e tradições que permanecem.

A chegada dos imigrantes europeus, ainda no século XIX, trouxe mudanças positivas. Primeiros, foram os russos-alemães, italianos, ucranianos, poloneses, e sírio-libaneses. No início do século XX, começaram a chegar os holandeses, japoneses, russos e alemães menonitas. (na imagem ao lado a estação de trem de Carambeí)

Novas tecnologias agropecuárias e, principalmente, o cooperativismo, com seus valores de união e respeito à coletividade, foram fortalecendo a evolução local. Que não comprometeu a cultura e as tradições daqueles que enfrentaram, com união e determinação, as primeiras dificuldades. Imigrantes, tropeiros, jesuítas e índios das tribos tupi-guarani e caigangue deixaram sua marca indelével na cultura local.

Parque Histórico de Carambeí: Existem vários locais destinados a preservar essa história nos Campos Gerais; um dos mais importantes é o Parque Histórico de Carambeí, inaugurado em 2011 para preservar e divulgar a cultura dos imigrantes holandeses do início do século XX. Também no ano passado, completaram-se 86 anos da constituição da primeira cooperativa de produção do Brasil: a Sociedade Cooperativa Hollandeza de Laticínios, hoje Batavo Cooperativa Agroindustrial.

As cinco alas que compõe o Parque reproduzem cenograficamente e com acervos o estilo de vida da comunidade desde o início do século XX, onde viviam as famílias de holandeses que se estabeleceram na região. O visitante se sente levado no tempo a uma viagem pela cultura e vida diária daquelas pessoas: vida em família,trabalho com fabricação de queijo, criação de animais, marcenaria e ferraria, a praça, a igreja, a escola, a estação de trem e a Casa de Imigração de Carambeí, que recebiam os imigrantes recém-chegados.

Segundo relatos históricos da prefeitura do município, a cidade teve início com o Vilarejo Carambehy (nome que vem do Guarani e quer dizer "rio das tartarugas"), formado no loteamento aberto pela Brazil Railway Company (companhia norte-americana) entre Castro e Ponta Grossa. Os irmãos Verschoor e Jan Vriesman, entre os recém-chegados da Holanda, assinaram o contrato com a companhia em 4 de abril de 1911. Eles e outros conterrâneos havia, primeiramente, se instalado na região de Irati a convite do governo brasileiro. Porém, as condições do local e o não cumprimento de algumas garantias dadas pelo governo levaram muitos holandeses de volta à terra natal e a outras regiões, como a do Vilarejo Carambehy.

Após se instalar, Verschoor voltou à Holanda para buscar mais imigrantes, que chegaram a Carambeí em 11 de dezembro de 1911. A holandesa/brasileira De Geus & Cia começou a funcionar em 1916. Com o tempo, tornou-se a Cooperativa Batavo.
Hoje, Carambeí é um município a 126 km de Curitiba, com aproximadamente 19 mil habitantes em uma área aproximada de 645 km². O PIB per capita - o maior da região - está em torno de R$ 43 mil (o total sendo R$ 745 milhões), com Índice de Desenvolvimento Humano de 0,785.

Em 2009, o município inaugurou o programa de coleta seletiva de lixo Educação Ambiental Recicle Agora, Não Perca a Hora. Em 2010, o recolhimento de óleo de cozinha foi incluído no programa, envolvendo estudantes, professores e a comunidade. O óleo deve ser destinado à industrialização e, com esse recolhimento, escolas ganham material de informática.

Preservação cultural: A área em que foi estabelecido o Parque Histórico de Carambeí pertenceu à família De Geus. Um de seus descendentes, Dick de Geus, é presidente da Associação do Parque Histórico de Carambeí. A mãe dele chegou ao Brasil em 1909, aos 4 anos de idade e o pai, em 1913, aos 13 anos de idade. Casaram-se em 1921.

Observando a Casa da Memória de Carambeí - uma das atrações do parque - ele se emociona ao lembrar que o local foi o estábulo da família, onde trabalhou e brincou na infância e juventude, e onde, hoje, pode ver seus filhos e netos trabalhando e tendo momentos de lazer. "Aqui eu nasci e me criei, aqui eu tirava leite de vaca...", conta.

De Geus diz que o estábulo, de 1100 m², foi construído em 1946 e hoje é a Casa da Memória, que guarda o acervo historiográfico dos pioneiros, atualmente em processo de catalogação. O acervo conta com milhares de itens utilizados pelos imigrantes e colonizadores, como utensílios, equipamentos, fragmentos, representações imagéticas, livros, ferramentas, e guarda, ainda, artefatos das culturas indígena e tropeira, permitindo ao visitante ter uma visão perspectiva dessa história de perseverança e sucesso (Fonte: http://aphc.com.br/).

Na Casa da Memória (imagem ao lado), uma maquete mostra como deverá ficar o Parque quando completo. De Geus diz que, em dez anos de Casa, muito foi mudado e incluído, como a recente confeitaria Koffiehuis, famosa pelos doces, torta holandesa, diversos tipos de café e salgadinhos da culinária holandesa e indonésia, resultado do período de colonização.

Para De Geus, tudo isso tem de ser valorizado e lembrado: "cultura é identidade, não pode ser mensurada", declara. "E temos orgulho de tudo isso ter começado do zero e ter dado certo. Com muito sofrimento e muitas dificuldades, com fé em Deus, fome de conhecimento e a busca em trabalhar juntos, conseguimos formar um núcleo bastante forte que pôde colaborar para o desenvolvimento do país".

Alguns jornalistas e artistas holandeses foram convidados para a inauguração do parque e, conta De Geus, ficaram surpresos encontrando a própria tradição mais representada no Brasil do que em seu país de origem. Ao ver as crianças brasileiras cantando músicas holandesas, alguns lamentaram por não encontrar mais grupos folclóricos na Holanda. "Eles reencontraram aqui uma infância que seus filhos nunca irão conhecer".

De Geus lembra também de seus antepassados nos primórdios da cooperativa Batavo: "Sete sócios fundaram, há 86 anos, uma pequena cooperativa. Hoje, o cooperativismo representa mais de 55% do PIB agrícola do Paraná. O cooperativismo, no estado, nasceu praticamente aqui".

