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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Edição 20 - MUNDO DE PLÁSTICO

Edição 20 acesso liberado para leitura na versão digital!

Entrevista: Yazmin Trejos (Amanco)
Capa: Boas ideias embaladas para o Futuro
Visão Sustentável: Investimentos em mudanças sustentáveis
Responsabilidade Ambiental: Projetos ambientais na busca dos multiplicadores da transformação
Gestão de resíduos: Candidatos e eletores ainda muito distantes da preocupação ambiental
Cidadão & Ação: para que os livros circulem e transformem


Evento: Inclusão e reabilitação

FORUM DISCUTE MERCADO DE TRABALHO E MOSTRA PRODUTOS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Evento promovido pelo Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial, que reuniu especialistas, empresários e representantes do poder público

Apresentar à comunidade industrial um panorama da inclusão das Pessoas com Deficiência reabilitados no mercado de trabalho foi o objetivo do REATIBA – I Fórum de Reabilitação, Inclusão e Tecnologia, realizado nesta quarta-feira (17), no Cietep, em Curitiba. Promovido pelo Conselho Paranaense de Cidadania (CPCE), da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), o fórum reuniu especialistas e representantes do poder público para discutir, entre outras questões, a Lei de Cotas e a Lei de Cotas da Aprendizagem.

O evento apresentou também uma mostra de produtos, serviços e tecnologias diferenciadas voltadas a essa parcela da população, além de diálogos sobre questões específicas sobre os diversos tipos de deficiência – visual, física, intelectual e auditiva. As empresas Copel, Novozymes, Sadia, Wall Mart, Volvo do Brasil e HSBC apresentaram os cases de seus programas de inclusão. O desfile de roupas para PcD, desenvolvidas pela professora do Senai Cianorte, Leny Pereira, encerrou o evento.

“É importante perceber que somos um público de 24 milhões de pessoas no Brasil todo que sofre de algum tipo de deficiência, e que essas pessoas estão ávidas por produtos que atendam suas necessidades”, disse a empresária Mirella Prosdóscimo, sócia da Adaptare, consultoria especializada em acessibilidade. “É importante que essa demanda tenha expressão e que sejam feitos investimentos no sentido de desenvolver produtos, principalmente nesse momento, em que a questão está tendo mais enfoque”, afirmou Mirella, que faz parte do CPCE.

“O Fórum pretende envolver discussão, idéias, legislação, além de oportunidades e levar essa questão para uma esfera mais ampla, com autoridades estaduais e federais no assunto”, disse o presidente executivo do CPCE, Victor Barbosa. Participaram do evento o secretário municipal especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Curitiba, Irajá de Brito Vaz; o secretário municipal do Trabalho e Emprego, Paulo Afonso Costa; a procuradora do Ministério Público do Trabalho, Mariane Josviak; além de Romeu Sassaki, do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CONADE) e Carla Mocelin, coordenadora do núcleo executivo do CPCE.

De acordo com o secretário Irajá de Brito Vaz, proposta do fórum é facilitar a comunicação entre o que a indústria produz, em termos de produtos voltados às pessoas com deficiência, e o consumidor. “O REATIBA tem a função de ser concentrador de novas idéias e tecnologias e divulgá-las no mercado. A ideia é tornar o nome REATIBA uma referência no calendário anual de Curitiba. fazendo com que esse fórum se transforme em uma feira, a exemplo do que já acontece em alguns Estados como São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, disse ele.

Para o secretário do Trabalho e Emprego de Curitiba, Paulo Afonso, ainda há muito a avançar nessa questão. “Segundo o senso de 2000, há cerca de 190 mil pessoas com deficiência em Curitiba e, destas, de acordo com dados do CAGED 2009, apenas 6.170 estão empregadas”, disse ele.

Romeu Sassaki, do CONADE, enfatizou a diferença entre uma empresa integrativa e uma empresa inclusiva.. “O primeiro caso é da empresa em que a empregabilidade é responsabilidade exclusiva do candidato, é ele que deve estar pronto para ser empregado. No caso da empresa que pratica a inclusão laboral, a empregabilidade é responsabilidade compartilhada 50% pela empresa e 50% pelo candidato”, explicou ele.

Fonte: Comunicação Social
Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná - FIEP

O Fórum EXAME de Sustentabilidade: Oportunidades para o desenvolvimento sustentável

Seguem os detabes sobre sustentabilidade... Pena que as ações não evoluem no mesmo ritmo! Abaixo texto sobre debate realizado no início de novembro:

O Fórum EXAME de Sustentabilidade, realizado hoje, discutiu questões ambientais - e uma agenda sustentável brasileira - para que o setor empresarial aproveite as oportunidades de negócio, preservando e recuperando o meio ambiente

Quais os impactos econômicos das questões ambientais? Onde estão as oportunidades para o Brasil seguir uma economia de baixo carbono? E o papel do próximo governo para o desenvolvimento de uma economia sustentável? Para responder essas questões, a revista Exame, da Editora Abril, promoveu, hoje, o II Fórum EXAME de Sustentabilidade, que reuniu diversos empresários de setores variados da economia brasileira. “As questões ambientais já não podem ser ignoradas por uma empresa. Esperamos que a segunda edição do Fórum jogue luz nessa discussão, que é indispensável”, ressaltou Alexandre Caldini, diretor-superintendente das revistas Exame, Info e Você S/A, na abertura do evento.

A primeira apresentação coube ao empresário Ricardo Young, também conselheiro do Instituto Ethos e do Planeta Sustentável, ex-candidato a senador por São Paulo, que traçou um cenário da situação mundial, ressaltando que o envolvimento com o tema é inevitável. Segundo ele, uma série de fatores deixa claro que devemos encarar a questão da sustentabilidade, entre eles:
- crescimento demográfico;
- mudanças no clima;
- grande pressão sobre a produção de alimentos e o uso da terra;
- êxodo rural;
- paralisia nos transportes;
- desastres ambientais;
- escassez de água;
- perda de biodiversidade;
- imigração e desequilíbrio populacional, entre outros.

“Em breve vamos deixar de usar a palavra sustentável. O que precisaremos é de uma agenda de sobrevivência”, afirmou. Para Young, o Brasil ainda deixa a desejar no aproveitamento de oportunidades para caminhar rumo a uma economia de baixo carbono. Mas o país tem condições para ser protagonista mundial nesta questão. “Os ativos ambientais e hídricos brasileiros e a matriz energética razoavelmente limpa podem oferecer uma condição de liderança. Mas estamos fazendo as apostas erradas”. O país não deve abusar de sua riqueza natural de forma ilimitada e, para tanto, o empresário sugere uma agenda sustentável, definida por ele como “uma lista de ações exaustiva, mas não conclusiva”, que vai ajudar a mitigar os problemas. Dentro desta agenda, há a necessidade de trabalhar a múltipla dimensão de conhecimento dos empresários, para que o planejamento de uma companhia seja dinâmico e não mais linear. “Se as empresas cometeram um deslize no século XX foi o entendimento de que a sua relação com o mundo era feita apenas com sua interação com o mercado, e nada além disso”.

Também é importante, como apontado por Young, que as companhias tenham o controle das informações de seus impactos, como ao realizar inventários das emissões de gás carbônico e protocolos de parceria entre empresa e fornecedores. Young destacou, ainda, que a ISO 26000, norma de responsabilidade social aprovada recentemente, é a nova plataforma referencial de sustentabilidade no país. “Foi uma grande conquista no âmbito dos stakeholders”, disse. Por fim, comentou sobre como o desenvolvimento de novas tecnologias e do conhecimento de inovação podem ajudar a superar o atual modelo de mercado, que considera insustentável. “A prática de diversidade nas empresas ainda é ruim. Elas precisam contar com o aprimoramento da tecnologia, novos marcos regulatórios, pesquisa e desenvolvimento”, concluiu.

DESENVOLVIMENTO E RESPEITO AMBIENTAL
A jornalista Ana Luiza Herzog mediou debate entre Adriano Pires, sócio-fundador do CBIE – Centro Brasileiro de Infraestrutura, e Ozires Silva, reitor da Unimonte – Centro Universitário Monte Serrat. Eles falaram sobre a conciliação da exploração do pré-sal com uma economia verde, ou de baixo carbono, no país. Ana Luiza questionou sobre a possibilidade de a riqueza de petróleo não atrapalhar o futuro do desenvolvimento sustentável brasileiro.

Ozires defendeu o investimento em pesquisas de ciência e tecnologia para o país buscar soluções em eficiência energética. A saída, para ele, está na aposta em massa cinzenta. Deve-se investir, por exemplo, em pesquisas sobre o trabalho de exaustão dos carros para evitar que eles lancem gás carbônico na atmosfera. “Está claro que a energia elétrica é crucial para a economia do pais, mas temos que buscar eficiência”, afirmou. Na visão do acadêmico uma possibilidade para aliar a sustentabilidade à exploração do pré-sal seria vincular parte do imposto que se paga pela eletricidade com soluções para alcançar uma economia de baixo carbono.

Aliar exploração de pré-sal e investimentos em energia renovável também é possível na visão de Adriano Pires. No entanto, ele afirmou: “As políticas que estão sendo adotadas não levam a isso. É preciso destinar recursos nas fontes renováveis”. Para ele, a aposta no óleo do petróleo deve ser feita em conjunto com o investimento na preocupação com o meio ambiente.

