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terça-feira, 29 de novembro de 2011

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Artigo: Como criar uma geração insustentável

Estou trabalhando há alguns meses com crianças do Ensino Fundamental e adolescentes do Ensino Médio. As primeiras têm, em média, 14 anos, e as segundas, 17. Minha função é abordar alguns assuntos relativos à sustentabilidade socioambiental. Tenho aprendido muito.

Percebi que na prática o tal tripé da sustentabilidade não se aplica. Se a questão socioambiental for realmente considerada prioridade, o lado econômico se equilibra. Vou utilizar uma metáfora: a sustentabilidade é um ser bípede que tem uma perna ambiental e a outra social. Se estas duas caminharem no tempo, espaço e velocidade correta o corpo deste ser (que é a economia) evolui junto. São os pés ambientais e sociais que propiciam que a economia se equilibre.

Então assumo oficialmente que não aceito mais a teoria do tripé da sustentabilidade. A experiência mostra que quando o tal ser da minha metáfora tem três pés ele se atrapalha, tropeça e não caminha. Até porque a economia não é um pé, é o corpo. Ela não sabe (e não pode) caminhar sozinha. Aprendi também que a sociedade se especializou em criar futuras gerações cada vez mais insustentáveis. Vamos analisar a escola.

As crianças de 14 anos são espontâneas, cheias de energia, exigentes de estímulos inteligentes, atenção e regras claras de disciplina. E elas falam, querem participar, são motivadas. Os quinze minutos de intervalo são uma explosão de euforia. Os adolescentes de 17 anos são calados. A energia da motivação apagou. A disciplina rígida, o vestibular e a maturidade cobraram seu preço. Os quinze minutos de intervalo servem para enviar um torpedo para alguém distante. Realmente o currículo do racionalismo acadêmico é a escola do fazer calar...

Em sua esmagadora maioria as escolas não têm árvores, apenas pátios cimentados. É que as árvores representam um risco para os pequenos. Subir em árvores realmente é muito arriscado, melhor deixar para fazer isso quando você for adulto e tiver plena consciência do risco envolvido.

Os lanches servidos nas escolas são um convite para problemas de saúde. Na comemoração do dia da criança, os estudantes receberam algodão doce, cachorro-quente e pirulitos. Carboidratos e lipídeos que significam açúcar e gordura. Em uma escola ofertaram maçãs, e, muitas delas, depois de duas mordidas, viraram bola de futebol no pátio cimentado...

Nas horas livres em média metade das crianças assiste televisão ou usa o computador. Infelizmente poucas, muito poucas, realizam com regularidade atividades físicas ou culturais. Os passeios acabam sendo uma rota de consumo em shopping centeres sem árvores, com lanches artificiais e muitas vitrines de ilusão.

Bombardeados com símbolos de sucesso como carros, equipamentos eletrônicos, marcas internacionais de vestuário e empregos em multinacionais as pernas dessas futuras gerações vão se atrofiando, restando apenas o corpo econômico pesado e lerdo. Corpo que não anda. Cabeças que não pensam. Corpos que não andam mais vão ensinar as futuras gerações como caminhar. Realmente a teoria na prática é outra. Não estamos de pernas para o ar. Estamos sem pernas.


Artigo publicado na edição 25 da revista Geração Sustentável
Rosimery de Fátima Oliveira - Bióloga, Especialista em diagnóstico e planejamento sistêmico









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Veja os conteúdos dessa edição:

Matérias:
Capa: Saiba como andam as práticas de sustentabilidade dos bancos brasileiros
Entrevista com Manfred Alfonso Dasenbrock - Sicredi PR
Desenvolvimento Local: Iniciativa sustentável inova modelo de entregas
Educação e Sustentabilidade: Abrindo o silêncio para o mundo
Responsabilidade Social: Sustentabilidade - da teoria à prática
Gestão de Resíduos: Iniciativas privadas buscam educar a sociedade a reduzir, reutilizar e a reciclar lixo

Artigos:
Ivan Dutra - Da Tunísia a Wall Street
Jeronimo Mendes - O encanto permance, mais o gosto muda
Yuri Beltramin - Como estamos construíndo nosso mundo sustentável?

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Novas profissões ajudam a melhorar vidas, carreiras e a sociedade

(matéria publicada originalmente na edição 25 da revista Geração Sustentável - Jornlista: Letícia Ferreira)

Empresas de todos os setores – e não apenas do terceiro - se dão conta do valor da sustentabilidade social e ambiental e abrem oportunidades de trabalho ligadas à área

Como diretora de Finanças da JR Consultoria, Empresa Junior da Universidade Federal do Paraná, em 2004, a jovem administradora colombiana Lina Maria Useche Kempf percebeu que não queria que seu futuro se resumisse a um emprego em uma grande empresa. Ao sair da Empresa Junior, participou de processos de seleção em grandes multinacionais, mas sem entusiasmo em relação ao trabalho que poderia realizar nessas empresas.

O convite que recebeu de Rodrigo Britto, cofundador e atual diretor de Parcerias e Oportunidades de Impacto da Aliança Empreendedora (empresa que auxilia microempreendedores de baixa renda em todo o país), para ser coordenadora financeira da ONG Comunidade Empreendedores de Sonhos foi decisivo: ela largou os processos de seleção e aceitou imediatamente: “Eu tinha 20 anos e foi a melhor escolha que fiz na minha vida. Lá, me descobri, descobri meus talentos e minha vocação”, comemora Lina que, atualmente, é diretora executiva e cofundadora da Aliança Empreendedora. Além disso, no ano passado, ela fundou a IMPULSO - Microcrédito, empresa pioneira ao lançar o primeiro portal de financiamento colaborativo no Brasil (www.impulso.org.br). “Quando fundamos a Aliança, éramos apenas sete pessoas. Hoje, somos quase 70 funcionários trabalhando em quatro estados e replicando conhecimento e metodologias para outros sete estados brasileiros, tendo apoiado mais de 16 mil microempreendedores”, diz.

Para Daniele Farfus, coordenadora do Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos do Centro Tecnológico da Universidade Positivo, o momento em que a sustentabilidade entrou definitivamente em sua vida profissional e pessoal foi ao cursar um mestrado centrado no tema: “Iniciei minha carreira profissional educando crianças e, hoje, compartilho meus conhecimentos com adultos e contribuo no processo de formação de profissionais críticos e conscientes do seu papel na sociedade”. Daniele também é professora na Pós-Graduação da Universidade Positivo, ministrando a disciplina Sustentabilidade e Sociedade e, no SESI Paraná, trabalha com projetos de inovação social relacionados à sustentabilidade.

Ambas são exemplos de profissionais que direcionaram suas carreiras de forma a contribuir com o desenvolvimento sustentável da sociedade e, consequentemente, do planeta. É uma tendência confirmada pela especialista em carreiras Carla Virmond Mello, vice-presidente da ICF - International Coaching Federation – capítulo Paraná, e diretora da ACTA - Carreira, Transição e Talento, e da DBM do Brasil na Região Sul.

Carla compartilha duas pesquisas que também confirmam a tendência: da Michael Page (empresa de recrutamento especializado de executivos para média e alta gerência, líder e pioneira no Brasil e em toda a América Latina), e da OIT - Organização Internacional do Trabalho. A Michel Page ouviu cerca de dois mil profissionais de países do Cone Sul e concluiu que 86,4% dos executivos brasileiros dariam preferência a uma proposta de emprego caso a organização em questão apresentasse ações sociais.

A da OIT diz que o número de profissionais envolvidos com atividades ligadas a funções sociais e ambientais cresceu 160% entre 2008 e 2010 no Brasil. No ano passado, já eram 2,6 milhões de empregos. Segundo Carla, as empresas caminham no mesmo sentido e, cada vez mais, aproximam-se do terceiro setor de maneira cooperativa: “O mercado começa a demandar profissionais que pensem em longo prazo, que desenvolvam soluções viáveis e auxiliem no cumprimento das normas ambientais a que as empresas estão submetidas”.

Lina compara essa tendência ao "boom" da responsabilidade social corporativa que aconteceu por volta de 2005 e 2006 no Brasil. Ela lembra que, na época, uma série de empresas colocou em operação institutos e fundações para investir em projetos sociais em todo o país: “Nesses últimos dois anos, presenciamos a inclusão dos projetos sociais dentro da ‘cadeia de valor da empresa’. Hoje, áreas como inovação e novos negócios nas empresas estão repensando suas estratégias para que os impactos social e ambiental sejam parte dos outputs de sua própria operação e não apenas um ‘anexo’”.
Já as organizações do terceiro setor, pensa Lina, cientes dos novos movimentos, veem um cenário de oportunidades de parcerias e ampliações de impacto, o que, consequentemente, aumenta a demanda por novos talentos com esse novo perfil.

E Daniele Farfus acredita que os profissionais que compreenderem esse novo cenário terão condições de aumentar sua empregabilidade adquirindo competências que possam agregar valor às organizações: “Competências que se desenvolvem com base no conhecimento aprofundado sobre o tema e o exercício, na prática, de ações que o promovam, tanto na vida profissional, quanto na pessoal”.

Realizações profissionais e pessoais: Quem não enxerga futuro e satisfação em longo prazo no trabalho que desenvolve deve começar a repensar suas escolhas profissionais. É a análise de Carla Virmond Mello, que acrescenta que aqueles que já estão fazendo isso, saem na frente, buscando experiência e especialização para atender às novas posições que estão se estabelecendo: “Sabemos que motivação e engajamento estão muito ligados a fazer algo em que acreditamos e que esteja relacionado a nossos valores pessoais. Os profissionais que escolhem carreiras nesse sentido estão naturalmente mais motivados para o trabalho e tendem a ser mais realizados”.

Carla lembra ainda os empreendedores sociais, como Lina Maria Useche Kempf, pessoas que, além de se aventurarem por novos empreendimentos, criam soluções e serviços diferenciados com o objetivo de trazer inovação para um mundo mais justo e sustentável: “São os chamados ‘empresários com causa’”.

Diz Carla que, mesmo quando o profissional não é idealista ou não está engajado a nenhuma causa, algumas opções de trabalho no terceiro setor são atraentes, pois o mercado começa a demandar profissionais que pensem em longo prazo, que desenvolvam soluções viáveis e que auxiliem no cumprimento das normas ambientais a que as empresas estão submetidas.Lina amplia o debate: “De maneira geral, todos gostamos de dinheiro no bolso, segurança e estabilidade, e isso não é errado. Mas, quando essas questões vêm acompanhadas de uma rotina sem propósito, até em detrimento da qualidade de vida, começamos a nos questionar”.

A boa notícia, ela lembra, é que não é preciso ser um empreendedor social para mudar o mundo: “Bill Drayton, idealizador e fundador da Ashoka, tinha a máxima: ‘Todo Mundo pode Mudar o Mundo’". Ashoka, conta Lina, é a organização que foi pioneira no conceito, caracterização e apoio ao empreendedorismo social como campo de trabalho, estando presente em mais de 60 países, entre eles o Brasil, desde 1986. “Além disso, por conhecer empreendedores de negócios sociais de todos os ramos, não consigo ver distinção entre profissões, mas, sim, pessoas que pensem em novas formas de fazer negócios”, afirma.



Destaque:

Carla Virmond Mello comenta algumas das novas profissões e formações que crescem das demandas da sustentabilidade:

“Entre as novas opções de formação estão desde cursos técnicos, como Técnico em Biocombustíveis e Técnico em Petróleo e Gás, até bacharelados em gestão ambiental, MBAs, mestrados e várias opções de pós-graduação em sustentabilidade, como cursos de especialização em petróleo que, costuma-se dizer, garantiriam um salário até 25% maior em relação aos demais profissionais. Entre as profissões, destaco as ligadas à saúde e biomedicina (a USP, em breve, deve lançar um bacharelado em Ciências Biomédicas), ao design thinking, geologia, geofísica e engenharias petrolífera, naval e submarina. Segundo o Programa das Nações Unidas pelo Meio Ambiente (PNUMA), o setor de energias renováveis, por exemplo, já emprega mais pessoas do que o de petróleo e gás em todo o mundo.

Surgem também novos cargos como engenheiro de petróleo, engenheiro de energia, gerente de meio ambiente, presidente de comunicação e sustentabilidade, consultor em sustentabilidade, coordenador de projetos sociais; e departamentos como o de responsabilidade social e até novas segmentações na estrutura das empresas, como a criação de institutos e fundações ligadas à marca principal.”

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Veja os conteúdos dessa edição:

Matérias:
Capa: Saiba como andam as práticas de sustentabilidade dos bancos brasileiros
Entrevista com Manfred Alfonso Dasenbrock - Sicredi PR
Desenvolvimento Local: Iniciativa sustentável inova modelo de entregas
Educação e Sustentabilidade: Abrindo o silêncio para o mundo
Responsabilidade Social: Sustentabilidade - da teoria à prática
Gestão de Resíduos: Iniciativas privadas buscam educar a sociedade a reduzir, reutilizar e a reciclar lixo

Artigos:
Rosimary Oliveira - Como criar uma geração insustentável
Ivan Dutra - Da Tunísia a Wall Street
Jeronimo Mendes - O encanto permance, mais o gosto muda
Yuri Beltramin - Como estamos construíndo nosso mundo sustentável?

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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Edição 25 - Entrevista com Manfred Alfonso Dasenbrock - Sicredi PR

Cooperativismo de crédito: Promovendo o equilíbrio social e econômico

“Para todo problema econômico há uma solução cooperativa”. Não tinha outra forma de destacar a abertura desta entrevista se não utilizando essa celebre frase de um dos maiores pensadores do cooperativismo, o professor francês Charles Gide. Na atual conjuntura do setor financeiro brasileiro, com a concentração do crédito nos grandes bancos privados, esse modelo de organização é muito atual e ganhará novos adeptos nos próximos anos.

O cooperativismo de crédito existe há mais de um século no Brasil, mas nos últimos cinco anos o segmento vem se consolidando e experimentando um crescimento expressivo, praticamente dobrando de tamanho. Segundo dados do Banco Central, no fim do ano passado as cooperativas representaram 2% da participação no mercado financeiro no país. O objetivo das cooperativas de crédito é conquistar uma fatia de 10% do mercado bancário em dez anos, realidade que existe em países como Holanda, Alemanha, Estados Unidos, entre outros. As cooperativas de crédito fazem parte do sistema financeiro nacional, como qualquer banco, e estão submetidas à regulação e supervisão do Banco Central, mas nessas instituições financeiras existem diferenças significativas na atuação, que as tornam um dos melhores modelos para o desenvolvimento sustentável das comunidades.

Para explicar mais sobre esse modelo de negócio que atua baseado em princípios fundamentados em prol do desenvolvimento e com projetos sociais voltados à educação, consistindo assim, na sua essência, um caráter sustentável, conversamos com o presidente da holding Sicredi Participações S.A., presidente da Central Sicredi PR/SP e o único brasileiro na diretoria do Conselho Mundial do Cooperativismo – Woccu, Manfred Alfonso Dasenbrock


1)Traçando um paralelo entre cooperativas de créditos e bancos, qual seria a maior diferença na atuação e nos objetivos?

A maior diferença é que, quanto mais serviços os associados de uma cooperativa de crédito utilizam mais a cooperativa cresce e mais os próprios associados se beneficiam, pois a regra é que o dinheiro aplicado na cooperativa só pode ser reinvestido na própria região. Além disso, o resultado positivo do ano é distribuído entre os associados, proporcionais às operações realizadas por cada um.
Ao traçarmos um paralelo comparativo entre as cooperativas de crédito e os bancos, é fundamental lembrar que as cooperativas são sociedades de pessoas, elas são a alma do empreendimento. Os associados são donos e usuários ao mesmo tempo, e fazem parte de uma comunidade ou de um segmento específico.


2) Dessa forma, as cooperativas de crédito redirecionam os recursos para o desenvolvimento das comunidades onde atuam. Como são determinadas essas estratégias de investimentos locais?

Cada unidade da cooperativa tem o seu planejamento anual, que é baseado em estratégias e demandas locais e pontuais. A cooperativa existe para satisfazer à necessidade dos sócios. Manejar a distribuição destes cabe à administração da cooperativa, que ainda deve aliar as necessidades de captação e capital necessárias.


3) O compromisso com as dimensões econômica e social faz parte da modelo cooperativista, isso, por si só, é um exemplo de maturidade em relação aos princípios de sustentabilidade?

Sim. A cooperativa, em especial a de crédito, é um movimento de comunidade. E quando eu afirmo que o recurso captado na comunidade fica na comunidade para gerar melhorias financeiras, desenvolvimento e geração de riquezas, estou promovendo esse princípio. A lógica da cooperativa é outra, ela é um empreendimento coletivo que visa ao crescimento econômico de todos os associados.


4) Considerando que o cooperativismo surgiu como uma forma de organização social para a solução de problemas econômicos, como uma cooperativa pode contribuir também para minimizar os impactos ambientais? É necessário repensar o modelo?

Investindo em educação ambiental, na formação dos cidadãos do futuro, nas crianças e nos adolescentes. O Sicredi tem um programa A União Faz a Força, que estimula a elaboração de centenas de projetos de cunho socioambiental, desenvolvidos nas escolas pelas próprias crianças, em prol das comunidades e envolvendo toda a sociedade. O Programa A União Faz a Vida é desenvolvido nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, e engloba 144 municípios, abrangendo 1.221 escolas, 179.175 alunos e 14.579 educadores.


5) Os Programas de educação cooperativa como o “A União faz a Vida” reforçam conceitos de sustentabilidade e comprometimento da cooperativa com a comunidade?

Perfeito. O Programa A União Faz a Vida está embasado no princípio cooperativista de educação, formação e informação, mas atinge sua plenitude quando integrado a outro princípio, o de interesse pela comunidade. Porém, a gestão integrada desse Programa por parte dos agentes é fundamental para a eficiência desse processo nas comunidades, sendo eles a prefeitura por meio da secretaria de educação e coordenação local; as assessorias pedagógicas; os apoiadores e a própria sociedade, tanto nas cidades onde eles estão inseridos e naqueles que estão se preparando para implantar o Programa no futuro.


6) Como desenvolver uma gestão sustentável dentro de uma organização financeira, considerando as dimensões social, econômica e ambiental?

Direcionando as ações e esforços na formação de crianças e adolescentes com espírito de cidadania. Promovendo a cooperação e a ajuda mútua, mas com forte apelo comunitário. As comunidades são o motor de toda a sociedade, e nosso objetivo é deixar um legado para as gerações futuras. A própria atuação das cooperativas baseada nos valores de ajuda mútua, responsabilidade, democracia, igualdade equidade e solidariedade reforça o objetivo de promover o desenvolvimento da comunidade abrangendo as três dimensões da sustentabilidade.


7) O segmento crédito é o que mais cresce dentro do sistema cooperativista brasileiro. Quais são os índices de crescimento e quais são os fatores que mais contribuem para essa evolução?

Os índices de crescimento são muito positivos e o crescimento é percentualmente acima da média do mercado competidor, exceto o resultado, pois as cooperativas visam agregar renda às pessoas na comunidade. Um dos motivos para esse crescimento é a gestão eficaz com transparência, bem como o atendimento mais humano na prestação de serviços financeiros. Acreditamos fortemente que o relacionamento faz toda a diferença.


8) As cooperativas de crédito estão modernizando seus modelos de gestão dentro dos conceitos de governança corporativa, inclusive o Banco Central já utiliza o conceito de governança cooperativa? Como funciona esse conceito na prática?

A organização do quadro social é que inicia esse processo. No Sicredi, por meio dos Programas Crescer e Pertencer, que visam ampliar a participação dos associados na tomada de decisões dos negócios da sua cooperativa, é que se alcança essa dimensão, pois eles geram sustentação e transparência à gestão.

Além disso, o investimento e capacitação de dirigentes, executivos e colaboradores também reforçam essa sustentação, aliado às boas práticas de governança que, por exemplo, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) divulga.


9) Que mensagem final gostaria de deixar para os leitores da revista Geração Sustentável?

O nome da revista é fantástico e tem tudo a ver com o investimento em educação ambiental, ou seja, na formação de uma consciência, de uma vontade voltada para o presente e o futuro, onde vivemos e onde viveremos.

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Veja os conteúdos dessa edição:

Matérias:
Capa: Saiba como andam as práticas de sustentabilidade dos bancos brasileiros
Visão Sustentável: Novas profissões ajudam a melhorar vidas, carreiras e sociedade
Desenvolvimento Local: Iniciativa sustentável inova modelo de entregas
Educação e Sustentabilidade: Abrindo o silêncio para o mundo
Responsabilidade Social: Sustentabilidade - da teoria à prática
Gestão de Resíduos: Iniciativas privadas buscam educar a sociedade a reduzir, reutilizar e a reciclar lixo

Artigos:
Rosimary Oliveira - Como criar uma geração insustentável
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Treinamento em Perícias Judiciais Ambientais Cíveis com desconto para leitores da Geração Sustentável

O último treinamento de 2011 sobre Perícias Judiciais Ambientais Cíveis para a iniciação de novos peritos ambientais, será realizado nos dias 05 e 06 de dezembro, no Espaço Preserva Batel, em Curitiba.

Reconhecido como um dos mais tradicionais treinamentos nesta área, o evento promovido pela Preserva Ambiental Consultoria e pelo Núcleo de Estudos Científicos em Sustentabilidade (NECS) objetiva introduzir conceitos fundamentais sobre as perícias judiciais ambientais cíveis, permitindo aos participantes que se familiarizem com os diversos elementos que compõem esta atividade profissional.

Com o contínuo surgimento de leis ambientais cada vez mais restritivas, o meio ambiente passou a ser o foco de disputas judiciais e extra-judiciais frente às novas demandas socioambientais das empresas, do Estado e da sociedade civil organizada. Essas lides decorrem de um olhar mais crítico, informado e consciente da sociedade em geral, que hoje atenta para que as operações poluidoras sejam geridas adequadamente, respeitando a nova dimensão das responsabilidades sobre os passivos e consequentes impactos ambientais.

Com grande foco voltado à indústria em geral, o treinamento abordará, dentre outros temas, os seguintes assuntos:

- Crimes contra o meio ambiente e as consequências ambientais e sociais
- Quem é o profissional da perícia técnica ambiental
- O perito e o juiz de direito
- O perito como assistente técnico das organizações
- A configuração do crime ambiental
- Passivos ambientais
- Levantamentos técnicos de provas
- Como ingressar na profissão


Para maiores informações sobre este treinamento, sobre o Espaço Preserva Batel ou sobre inscrição, o interessado deverá visitar o endereço http://preservaambiental.com/training. Inscrições e pagamentos até o dia 30 de novembro dispõem de descontos, conforme especificado no site.

O leitor da revista deve preencher o campo “Código Indicação” com o código GS2011 para garantir o desconto de 10%.


Datas: 05 e 06 de dezembro de 2011
Local: Espaço Preserva Batel – Curitiba, Paraná
Maiores informações: http://preservaambiental.com/training

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O que você acha de ganhar R$ 40 mil por uma ideia?



Que soluções para Copa do Mundo podem ser respostas sustentáveis para o planeta?

O Prêmio Siemens Student Award Brasil 2011 quer transformar a nossa realidade através de inovações para o desenvolvimento sustentável das cidades.

O concurso é aberto a todos os estudantes de 18 à 30 anos, que estão na graduação, especialização, mestrado e doutorado. As ideias podem ser enviadas individualmente ou em grupos de até 3 pessoas e podem ser inscritas em uma ou mais categorias: Água - Energia - Saúde - Gestão de Resíduos - