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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Claro promove nova ação de incentivo ao descarte correto de celulares e baterias fora de uso

São Paulo, 28 de junho de 2013 – Entre os dias 1 de julho e 31 de agosto a Claro, por meio do Claro Recicla, promove uma nova ação de incentivo ao descarte de celulares e baterias fora de uso. Os clientes do Claro Clube Pós, programa de relacionamento da operadora, que fizerem o descarte correto nas urnas do Claro Recicla instaladas nas lojas da empresa, podem ganhar até 1000 pontos.

Esta é a terceira edição da promoção que tem alcançado resultados muito positivos. Na última, realizada entre os dias 5 de março e 5 de maio, cerca de 7.700 clientes descartaram mais de 19 mil aparelhos, o que gerou 1,9 tonelada de lixo eletrônico.

Mais informações:
 twitter: @instituclaro
facebook: Instituto Claro

quarta-feira, 26 de junho de 2013

SABESP E SAGARANA COMUNICAÇÃO PROMOVEM CAMPANHA PIONEIRA PARA INCENTIVAR O USO CONSCIENTE DA ÁGUA


Primeira edição da ‘Disputa de Casas’ será realizada em São Roque, no interior de São Paulo, de maio a agosto de 2013

A Sagarana Comunicação uniu a Sabesp, a Brastemp e a Finish em uma campanha para engajar pessoas na luta contra o desperdício de água. Juntas, as empresas apresentam a Disputa de Casas, campanha pioneira no Brasil desenvolvida para estimular os moradores de residências a utilizarem a água de maneira consciente, por meio da reeducação de novos hábitos de consumo, e premiando ao final os participantes mais engajados na causa. A campanha pretende mostrar como o uso inteligente da água, aliado às novas tecnologias, pode economizar também tempo e dinheiro.

“A falta de orientação sobre como é possível cumprir as atividades diárias que envolvem o uso racional da água sem comprometer a higiene é a grande responsável pelo pouco engajamento das pessoas. Daí surgiu a ideia de trazer estímulos que realmente tenham impacto na vida delas. Ao longo da campanha iremos desenvolver um paralelo entre a economia de água e a economia financeira, assim como incentivar uma competição saudável entre os envolvidos”, comenta Guilherme Stella, sócio-diretor da agência Sagarana Comunicação.

São Roque foi escolhida para sediar a primeira edição do projeto por ser uma cidade de pequeno porte (79 mil habitantes), o que contribui para o engajamento, e por estar localizada a apenas 60 quilômetros da capital paulista, cidade que deve receber a campanha ainda em 2013.

MECÂNICA DA DISPUTA

Os moradores de São Roque poderão se inscrever para participar da Disputa de Casas pelo site até 28 de maio. Os participantes passarão por um processo completo de reeducação. Eles serão submetidos a workshops e eventos educativos onde o tema central será a utilização inteligente de água. Para ajudar na economia do dia a dia, os participantes também receberão cartilhas e adesivos com informações motivacionais. Além disso, mensalmente, acontecerão visitas realizadas pelos promotores da campanha para ajudar os participantes na manutenção dos novos hábitos de consumo.

Também serão feitas medições periódicas das casas participantes nos meses de junho e julho de 2013, período de apuração da campanha, para que os moradores possam acompanhar  sua performance ao longo da ação.

“Esse acompanhamento será essencial para que os participantes possam tomar novas medidas caso o consumo em suas residências ainda esteja alto. A Disputa de Casas é uma campanha única, pois a cidade economiza água e os moradores poupam dinheiro, portanto Independente do resultado todos são vencedores”, incentiva Mario Eduardo Affonseca Pardini, Superintendente da Sabesp - Unidade Médio Tietê.

PREMIAÇÃO

O resultado oficial levará em consideração o consumo das residências nesses meses em comparação com o seu consumo no mesmo período de 2012.
Ao final, as 100 residências que mais se engajarem e economizarem serão premiadas com uma máquina lava-louça da Brastemp e detergente Finish por um ano, cedidos pelos respectivos patrocinadores da campanha.

A lava-louças foi escolhida como premiação por ser um utensílio economizador que pode diminuir o consumo de água em até 6 vezes se comparado com a lavagem manual. “Após a campanha, esperamos que a repetição dos novos hábitos se tornem perenes na vida de todos os participantes, o que se será um enorme benefício para eles e para o planeta”, comenta Renato Guiderolli, gerente da Finish.  


TECNOLOGIA QUE FAZ A DIFERENÇA
A cozinha é o segundo ambiente da casa com maior consumo de água (o equivalente a 10%), por isso o uso da lavadora de louça com tecnologia economizadora pode ser fundamental para que a redução do desperdício realmente aconteça.

Um estudo da Universidade de Bonn, na Alemanha, mostrou que a reeducação de hábitos, somada às novas tecnologias, pode diminuir o consumo de água de uma residência em até 80%. Segundo a pesquisa, são necessários cerca de 100 litros de água para lavar 140 peças de louça manualmente, já em uma lava-louças gasta-se apenas 15 litros, um consumo de água quase seis vezes menor.  Levando em consideração o consumo médio de água gasto para a lavagem das louças por um dia inteiro, em um ano seria possível economizar, somente com este eletrodoméstico, em média 74 mil litros, o suficiente para abastecer mais de sete caminhões pipa.