O PAPEL DO NOVO GOVERNO
Para contextualizar as questões debatidas em outros painéis no programa do novo governo federal eleito, o Fórum EXAME convidou Alessandro Teixeira, presidente da ApexBrasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, que participou da elaboração do programa de governo de Dilma Rousseff. Alessandro afirmou que a transferência de uma economia baseada em combustíveis fósseis para a que explore fontes renováveis leva tempo. “Pensar que vamos abandonar os fósseis para os renováveis nos próximos dez anos é uma ingenuidade”, ponderou. “Devemos ver nossas possibilidades de desenvolvimento sem se apequenar ao cenário internacional.”

O representante do novo governo disse que a transição para uma economia verde no país implica alguns desafios. O principal deles é transformar a riqueza natural em prosperidade econômica e qualidade de vida para os brasileiros. E para induzir essa transição, o papel do governo, na visão de Alessandro, é incorporar a sustentabilidade no ciclo de desenvolvimento, mobilizar a sociedade e investir em políticas públicas.

Alessandro apresentou as principais ações práticas contempladas no programa da próxima gestão:
- implementação da Política Nacional de Mudanças Climáticas, que desenvolverá trabalhos para a preservação de biomas e redução de 80% do desmatamento da Amazônia;
- incorporação e aprofundamento da sustentabilidade ambiental em todas as políticas do estado brasileiro, além da concessão de financiamentos públicos para projetos verdes;
- apoio a atividades que viabilizem a renda de produtores familiares, como o turismo ecológico;
- destinação de parte do Fundo vindo da exploração do pré-sal para investimentos em educação, cultura, ciência, tecnologia e meio ambiente;
- pagamento por serviços ambientais;
- fortalecimento da cadeia de serviços e bens ambientais, de transportes e saneamento e
- incentivo financeiro à Ciência e Tecnologia.

Ao concluir, o diretor da ApexBrasil, que não confirmou ser cotado para assumir uma pasta de pequenas e médias empresas no próximo governo, disse que está planejada, também, a diminuição da carga tributária para projetos de energia solar e eólica.

INFRAESTRUTURA
Não dá para pensar em progresso e desenvolvimento, sem construção de infra-estrutura, como estradas, portos ou pólos tecnológicos, mas nunca esquecendo a questão ambiental. O consenso do debate sobre infraestrutura, novamente mediado por Ana Luiza Herzog, foi o de que o respeito ao meio ambiente deve ser considerado no nascimento do projeto de um empreendimento. “A variável ambiental deve ser incorporada no momento do desenho da política, do programa de governo ou de um projeto”, afirmou Emílio Lèbe, coordenador do Laboratório Interdisciplinar de Meio Ambiente da Coppe - Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia UFRJ. “É necessário haver abertura política para isso”, acrescentou.

Hugo Rosa, presidente da Método Engenharia e membro do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável, reforçou essa ideia ao afirmar que “alguns projetos de infraestrutura e hotelaria são feitos sem que se leve em conta o impacto ambiental. Só depois se contrata especialistas para analisar esse impacto”. E compara: “É como se um produto feio fosse criado e depois passasse por um departamento de beleza”. Para o especialista em construções sustentáveis, as questões sociais devem estar no mesmo palanque de importância que as ambientais.

O professor coordenador do Programa de Mestrado da Poli-USP, Hugo Yoshizaki, também presente no debate, afirmou que um dos pontos para melhorar a matriz dos transportes na questão das emissões de carbono é equilibrar o uso de rodovias e ferrovias. Ele disse que das 1,5 milhão de estradas do Brasil, apenas 10% é pavimentada. Se fosse feito o revestimento do piso dessas rodovias, haveria uma grande redução do uso de combustível dos caminhões e, consequentemente, de seu impacto ambiental.

“A ferrovia é uma necessidade do século anterior, mas só agora a sua urgência foi percebida”, completou o advogado Fernando Nabais Furriela, da Santos e Furriela Advogados e ex-presidente do Conselho Executivo do Greenpeace Brasil. Ele destacou que ações do governo que olham para a sustentabilidade não são uma opção, mas uma obrigação que está estabelecida na Constituição brasileira.

BIODIVERSIDADE E ECONOMIA
O debate sobre a inserção da biodiversidade na economia brasileira encerrou o Fórum Exame de Sustentabilidade. Para Maria Cecília Wey de Brito, ex-secretária de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, a maior dificuldade dessa prática vem do fato de que a sociedade não encontrou uma forma de traduzi-la em uma moeda universal, como o carbono se tornou nas questões do clima. “A riquíssima biodiversidade brasileira deve ser aproveitada de forma não destrutiva. E temos muito a ganhar se olharmos para ela sem a visão de que o animal emperra uma obra, por exemplo”, afirmou.

Pedro Passos, presidente do Conselho Administrativo da Natura, disse que essa falta de reconhecimento financeiro da biodiversidade é um dos obstáculos para que a sociedade dê um passo adiante na questão da preservação. “Uma mesa vale mais do que uma árvore de 100 anos em pé, porque esta não entra no PIB”, afirmou. Para ele, é possível que o Brasil valorize sua riqueza natural e se torne pioneiro no desenvolvimento de novas tecnologias, “mas o problema é que isso ainda é encarado pelo lado do custo e não da oportunidade”.

Para se alcançar a economia verde, é necessária uma tensão prepositiva das empresas, segundo Malu Nunes, gerente de Responsabilidade Social Corporativa e Sustentabilidade do Grupo O Boticário. Malu afirmou que a responsabilidade ambiental não deve estar restrita ao uso de materiais sustentáveis, mas deve fazer parte do processo de produção de uma companhia e das suas relações com parceiros. “Não basta usar de papel reciclável ou estimular o trabalho voluntário de seus funcionários”, destacou. Para ela, outro fator que deve impulsionar ao envolvimento ambiental de uma companhia é que os consumidores estão cada vez mais atentos às práticas socioambientais do setor privado e entendem que a preservação do meio ambiente está ligada à economia. “A biodiversidade deve ser tratada de uma forma séria e consistente”, concluiu.

Fonte: Planeta Sustentável - 10/11/2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Economia verde é tema de preparatória para Rio +20

Empresas, bancos e organizações civis se reúnem para discutir economia verde no evento “Diálogos Nacionais: Rumo à Rio +20”, Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável da ONU que será realizada em 2012, no Rio de Janeiro

Um dos conceitos que ganham força no debate sobre desenvolvimento sustentável é o da economia verde. Ela seria um dos instrumentos para alcançar o progresso aliando respeito ambiental e inclusão social. Será também uma das principais discussões da Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, marcada para 2012, no capital carioca.

Para estudar o tema e estabelecer propostas para a conferência, a rede internacional Green Economy Coalition, formada por organizações da sociedade civil, empresarial, organismos internacionais e agências da ONU, realiza, periodicamente, o Diálogos Nacionais: Rumo à Rio +20, uma série de encontros preparatórios para a conferência. No Brasil, a primeira reunião aconteceu nos dias 11 e 12 de novembro, em São Paulo, e foi coordenada pela ONG Vitae Civilis. Foram cerca de 130 participantes entre empresas, bancos, sindicatos, movimentos jovens e associações da sociedade civil. “O encontro teve uma participação notável, porque raramente esse conjunto de atores sentam juntos”, afirmou Aron Belinky, coordenador geral do evento.

Nessa primeira reunião, os grupos de trabalho discutiram, principalmente, a melhor definição para o conceito de Economia Verde, além das oportunidades e dos entraves para que ela cresça no país. Um dos conceitos disseminados entre os participantes, que têm atuações e interesses diversos, foi o de que o termo Green Economy deve ser traduzido como economia verde e inclusiva. “A economia verde não deve ser boa apenas para o meio ambiente, mas também para a sociedade”, disse Belinky. Além disso, também foi definido que o conceito não deve apenas ajudar na redução dos impactos ambientais e das demandas sobre recursos escassos dos ecossistemas, mas também gerar valor para a natureza.

Entre as oportunidades identificadas para que o Brasil construa uma economia verde, estão:
- surgimento de novas tecnologias que beneficiem uma produção sustentável;
- visibilidade do país no cenário internacional por sua megadiversidade;
- construção de um plano nacional para produção e consumo sustentável, conforme projeto que está disponível para consulta pública;
- estabelecimento de uma Política Nacional de Resíduos Sólidos;
- maior envolvimento da sociedade civil com o tema;
- valorização de áreas ambientais, através do pagamento por serviços de preservação;
- várias legislações e processos para estabelecimento de preços mais justos para o comércio e
- educação ambiental e democratização da informação.

Por outro lado, ainda há algumas questões (obstáculos) que devem ser trabalhadas, pois representam uma ameaça para o desenvolvimento desta economia. São elas:
- desigualdade social brasileira;
- políticas públicas sobre meio ambiente desarticuladas;
- consumismo desenfreado, em contraposição ao consumo consciente;
- lobbies de grandes empresas e greenwashing (falsa propaganda de apelo ambiental);
- baixa qualidade da educação brasileira e
- mercantilização do meio ambiente, com a exploração do conhecimento de comunidades tradicionais.

A partir das vantagens e desvantagens destacadas, os grupos de trabalho devem definir, em próximas reuniões, propostas para levar à Rio +20. Ficou decidido que, no final do ano que vem, haverá outra edição do Diálogos Nacionais: Rumo à Rio +20, no Brasil. Além disso, em breve será criada uma plataforma de discussão online, onde os participantes poderão dividir suas experiências e visões sobre economia verde.

No próximo ano, Índia, Mali, Caribe e União Europeia deverão sediar edições do Diálogos Nacionais: Rumo à Rio +20.
Fonte: planetasustentável

ARTIGO: Avaliando os Impactos da Insustentabilidade.


A importância da ação local frente os cataclismos globais que tem assolado praticamente todas as regiões do nosso globo terrestre, não só é requisito necessário, como também o é premente.

Nunca antes na história deste país foram tão evidentes as consequências do improviso e da falta de conhecimento especializado aplicado aos problemas que afligem a maioria da população brasileira. De uma fase de planejamento sem o envolvimento da sociedade em eras mais recentes, passamos ao extremo oposto onde a falta de ação planejada e compartilhada, coloca em risco a própria sustentabilidade de uma vida cidadã harmônica e produtiva.

A ausência do envolvimento efetivo dos agentes locais nas decisões governamentais é preocupante e deveria ser objeto da atenção de qualquer cidadão consciente e com um mínimo de entendimento do papel do Estado numa concepção contemporânea ciente, porém, do seu significado e evolução histórica. Projetos e programas de impacto nacional e mesmo global, estão sendo decididos em gabinete fechado no melhor estilo dos governos autoritários outrora execrados e pela superação dos quais muitos dirigentes da atualidade cerraram fileiras. Desastres ambientais e sociais que tem nos assombrado recentemente não podem ser vistos simplesmente como tragédias próprias do destino humano. Tragédia é algo que, mesmo que como possibilidade, é resultado de fatores imprevisíveis pouco amenos ao poder humano. Qualquer outra coisa é risco calculado. Quando uma comunidade assume como normal avançar sobre áreas que o próprio bom senso informa não ser algo prudente ou inteligente, é de se indagar o que, afinal, dá sustentação racional para a sua ação. Qual é o entendimento vigente sobre direitos e deveres? Será que sabemos o que é contrato social? Nossos representantes, em sua grande maioria, fazem questão de demonstrar que não o sabem. E os indivíduos integrantes deste coletivo que costumamos chamar de sociedade brasileira? Será que sabem? Onde se ensina isso atualmente? Em casa? Na escola? Na TV? Nos estádios de futebol?

Nelson Rodrigues, na sua sempre sábia introspecção acerca da alma e do fazer brasileiros, teria comentado que nem muito planejamento seria capaz de produzir tamanho improviso. As conseqüências deste improviso estão a nos fustigar quase que cotidianamente ao vivo e em cores. Não podemos ficar cativos de nossa história calcada em improvisos, interesses pessoais e jogos políticos de curto prazo. O Brasil, ou antes, este continente já habitado quando o explorador europeu aqui pisou, merece mais do que tem sido oferecido por aqueles que se apegaram aos meios e a máquina burocrática que deveria servir aos interesses do bem público. A ação local fica prejudicada e de fato sempre o foi, num país onde o Estado nasceu antes da sociedade a quem deveria servir como bem argumentou Raimundo Faoro. Precisamos, com urgência, romper esta nossa forma de fazer e, valendo-nos do que o conhecimento acumulado e a tecnologia permitem, buscar as soluções que nos farão uma nação sustentável e capaz de realmente liderar os homens e mulheres de boa vontade neste planeta.

Sem previsão bem fundamentada e a construção de uma infra-estrutura adequada que permita a convivência civilizada de todos os segmentos sociais, não há como esperar soluções salvadoras. As catástrofes farão efetivamente parte de nosso cotidiano. A ação local e a formação de agentes capazes de articular e mobilizar suas comunidades pede a participação de todos sem exceção. Os desafios e tarefas dos próximos governantes serão de difícil resolução sem o engajamento social e as definições das prioridades locais. Os instrumentos que favorecem uma governança participativa hoje existem na maioria dos municípios e podem ser ativados pela comunidade local. As audiências públicas garantidas pela legislação, o acompanhamento do Plano Diretor do município, a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO, entre outros meios, permitem uma ação mais próxima e efetiva da população. A ideia da formação de agentes de desenvolvimento local pode alavancar esta participação, canalizando e facilitando o entendimento e o acesso a estes instrumentos, nos aproximando mais de uma democracia participativa e não apenas representativa.

** Marcos Schlemm
Administrador e Assessor da Direção Regional do Sistema FIEP/PR
Artigo sobre Desenvovlimento Local publicado originalmente na edição 17 da revista Geração Sustentável

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A História dos Eletrônicos

Anne Leonard apresentou mais um vídeo da série "A História das Coisas"

Eletrônicos não foram feitos para durar. O consumo em massa de gadgets a cada semestre tem uma explicação econômica: é mais barato produzir aparelhos que quebrem com facilidade do que investir em tecnologia mais sustentável e duradoura. Quem mostra isso é Anne Leonard, no vídeo História dos Eletrônicos (disponível apenas em inglês). Esse último filme é uma continuação da série A História das Coisas e foi lançado no dia 9 de novembro.

A produtora-ativista chama esse modo de produção como “feito para se jogar fora”. A nomenclatura é uma sugestão para mostrar como a economia pode se tornar insustentável, seja do modo ecológico da palavra ou do sustento propriamente, pois não há riqueza natural que resista a tanta demanda. (...)

Estudo comprova problemas de saúde
A produtora mostra um estudo realizado pela IBM no qual a empresa revelou que mulheres que trabalham diretamente na montagem de computadores têm 40% a mais de chance de sofrerem abortos, enquanto a probabilidade de sofrer de leucemia, câncer de cérebro e de estômago também cresce em todos os indivíduos. Além disso, todo esse material tóxico envolvido nos produtos afetam também as pessoas que os usam.

Após a aula de como funciona a indústria eletrônica, Anne propõe um novo modelo de produção no qual a própria indústria lide com o lixo que ela originou e invista mais em tecnologias limpas e duradouras. Essa política incentivaria a responsabilidade social como parte da estratégia de produção, logística, fornecimento e venda de cada empresa.

Assista ao vídeo: A História dos Eletrônicos

Fórum EcoTech - 2 e 3 de Dezembro (São Paulo)

Acesse aqui o site do Fórum




sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Projeto que proíbe sacolinhas plásticas em SP é barrado

A justificativa é que os prazos para adaptação à nova lei são curtos demais. A proposta determinava que os shoppings centers e redes com mais de 20 lojas deixassem de oferecer sacolas em até seis meses após sua aprovação.

Redes com 10 a 19 lojas teriam um ano para se adaptar, redes menores teriam até dois anos e feiras livres poderiam se adequar à lei em até quatro anos. A votação do projeto de lei, que proíbe sacolinhas plásticas no comércio da capital paulista foi atravancada por parlamentares do PT, PR, PMDB, PCdoB, PV e PTB.

O projeto de lei também estabelecia que, durante o período de transição, os estabelecimentos especificassem quanto é cobrado pelas sacolinhas plásticas - sim, elas não são de graça, seu valor está embutido no preço dos produtos - de forma a estimular que os consumidores optassem por deixar de usá-las. As sacolinhas biodegradáveis (feitas com amido de milho, entre outros extratos vegetais) e oxibiodegradáveis também seriam proibidas. Ainda que sejam menos poluentes que as sacolas comuns, as biodegradáveis não são completamente sustentáveis, pois mantém o plástico entre seus componentes. As “oxibio”, que contém aditivos químicos que aceleram sua decomposição na natureza, ainda contaminam o solo e se degradam em pedaços, sem sumir completamente.

Ao bloquear a votação do projeto, a intenção dos parlamentares era evitar que o autor da proposta, o vereador Carlos Alberto Bezerra Júnior, líder do PSBD na câmara de São Paulo, comece seu mandato com esta vitória no currículo. Na próxima terça feira a Câmara irá se reunir novamente, mas o documento não voltará à pauta. Um projeto substitutivo será apresentado para apreciação e sua votação só deverá ocorrer em 2011.


Fonte: planetasustentável


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial - CPCE

O Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial - CPCE foi instalado em 02 de dezembro de 2004, a partir de uma iniciativa do presidente do Sistema FIEP, Rodrigo Costa da Rocha Loures.

É um órgão consultivo e deliberativo integrante do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná - FIEP, composto pelo Conselho Superior, Fórum de Desenvolvimento, Núcleo Executivo, Núcleo de Competências, Fórum de Coordenação e Equipes de Projeto (EP).
Visa congregar interesses e necessidades do segmento industrial para executar projetos sociais, culturais, ambientais e de voluntariado, disseminando a consciência social e ambiental no meio empresarial paranaense, tendo como desafio contribuir com o fortalecimento das instituições. Pensando na melhoria e ampliação das ações de responsabilidade social, a realização de parcerias é fundamental para estabelecer mecanismos de apoio às empresas que têm interesse em investir na área social, bem como para sensibilizar e apoiar a formação de líderes empresariais paranaenses comprometidos com o desenvolvimento do investimento social privado, permitindo também a transferência de competências técnicas e gerenciais do setor empresarial para o Terceiro Setor.

Saiba mais...
A valorização das questões ambientais é tema crescente, atendendo às novas exigências legais, da gestão responsável e da sociedade em geral. Pensando nisso, a Conexxões Educação vai reunir os maiores experts do país durante dois dias para expor estratégias de promoção da Sustentabilidade dentro das organizações.

Não perca a oportunidade de participar de um grande evento com conteúdos e soluções para implantação dos conceitos de Sustentabilidade, assegurando a perenidade das organizações e focando novas diretrizes para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

Saiba mais: Conexxões

Fórum de Reabilitação, Inclusão e Tecnologia (17 de novembro - Curitiba)




O REATIBA acontece quarta-feira (17), no Cietep, e vai apresentar as inovações tecnológicas e as maiores conquistas para atender pessoas com deficiência

A comunidade paranaense está convidada a participar do REATIBA – Fórum de Reabilitação, Inclusão e Tecnologia, promovido pelo Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE), da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP). O REATIBA acontece quarta-feira (17.11), no Cietep, em Curitiba.

O evento contará com a presença de especialistas, que abordarão a questão da inclusão e reabilitação de pessoas com deficiência. Haverá também uma mostra de produtos, serviços, projetos e tecnologias diferenciadas para atender essa parcela da população.

O objetivo do fórum é sensibilizar a comunidade e os representantes da indústria sobre a questão dos deficientes e mostrar a importância de ajudar na reabilitação dessas pessoas, promovendo sua inclusão no mercado de trabalho.

Entre os assuntos a serem discutidos está a Lei 8.213/91 – Lei de Cotas obrigatória para as empresas, que completou 19 anos no dia 24 de julho de 2010.

Em 2008 e 2009, o Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE) promoveu dois seminários sobre a “Inclusão da Pessoa com Deficiência no Mercado de Trabalho”, sendo que o REATIBA pretende dar mais abrangência ao tema nesta edição.

O fórum faz parte das estratégias do Sistema FIEP, traduzidas pelo slogan institucional “A união da indústria por uma vida melhor”.

A inscrição para o fórum é gratuita e pode ser feita pelo site www.fiepr.org.br/fiepr/cpce , sendo que as vagas são limitadas.


SERVIÇO:
Data: 17 de novembro de 2010
Horário: Das 8h30 às 18h
Local: Unindus - Av. Comendador Franco, 1341
Jardim Botânico Curitiba - PR


PROGRAMAÇÃO – MANHÃ
8h30 - Credenciamento e Café de Boas-Vindas
9h05 - 9h10 - Hino Nacional
9h10 - 9h20 - Abertura: Victor Barbosa - Presidente Executivo do CPCE
9h20 - 9h30 - Irajá de Brito Vaz - Secretário Municipal Especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Curitiba/PR
9h30 - 9h40 - Prof. Dr. Paulo Afonso Bracarense Costa - Secretário Municipal do Trabalho e Emprego - Curitiba/PR
9h40 - 9h55 - Carla Mocellin - Coordenadora do Núcleo Executivo do CPCE
10h - 10h15 - Lei de Cotas da Aprendizagem - Jovem Aprendiz com Deficiência
Dra. Mariane Josviak - Procuradora do Ministério Público do Trabalho - Fórum de Aprendizagem
10h15 - 10h30 - Lei de Cotas PcD: Riscos e Oportunidades
Dra. Regina Villar - Superintendência Regional do Trabalho - SRT
10h30 - 11h30 - Inclusão Empresarial de PcD
Romeu Kazumi Sassaki - Conselheiro do CONADE
11h45 - 12h30 - Visita à Feira
12h30 - 13h30 - Almoço


PROGRAMAÇÃO – TARDE
Sala 1 - Diálogos sobre Deficiência Visual
Coordenador: Enéias Pereira - UNILEHU
13h30 - 14h - Inclusão e Reabilitação de Deficientes Visuais
José Juarez Martins - ADEVIPAR
14h - 14h30 - Cão Guia
Daniel Monteiro - Consultor da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Governo de São Paulo
14h30 - 15h - Inclusão Digital e Tecnologia - Projeto F123
Fernando Botelho
15h - 15h15 - Reportagem sobre Cineasta Cego
Sala 2 - Diálogos sobre Deficiência Física
Coordenadora: Mirella Prosdócimo - Adaptare Consultoria
13h30 - 14h -Tecnologia para Reabilitação
Leandro Giordano - REHAB Brasília
14h - 14h30 - Paraolimpíadas Ulisses de Araújo - CETEFE (Associação de Centro de Treinamento de Ed. Física Especial)
14h30 - 15h15 - Tecnologia
Luciano Silva - UFPR (Universidade Federal do Paraná)
Sala 3 - Diálogos sobre Deficiência Intelectual
Coordenadora: Ana Maria Zem - Escola Nilza Tartuce
13h30 - 14h15 - Case Escola Nilza Tartuce
Equipe Multiprofissional - Escola Nilza Tartuce
14h15 - 14h45 - Emulador de Teclado e Mouse - ETM
Prof. Aurélio Charão - UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná)
14h45 - 15h - Inclusão no MacDonald's
Maria Ester Miranda - Capitola Comércio de Alimentos Ltda.
15h - 15h15 - Funcionamento Familiar e os Recursos Tecnológicos: Um Diferencial na Educação de Pessoas com Deficiência IntelectualPsicóloga Maria de Fátima Minetto - Escola Nilza Tartuce

Sala 5 - Diálogos sobre Deficiência Auditiva
Coordenadora: Regiane Ruivo Maturo - SESI/PR
13h30 - 14h - Apresentação Institucional - Colégio Estadual Alcindo Fanaya Júnior
Profª. Noely Maria Lesnau - Diretora Auxiliar do Colégio Estadual para Surdos Alcindo Fanaya Júnior
14h - 15h -Noções de LIBRAS
Leandro Patrício - SENAI/PR
15h - 15h30 - Implante Coclear - IPO
Fonoaudióloga Valéria Kutianski - Membro do Serviço de Implante Coclear do IPO (Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia)

Auditório 2 - Case das Empresas
15h30 - 15h45 - COPEL - Eng. Sérgio Luiz Cequinel Filho
15h45 - 16h - Novozymes - Marta Régia dos Santos
16h00 - 16h15 - Sadia - Lilian Silva
16h15 - 16h30 - Wall Mart - Cooperativa Mitra - Juliana Santos
16h30 - 16h45 - Volvo do Brasil - Rubens Cieslak
16h45 - 17h - HSBC - Luiz Moura
Átrio
17h - 17h30 - Desfile Coleção 2010 – REATIBA SPECIAL
Leny Pereira - SENAI Cianorte
17h30 - 18h - Café de Encerramento

Estandes de Produtos e Serviços:
ABPcD
Adaptare Consultoria: ARCO Sinalização, Dumont Tecnologia, Daud Piso Tátil, Ortobras
Adriana Gumz
AFECE
Aladdin
Ciranda Cultural
COLOPLAST
Cooperativa de Mobiliário em PVC
CPqD
CREA - PR
Daiken
Escola de Educação Especial Nilza Tartuce
IPO - Implante Coclear
Laramara / Laratec
Pirajá Fontoura e de Castro Advogados
SESI/SENAI Paraná
UNILEHU

Itaú Unibanco é apontado como Banco Mais Sustentável da América Latina pela sexta vez consecutiva

Consultoria M&E eleva “Indicador de Força de Gestão” do Itaú Unibanco para a mais alta da história do mercado

O Itaú Unibanco foi apontado pela sexta vez consecutiva pela Management & Excellence S.A. como o Grande Banco Mais Sustentável da América Latina. O ranking é realizado anualmente com base em informações públicas, como posicionamento das empresas nos índices Dow Jones de Sustentabilidade, ISE (Bovespa) e Princípios do Equador. E o “Indicador de Força de Gestão”, que mede a consistência dos resultados nas áreas de Sustentabilidade, Responsabilidade Social e Governança Corporativa, continuou a aumentar. O Itaú Unibanco atingiu um nível até então sem precedentes de 0,99, sendo que 1.0 é a pontuação máxima.

O resultado elevado é reflexo do bom desempenho do banco nas categorias individuais de avaliação: o Itaú Unibanco ficou com a primeira colocação nas áreas Governança Corporativa e Sustentabilidade. O ranking da M&E é publicado anualmente na revista Latin Finance desde 2004 e é uma referência para os mercados financeiros e de capitais.

Além de mais esse destaque da M&E, o Itaú Unibanco recebeu esse ano outros importantes reconhecimentos por sua atuação sustentável, como o Emerging Markets Sustainable Bank of the Year, do jornal britânico Financial Times e International Finance Corporation (IFC) e o Green Enterprise IT Awards (empresa verde no setor de TI), realizado pela Uptime Institute.

Fonte: inpresspni

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Artigo: A nossa beleza refletida na água

A maioria das pessoas conhece a lenda do Narciso, um belo rapaz que todos os dias ia contemplar sua própria beleza num lago. Era tão fascinado por si mesmo que certo dia caiu dentro do lago e morreu afogado. No lugar onde caiu, nasceu a flor chamada de narciso. Mas não era aqui que Oscar Wilde enxergava o fim da história. As deusas que moravam no bosque perceberam que o lago havia se transformado, de água doce, em um cântaro de água salgada. Então elas perguntaram ao lago:
- Por que chora?
- Choro por narciso – respondeu o lago.
- Não nos espanta – continuaram elas. – Afinal você podia contemplar a beleza dele todos os dias.
- Narciso era belo? Eu choro por Narciso, mas jamais havia percebido sua beleza... – completando depois de algum tempo - Choro por Narciso porque, todas as vezes que ele se debruçava em minhas margens eu podia ver, no fundo de seus olhos, minha própria beleza refletida.

Esta pequena história é parte introdutória do livro “O Alquimista” de Paulo Coelho. Mas ela pode muito bem ser utilizada como uma metáfora da nossa forma de tratar o recurso natural água. A Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e arredores está situada numa área abrangida por duas bacias hídricas, a bacia do Iguaçu e a bacia do Ribeira. Estas duas bacias hidrográficas fazem parte de duas unidades maiores representadas pela bacia do Prata e pela bacia litorânea. Não entrarei no mérito da qualidade da água dos nossos rios, vamos direto a nossa beleza (ou ao que nos interessa), a água potável. A qualidade da água potável pode ser acompanhada pelo monitoramento da água dos reservatórios de abastecimento. No caso de Curitiba os reservatórios mais antigos são os de Iraí, Alto Iguaçu e Passaúna. A qualidade de água destes reservatórios e de outros do estado é acompanhada desde 1999 pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado por meio do índice de Qualidade da Água de Reservatórios IQAR. Formado por uma série de parâmetros laboratoriais, o IQAR estabelece uma matriz de qualidade de água que determina se um reservatório é não impactado (Classe I) até extremamente poluído (Classe VI). Para poder ser utilizado para fins nobres (como a nossa beleza) um reservatório deve estar caracterizado entre os níveis I a III, sendo a classe III reconhecida como “moderadamente degradado”. Uma pesquisa realizada pela SEMA sobre a qualidade da água dos nossos reservatórios entre 1999 e 2004 apontou o seguinte cenário: o reservatório do Irai regrediu da classe III (2001/02) para classe IV (2003/2004), o Passaúna evoluiu da classe IV (1999/2000) para classe III (2001 a 2004). O reservatório do Iguaçu não aparece na pesquisa. Em seis anos de esforços ambientais e comitês de bacia a reserva de água potável do estado continua ameaçada. Todos os demais reservatórios do Paraná, à época de publicação da pesquisa, encontravam-se entre as classes II e III.

Além do problema da qualidade da água, temos também o da quantidade. Estão sendo inauguradas na RMC duas obras que darão fôlego aos problemas asfixiantes de corte de distribuição: o Sistema Miringuava, em São José dos Pinhais, e a Barragem Piraquara II. As perdas no sistema de distribuição da água potável, que podem chegar a 40%, continuam sendo um grande entrave.

As fontes de pressão na qualidade da água são bem conhecidas. Em primeiríssimo lugar a agricultura, seguida pela indústria e pela poluição doméstica. Os mecanismos de controle também são conhecidos. Resoluções, normatizações, fiscalização. O que preocupa é a falta de resultado concreto na nitidez do nosso espelho. Esta cada vez mais difícil enxergar a nossa própria beleza.

Artigo publicado na edição 10 da revista Geração Sustentável
Rosimery de Fátima Oliveira - Bióloga, Especialista em diagnóstico e planejamento sistêmico

Brasileiros não sabem muito bem o que é sustentabilidade

Evento reúne pesquisadores de mais de 40 universidades do Brasil e exterior, de 10 a 12 de novembro, em Curitiba, para debater e aprofundar o tema

A consultoria Gouvea de Souza divulgou, no final do mês de outubro, uma pesquisa que envolveu 17 países, com o objetivo de entender como o consumidor vê o tema da sustentabilidade, como essa percepção e entendimento geram mudanças no comportamento e como isso é diferente do que ele fazia anteriormente. A pesquisa confirmou que o conceito de sustentabilidade ainda não está bem claro para todos.

Para o doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento e professor do Programa de Mestrado em Organizações e Desenvolvimento (PMOD) da FAE, Cleverson Andreolli, o termo "sustentabilidade" gerou o conceito de "desenvolvimento sustentável", que significa economicamente viável, socialmente justo e ecologicamente prudente. "Este tripé determina o equilíbrio do sistema", explica. No Brasil, porém, o tema ainda está predominantemente ligado a questões ambientais: para 86% dos brasileiros, sustentabilidade é proteger o meio ambiente e para 75% significa reciclar o lixo.

Para debater e aprofundar o tema, mais de 40 universidades do Brasil e exterior se reúnem de 10 a 12 de novembro, na FAE Centro Universitário, em Curitiba. Promovido pelo PMOD/FAE, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento da Universidade Federal do Paraná (MADE-UFPR), o Seminário Sobre Sustentabilidade traz, em sua quinta edição, palestras nacionais e internacionais, oficinas práticas e conferências acadêmicas.

Com o tema "Diálogos sobre inovação e sustentabilidade", o evento coloca em discussão um dos grandes desafios para a sociedade e a ciência no mundo contemporâneo: buscar soluções no âmbito da tecnologia e da inovação para garantir o desenvolvimento sustentável. Entre os temas em debate, destacam-se as mudanças climáticas, a educação, o consumo sustentável, o crescimento urbano e as inovações tecnológicas como forma de garantir o desenvolvimento sustentável.

O evento acontece na FAE Centro Universitário (Rua 24 de Maio, 135 - Centro - Curitiba - PR), das 8h30 às 17h30. A programação completa e inscrições para o 5º Seminário sobre Sustentabilidade estão no site www2.fae.edu/curitiba/sustentabilidade2010. Mais informações pelo telefone (41) 2105-4190 ou pelo e-mail sustentabilidade@fae.edu.


Serviço:
O quê: 5º Seminário Sobre Sustentabilidade
Quando: 10 a 12 de novembro de 2010
Onde: FAE Centro Universitário (R. 24 de Maio, 135 - Centro - Curitiba - PR)
Inscrições: www2.fae.edu/curitiba/sustentabilidade2010
Informações: (41) 2105-4190 ou sustentabilidade@fae.edu

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Carros elétricos: as 12 questões essenciais

Um guia para entender os avanços e o que ainda é preciso superar para que tenha início uma nova era da mobilidade humana, plugada na bateria

Salões do automóvel costumam ser vistos, à margem dos carros realmente lançados no mercado, como espaços futuristas, de protótipos ao estilo Jetsons, que nunca alcançam os consumidores. Durante muito tempo, os híbridos (com dois motores, um de combustão e outro elétrico) e os elétricos puros-sangues pertenciam a esse grupo utópico, de prancheta e computador. Não é mais assim. No recente Salão de Paris, encerrado na semana passada, havia eletricidade no ar, e as estrelas do show foram os modelos ecologicamente corretos. O Salão de São Paulo, de 27 de outubro a 7 de novembro, também terá cores limpas - embora os elétricos, no Brasil, ainda demorem a desembarcar. Durante o evento francês, VEJA ouviu especialistas para explicar como essa mudança sobre rodas está acontecendo e por que ela é inexorável.

1. CARROS A BATERIA TÊM FUTURO?
Sim. "Começou a era dos automóveis limpos, sustentáveis e silenciosos", disse o alemão Dieter Zetsche, presidente mundial da Daimler, a VEJA. O movimento, segundo ele, será nítido: ao lado de modelos movidos a petróleo, com mais tecnologia embarcada - e cada vez mais eficientes -, haverá espaço para os automóveis híbridos (com motor de combustão e elétrico), os puramente elétricos e, mais tarde, os movidos a hidrogênio. Até 2012 espera-se o lançamento de duas dezenas de veículos dessa família (conheça os destaques ao longo destas páginas).

2. QUANTOS CARROS HÍBRIDOS OU ELÉTRICOS RODARÃO NO PLANETA EM 2020?
Segundo as previsões do Departamento de Energia dos Estados Unidos, daqui a dez anos os carros com tecnologias alternativas ao petróleo serão 8 milhões, cerca de 15% da produção mundial. Aos movidos puramente a bateria, caberia um fatia anual estimada em 3% (segundo a Volkswagen), 5% (de acordo com a Peugeot-Citroën) e até 10% (com base em previsões da Renault-Nissan). "Carros elétricos representam uma irreversível revolução na mobilidade", disse a VEJA o brasileiro Carlos Ghosn, presidente mundial da Renault-Nissan. Em três anos, o grupo pretende lançar oito modelos movidos a bateria e vender 500 000 automóveis desse tipo a cada ano.

3. DÁ TRABALHO RECARREGAR UM CARRO ELÉTRICO?
Trata-se, aqui, de mudança de hábito - e de construção de estruturas de recarga nas cidades e estradas. "Mas alimentar um carro elétrico é simples como pôr um telefone celular na tomada", afirma o francês Jean-Marc Debeaux, diretor de estratégia e inovação da Schneider Electric, uma das empresas líderes na pesquisa de soluções de recarga na Europa. "Basta deixar o carro conectado por seis horas a uma tomada de 240 volts ou, ainda, cerca de quinze minutos para uma recarga rápida, o suficiente para abastecer 80% da bateria." Com carga total, a autonomia varia de 160 quilômetros, para o Nissan Leaf, a 360 quilômetros, para um esportivo como o Tesla Roadster.

4. PAGO MENOS RODANDO COM ELETRICIDADE?
O custo para percorrer 10 quilômetros na cidade com um carro a gasolina é de R$ 2,50. No volante de modelos elétricos paga-se um sétimo desse valor. Sem falar no tão esperado fim de gastos com manutenção no sistema de embreagem, troca de óleo e filtros de combustível, escapamentos ou radiadores. O nó a ser desatado é o preço do pacote de baterias, ainda elevado: cerca de 35 000 reais. É o suficiente para abastecer um carro a gasolina por cerca de 140 000 quilômetros.

5. ENTÃO POR QUE OS CARROS MOVIDOS A BATERIA ESTÃO NA MODA?
"Por causa de um aperto constante nas leis ambientais e do desejo crescente dos consumidores de ter automóveis mais limpos", diz o francês Guillaume Faury, vice-presidente de pesquisa e desenvolvimento da Peugeot-Citroën. Até 2016, o governo dos Estados Unidos quer carros 40% mais econômicos e limpos. Há normas similares prontas para entrar em vigor na Europa, China e Japão. Sem a ajuda dos motores elétricos, trata-se de uma meta impossível de cumprir. Outro bom motivo é o preço do barril de petróleo, que chegou a um pico de 147 dólares em julho de 2008 e pode subir no futuro, à medida que sua exploração se torne mais cara.

6. CARRO ELÉTRICO É SINÔNIMO DE EMISSÃO DE CO2 ZERO?
Em termos. Quando rodam com a energia de suas baterias, os carros híbridos ou elétricos não emitem 1 grama de gás carbônico. Mas os ecologistas recomendam levar em conta também a fonte da energia que abastece as tomadas para recarregá-las - se a eletricidade vem de usinas a carvão ou gás natural, por exemplo, a sujeira no ar permanece. Na região de Chicago, nos Estados Unidos, onde se prevê 1,8 milhão de carros com motores alternativos em 2020, calcula-se que os elétricos emitam 36% mais CO2 do que os modelos a gasolina, porque 75% das usinas são termelétricas, acionadas por carvão ou gás.

7. AS BATERIAS DE CARROS SÃO PARECIDAS COM AS DE LAPTOPS E CELULARES?
As atuais sim. Elas são feitas de íons de lítio, semelhantes às que equipam os aparelhos eletrônicos. O primeiro carro elétrico dos tempos modernos foi um Lotus Elise recheado com 6 831 baterias de íons de lítio, de telefone celular. Quem teve a ideia maluca, em 2003, foi Martin Eberhard, diretor da Tesla, uma pequena montadora americana da Califórnia. Batizado de T Zero, o protótipo acelerou de zero a 100 quilômetros por hora em 3,5 segundos e rapidamente virou moda entre os descolados.

8. O PREÇO DAS BATERIAS ESTÁ EM QUEDA?
A consultoria americana McKinsey estima que, desde 2003, o preço das baterias para automóveis tenha caído a uma média de 10% ao ano, enquanto a quantidade de energia armazenada por módulo cresce em torno de 5% a cada doze meses. Assim como aconteceu com os primeiros celulares, enormes e caros, a tendência é uma forte queda no preço delas no futuro. A aposta é que custem a metade do que valem hoje dentro de seis a oito anos.

9. AS BATERIAS SÃO MAIS EFICIENTES DO QUE O PETRÓLEO PARA ESTOCAR ENERGIA?
Não. Para dispor de uma autonomia de 160 quilômetros, é necessário embarcar 250 quilos de bateria de íons de lítio, três vezes e meia o equivalente em gasolina. Mas há progressos, e a densidade de energia estocada não para de aumentar. Há duas décadas, uma bateria de chumbo ácido armazenava um sexto da energia de uma bateria de íons de lítio de hoje em dia.

10. O ALTO PREÇO DAS BATERIAS INVIABILIZA OS CARROS ELÉTRICOS?
Hoje, as baterias equivalem a 34% do custo de um automóvel 100% elétrico.
Para tentarem reduzir o impacto, as montadoras pretendem alugar as baterias ou os próprios carros elétricos. Será o caso do compacto BlueCar, desenvolvido pelo fabricante de baterias francês Bolloré e pelo estúdio italiano Pininfarina para o mercado europeu. "Nossa meta é fazer circular 40 000 carros em 2013", contou a VEJA o industrial francês Vincent Bolloré, sócio no empreendimento, um dos onze homens mais ricos da França. Inicialmente, esse modelo, recarregável na tomada, não será vendido, mas alugado pelo equivalente a 23 reais por dia, com uma autonomia de 220 quilômetros. A Renault-Nissan associou-se a uma empresa israelense, a Better Place em uma inovação decisiva, um ovo de colombo real: postos de troca de baterias sem a necessidade de esperar a recarga.

11. OS GOVERNOS ESTÃO AJUDANDO A PAGAR A CONTA DOS CARROS A BATERIA?
Sim. Nos Estados Unidos, o Nissan Leaf será lançado no fim do ano por 25 280 dólares, já descontados 7 500 dólares de incentivos federais. Se os compradores morarem em estados como Geórgia ou Califórnia, pagarão pouco mais de 20 000 dólares, graças a outro benefício fiscal, equivalente a 5 000 dólares para elétricos (ou 3 000 dólares para um plug-in híbrido como o Volt). Na Inglaterra, a ajuda é equivalente a 7 800 dólares; na Bélgica, a 11 200 dólares. "Sem esses incentivos, apenas poucos consumidores poderão se interessar por esses veículos", explica Simon Sproule, diretor de comunicação da Renault-Nissan.

12. QUANDO SERÁ POSSÍVEL COMPRAR UM CARRO ELÉTRICO NO BRASIL?
Vai demorar algum tempo. O empresário Eike Batista planeja montar carros desse tipo por aqui até 2014, em uma usina situada no norte fluminense. Mas, graças ao etanol, que movimenta boa parte de sua frota de automóveis, por enquanto as grandes montadoras brasileiras estão à margem dessa onda. "Nosso caminho será fazer motores térmicos cada vez mais eficientes", diz Cledorvino Belini, executivo da Fiat e atual presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). "A tecnologia dos elétricos e mesmo dos híbridos plug-in ainda é cara diante de uma alternativa fantástica como a que temos por aqui." Mas, por via das dúvidas, em parceria com a Itaipu Binacional, a empresa que toca a maior hidrelétrica do planeta, a Fiat desenvolveu um protótipo 100% elétrico. Baseado em um Palio com motor 1.0, ele é equipado com bateria de níquel e tem autonomia para rodar até 120 quilômetros na cidade. A CPFL, de São Paulo, desenvolveu modelos a eletricidade para servir aos Correios.

Fonte: planetasustentável

12ª Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade

A FIMAI - Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade, que acontecerá nos dias 9, 10 e 11 de novembro de 2010, no Pavilhão Azul, do Expo Center Norte, em São Paulo, SP, abre um leque importante de opções na área ambiental e possibilita o contato com os mais importantes especialistas e empresários atuantes no Brasil.

Considerada como a mais importante feira do setor de Meio Ambiente Industrial na América Latina, a FIMAI apresenta-se como excelente opção para mostrar o que há de melhor e mais avançado em nível mundial, sendo um grande atrativo para investidores e empresários nacionais e internacionais que desejam estreitar contatos com empresas do setor, fazer negócios e expandir sua rede de relacionamentos comerciais. Novas tendências, inovações tecnológicas, práticas ambientais bem sucedidas e pró-atividade nos setores socioambiental é a marca registrada dos expositores da feira, transformando o evento em um centro gerador de experiências e de negócios importantes.

A cada ano, desde sua 1ª edição em 1999, a Fimai e seus eventos paralelos reafirmam a proposta de perpetuar a "sustentabilidade" no setor industrial.

O excelente nível dos expositores e visitantes reforça o crescimento exponencial do mercado ambiental brasileiro. Demonstra também a importância dos trabalhos que estão sendo desenvolvidos em busca da sustentabilidade nacional e seu reflexo no cenário mundial.

A FIMAI OBJETIVA

- Estimular contatos com empresas atuantes no setor ambiental;
- Promover a troca de informações sobre tecnologias, equipamentos, bens e serviços para o desenvolvimento sustentável;
- Estimular e reforçar a troca de experiências entre o Brasil e outros países;
- Promover a aproximação de interesses de gestores públicos e privados no desenvolvimento sustentável com investidores e parceiros de negócios do Brasil e do Exterior;
- Possibilitar o fechamento de excelentes negócios.

domingo, 7 de novembro de 2010

Artigo: O PÊNDULO E AS “CERTEZAS”.

“A História é a ironia em marcha, a gargalhada do Espírito através dos homens e dos acontecimentos”. Nesses termos, Cioran (1989) inicia análise sobre as idas-e-vindas dos valores, princípios e crenças do humano em sua trajetória pela Terra.


O credo de hoje (pretensamente ditado pelos deuses, ou resultante de alguma conjuntura de poder), amanhã é tido e havido como superado, inválido e até maldito, não poucas vezes levando à fogueira seus mentores. Neste eterno (des)construir, instala-se uma trajetória pendular de “verdades” que não representam um avanço do pensamento, como imaginavam os crédulos de época, mas apenas evidenciam que a imutabilidade do pensamento, é que não existe, na óptica de Cioran.


Em outra perspectiva, Chomsky (2002), crendo numa natureza humana fundamental que implicaria no que denomina instinto de liberdade, nos aponta para uma possibilidade de evolução a revelar-se de diferentes formas, seja no uso da linguagem, ou na luta contra a depressão. Para ele, o curso da História se move em direção a um (lento) progresso civilizatório que ele chama de decente.


Há quase quatro décadas, durante a Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente Humano (Estocolmo, 1972), deu-se o confronto entre dois blocos de países, então entendidos como “ricos” e “pobres”, com os últimos, incluindo o Brasil, dizendo-se no direito de pagar o preço do desenvolvimento (fosse qual fosse), mesmo que em detrimento dos ambientes. Então houve alguma mudança de postura, uma vez que as idéias sobre “ricos” e “pobres” sofreram reinterpretações – as crises da bolsa de valores de NY (1929) e do petróleo (1956; 1973; 1979; 1991 e 2008), evidenciaram que os “ricos” são dependentes e os “pobres”, ricos em recursos que alimentam o consumismo dos primeiros. Além disso, hoje em ambos proliferam as máximas de que há sim limites ao crescimento, de que temos uma só casa cósmica e de que o preço dos abusos implica em entropias.

Observados os fatos históricos, nos limites do rigor científico-documental e isentos de glamurizações de época (nacionalistas, ideológicas, oportunistas e/oi indecentes), tem-se o reforço da hipótese de que a Educação ainda é a ponta do processo de superação dos óbices e dos vieses determinados tanto pelos impostores, quanto pelos entusiastas inocentes – os primeiros causando danos por suas astúcias e, os segundos, por seus ardores. E, para tanto, o pessimismo de Cioran pode ser a têmpera para que o sujeito educado interprete os argumentos otimistas de Chomsky. Inclua-se nesta sinergia dos opostos, a própria premissa da Educação, uma vez que podemos também educar para impostura, ou para a alienação. Na temática do “desenvolvimento sustentável” os exemplos abundam e o recado encontra ressonância.


Em obra que, dadas as suas instigantes “heresias”, vem gerando protestos à direita e à esquerda, junto a devastadores e conservacionistas, Leandro Narloch (2009) presta um bom serviço ao ato educativo na medida em que, rompendo com a camisa-de-força do “politicamente correto” e com sólida pesquisa documental, deixa claro que somente na liberdade de pensamento compreende-se que muito do que aconteceu não estava combinado, pois não foi de fato o que poderia, ou desejávamos que houvesse acontecido. Isso tudo, tanto nas relações humanas, quanto nas conexões sociedade-natureza no Brasil, nestes 500 anos.


No momento em que os “debates” sobre os destinos do País se dão ao sabor de trocas de acusações pessoais, em detrimento de Programas de Governo, enfaticamente sobre Educação e Política Socioambiental, a ausência do uso da Razão tem um custo elevado. Mas, é a vida como ela é e aí, que se passe a palavra a Nelson Rodrigues, pois, só tem “certezas” quem nada aprofundou.


** Gastão Octávio Franco da Luz: Biólogo, Doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento e Consultor em Sustentabilidade



Artigo sobre Meio Ambiente publicado originalmente na edição 20 da revista Geração Sustentável

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Artigo: O REGIME DE PARTILHA DE PRODUÇÃO NO PRÉ-SAL

Este artigo objetiva apresentar em linhas gerais alguns aspectos do modelo de regime de partilha de produção de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluídos no pré-sal e em áreas estratégicas, proposto pelo Poder Executivo no Projeto de Lei de n.º 5.938/2009, que desde setembro de 2009 está em trâmite no Congresso Nacional.

O projeto de lei define a partilha de produção como sendo “o regime de exploração e produção de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluídos no qual o contratado exerce, por sua conta e risco, as atividades de exploração, avaliação, desenvolvimento e produção e, em caso de descoberta comercial, adquire o direito à restituição do custo em óleo, bem como a parcela do excedente em óleo, na proporção, condições e prazos estabelecidos em contrato”.

De acordo com a proposição do Poder Executivo, o regime de partilha de produção passa a ser obrigatório nas áreas do pré-sal e em áreas estratégicas. Sendo que a definição do que venha a ser áreas estratégicas ficará a cargo do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Presidência da República, enquanto que a definição da área do pré-sal já se encontra no próprio texto do projeto de lei.

A Petrobras será a operadora exclusiva dos contratos de partilha, ou seja, será a única responsável pela condução e execução, direta ou indireta, das atividades, devendo ter participação mínima de 30% no consórcio de empresas que atuará sobre o bloco objeto do contrato.

O custo com a exploração, avaliação, desenvolvimento e produção, será suportado exclusivamente pelo contratado, com exceção da hipótese em que a União optar em assumir parcela dos riscos, o que só poderá acontecer com a aplicação de recursos provenientes de um fundo específico para esse fim e criado por lei. Apenas em caso de descoberta com viabilidade comercial, o contratado terá direito ao reembolso do seu custo, o que será feito com o próprio óleo in natura que será prospectado.

A União, por meio do MME, só poderá celebrar os contratos de partilha de produção com a Petrobrás, sendo neste caso dispensada a licitação, ou com o consórcio da Petrobrás com a empresa vencedora de licitação na modalidade leilão, cuja realização será de atribuição da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). E a gestão dos contratos de partilha de produção com o MME e dos contratos de comercialização da União serão de atribuição da empresa pública Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), criada pela Lei 12.304/2010.


O que se pode notar num primeiro momento é que a eficiência ou não do regime de partilha de produção só poderá ser verificada no futuro. No entanto, a exclusividade da Petrobrás na operação das atividades e a sua participação privilegiada na exploração, avaliação, desenvolvimento e produção, bem como nos riscos inerentes a esta posição, revelam uma excessiva interferência direta do Estado na esfera econômica, interferência esta que não se revelou benéfica ao país num passado recente. Se não bastasse, a criação de uma empresa pública atrelada ao MME para gerir os contratos de partilha de produção, com o claro objetivo de esvaziar o órgão regulador do setor, a ANP, cuja minúscula independência técnica tanto incomoda os políticos, poderá futuramente trazer sérios entraves ao desempenho do setor.

Todas essas questões do Projeto de Lei de n.º 5.938/2009 aqui levantadas, além das que não foram tratadas nesta oportunidade, tais como as formas de participação governamental nos contratos de partilha de produção, a divisão dos royalties, a definição de área estratégica, o conflito de atribuições entre a ANP e a PPSA, entre outras, deverão suscitar muitas discussões e críticas em virtude dos diversos interesses envolvidos, mas o importante é que o debate se dê de forma democrática e participativa para que os anseios socioeconômicos da sociedade sejam atendidos.

*Antenor Demeterco Neto é advogado, doutorando em “Direito Econômico e Socioambiental”, Mestre em “Organizações e Desenvolvimento”, MBA em “Direito da Economia e da Empresa” e especialista em “Direito Tributário Contemporâneo”.


Artigo publicado originalmente na edição 20 da revista Geração Sustentável
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Candidatos e eleitores ainda muito distantes da preocupação ambiental

Políticos que sujam ruas com material de campanha continuam sendo os mais votados

A primeira fase da campanha eleitoral deste ano passou e o resultado, após o primeiro turno - além daquilo que já se sabe das urnas - foram ruas poluídas e o desperdício de papel. Somente em Curitiba, por exemplo, foram recolhidas cerca de 20 toneladas de lixo eleitoral das ruas da cidade. Foram necessárias mais de 700 pessoas para limpar as ruas de santinhos e retirar também a grande novidade da propaganda eleitoral deste ano - os cavaletes com as fotos dos candidatos impressas em plásticos espalhados pelos canteiros das ruas. No Distrito Federal a quantidade de rejeitos de campanhas eleitorais chegou a mais de 200 toneladas; em São Paulo Capital, foram cerca de 170 toneladas; e em Belo Horizonte, pelo menos 210 toneladas. Ou seja, o que não faltou foi desperdício.

De acordo com informações da assessoria do Departamento de Limpeza Pública de Curitiba, o mais triste dessa campanha é que boa parte do material recolhido da cidade sequer pôde ser aproveitado pela reciclagem, no programa municipal que funciona na Usina de Valorização de Rejeitos, localizada no município de Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba. Tudo por causa da chuva que atingiu a capital no dia de votação e que praticamente “derreteu” a papelada nas ruas, impossibilitando o uso do material para a reciclagem. Ou seja, grande parte dessas 20 toneladas foi parar no aterro sanitário – pra lá de lotado – da Caximba. De acordo com a assessoria, foi possível aproveitar apenas o material impermeável da campanha, que eram os santinhos plastificados, ou o papel que de alguma forma ficou protegido da chuva.

Para o cientista político e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Costa de Oliveira, a avaliação que se pode fazer do primeiro turno das eleições 2010 é que a preocupação ambiental tanto dos candidatos como dos eleitores ainda está muito longe das urnas. “Os candidatos que mais sujaram as cidades, com santinhos e esses cavaletes, foram aqueles que mais ganharam votos. Infelizmente essa ainda é a tendência, quanto mais dinheiro tem o candidato, mais ele polui e ganha mais votos”, avalia. Para ele, por mais que o tema sustentabilidade esteja ganhando a cada dia novos adeptos, a questão ambiental ainda está muito longe da preocupação política.

Para Oliveira, a solução mais rápida, enquanto o próprio eleitor ainda não se torna o grande carrasco do candidato poluidor, é a mudança na legislação eleitoral. “Quem deve ter essa primeira iniciativa é a própria legislação, a única capaz de proibir a distribuição dos santinhos, incentivando a discussão e divulgação das ideias dos candidatos por meios não poluidores”, afirma. Além disso, a lei deveria obrigar cada candidato a garantir a reciclagem do seu próprio material de campanha.

Atualmente, a lei permite a distribuição de material gráfico, fazendo a festa dos santinhos bancada pelos candidatos mais endinheirados e, portanto, poluidores. O que é proibido, mas que acontece todos os anos, é a sujeira maciça nas ruas, a qual ocorre geralmente na madrugada anterior às eleições. Na virada do dia 02 para 03 de outubro, por exemplo, quem trabalhava na campanha de candidatos a deputados, senador, governador e presidente simplesmente repetiu a prática que há tantos anos acontece: jogar o material gráfico que sobrou da campanha em todos os cantos, na esperança de conseguir um eleitor desinformado de última hora. Aquele que não sabe em quem votar e opta pelo nome e número encontrado no primeiro pedaço de papel no caminho para a sua zona eleitoral.

De acordo com a assessoria do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), essa prática é proibida e gera multa e punições ao candidato ou cabo eleitoral que for pego em flagrante fazendo a sujeira na rua. “A grande dificuldade é conseguir o flagrante dos poluidores”, afirma a assessoria. Durante os dias de eleições, a justiça eleitoral e a Policia Militar trabalham juntas para coibir as propagandas de boca-de-urna e garantir um processo eleitoral justo e democrático. No entanto, eles admitem que ainda é difícil conseguir garantir um processo limpo. “É impossível conter as manifestações que acontecem em todos os cantos na calada da noite. E sem o flagrante não é possível responsabilizar aquele que comete as infrações”, afirma a assessoria.

Responsabilidade ambiental fora das campanhas – De acordo com o professor Ricardo Oliveira, ao contrário do que muito se falou, o número de votos (mais de 19,6 milhões) para a candidata do Partido Verde (PV) para a presidência da República, Marina da Silva, ainda não significa que o brasileiro levou em consideração as questões ambientais na hora de decidir o seu voto.

“Um dos temas centrais da campanha da Marina pode ter sido o desenvolvimento sustentável. No entanto, muitos eleitores se encantaram com a candidata por outras razões. Pesaram muito mais para os eleitores as questões religiosas e a insatisfação com os outros dois candidatos que conseguiram ir para o segundo turno”, avalia. “Tanto é que na campanha do segundo turno, as propostas ambientais são apenas citadas nas campanhas de Dilma Roussef (PT) e José Serra (PSDB), mas pouco debatidas. Já a religião e os temas que envolvem ética e crença foram muito mais explorados”, lembra.

Segundo Ricardo Oliveira, os votos que Marina da Silva conquistou, por exemplo, sequer foram transferidos para o próprio PV. “No resultado da votação para o Legislativo, o partido que levantou em suas campanhas a bandeira ambiental não teve o mesmo bom resultado proporcional”, avalia.


Iniciativas positivas

Apesar dos porcalhões terem dominado as eleições, algumas boas iniciativas ganharam destaque na tentativa de acabar com o problema do lixo gerado durante as eleições de 2010.
A prefeitura da capital de Pernambuco, Recife, resolveu dar um bom exemplo para outras cidades do país, com o projeto “Não Jogue Sua Campanha no Lixo. Recicle”. O projeto era uma parceria da Secretaria de Meio Ambiente do Recife, da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) e do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

A proposta era que o material usado nas campanhas eleitorais, como lonas, papelão, metais, madeiras, plásticos, entre outros fossem todos encaminhados para entidades de reciclagem, transformando todo este material em novos objetos.

Outra iniciativa foi a do candidato a deputado estadual pelo Rio de Janeiro, Alcione Duarte, que também resolveu dar o exemplo. O sanitarista e técnico da Companhia Estadual de Águas e Esgoto do Rio de Janeiro (Cedae) acabou não sendo eleito. Mas ele marcou as eleições 2010 no Estado chamando a atenção para a responsabilidade de cada candidato em relação a sua própria campanha. Todo o material usado como bandeirolas, faixas e cartazes foi recolhido e encaminhada à ONG Nascente Pequena em Guapimirim, localizada na região serrana do Rio de Janeiro.

O resíduo será utilizado nos programas da ONG para a geração de uma linha de bolsas, entre outras peças, no curso profissional em máquinas industriais. Na ONG funcionam oficinas interativas que aproveitam retalhos para a confecção de bolsas, almofadas, cortinas, colchas e edredons, visando à geração de trabalho e renda para a comunidade carente local.
De acordo com o Duarte, calcula-se que em geral cada candidato gere cerca de 200 quilos de lixo em sua campanha.

Juliana Sartori

Matéria publicada originalmente na edição 20 da revista Geração Sustentável


Notas curtas: Sustentando

Bike dentro da pasta

O designer argentino Marcos Madia criou uma bicicleta dobrável que cabe dentro de uma pasta. A ideia é acabar com o problema de executivos que insistem em utilizar carros, com a desculpa de que não têm onde guardar a “magrela”. Batizado de “Bikoff”, a bicicleta inovadora é feita de fibra de carbono, que reduz o peso e maximiza a resistência mecânica. Este é um dos projetos pré-selecionados do concurso de design do Seoul Cycle Design Competition 2010.


Coleta seletiva e a Copa

O BNDES quer estimular projetos de coleta seletiva de lixo com inclusão social de catadores de materiais recicláveis. Para isso, vai aproveitar a oportunidade representada pela Copa do Mundo de 2014. O Banco iniciou entendimentos com os ministérios do Esporte e do Meio Ambiente, com os Estados e municípios sedes do torneio e com o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis. A iniciativa é uma das ações da Agenda de Meio Ambiente e Sustentabilidade para a Copa do Mundo de 2014 que está sendo elaborada pelo Ministério do Esporte. Além de utilizar recursos do seu Fundo Social para cooperativas de catadores, o BNDES pode também realizar empréstimos a prefeituras e Estados, para elaboração de projetos, e financiar eventuais concessionários de serviços de coleta e destinação de resíduos sólidos. Como a nova lei, os municípios são os responsáveis legais pela política de resíduos sólidos e têm uma série de obrigações a cumprir. Entre elas está a elaboração de um plano de gestão integrada de resíduos sólidos num prazo de dois anos e a eliminação por completo dos lixões até 2014. Para auxiliá-los nesse esforço e ao mesmo tempo prover capilaridade à sua atuação, o BNDES estimulará as prefeituras a apresentar projetos globais, que envolvam a coleta seletiva de todo o território municipal e que contemplem todas as cooperativas de catadores do município (em vez de apoiar projetos isolados). A iniciativa terá inicio pelas cidades-sede, mas o objetivo é que a experiência seja replicada, posteriormente, em outros municípios de grande e médio porte.


CO2 neutralizado

O Senai Paraná promoveu o plantio de 210 árvores nativas para neutralizar as 51,83 toneladas de CO² emitidas no ano passado pela unidade de São José dos Pinhais. O inventário das emissões foi feito pela própria unidade. O plantio de mudas de Branquilio, Maricá, Gurucaia, Pessegueiro Bravo, Angico Vermelho, Açoita-Cavalo e Capixingui aconteceu no terreno da Abessfi (Associação dos Funcionários do Sistema Fiep), em Quatro Barras. O Movimento Nós Podemos Paraná, que atua para mobilizar a população em torno de projetos para o alcance dos Objetivos do Milênio, também participou, obtendo as mudas através de uma parceria com o Instituto Ambiental do Paraná. O plantio envolveu, também, o Projeto Crescer, formado por colaboradores do Sistema Fiep e que trabalha com a questão da sustentabilidade. O Senai Paraná presta consultorias, aqui e em outros Estados, para inventariar, mitigar e neutralizar as emissões de Gases de Efeito Estufa oriundas de eventos, bem como de empresas dos mais diversos segmentos. O inventário das emissões de carbono feito pelo Senai leva em conta o gás carbônico resultante das atividades e eventos de uma instituição durante 12 meses, como, por exemplo, o transporte rodoviário e aéreo dos colaboradores da empresa, o consumo energético e de GLP, e a quantidade de gases oriundos da decomposição de resíduos orgânicos gerados no local.


Ranking

A ONG Carbon Disclosure Project (CDP), com sede nos Estados Unidos, acaba de divulgar relatório que classifica a Siemens como a empresa global com melhor desempenho na redução de emissões de CO2. O estudo é auditado pela PricewaterhouseCoopers e avalia empresas com base em suas ações de combate às mudanças climáticas, emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa e qualidade das informações sobre o assunto à disposição aos investidores, com pontuação que vai de zero a 100 – a Siemens alcançou 98 pontos.


Escola para pais e filhos

Começou a funcionar em outubro, na capital fluminense, um projeto inédito em todo o mundo no formato de webconferência, que pretende ajudar os pais e facilitar a educação dos filhos. Trata-se da Escola Virtual para Pais (www.escolavirtualparapais.com.br). O projeto foi idealizado pela pedagoga e mestre em educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Márcia Taborda, e tem a coordenação acadêmica da neuropediatra Heloisa Viscaíno Pereira, professora adjunta do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Uerj. O projeto oferece, por meio da internet, palestras sobre temas diversificados de interesse na educação das crianças. As webconferências visam a auxiliar os pais na orientação das crianças, na identificação de problemas, além de mostrarem como lidar com dificuldades de aprendizagem e escolher uma escola para os filhos. Estão previstas, ainda para este mês, webconferências sobre alimentação saudável e transtornos da hiperatividade e déficit de atenção. O acesso às palestras poderá ser feito de qualquer lugar do mundo.


Que calor!

O período entre janeiro e agosto deste ano foi o mais quente desde que as medições da Nasa, agência espacial americana, começaram há 131 anos. Segundo técnicos da Nasa, o mês de julho é uma amostra do que as próximas décadas de planeta sob mudanças climáticas podem apresentar. Segundo os especialistas em clima, é praticamente certo que este ano vai ultrapassar a marca de 1998, que hoje é o quarto ano mais quente da história. Os recordes mês a mês até agora também estão bem próximos de 2007, o ano mais quente registrado até agora. Mas a expectativa é que as temperaturas médias do planeta caiam um pouco nos próximos meses.


Queda na biodiversidade

O Relatório Planeta Vivo 2010 mostra que os países tropicais, que também são os mais pobres, perderam 60% de flora e fauna nos últimos 40 anos. O relatório, publicado pela organização não governamental WWF, aponta ainda que se mantém em alta a tendência de consumo superior ao da reposição de recursos renováveis no ambiente. Essa tendência é mais forte em economias de nações ricas ou mais desenvolvidas, seguidas pelos integrantes do Bric, do qual o Brasil faz parte ao lado de Rússia, Índia e China. Nesse ritmo, tomando-se como base de cálculo o ano de 2007, o mundo levaria um ano e meio para gerar os recursos consumidos e para absorver as emissões de dióxido de carbono (CO2).


Poluidores de asas

Um novo estudo realizado no Massachusetts Institute of Technology, em Cambridge , diz que a poluição de aviões causa mais fatalidades que os acidentes. O estudo afirma que a exposição a poluentes tóxicos emitidos por aviões é a causa principal. A pesquisa diz que desastres de avião custam mil mortes por ano, mas que as emissões respondem indiretamente um número muito superior de mortes prematuras a cada ano. De acordo com o estudo, a causa e efeito são semelhantes à poluição de escapamentos de veículos. Pequenas partículas de dióxido de enxofre e óxido de nitrogênio entram nos pulmões e na corrente sanguínea, causando danos irreparáveis. Câncer de pulmão e doenças cardiovasculares e respiratórias são as principais doenças.