Ele destaca também o progresso, que pôde acompanhar, da tecnologia na agropecuária. Trata-se de uma tecnologia que custa caro, mas que permite usar um rebanho menor para produzir mais leite e alimentar mais pessoas, fundamental do ponto de vista da sustentabilidade.

O pioneiro diz que toda essa história e tradição não beneficia somente holandeses e descendentes, mas toda a sociedade. Para ele, o parque é diferente de tudo o que há no gênero no Brasil: "É um parque-museu e não apenas isso, porque abordamos o cooperativismo, o plantio direto, a sustentabilidade, o meio ambiente. Já recebemos milhares de crianças desde a inauguração, brincando, ouvindo histórias e aprendendo muito".

Além disso, para ele, progresso e ação social têm que andar juntos. Aposentado há cinco anos, após 40 anos trabalhando em cooperativa, ele acredita que não adianta uma cooperativa ser grande e forte e se não se fizer presente socialmente. Ele usa o exemplo, mais uma vez, da Batavo, ao destacar que a cooperativa contribuiu muito para o desenvolvimento de Carambeí e do Paraná.

Preservar o passado para melhorar o futuro: Outro descendente da tradicional família De Geus, Gaspar João de Geus, vice-presidente da Batavo e secretário geral da Associação do Parque Histórico de Carambeí, também acredita que é importante se pautar no passado para olhar para o futuro, o que é uma das inspirações para a criação do Parque Histórico de Carambeí: "Aprendendo com erros e aprimorando os acertos. As atuais gerações podem contribuir muito na perspectiva de um futuro sustentável".

Para ele, o plantio direto, que começou ali e hoje faz parte da cultura agrícola do país e do mundo, é um bom exemplo de aprendizado e aprimoramento. Além disso, ao retratar o cenário da imigração holandesa, o Parque também traz à tona as contribuições das diversas frentes migratórias que vieram ao Brasil e fizeram com que essa colonização fosse um sucesso: "Foi a somatória de esforços multiculturais e multiétnicos que fez com que tudo isso desse certo", diz. "Um povo sem memória, é um povo sem história. E um povo sem história, é um povo sem futuro".

A preservação dos valores desses imigrantes, como o associativismo e o cristianismo, tanto católico como protestante, são importantes na visão de Gaspar João, porque oferecerem auxílio em momentos de dificuldades e promovem a socialização e o congraçamento na comunidade.

E foram esses valores que deixaram longe o fantasma da segregação e da perseguição, um dos medos que vinham com os imigrantes, que progrediram por esforço próprio - sem exploração dos habitantes locais - e sem degradar o meio ambiente.

Gaspar João lembra, entretanto, que não somente a cultura imigrante é preservada no Parque, mas também a do tropeirismo, muito importante para a história e o desenvolvimento da região. "Muitos dos nossos visitantes dizem que é o lugar onde mais encontraram a preservação cultural tanto na reprodução da história, quanto na preservação de objetos, utensílios, livros, documentos. É um acervo muito rico", diz.
Atualmente, historiadores, junto aos alunos da Universidade de Ponta Grossa, estão fazendo um levantamento de todo os acervos de documentos e história da região, até porque parte do acervo do parque ainda está sendo catalogado e homologado pelas normas do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
"Nosso Parque é também um espaço para que os jovens possam conhecer a cultura de seus antepassados. Ao ver essa cultura sendo valorizada, os jovens se interessam e começam a aprender."

Resultados: Por se tratar de um projeto de longo prazo, um amplo processo de curadoria foi implantado, estabelecendo um planejamento estratégico fundado na organização da informação, construção de novas alas, comunicação social e marketing cultural sustentável. Em parceria a Mind Promo Business e o Núcleo de Mídia e Conhecimento tornaram-se curadores executivos, planejando e realizando com foco em resultados objetivos.

"Mesmo ainda em fase de conclusão, o Parque Histórico de Carambeí já está sendo considerado um dos maiores museus a céu aberto do Brasil e, em sua finalização, terá 17 museus temáticos integrados", diz Guilherme Klopffleisch, diretor da Mind Promo Business, empresa responsável pela viabilização do parque.

Segundo ele, além de espaços temáticos para a preservação histórica, foram inseridas, no Parque, estratégias de sustentabilidade e responsabilidade social. A construção da vila histórica e outros espaços foram feitos com madeira plantada, tratada e certificada. As obras de base foram trabalhadas dentro dos padrões de uso do solo com supervisão de técnicos agrícolas da Fundação ABC.

"Para a compensação do carbono emitido pela obra e pelos eventos realizados, um estudo do Instituto Chico Mendes apontou a necessidade de plantarmos 2.900 árvores no terreno", explica Klopffleisch. "Com o envolvimento da comunidade e das escolas regionais, realizamos um programa de plantação de mudas e árvores nativas num total de 3.200 unidades. Com isso e a prática de ações sustentáveis, conseguimos também o selo de carbono zero do ICMS Ecológico, que beneficia os municípios que priorizam Saneamento Básico e Unidades de Conservação."

Além disso, foi desenvolvido um periódico, o Almanaque, contando a saga holandesa. Durante um período, a cada 15 dias, uma edição do almanaque era produzida e 15 mil exemplares eram distribuídos na rede educacional da região, sendo seis mil encartados nos jornais da região e 9 mil distribuídos na rede de ensino e inseridos em aulas, gerando estudos e concursos de redação entre alunos. E os quatro livros da Coleção Imigrantes contam a saga dos holandeses no Brasil, incluindo a história dos imigrantes de 1911. "Em parceria com o programa Vamos Ler, do Jornal da Manhã (Ponta Grossa), temos uma média de 9 mil alunos participando de leitura e visitação ao parque", informa Klopffleisch.

Com essas ações integradas e as festividades, o Parque tornou-se uma referência na região. Alguns números comprovam seu significado atual:
• 65 mil visitantes em 2011;
• geração de empregos;
• atração de investimentos regionais em estruturas turísticas, pousadas, restaurantes, artesanato, etc.
• o Parque está inserido nos programas de visitação da Secretaria de Turismo do Paraná e está sendo considerado um dos grandes espaços turísticos culturais do estado.
• foi também apresentado nos eventos de promoção turística do Brasil no roteiro paranaense de turismo.
Klopffleisch conta que, com o trabalho de comunicação estratégica, com um investimento geral de R$ 300 mil, foram obtidos espaços e mídia nos meios de comunicação impressos e eletrônico com um resultado estimado em R$ 3,8 milhões de reais: "Ou seja, o município nunca teve uma divulgação tão grande em mídia segmentada em negócios e turismo".

Próximos passos: Em 2012, a segunda fase das construções prevê o Parque das Águas e um centro de desenvolvimento pessoal.

O Parque das Águas é um espaço destinado à escola de águas, que irá ensinar engenharia de pontes, domínio e uso racional de água, e alternativas sustentáveis.
O centro de desenvolvimento pessoal deverá oferecer formas de preparação da população de baixa renda, atividades artísticas e culturais para a terceira idade e preparação de mão de obra básica destinada às empresas que se instalarem na região, bem como orientadores turísticos para o próprio parque.

Entre outros planos, está a construção do Centro Cultural Amsterdam, uma estrutura multifuncional com escola de artes e línguas, cinema, teatro e espaços de exposição, programada para 2013.

Viabilizando o Parque Histórico de Carambeí: Para levantar recursos para qualificar o Parque Histórico de Carambeí como espaço de preservação da memória da imigração e para a festa do centenário da imigração holandesa no Brasil, em 2011, a Associação do Parque Histórico de Carambeí contratou as empresas curadoras para diagnosticar e viabilizar o potencial cultural e turístico para a região. As conversas começaram em 2008 quando Klopffleisch ainda não tinham a visão do potencial que o projeto viria a ter como um pólo de turismo, cultura e ecologia.

Através de uma análise técnico-econômica identificaram-se valores como as características geopolíticas, econômicas e especialmente de uma ampla cultura tradicional, colonial e imigratória. Além disso, a cultura holandesa e as colônias próximas sempre haviam sido atrativos.

Outro fator levantado foi a importância dos Campos Gerais como centro de desenvolvimento de agronegócio, com a presença de cooperativas e de centros de pesquisa. Uma estratégia para a viabilização do projeto com a atração de investimentos foi elaborada com foco nas grandes empresas dessa área ou correlatas. A estratégia mostrou que, com espaços temáticos (museus) sobre as culturas do agronegócio, o parque poderia atrair turismo cultural e ecológico, além dos reflexos do agronegócio, criando-se nele uma vitrine para parceiros que investem em cultura e desenvolvimento sociocultural. Sempre demonstrando a confiabilidade do projeto.
"No segundo semestre de 2009, tínhamos cinco projetos aprovados no Ministério da Cultura para captação de recursos de renúncia fiscal no valor estimado de R$ 8 milhões de reais", conta Klopffleisch. Assim, foi desenvolvido um material extenso de divulgação e comunicação e, no segundo semestre daquele ano, foi iniciada a busca por recursos.

Apesar dos reflexos da crise financeira global de 2008, resultados efetivos começaram a aparecer. Klopffleisch diz que, além da captação via incentivo fiscal (Lei Rouanet), foram conduzidas parcerias com o poder público para emendas parlamentares e outras formas de viabilização de recursos.
Em janeiro de 2011, o projeto já tinha R$ 2,3 milhões de reais para a primeira fase das obras do parque. "Isso colocou Carambeí e os Campos Gerais nos principais meios de comunicação do Sul do país. A grande repercussão, atraindo um expressivo movimento turístico cultural para a região, assegurou, para este ano e o próximo, investimentos em torno de R$ 3 milhões pelas empresas parceiras do parque", comemora. Esses recursos serão usados na continuidade das obras e manutenção operacional do parque.

Matéria publicada originalmente na edição 26 da Revista Geração Sustentável
Jornalista: Letícia Ferreira

Acesse aqui o artigo "As leis de incentivo à cultura" de Fábio André Chedid Silvestre (Curador do parques Histórico de Carambeí)


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Veja outros conteúdos dessa edição:

Matérias:
Entrevista: Elisa Prado (Tetra Pak)
Visão Sustentável: Produtos concentrados fazem bem ao meio ambiente
Desenvolvimento Local: Setor de sustentabilidade ganha representatividade no Brasil
Responsabilidade Social: Paraná se mobiliza para o desenvolvimento sustentável
Gestão de Resíduos: Crianças aprendem a dar outro destino aos resíduos orgânicos
Energias Renováveis: Cenário para comercialização de carros elétricos no Brasil ainda não é favorável

Artigos:
Fábio André Chedid Silvestre: As leis de incentivo à cultura
Leandro F. Bastos Martins: Promessa é dívida?
Jeronimo Mendes - Inovação e espírito empreendedor
Antenor Demeterco Neto - Logística e desenvolvimento econômico sustentável?
Gastão Octávio da Luz - Desafios Globais ao "desenvolvimento sustentável"

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Acesso on-line completo da edição 26

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Tema de Capa: Cultura e Sustentabilidade

Veja os conteúdos dessa edição:

Matérias:
Entrevista: Elisa Prado (Tetra Pak)
Capa: Campos Gerais: um Paraná a ser conhecido
Visão Sustentável: Produtos concentrados fazem bem ao meio ambiente
Desenvolvimento Local: Setor de sustentabilidade ganha representatividade no Brasil
Responsabilidade Social: Paraná se mobiliza para o desenvolvimento sustentável
Gestão de Resíduos: Crianças aprendem a dar outro destino aos resíduos orgânicos
Energias Renováveis: Cenário para comercialização de carros elétricos no Brasil ainda não é favorável

Artigos:
Fábio André Chedid Silvestre: As leis de incentivo à cultura
Leandro F. Bastos Martins: Promessa é dívida?
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Antenor Demeterco Neto – Logística e desenvolvimento econômico sustentável?
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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

lll Encontro Nacional de Produção e Comércio de Mudas Florestais Nativas

O Instituto Brasileiro de Florestas - IBF - promove o 3° Encontro Nacional de Produção e Comércio de Mudas Florestais Nativas, que acontecerá no dia 21 de janeiro de 2012, no viveiro florestal principal do IBF, localizado na cidade de Apucarana/PR.

O IBF atua no desenvolvimento do setor ambiental brasileiro, ajudando empresas e proprietários rurais na gestão e execução de projetos e programas socioambientais com a missão de desenvolver ações que congregam pessoas e empresas que tenham por finalidade a restauração de florestas nativas em todo território nacional, sendo considerado a maior rede de fomento a produção de árvores nativas do Brasil, com 18 milhões de mudas anuais destinados a projetos de restauração com fins conservacionistas.

O objetivo deste encontro é incentivar a oferta de mudas nativas no mercado para projetos de restauro florestais, expondo técnicas e métodos que garantam a melhor qualidade na produção para o mercado consumidor.

Para participação, não é necessário conhecimento aprofundado acerca da temática, já que os cursos são abordados de forma prática e dinâmica em 6 horas/aulas, além de receber um referencial teórico para acompanhamento e certificado de participação.

Principais tópicos:

Identificação de espécies nativas; Demarcação de matrizes arbóreas; Coleta e beneficiamento de sementes; Desenvolvimento das mudas e controle fitossanitário; Controle de irrigação e fertirrigação; Seleção e expedição de mudas; Tipos de viveiros e custos para a implantação; Modelos de Projetos Técnicos de Restauração; Informaações quanto ao mercado; Uso de espécies nativas para produtos madeiráveis e não-madeiráveis; Informações sobre fornecedores/matéria prima e; Exposição do negócio (know-how) do IBF.

Para informações adicionais acesse:
http://www.ibflorestas.org.br/pt/curso-de-producao-comercial-do-guanandi.html

Contato:
Instituto Brasileiro de Florestas - IBF
http://www.ibflorestas.org.br/
(43)3324-7551
thiago@plantearvore.com.br e marceli@plantearvore.com.br

II Curso de Elaboração de Projetos de Créditos de Carbono Voluntário




O Instituto Brasileiro de Florestas - IBF - promove o II Curso de Elaboração de Projetos de Créditos de Carbono Voluntário que acontece no dia 28 de janeiro de 2012, no auditório da Faculdade Arthur Thomas, localizado na cidade de Londrina/PR.

O IBF atua no desenvolvimento do setor ambiental brasileiro, ajudando empresas e proprietários rurais na gestão e execução de projetos e programas socioambientais com a missão de desenvolver ações que congregam pessoas e empresas que tenham por finalidade a restauração de florestas nativas em todo território nacional, sendo considerado a maior rede de fomento a produção de árvores nativas do Brasil, com 18 milhões de mudas anuais destinados a projetos de restauração com fins conservacionistas.

Este curso visa expor as técnicas e métodos para o desenvolvimento de projetos de captação de recursos no Mercado de Carbono Voluntário através da Restauração Florestal, desde a identificação das espécies nativas, demarcação de matrízes, coleta e processamento de sementes, produção das mudas em viveiros de tubetes, plantio e manejo de florestas destinadas ao sequestro e comércio voluntário de Carbono.

Para potencializar a ação, por meio do curso, o IBF visa a adesão de novos participantes para a formação de Associação voltada a disseminação e direcionamentos quanto à captação de recursos provenientes de elaboração de Projetos de Créditos de Carbono Voluntário.

Principais Tópicos:

Tipos de projetos e mercados de carbono; Busca de parceiros; Planejamento e elaboração de projetos de captação de recursos; Implantação, manejo e gestão de florestas nativas destinadas ao sequestro de carbono; Informações sobre negociação e valores praticados no mercado de carbono; e Exposição do negócio (know-how) do IBF.

Para informações adicionais acesse:

http://www.ibflorestas.org.br/pt/curso-de-elaboracao-de-projetos-de-carbono.html

Contato:
Instituto Brasileiro de Florestas - IBF
http://www.ibflorestas.org.br/
(43)3324-7551
thiago@plantearvore.com.br e marceli@plantearvore.com.br

Sustentabilidade na Hub Escola de Verão




segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Espaço Sustentando - Edição 26

Manual traz práticas de sustentabilidade para empresas

A Febrac (Federação Nacional das Empresas de Serviços e Limpeza Ambiental) lançou um manual de sustentabilidade para as empresas brasileiras. No material, estão reunidas 80 práticas de sustentabilidade que podem ser desenvolvidas dentro das empresas, desde atividades básicas até o tratamento de resíduos sólidos. O lançamento, em 22 de dezembro de 2011, reuniu a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o presidente do SEAC-PR, Adonai Aires de Arruda, senadores, deputados federais, entre outras autoridades.


Reciclagem de alumínio vai chegar a 40% no Brasil

Segundo dados da Associação Brasileira de Alumínio (Abal), o Brasil tem um dos ciclos mais eficientes de reciclagem do material no mundo. Hoje, segundo a entidade, o país recicla 35% do alumínio que utiliza, contra 29% da média mundial. A Alcoa, maior produtora de alumínio do Brasil, afirma que vem crescendo nos últimos anos o uso do alumínio primário reciclado em relação ao metal primário, passando de 17% em 1960 para 33% em 2004. Isso porque o alumínio é um material que pode ser reprocessado sem perder suas características físico-químicas, reduzindo impactos no meio ambiente e contribuindo para a economia de energia. A estimativa é que em 2020 o país recicle 40% de todo o alumínio utilizado no ano.


ISAE/FGV terá agenda preparatória para a RIO + 20

A busca por uma educação executiva voltada aos valores da sustentabilidade já faz parte do DNA do ISAE/FGV, que é o conveniado da Fundação Getúlio Vargas para Curitiba e outras praças no Paraná. Entre inúmeras ações com esse foco, o Instituto acaba de lançar uma agenda de atividades preparatórias para a Conferência das Nações Unidas Sobre Desenvolvimento Sustentável, que acontece em junho de 2012 no Rio de Janeiro. Além de ações com os alunos e o corpo docente, o ISAE planeja envolver a comunidade e a imprensa nos debates, por meio de palestras e oficinas sobre a mandala de temas que serão abordados nesse grande evento.


Pagando pela sujeira do avião

A partir de 1º de janeiro de 2012, as companhia aéreas que circulam pelo continente europeu (sejam europeias ou não), terão de pagar pela poluição atmosférica que produzem na Europa. A decisão é do Tribunal de Justiça da União Europeia, que objetiva aliviar o impacto da aviação no aquecimento global, já que as emissões de gases do setor representam 3% dos gases do efeito estufa gerados pelo bloco continental. A polêmica, que já movimenta empresas do ramo nos EUA e na China, foi aprovada em 2008, com o objetivo de reduzir em 20%, no mínimo, as emissões de gases do efeito estufa até 2020.


Brasileiros acreditam que vai faltar água já em 2050

Uma pesquisa recém divulgada pela consultoria OThink revela que 68% dos brasileiros acreditam que em 2050 já sofrerão com a falta de água no país. A pesquisa, que ouviu mil pessoas em todo o Brasil (500 homens e 500 mulheres), também revela que 48% dos entrevistados acreditam que as reservas de petróleo, gás natural e carvão não se esgotarão. A classe A, segundo a pesquisa, é a mais otimista com relação ao assunto de riquezas naturais. A pesquisa revela ainda que 65% dos entrevistados acreditam que em 2050 todos os materiais utilizados serão reciclados e 83% acham que o petróleo será totalmente substituído por energia renovável nos meios de transporte.


Casca de laranja para abastecer seu carro

Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), com especialistas das universidades de Córdoba, na Espanha, e de Nova Iorque, na Grã-Bretanha, está testando a produção de biocombustível a partir de cascas de laranja. A técnica consiste em processar as cascas depois de trituradas em uma máquina que expõe o material a altas potências de micro-ondas, que ativam a celulose presente na casca. A substância é isolada e utilizada na fabricação de biocombustível. Se der certo, a tecnologia pode ajudar – e muito! – o problema do lixo. Isso porque, só de cascas de laranja, são oito milhões de toneladas da casca da fruta jogadas fora todos os anos no Brasil. Além disso, a tecnologia não funciona apenas com cascas, mas com qualquer material que contenha celulose, como papel e cartolina. Além de eficiente, os especialistas afirmam que a máquina também é rápida: a capacidade de processamento de material é de seis toneladas de resíduo por hora.


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Veja outros conteúdos dessa edição:

Matérias:
Entrevista: Elisa Prado (Tetra Pak)
Capa: Campos Gerais: um Paraná a ser conhecido
Visão Sustentável: Produtos concentrados fazem bem ao meio ambiente
Desenvolvimento Local: Setor de sustentabilidade ganha representatividade no Brasil
Responsabilidade Social: Paraná se mobiliza para o desenvolvimento sustentável
Gestão de Resíduos: Crianças aprendem a dar outro destino aos resíduos orgânicos
Energias Renováveis: Cenário para comercialização de carros elétricos no Brasil ainda não é favorável

Artigos:
Fábio André Chedid Silvestre: As leis de incentivo à cultura
Leandro F. Bastos Martins: Promessa é dívida?
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Antenor Demeterco Neto - Logística e desenvolvimento econômico sustentável?
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Entrevista com Elisa Prado da Tetra Pak

Entrevista publicada originalmente na edição 26 da revista Geração Sustentável

Longa vida com sustentabilidade

Elisa Prado é formada em Comunicação Social pela PUC-Campinas e pós-graduada em Marketing pela ESPM de São Paulo. Possui mais de 20 anos de experiência na área de Comunicação Corporativa, adquirida em agências de Relações Públicas e empresas nacionais e multinacionais. Hoje atua como diretora de Comunicação da Tetra Pak, liderando equipes localizadas nos países da América Central e Latina. Anteriormente trabalhou por quatro anos na Vivo, empresa líder em telefonia móvel, na qual comandou o departamento de Comunicação Institucional. Nesta entrevista, com exclusividade para a revista GERAÇÃO SUSTENTÁVEL, Elisa abordou temas relacionados à gestão corporativa, ao consumo consciente e à reciclagem.


A Tetra Pak atualmente é conhecida como uma organização que desenvolve inúmeros projetos socioambientais, como é feito o processo de comunicação para os públicos interno e externo?

Na Tetra Pak, priorizamos a comunicação com transparência e acreditamos no valor desse trabalho como uma ferramenta estratégica no relacionamento com os nossos públicos. Assim, temos a obrigação de conscientizar os consumidores sobre a importância do equilíbrio entre os três pilares sustentáveis: Econômico, Social e Ambiental. Por isso, investimos intensamente na comunicação das nossas ações, atitudes e postura para todos os stakeholders, respeitando e adaptando os meios e mensagens de cada um deles. Procuramos disponibilizar o maior número possível de informações para os diversos públicos por meio dos diferentes canais como site, revistas, relatório de sustentabilidade, newsletters, além do atendimento direto à demanda dos jornalistas, por meio de nossos porta-vozes.


Quais são os principais projetos desenvolvidos no Estado do Paraná?

Desde 2002, a Tetra Pak, além de ações de apoio a prefeituras e cooperativas, realiza um trabalho de campo para fomentar a cadeia de reciclagem de suas embalagens. Para isso, conta com o apoio de uma equipe de colaboradores externos que atuam em diversas regiões do País. O trabalho desses prestadores de serviço é bastante amplo. Eles realizam a prospecção de iniciativas de coleta seletiva com catadores, cooperativas, comércios, escolas, igrejas e outras instituições, levando informações sobre a importância da coleta e da reciclagem das embalagens longa vida pós-consumo. Quando as iniciativas não estão bem estruturadas, eles oferecem orientação para que se organizem da melhor forma possível. Atuam também junto às prefeituras para conscientizá-las da importância da reciclagem e incentivá-las a implantar a coleta seletiva formal em seus municípios. Para isso, disponibilizam folhetos desenvolvidos e impressos pela Tetra Pak com explicações simples e claras sobre reciclagem, para serem distribuídos à população. Entre 2008 e 2009, foram produzidos 5 milhões de folhetos destinados a essas iniciativas. Para as cidades com população igual ou superior a 100 mil habitantes, foram feitos folhetos específicos, e, para os municípios menores, foi distribuído um folheto com informações gerais sobre coleta seletiva. Além desses materiais, foram criados diversos outros, sobre conscientização ambiental, para abranger todos os públicos.

Além disso, em 2007, a Tetra Pak foi procurada pelo governo do Paraná para discutir soluções para a destinação de suas embalagens pós-consumo no estado. Dessa negociação surgiu o plano Paraná e Tetra Pak em Ação – Longa Vida para o Meio Ambiente, elaborado em conjunto pela Coordenadoria de Resíduos Sólidos da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos e pela equipe da Tetra Pak.

O principal objetivo é garantir o escoamento sustentável e a reciclagem das embalagens pós-consumo da Tetra Pak no estado. O plano foi composto por dez ações ambientais, baseadas em quatro estratégias-chave: incentivo ao trabalho de cooperativas para aumentar a captação das embalagens, iniciativas regionais de comercialização das embalagens pós-consumo, desenvolvimento de empresas recicladoras e educação ambiental. Essas ações foram realizadas durante o biênio 2008/2009, divididas em dois grandes blocos. O primeiro teve como objetivo proporcionar a infraestrutura necessária para as atividades de coleta seletiva e reciclagem. Foi feito um diagnóstico detalhado dos 22 municípios indicados pela secretaria e foram elaborados planos de ação específicos para cada cidade. Com base neles, a empresa efetuou a cessão de prensas, telhas e outros materiais às entidades envolvidas que pudessem contribuir para o programa de coleta seletiva. No total, foram cedidas 20 prensas enfardadeiras, quatro esteiras para triagem de materiais, cerca de 1.200 big bags, 2.120 telhas, 245 placas recicladas e material para 15 pontos de entrega voluntária (PEVs).

O segundo bloco de ações focou na educação ambiental. Envolveu a distribuição de 195 mil folhetos para conscientizar a população e 164 kits de educação ambiental, além da participação em eventos em shopping centers e da realização de outros projetos já consolidados na Tetra Pak, como o (Re)Ciclo de Cinema. Os resultados da parceria superaram as previsões. Apesar dos efeitos negativos da crise econômica de 2008, que afetou todo o setor de reciclagem, o número de iniciativas voltadas à coleta seletiva das embalagens longa vida no Paraná aumentou seis vezes (de 55 para 339). Além disso, o volume de embalagens encaminhadas para a reciclagem cresceu 18%, atingindo 4.099 toneladas em 2009, o que representa aumento de 4% na taxa de reciclagem de embalagens da Tetra Pak no estado em relação ao início do plano, em 2007. Esse índice significa que, em 2009, cerca de 207 milhões de embalagens foram recicladas somente no estado do Paraná.


Um dos maiores problemas socioambientais está relacionado com a geração de resíduos e grande parte destes são embalagens. Como a Tetra Pak vem atuando na orientação do consumidor de seus produtos no processo de reciclagem?

A Tetra Pak busca ser reconhecida pelos consumidores como uma empresa que oferece soluções para manter os alimentos com suas características originais e seguros, com embalagens práticas, ambientalmente corretas e de qualidade. No entanto, mais do que informá-los sobre os atributos de seu produto, a companhia trabalha para mostrar que o consumidor, ao comprar alimentos ou bebidas acondicionados em embalagens da Tetra Pak, está fazendo uma escolha correta e consciente do ponto de vista ambiental e social. Assim, a Tetra Pak busca aproximar-se desse público por meio de ações que promovam a reciclagem e a consciência ambiental e social.


Como está organizado esse processo de reciclagem de embalagens no pós-consumo? Como funciona a logística e qual a capacidade instalada e utilizada?

A embalagem da Tetra Pak é formada por três materiais: papel, alumínio e polietileno. A primeira etapa da reciclagem consiste em separar o papel dos demais elementos. O trabalho é feito em um equipamento denominado Hidrapulper, uma espécie de grande liquidificador que solta as fibras de papel com água. Elas seguem para processamento, onde se transformam em bobinas para a fabricação de caixas, tubetes (utilizados em bobinas de papel nas duas fábricas da Tetra Pak) e papel para impressão (feito a partir da mistura de uma porcentagem das fibras recicladas com papel sulfite). O que sobra é uma massa de plástico e alumínio. O material é enfardado e encaminhado para empresas que irão transformá-lo em produtos como telhas, placas, pellets (grãos) para injeção ou para laminação de peças plásticas e parafina, recuperando o alumínio na forma metálica. No primeiro caso, a mistura é triturada e prensada até a eliminação de toda a água. Em seguida, o material é fundido e depois resfriado para, então, adquirir o formato desejado – telhas ou placas para construção civil. Essas peças vêm conquistando um mercado cada vez maior, graças a sua alta durabilidade e seu valor agregado.

Outra vantagem é que elas são leves, flexíveis e possuem boa absorção acústica. No caso das telhas, elas são mais resistentes à degradação e oferecem melhor conforto térmico em comparação com as telhas comuns (o ambiente fica mais confortável, uma vez que o alumínio reflete os raios infravermelhos do sol, diminuindo a absorção de calor). Já a técnica de peletização foi desenvolvida no Brasil pela Tetra Pak e vem sendo aplicada desde 1998. A transformação da mistura de plástico e alumínio em grãos permitiu ampliar a forma de utilização do material, que hoje é matéria-prima para a fabricação de peças plásticas – vassouras, bolsas, sacolas, embalagens, canetas, capas de cadernos, pastas e objetos de escritório, entre outras. Hoje, mais de dez empresas fabricam peças a partir dos pellets, que, por sua vez, são produzidos por duas recicladoras no estado de São Paulo. Em 2005, a Tetra Pak desenvolveu, em parceria com as empresas Klabin, Alcoa e TSL Ambiental a tecnologia de reciclagem do alumínio na fabricação das embalagens, que consiste na separação total das camadas de alumínio e plástico. O alumínio poder ser comercializado na forma de pó, e o polietileno é transformado em parafina, que é utilizada na produção de impermeabilizantes, lubrificantes ou como matéria-prima para a indústria química. Assim, a reciclagem de embalagens longa vida pós-consumo gera emprego e renda, além de promover a conservação ambiental e a cidadania.


Em sua opinião, o lado cultural dos consumidores, que envolve o hábito da separação do lixo, é a principal barreira para ampliar a reciclagem no Brasil? Que outros fatores dificultam esse processo?

Atualmente, o maior gargalo para aumentar a reciclagem de nosso país é a coleta seletiva. Isso acontece porque as embalagens descartadas pelos consumidores ainda não formam volume suficiente do material para atender a demanda das indústrias recicladoras já existentes. Por isso, temos investido de diversas formas na educação ambiental e na sensibilização da sociedade para incrementar o volume de reciclagem de embalagens cartonadas no país, que hoje chega a mais de 50 mil toneladas por ano.
Com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, estamos com expectativas bem positivas, já que cada um dos agentes envolvidos no ciclo de vida dos produtos – fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e poder público – deve assumir sua responsabilidade.


Como a empresa vem atuando para divulgar seus projetos de reciclagem nas redes sociais?

Com este objetivo de disponibilizar conhecimento à população e ajudar na coleta seletiva, a Tetra Pak lançou em 2008 um portal batizado de Rota da Reciclagem (www.rotadareciclagem.com.br). O site aponta a localização e o contato de cooperativas, pontos de entrega voluntária de materiais recicláveis e comércios ligados à cadeia de reciclagem em todo o território nacional. Outro portal desenvolvido pela empresa é o Cultura Ambiental nas Escolas. Voltado a professores e alunos, a plataforma traz conteúdo didático sobre educação ambiental com destaque para a questão dos resíduos sólidos e reciclagem. Cada uma das ferramentas possui canais no Facebook e no Twitter. Nos últimos 40/50 anos, as tecnologias nas embalagens propiciaram que muitas empresas ampliassem sua publicidade e agregassem mais valor em seus produtos, além de avanços relacionados a quantidades fracionadas e de conservação, por outro lado, passou-se a ter um alto passivo ambiental. Em sua opinião, quais são as perspectivas e tendências para o setor de embalagens nos próximos anos?

Na Tetra Pak, temos a premissa da inovação, o que faz com que a companhia antecipe essas tendências. Como líder global mundial em soluções para processamento e envase de alimentos, a empresa tem realizado significativos investimentos na área de desenvolvimento mundial, que conta com cerca de 1.200 profissionais que já discutem como será o cenário do mercado em 2020. Toda a estratégia é antecipada já que uma tecnologia leva até cinco anos para ser desenvolvida. Assim, o ciclo de inovação da empresa mantém-se constante e, de três a cinco anos, são lançadas novidades baseadas nas necessidades e desejos latentes dos consumidores. Para isso, investimos globalmente aproximadamente 3,5% a 4% da receita de vendas, que em 2010 foi de €9,98 bilhões. Ou seja, foram cerca de €400 milhões em pesquisa e desenvolvimento.

Além disso, conhecer o nosso público e saber respeitá-lo é o primeiro passo. Por isso, apostamos nas pesquisas com os nossos clientes e também com os consumidores. Com os resultados, sabemos que uma grande tendência são os produtos ambientalmente corretos. Por isso, como líder, a Tetra Pak investe na utilização de matéria-prima proveniente de fontes renováveis e certificadas. A primeira certificação da cadeia de custódia da Tetra Pak Brasil pelo Forest Stewardship Council (FSC) foi conquistada em 2008. Nosso fornecedor de papel, a Klabin, já possuía a certificação para 100% de suas florestas e, a partir disso, conseguimos obtê-la também para nossas embalagens. A segunda conquista foi em relação ao plástico, com o lançamento das tampas produzidas a partir do “plástico verde”, produzido a partir do etanol da cana-de-açúcar. Esse projeto deu ao Brasil o pioneirismo mundial no uso do material, que também provém de uma fonte 100% renovável.


Que mensagem final deixaria para os leitores da revista Geração Sustentável?

Costumamos dizer que a Tetra Pak possui o DNA de Sustentabilidade, principalmente por conta de sua origem e da preocupação com o meio ambiente. Assim, mais do que informar os públicos sobre o intenso trabalho desenvolvido em toda a cadeia de reciclagem, temos a missão de agir como agentes transformadores.

Acredito que vivemos em um processo de mudança e de conscientização da sociedade, que não tem volta, felizmente! No entanto, fazer parte desse grupo vanguardista é um desafio já que temos que aprender na prática. Mesmo assim, encaramos esse desafio como uma oportunidade de provocar grande modificação comportamental das pessoas e das corporações.

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domingo, 8 de janeiro de 2012

Edição 26 já está circulando! Cultura e Sustentabilidade

Cultura: respeitar o passado, atuando no presente, sem deixar de olhar para o futuro

Um tema de capa que tratasse de cultura e sustentabilidade era um desejo antigo de publicação da nossa revista. Quando começamos a conversar com os idealizadores do Parque Histórico de Carambeí sentimos que esse momento estava amadurecendo e que teríamos um case ideal que contemplasse esses dois temas.

Você, caro leitor, pode se questionar... Por que considerar o tema cultura tão importante assim? Talvez você até se pergunte, o que o tema sustentabilidade tem a ver com os aspectos culturais? Acredito que a cultura é efetivamente a quarta dimensão da sustentabilidade, considerando não apenas um complemento do conhecido tripé (econômico, ambiental e social), mais sim um pré-requisito para o desenvolvimento. E vou além! Acredito que a dimensão cultural é mais importante do que as três dimensões tradicionais. Na minha concepção, os fatores culturais que estão ligados aos hábitos, costumes e valores locais determinarão a evolução econômica e o respeito aos fatores socioambientais. Entendo também que podemos ter um excelente projeto ambiental e, se não existir aceitação cultural, esse projeto acaba não trazendo resultados esperados. Quando se fala em cultura em uma localidade, parece que enxergamos o grau de sustentabilidade (ou de falta de sustentabilidade) daquela comunidade local. Talvez isso explique a razão de encontrarmos algumas regiões deterioradas e outras não, em localidades não muito distantes.

A utilização do exemplo do Parque Histórico de Carambeí irá ilustrar claramente a relevância cultural para a continuidade de uma sociedade. Essa matéria sobre o parque demonstra toda a trajetória da comunidade holandesa na região dos Campos Gerais no estado do Paraná. Os entrevistados comentam sobre os fatores históricos, que foram essenciais para que a comunidade local superasse os desafios e se fortalecesse. A construção do parque é uma forma de respeitar o passado, atuando no presente sem esquecer do futuro.

Esta edição ainda traz conteúdos relacionados ao projeto minhocagem, que é voltado à educação ambiental infantil, bem como uma matéria sobre a legislação brasileira para carros elétricos. Além desses conteúdos, temos uma matéria sobre a ABRAPS (Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade); uma matéria sobre a tendência de comercialização dos produtos de limpeza em embalagens menores e com fórmulas mais concentradas; e uma matéria sobre os projetos para 2012 do CPCE (Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial).

Boa Leitura!
Pedro Salanek Filho


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Veja os conteúdos dessa edição:

Matérias:
Entrevista: Elisa Prado (Tetra Pak)
Capa: Campos Gerais: um Paraná a ser conhecido
Visão Sustentável: Produtos concentrados fazem bem ao meio ambiente
Desenvolvimento Local: Setor de sustentabilidade ganha representatividade no Brasil
Responsabilidade Social: Paraná se mobiliza para o desenvolvimento sustentável
Gestão de Resíduos: Crianças aprendem a dar outro destino aos resíduos orgânicos
Energias Renováveis: Cenário para comercialização de carros elétricos no Brasil ainda não é favorável

Artigos:
Fábio André Chedid Silvestre: As leis de incentivo à cultura
Leandro F. Bastos Martins: Promessa é dívida?
Jeronimo Mendes - Inovação e espírito empreendedor
Antenor Demeterco Neto - Logística e desenvolvimento econômico sustentável?
Gastão Octávio da Luz - Desafios Globais ao "desenvolvimento sustentável"

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domingo, 1 de janeiro de 2012

Artigo: Como estamos construindo nosso mundo sustentável?

Cabe-me aqui fazer uma pequena provocação. Temos consciência do momento que o planeta está vivendo? Do quanto nossos pequenos gestos do dia a dia significam para a sobrevivência do futuro na terra? Estamos vendo e, muitas vezes, participando deste movimento empresarial em busca pela sustentabilidade, mas até que ponto estamos preparados para viver em uma sociedade sustentável?

Indicadores são criados, certificações são obtidas, materiais são substituídos por matérias-primas mais limpas, inventários de carbonos são feitos e marcas são valorizadas, mas será que só isso nos trará a sustentabilidade que devemos perseguir?

Neste cenário, o grande objetivo é trabalhar uma gestão harmônica, o famoso Triple bottom line, o tripé da sustentabilidade, em que os aspectos econômicos se fundem à preocupação com a comunidade e aos impactos ambientais, causados pelas atividades exercidas pelas pessoas e pelas empresas. Porém, invariavelmente, pensamos no macro, esquecemos pequenos detalhes, que fazem toda a diferença.

É por isso que quando vejo pesquisas de intenção de compra, tenho dois sentimentos. O primeiro bem otimista, ao perceber consumidores comprando cada vez mais produtos com menor impacto ambiental ou buscando comprarem de empresas socioambientalmente responsáveis, mesmo tendo de pagar mais por isso. Porém, meu segundo sentimento é de tristeza, pois apesar de procurarmos comprar produtos “verdes”, tão especiais, continuamos descartando de maneira errada. E o que é pior. O descarte inapropriado, não ocorre apenas dentro de casa. São realizados também por empresas e pelo setor público. Ou alguém deixou de reparar como nossas cidades estão cada vez mais sujas? Hoje, em boa parte delas, não é necessário chover muito para que a situação se torne preocupante para a segurança da população, já que o risco de alagamentos é constante, resultado de uso inapropriado do solo, construções irregulares e acúmulo de lixo, entre outros.

Como pensar num mundo sustentável, se não somos capazes de pequenos cuidados como esse que afetam nossa forma de vida e colocam em risco a vida nas cidades? Se ainda temos empresas que utilizam mão de obra escrava ou infantil? Se ainda agredimos o outro, porque é diferente, pensa diferente ou tem orientação sexual diferente? Se ainda não são poucos os irresponsáveis diante de um volante, encharcados pela bebida ou pelo prazer da simples velocidade?

Cobramos atitudes das empresas, mas precisamos cobrar de cada um de nós, a fim de que nossa sociedade não se autodestrua com práticas “canibalísticas” diversas. Precisamos mudar nossas atitudes, como indivíduos e cidadãos. Por que não cobramos ou fiscalizamos os princípios da sustentabilidade dos nossos governos? A crise mundial que estamos vivendo não é um grande exemplo do muito que temos feito de errado, a começar pela economia?

Não dá para negar que avançamos muito nos cuidados com o nosso planeta, mas chegou a hora de olharmos ainda mais profundamente para a questão e analisarmos qual a nossa contribuição para que possamos construir, de forma efetiva, um mundo sustentável. Sem esquecer a responsabilidade de nossos hábitos nessa equação. Atitudes que não considerem isso, esse processo de intensa transformação não passa do que se chama maquiagem verde (GreenWash). Não há como alcançarmos a sustentabilidade se não adotarmos atitudes e hábitos sustentáveis.

Minha esperança é que nossos discursos comecem, efetivamente, a se transformar em atitudes. Elas é que darão, verdadeiramente, o tom para o mundo sustentável que almejamos.

Yuri Beltramin
Profissional de Sustentabilidade, Consultor e Facilitador do Jogo Negócio Sustentável


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Veja os conteúdos dessa edição:

Matérias:
Capa: Saiba como andam as práticas de sustentabilidade dos bancos brasileiros
Entrevista com Manfred Alfonso Dasenbrock - Sicredi PR
Desenvolvimento Local: Iniciativa sustentável inova modelo de entregas
Responsabilidade Social: Sustentabilidade - da teoria à prática



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