“As novas tecnologias são indispensáveis para aqueles que buscam economia de água e qualidade de vida. As lava-louças, por exemplo, economizam cerca de 300 horas de trabalho manual por ano para seu usuário, além de oferecerem uma lavagem mais eficiente, higienizando as louças por conta da água quente, que chega a cerca de 70 graus”, explica Armando Valle, vice-presidente de Relações Institucionais, Sustentabilidade, Consulado da Mulher e Unidade de Negócios Manaus da Whirlpool Latin America.

ENERGIA SOLAR É MAIS UMA ALTERNATIVA PARA A EFICIÊNCIA DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA


Com o crescimento desordenado das cidades, aumentou a demanda das prefeituras por projetos que viabilizem a mobilidade e o desenvolvimento com um mínimo de organização e sustentabilidade. Dentre outros custos, o gasto com iluminação pública é proporcional ao crescimento da população.

Uma demonstração disso é a troca de lâmpadas de vapor de sódio por lâmpadas LED em alguns parques, ruas e túneis de São Paulo. Segundo pesquisa realizada em 2012 pela Climate Group, em 12 cidades no mundo, a iluminação pública é responsável atualmente por 19% do consumo mundial de eletricidade, e por 6% das emissões de gases de efeito estufa.

Outras formas de aplicações energéticas e de iluminação que utilizem energia solar são estimuladas e pensadas de reuniões realizadas bianualmente pelo C40 - grupo constituído por prefeitos das 40 maiores cidades do mundo. Eles se reúnem de tempos em tempos a fim de discutir novas soluções para que metrópoles sejam estimuladas a utilizar fonte de energias alternativas, dentre outras iniciativas.

“Aplicar a energia solar como fonte complementar de energia em prédios e outros equipamentos públicos pode contribuir ainda mais com a redução do custo com a energia elétrica, a médio e longo prazo”, garante Pedro Pintão, engenheiro e sócio-diretor da Neosolar Energia, empresa paulista especializada em soluções e capacitação para energia solar.

Toda iluminação de órgãos e vias públicas necessária para o atendimento do munícipe, e ainda uma futura estação para reabastecimento de veículos movidos a eletricidade são possibilidades reais, que apoiariam práticas mais sustentáveis.

Ao integrar a geração de energia a partir de fonte solar aos locais de atendimento público é possível atingir altos índices de economia. “A economia atingida é de acordo com o projeto. Realizamos um estudo para identificar a média de consumo e a capacidade de produção de energia no local – que vai depender do espaço físico disponível para instalação dos painéis e demais equipamentos necessários para a geração de energia”.

Além do total do projeto, a Neosolar Energia realiza também a instalação e manutenção dos equipamentos, além de oferecer capacitação profissional para quem tiver interesse em se tornar um instalador.

Poste para Iluminação Pública
A iluminação de vias públicas, praças e parques pode ser feita por postes solares autônomos, movidos a energia solar fotovoltaica, com autonomia de três dias sem sol, funcionando 12h por dia. A instalação é fácil, sem fios e manutenção simples, se acendendo e apagando automaticamente. A luminária é de LED de alta eficiência, com brilho forte e baixo consumo. As baterias são de longa duração, com vida útil de até cinco anos.


Alternativa mais que eficiente: Painel Solar

Sistemas conectados à rede elétrica são uma alternativa para reduzir o custo da energia consumida. Ao instalar placas fotovoltaicas, a energia é produzida e consumida no local, e o excedente pode ser cedido à concessionária, retornando em forma de créditos na próxima fatura.

Saiba mais sobre a Neosolar Energia em: www.neosolar.com.br

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Arte com tampinhas


Alfredo Borret, artista plástico Carioca, que realiza arte com tampas de garrafas de cerveja e refrigerante (tampinhas de metal). Desde 2007 usa sua habilidade para dar vida nova ao lixo gerado pelo consumo de bebidas, jogado nos chãos e nas ruas da cidade. Borret começou fazendo ímãs de geladeira com imagens dos cartões postais e times de futebol do Rio. Os artesanatos eram distribuídos gratuitamente aos turistas que visitavam a Cidade Maravilhosa. 

Em 2011 foi premiado pelo jornal o globo no concurso aniversário do Rio, com as conhecidas Ecotampas (artesanatos feitos com tampinhas). Em 2012, Alfredo inovou mais uma vez, transformando as tampinhas em telas de arte. Técnica inédita feita com o "lixo". Com muita irreverência reproduzir paisagens cariocas e obras de arte de grandes mestres no reduzido espaço das tampinhas de garrafas. São lindos quadros que levam de 10 à 15 dias para ficarem prontos e em média são recicladas 702 tampinhas por quadro.

Se Beber, Recicle.



quinta-feira, 20 de junho de 2013

BNDES amplia orçamento para financiamento a projetos sustentáveis

Recursos disponíveis para iniciativas selecionadas na Chamada Pública de Projetos Produtivos Sustentáveis foram de R$ 50 mi para R$ 100 mi

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aumentou, de R$ 50 milhões para R$ 100 milhões, o volume de recursos disponíveis para projetos selecionados em sua Chamada Pública de Projetos Produtivos Sustentáveis.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira, 19, pelo diretor da Área de Meio Ambiente do BNDES, Guilherme Lacerda, durante o encontro Diálogos Governo e Sociedade Civil – Fundo Amazônia, promovido pela Secretaria Geral da Presidência da República e pelo Ministério do Meio Ambiente. O evento aconteceu no Palácio do Planalto, em Brasília.

A decisão foi tomada em função do volume e da boa qualidade dos projetos apresentados. A comissão responsável pela análise já havia selecionado 18 projetos que atendiam a todos os critérios do edital. O total de recursos, entretanto, de R$ 50 milhões, era suficiente apenas para os oito primeiros projetos.

Com a ampliação do orçamento anunciada hoje, a comissão poderá aumentar para 18 o número de projetos selecionados e de parceiros, de modo a ampliar a capilaridade da ação do Fundo Amazônia.

A Chamada Pública Projetos Produtivos Sustentáveis é uma iniciativa realizada em parceria com os governos dos Estados da Amazônia e com o apoio da Agência de Cooperação Técnica Alemã (GIZ) e foi lançada pelo Fundo Amazônia em fevereiro de 2012.

As propostas e atividades apoiadas têm por finalidade a promoção de benefícios diretos a comunidades tradicionais, povos indígenas, assentados da reforma agrária, pescadores artesanais, aquicultores familiares e agricultores familiares.

Durante o evento, que contou com a presença dos ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente), também foram assinados convênios com entidades da sociedade civil resultantes da parceria entre o BNDES e a Fundação Banco do Brasil (FBB), no âmbito do Fundo Amazônia. Dezoito projetos que abrangem oito estados do Bioma Amazônia (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Mato Grosso e Tocantins) em mais de 10 cadeias produtivas diferentes, foram formalizados.

As ações da parceria BNDES/FBB, que possibilita aportes de R$ 100 milhões, em cinco anos (R$ 60 milhões do BNDES), fortalecem setores como a agricultura familiar, aquicultores familiares, assentados da reforma agrária e etnias indígenas, tais como as comunidades Kayapó, dentre outros. Dentre os projetos escolhidos estão os de apoio a extração/comercialização de castanha, a produção agroecológica, a implantação de agroindústria de babaçu, apicultura e piscicultura.

Desde julho de 2009, o Fundo Amazônia aprovou 39 projetos, com valor de R$ 524 milhões, e com forte impacto regional, pois atuam como aglutinadores de projetos de menor porte ou realizam seleções públicas, como é, por exemplo, o caso da parceria firmada com a Fundação Banco do Brasil.



quarta-feira, 19 de junho de 2013

Empreendimento catarinense conquista terceira pré-certificação LEED; primeiro selo nível Gold de SC


Projeto do edifício Atrium, que será lançado pela incorporadora Pedra Branca, obteve 62 pontos na avaliação do Green Building Certification Institute

O primeiro edifício com pré-certificação LEED (Leadership in Energy and Envitonmental Design) nível Gold de Santa Catarina, concedida pelo U.S. Green Building Council - USGBC, será construído no bairro planejado Pedra Branca, em Palhoça, na Grande Florianópolis. O projeto do edifício comercial Atrium, que será lançado pela incorporadora que dá nome ao empreendimento sustentável, obteve 62 pontos no somatório das 6 categorias, conforme avaliação do Green Building Certification Institute - GBCI.

Entre os requisitos do projeto do Atrium relacionados à promoção da saúde humana, preservação ambiental e uso racional dos recursos naturais que contribuíram para o alcance do pré-certificado estão à geração e uso de energia renovável de placas fotovoltaicas na cobertura, economia de mais de 35% de água potável, com vasos de duplo fluxo, mictórios e torneiras eficientes; central de armazenamento e separação de resíduos para reciclagem na fase de operação e sistema de automação e controle predial, que permite a medição e verificação on-line do consumo de água e energia do edifício.

O LEED é um sistema de certificação voluntário de edifícios verdes, reconhecido internacionalmente e que incentiva a implantação de estratégias de alta performance ambiental e eficiência energética de projetos e construções de edifícios. Para a emissão do certificado, sete categorias são avaliadas, entre elas o uso racional da água, eficiência energética, inovação e prioridade regional. Os edifícios certificados possuem custos operacionais mais baixos, além de reduzir os resíduos enviados para aterros durante a construção e a energia anual através de sistemas de ar condicionado de alto desempenho e filtragem mais restritiva, iluminação eficiente, automação predial e vidros de alto desempenho.



Pré-certificações Pedra Branca - Esta é a terceira pré-certificação conquistada por um projeto da Pedra Branca: em junho de 2012, o edifício comercial Office Green, que está em construção, com data de entrega prevista para fim deste ano, conquistou nível prata, e em janeiro deste ano a Torre I do Corporate Center também foi pré-certificada na mesma qualificação. Todas as conquistas foram acompanhadas pela ENE Consultores.


Artigo - Todo entulho de obra é desperdício de dinheiro

Ao ser obrigado pela legislação ambiental, em especial pela Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) e Resolução CONAMA 307/2002, a segregar os resíduos nas obras, é comum que a primeira reação seja adversa.

Em especial quanto aos resíduos classe A, típicos de construção, como restos de concreto, tijolos, argamassas, telhas de barro, olha-se para as inúmeras caçambas de entulho retirados dos pátios e logo começa a reclamação sobre o preço do serviço de caçamba. 

A novidade agora é criticar também as empresas que fazem o tratamento dos resíduos Classe A – com a trituração para que voltem à cadeia produtiva como agregados, para serem usados na execução de pisos e outros usos não estruturais.

Ao reclamar do custo com o armazenamento, transporte e destinação ambientalmente adequada dos resíduos da construção civil, que de fato oneram as obras, muitas vezes os responsáveis pelas obras esquecem-se de que todo entulho depositado na caçamba é fruto também de erros e omissões na execução dos projetos.

Sim, é preciso reconhecer que boa parte do entulho de obra, resíduos Classe A, é fruto de falhas, muitas das vezes, de engenheiros e arquitetos! Ou o entulho excedente vem da ausência de um projeto bem elaborado, ou da falta de bons projetos complementares e sua compatibilização com o projeto original. Outro problema, muito comum, é a falta de supervisão adequada na execução dos serviços, muitas vezes delegada a mestres de obras ou pedreiros sem treinamento de qualidade.

É preciso ficar claro que em reformas, a geração de entulho é grande, mas muitas vezes inevitável. Fala-se aqui de obras novas, nas quais, com planejamento adequado, é possível evitar muito “quebra quebra” ou retrabalho  - e assim minimizar a geração de muito entulho. Além disso, mais caro que o custo da destinação dos resíduos é o custo dos materiais desperdiçados e da mão de obra que terá que ser paga novamente para refazer o trabalho antes mal feito.

Todo resíduo é desperdício, dinheiro jogado fora. .Antes de reclamar do custo da destinação ambientalmente correta dos resíduos, é preciso rever conceitos.

Para empresas que querem melhorar seu desempenho quanto à redução de desperdício e quanto à geração de resíduos, é indispensável que seja promovido treinamento de qualidade nas obras. Para isso, destaca-se o papel do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, que está à disposição também para o desenvolvimento de profissionais da construção civil.

Providenciar projetos de arquitetura e projetos complementares bem elaborados também melhoram a performance. Outra forma é promover minuciosa e atenta supervisão da execução da obra e o seu monitoramento. Um exemplo é implantar programa de redução de desperdício desde o início da obra, com metas de redução de número de caçambas por metro quadrado de obra construída. Só assim, com o compromisso e responsabilidade dos profissionais do setor, será possível reduzir a geração de entulhos e melhorar a segregação dos resíduos da construção civil na fonte, na obra.


Fernando de Barros é engenheiro civil, especialista em Planejamento e Gestão Ambiental, mestre em Engenharia de Edificações e Saneamento e responsável técnico da 
Master Ambientalwww.masterambiental.com.br
  

PARA PROMOVER QUALIDADE DE VIDA A ECONOMIA NÃO PRECISA AUMENTAR DE TAMANHO


Marcus Eduardo de Oliveira (*)

Pelas lentes exclusivas das Ciências Econômicas, o desempenho econômico das nações modernas pode ser medido, grosso modo, levando-se em consideração dois aspectos: 1. A promoção do aumento substancial da renda per capita e familiar e, 2. Estimular mecanismos que asseguram por todos os meios às possibilidades de promoção de continuidade da vida digna e plena.

A primeira condição é de amplo conhecimento de qualquer economista e, por sinal, não é tão difícil promovê-la. Em relação ao segundo aspecto, alguns economistas tem tido certa dificuldade em assimilar tal possibilidade, uma vez que é comum aos que seguem o receituário neoclássico ignorar as leis da natureza, dado o distanciamento existente entre os fundamentos da teoria econômica em relação às ciências naturais, notadamente à ecologia.

Ademais, é necessário entender, primeiramente, que no “dicionário da vida”, desenvolvimento significa organizar socialmente a economia para efetivar-se acesso ao mínimo indispensável para bem viver.

Em matéria de qualidade de vida, para aqueles que não foram infectados pelo “vírus do crescimento econômico”, parece não haver dúvidas que o mais importante não é atingir o crescimento (puramente em termos quantitativos), mas sim alcançar a ordem dos fatores qualitativos (desenvolvimento). É aqui então que entra em discussão à questão econômica (as leis da economia) relacionada à questão ecológica (as leis da natureza).

Para isso, não é mais possível obedecer cegamente à ordem que impera na macroeconomia tradicional. A lei básica dos compêndios macroeconômicos, endossada pelas teorias keynesiana e neoclássica, sempre recomendou buscar o aumento incessante do consumo, visando atingir com isso mais crescimento. É a estapafúrdia ideia da mania do crescimento – a growthmania, nos dizeres do economista inglês Ezra Mishan que consagrou e criticou esse termo na obra The Costs of Economic Growth, de 1967.

Já a receita ecológica é um pouco mais simplista, porém, não menos objetiva: deve-se respeitar as leis da natureza para assegurar possibilidade de vida com qualidade.

O ponto central, nessa seara, é que para promover real e substancial qualidade de vida o sistema econômico não necessariamente precisa aumentar de tamanho. Não é preciso expandir a economia - aumentar a produção econômica para proporcionar vida melhor para as pessoas.

Não há nisso nenhuma magia.  Basta apenas promover uma distribuição equânime daquilo tudo que já foi produzido, rompendo, assim, com a chamada “concentração”, essa erva daninha que infesta o cenário econômico em diferentes frentes.

Logo, não necessariamente a economia precisa aumentar de tamanho, produzindo mais, referendando assim a estreita visão materialista de “adquirir mais”, até mesmo porque há limites biofísicos para a expansão econômica.

Do lado das economias mais dinâmicas, os limites ao crescimento esbarram nas ações fortemente arraigadas numa ditadura que valoriza a noção central do consumo conspícuo.

Um impedimento real disso encontra-se na própria dinâmica do capitalismo. Enquanto essa dinâmica tacanha estiver balizada e endossada na criação de necessidades materiais e, muitas vezes superficiais, será difícil levar adiante a noção central de que toda e qualquer atividade econômica apresenta limites.

O erro mais comum da macroeconomia tradicional está em ignorar os limites biofísicos, fazendo vistas grossas à dependência do sistema econômico em relação aos fatores da natureza.

Ora, que fique claro essa assertiva: o processo econômico não pode funcionar sem uma troca contínua com o meio ambiente. Nenhum sistema econômico pode sobreviver sem um aporte contínuo de energia e de matéria (recursos naturais).

Lamentavelmente, os ensinamentos neoclássicos ignoram tal premissa e insistem nas vias de um crescimento econômico contínuo como forma única e exclusiva de proporcionar bem-estar.

Os que ainda insistem em ignorar a questão ambiental – enaltecendo a dinâmica do crescimento econômico a qualquer custo - não se deram conta que a atmosfera do planeta está abafada, segundo dados do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), por um manto de gás com 800 bilhões de toneladas de carbono.

Não se pode ignorar que isso provocará até 2030 a elevação da temperatura em mais 2° Celsius, acarretando enormes perdas dos serviços ecossistêmicos, comprometendo o próprio dinamismo econômico. A atividade econômica, na sanha em aumentar a quantidade de mercadorias produzidas, contribui substancialmente para essa contínua agressão ao meio ambiente, aquecendo mais ainda o planeta. No final, todos nós pagaremos o preço desse descaso.


(*) Economista. Especialista em Política Internacional e Mestre em Integração da América Latina (USP). 

Deseja cursar uma Especialização em Energias Sustentáveis?

Estão abertas as matrículas para o 2º Semestre para o Curso de Especialização em Estratégias Sustentáveis em Energia da Universidade Positivo. CONFIRA!!!

PÚBLICO
Ex-alunos de cursos superiores das áreas das Engenharias, Administração, Economia, Contabilidade, Direito; profissionais das áreas tecnológicas, setor elétrico e de energia e setor industrial.

TEMAS ABORDADOS NO CURSO
Setor elétrico brasileiro I - modelo institucional, aspectos jurídicos, regulatórios e tarifários
Setor elétrico brasileiro II - ambientes de comercialização, plano nacional de energia e a matriz energética brasileira
Geração de energia elétrica I - fontes de energia Renováveis - sistemas alternativos, biomassa, biodigestores e biogás
Geração de energia elétrica II - energia solar e eólica
Geração de energia elétrica III - usinas hidrelétricas, utilização dos recursos hídricos, PCH's
Gestão estratégica de energia
Sustentabilidade corporativa
Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e inovação tecnológica
Eficiência energética
Geração distribuída - redes inteligentes, smart grid
Gestão energética - ISO 50.001
Planejamento da expansão e da operação do setor elétrico brasileiro
Metodologia e organização do projeto de pesquisa
Produção de artigo e Trabalho de Conclusão de Curso
Seminário - energia e sustentabilidade

Inscrições: 12/06/2013 a 29/07/2013
http://up.com.br/LandpageInterna.aspx?c=1893&i=136

terça-feira, 18 de junho de 2013

Lenha ecológica a partir de resíduos agrícolas é novidade que substitui carvão e madeira


Chamada de briquetagem, esta tecnologia será apresentada pela Embrapa Bioenergia na Renex South America, de 27 a 29 de novembro, em Porto Alegre. 


Lenha a partir de resíduos agrícolas. Essa é a novidade que será exposta ao vivo partir de diversas matérias-primas durante a Renex South America, feira de energias renováveis que terá sua primeira edição em novembro, em Porto Alegre (RS). Com o objetivo de substituir o carvão e madeira, os briquetes são produtos obtidos a partir de diversas matérias-primas como serragem de pinus e de eucalipto, sabugo de milho, bagaço de cana-de-açúcar, soca de algodão e outros.

Conforme dados da Embrapa, a agricultura gera grande quantidade de resíduos e nem sempre eles são bem aproveitados. Podemos usar como exemplo a casca de arroz. Em 2010 havia cerca de 1 milhão de toneladas de casca de arroz sem utilidade definida em todo o Brasil. Uma forma de aproveitar a casca de arroz e a energia que ela contém é transformá-la em briquetes que poderão substituir lenha e carvão vegetal em muitas aplicações. Essa espécie de “lenha ecológica” pode ser usada em residências, em indústrias, em olarias, cerâmicas, fábricas de alimentos ou de produtos químicos, etc.

Um estudo de 2012 apontou que no país 14% das indústrias produzem briquetes a partir de casca de arroz e a mesma porcentagem utiliza serragem e resíduos de madeira.

“A participação em uma Feira do porte da Renex é muito importante para a Embrapa, pois permite apresentar e promover projetos de pesquisa, produtos e tecnologias para públicos diversificados”, destaca José Manuel Cabral, Chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroenergia. Ao mesmo tempo, a feira permitirá conhecer e fazer contatos com outras empresas que atuam nas áreas em que a unidade já atua ou pretende atuar.




segunda-feira, 17 de junho de 2013

Bristol Portal do Iguaçu Hotel é opção para hospedagem próxima ao Aeroporto


A Rede Bristol Hotéis & Resorts inaugurou recentemente a 13ª unidade do grupo: o Bristol Portal do Iguaçu Hotel, em Curitiba (PR), localizado a apenas 4 km do Aeroporto Internacional Afonso Pena. Justamente pela localização estratégica, o hotel tem sido a escolha tanto de hóspedes como de empresas para eventos corporativos. Com 136 apartamentos, tem um salão de convenções modulável com capacidade para até 340 pessoas.

Entre os diferenciais está a sustentabilidade. O hotel tem um sistema de tratamento de resíduos sólidos (BIODIGESTOR) que transforma os dejetos em energia, além de placas de captação de energia solar, contribuindo para o meio ambiente.

Os apartamentos possuem secador de cabelo, cofre individual, ar condicionado split, TV LCD e frigobar. Já o restaurante é uma homenagem a um dos pontos turísticos da região: com o nome Jardim Botânico, oferece gastronomia regional e internacional, com capacidade para até 280 pessoas simultaneamente. O lobby bar é uma boa opção para o happy hour e o fitness center tem equipamentos de última geração.

MAQUINA DE PROCESSAMENTO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS:

É uma máquina fabricada pela empresa Topema, pode ser colocado todo e qualquer resíduo orgânico como restos de refeições, cascas de legumes, cascas de frutas e outros, desde que sejam orgânicos. Ela tem capacidade para 50kg de resíduos.
O tempo de processamento é de cerca de 12 a 14 horas, após este período de tempo os resíduos processados encontra-se na forma de farelo pois foram desidratados e podem ser queimados na caldeira de aquecimento de água que originalmente utiliza pellets de pinus de reflorestamento como combustível mas aceita a queima do farelo acima mencionado.
Nosso sistema de aquecimento é interligado sendo a caldeira movida a pelets e em cada bloco de apartamentos possuímos três aquecedores de passagem movidos a gás que ficam como segurança, em caso de falhas da caldeira esses entram em ação para evitar a falta de água quente nos apartamentos.
Aliado a isso, possuímos no topo de cada bloco, três placas solares que aquecem a água durante o dia com o calor do sol, ou seja, duante o período quente do dia, o sistema economiza combustível usando o calor do sol como energia de aquecimento da água de banho que fica armazenada nos boilers de acumulação. Isso possibilita uma regulagem com menor consumo durante as épocas quentes do ano, nesse período consumimos cerca de 6 sacos de 25kg de pellets por dia. No inverno como não existe o calor solar ou este é mais fraco o consumo sobe para 9 sacos de pellets ao dia.
Serviço:
Bristol Portal do Iguaçu Hotel
Velcy Bolívar Grandó, 645, Uberaba - Curitiba (PR)
(41) 3151-8700


terça-feira, 11 de junho de 2013

10º COBEE – Congresso Brasileiro de Eficiência Energética e ExpoEficiência





André Trigueiro é o palestrante convidado do 10º Congresso Brasileiro de Eficiência Energética e ExpoEficiência (COBEE)

Repórter e colunista especializado em sustentabilidade da Rede Globo fará palestra com o tema “Brasil Sustentável”

O jornalista André Trigueiro é o principal convidado da 10ª edição do Congresso Brasileiro de Eficiência Energética e ExpoEficiência (COBEE), promovido pela Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (ABESCO) nos dias 2 e 3 de julho, em São Paulo. Especialista no assunto, o jornalista apresentará palestra magna sobre o tema “O Brasil Eficiente e Sustentável” no primeiro dia do evento.

A escolha de Trigueiro para o 10º COBBE está em linha com a programação desta edição que promoverá uma série de debates sobre medidas de eficiência energética e ações de sustentabilidade. Entre eles, destaque para a implantação da ISO 50.001 em organizações e os reflexos positivos nas cadeias produtivas, incentivo a projetos de sustentabilidade e eficiência, construção e arquitetura segundo as novas tendências de “selos verdes”, novas tecnologias empregadas nos transportes para redução de emissões, inovações em gestão e qualidade da energia e os benefícios do reúso da água em programas de saneamento.
Tendo em vista a longa experiência cobrindo o tema como editor-chefe do programa “Cidades e Soluções”, da Globo News, e comentarista da Rádio CBN, onde apresenta o quadro “Mundo Sustentável”, o jornalista oferecerá ao público uma visão diferenciada sobre o assunto e os desafios no Brasil, além dos caminhos que estão sendo trilhados para o desenvolvimento do setor de forma menos agressiva ao meio ambiente.

Paralelamente ao COBEE, ocorre a ExpoEficiência, uma feira na qual são apresentados os mais novos equipamentos, tecnologias, produtos e serviços voltados à eficiência energética, que nesta edição reúne mais de 50 expositores.

10º COBEE – Congresso Brasileiro de Eficiência Energética
Data: 2 e 3 de julho de 2013, das 9h às 18h
Local: Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo – SP
Endereço: Rua Frei Caneca, 569
www.cobee.com.br

Instituto Empalux e Leroy Merlin firmam parceria

Entre os dias 3 e 7 de junho aconteceu a Semana da Sustentabilidade da Leroy Merlin. O evento representa a preocupação em relação ao meio ambiente e procura informar aos clientes quais as melhores práticas sustentáveis para uma vida mais equilibrada social, econômica e ambientalmente. A convite de Consuelo Marques, Coordenadora de Sustentabilidade da loja localizada no Atuba, em Curitiba, o Instituto Empalux participou ativamente da semana com duas frentes de ação.
Durante toda a semana, ficou exposto na loja um estande do Instituto Empalux, no qual uma promotora capacitada explicava aos clientes qual a importância de se economizar energia – ilustrando com as lâmpadas mais adequadas para se conseguir isto – além de explicar como deve ser feito o correto descarte das mesmas e todo o processo de reciclagem.  Segundo Consuelo Marques, o estande foi muito importante durante a semana do meio ambiente. “Conseguimos sensibilizar os clientes para que os mesmos, ao trocarem suas lâmpadas, descartem corretamente aquelas que estão queimadas.”

Outro trabalho desenvolvido foi a aplicação do Projeto ERA (Educação para Reciclagem Ambiental) para crianças de 2º a 5º ano da Escola Municipal Anísio Teixeira. Foram conscientizadas a respeito de temas como reciclagem, economia de energia e importância da preservação do meio ambiente cerca de 280 crianças. A coordenadora de sustentabilidade da Leroy Atuba, reconhece ainda a importância do projeto durante os dias de evento. “O Projeto ERA trouxe uma contribuição imensa às crianças que participam do nosso programa de educação ambiental, visto que o descarte incorreto das lâmpadas é um problema ambiental eminente.”

Para Jean Michel Silva, responsável pelo Instituto Empalux, a parceria formada com a Leroy Merlin foi um sucesso e o resultado de todo o trabalho foi muito positivo. “Era nítido o interesse dos alunos em preservar o meio ambiente através do correto descarte de lâmpadas fluorescentes. Não só eles, mas também os clientes da loja, assim como os próprios colaboradores da Leroy e pedagogas da escola municipal ficaram entusiasmados com toda a programação do evento. A semana da sustentabilidade, certamente, foi um caso de sucesso.”

Ainda sobre a parceria, Consuelo afirma que alianças como estas - entre clientes, fornecedores e comunidade em geral - fazem toda a diferença. “É muito importante fortalecer parcerias como esta. Nós, como vendedores de lâmpadas, e a Empalux, como distribuidora, temos esta responsabilidade de conscientizar nossos clientes e consumidores sobre a importância da logística reversa e da reciclagem.”

Para conferir os melhores momentos destes 5 dias de evento, acesse nossa página oficial no Facebook (www.facebook.com/institutoempalux) e confira os registros de como tudo aconteceu.

Fonte: Empalux

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Edição 33 - Versão digital (Arquiteto Empreendedor)

Veja os conteúdos dessa edição:

Matérias:
- Capa: Arquiteto Empreendedor
- Entrevista: Jeferson Navolar
- Espaço Arquitetura
- Construções Sustentáveis: Integração e Sustentabilidade desde a concepção do projeto
- Responsabilidade Social Corporativa: (Cpce Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial) Implantação de projetos socioambientais requer planejamento
- Responsabilidade Ambiental: Cultivando Água Boa
- Desenvolvimento Local: Aliança Paraná Sustentável
- Desenvolvimento Social: CEF apoia empreendimentos habitacionais sustentáveis

Artigos:
- Artigo: Vamos de carro ou de metrô? (Jerônimo Mendes)
- Artigo: Engajando e cultivando talentos (Rafael Giuliano)
- Artigo: Arquitetura Sustentável: um processo (Ivan Dutra)

sexta-feira, 7 de junho de 2013

ACESSIBILIDADE JÁ!

“Acessível: A que se pode chegar, de fácil acesso, que se pode alcançar,
                    obter ou possuir.”
“Acessibilidade: Qualidade de acessível, facilidade na aproximação, no
                             trato, na obtenção”.

Com base nestas definições de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, poderíamos refletir sobre as condições de acessibilidade de nossa sociedade, nos aspectos físicos, de transporte, de comunicação, atitudinal, metodológico e digital, este último referente à parafernália eletrônica que não oferece interfaces diferenciadas, por exemplo, ao usuário com deficiência visual.

Nosso atual modelo social é excludente, na medida em que é planejado para uma parcela da população dentro do estereótipo vitruviano, com 1,75m de altura, dois braços, duas pernas, é dotado de fala, visão e intelecto íntegros.

Uma sociedade inclusiva é aquela que reconhece, respeita e valoriza a diversidade humana, submetendo-se a normas e leis necessárias à convivência em comunidade, oferecendo condições de igualdade a todos, independente de suas diferenças ou necessidades especiais.

O mesmo Aurélio define Lei como sendo: ”uma obrigação imposta pela consciência e pela sociedade, uma condição imposta pelas coisas e pelas circunstâncias, uma regra de direito ditada pela autoridade estatal (que são nossos representantes) e tornada obrigatória para manter numa comunidade a ordem e o desenvolvimento.”.
Constitucionalmente, todos somos iguais perante a Lei e temos  o direito de ir e vir.

Uma cidade, um ônibus e um ambiente acessíveis são condições imprescindíveis na promoção da Inclusão Social, porém Acessibilidade não se restringe à mera eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, mas sim, e principalmente, às barreiras atitudinais.                                                                                      

Em nosso Código de Ética, “são deveres do profissional ante o ser humano: oferecer seu saber para o bem da Humanidade, harmonizar os interesses pessoais aos coletivos, empenhar-se junto aos organismos profissionais no sentido de consolidação da cidadania e da solidariedade”. Também constitui obrigação dos profissionais, “manter-se informado sobre as normas que regulamentam o exercício da profissão”.                                                                                                                                       

Se todos observassem as Normas, não seriam necessárias as Leis para torná-las obrigatórias e, se as Leis fossem observadas, não seriam necessárias as Regulamentações e Penalizações para o caso do descumprimento das Normas.   Basta ver a Lei Federal nº. 10.098/00,  que se baseia na NBR-9050/94 nos quesitos de acessibilidade, mesmo depois de regulamentada pelo Decreto 5296/04, que estabeleceu prazos e penalidades; mesmo assim inúmeros edifícios públicos e particulares continuam inacessíveis. Por outro lado, a Portaria 3284/03 do MEC, condiciona o credenciamento de instituições de ensino superior às condições de acessibilidade, devendo ser respeitada sob a pena de a unidade fechar as portas.

Muitas são as leis referentes à Acessibilidade, porém elas não devem ser vistas como elementos obrigatórios e inflexíveis, mas observadas principalmente pelas autoridades, com Bom Senso e Boa Vontade; como diretrizes adaptáveis a cada caso.

Muitas vezes, as condições de acessibilidade não são cumpridas porque os órgãos fiscalizadores não aceitam flexibilizar as leis para cada caso, por exemplo: o que é pior, uma rampa com alguns graus a mais, porque o espaço não comporta o máximo exigido, ou uma escada? Uma vaga de estacionamento com alguns centímetros a menos ou a inexistência desta?

Um fator importante no cumprimento das leis de acessibilidade é a vontade política para viabilizar os recursos econômicos e a fiscalização da correta aplicação dos mesmos em soluções pragmáticas, duradouras e de fácil manutenção. Muitas das vezes, temo-nos deparado com impedimentos de ordem econômica ou técnica, como por exemplo, uma determinada entidade que alega não ter condições financeiras para aquisição e manutenção de um elevador, não percebendo que ao lado poderia ser executada uma rampa de custo e manutenção reduzidíssimos.                                         

Outro exemplo de viabilização econômica é a parcerização como a sugerida pela Lei Municipal nº9132/97, de autoria do então vereador curitibano Antônio Borges dos Reis, que cria o Programa Comunitário de Construção e Melhoria de Passeios, onde o proprietário e a Prefeitura unem-se na construção de calçadas, que são a principal via de acesso urbano. Vale ressaltar que de acordo com o estabelecido na Lei nº9121/97, do mesmo autor, as calçadas do município de Curitiba deverão oferecer total segurança aos usuários, livre de obstáculos a não ser os indispensáveis e de utilidade pública, serem revestidas em material plano e antiderrapante.

Também no comércio, percebe-se que não existe uma consciência de que na medida em que se torne acessível, o volume da clientela aumenta, pois além dos deficientes físicos e sensoriais, outros segmentos vêem seu acesso facilitado, como os obesos, as gestantes, os idosos, os deficientes temporários, enfim uma parcela significativa da população com mobilidade reduzida. A título de demonstração, nos EUA existem estatísticas de que, para cada dólar investido em acessibilidade, há um retorno de sete.

Por fim, e talvez os dois principais óbices ao cumprimento das normas e leis pertinentes à acessibilidade, sejam a desinformação a respeito delas e a falta de união entre as entidades de classe representantes de interesses e ações das pessoas com deficiência.

A quebra de paradigmas acadêmicos, incluindo conceitos de Desenho Universal, Acessibilidade e Inclusão Social nos cursos de Arquitetura, Desenho Industrial, Engenharia Civil, Mecânica e da Computação entre outros, formaria profissionais preparados para desenvolver projetos, equipamentos, mobiliários, veículos e ambientes adequados às diferentes necessidades e formas de uso, pois se sabe que quando um elemento é pensado de forma a ser adequado ao uso, o custo é praticamente o mesmo de um elemento convencional, ao passo de que, quando é necessário executarem-se adaptações posteriores, encontram-se diversos entraves, principalmente os de ordem econômica.

“Posso aceitar que a pessoa com deficiência seja vítima do destino, só não posso aceitar que seja vítima também da nossa indiferença” JFK.

Arquiteto e Urbanista Ricardo Tempel Mesquita
CAU A78906-2
(41)3277-5299 / 9194-2294
arqmesquita@gmail.com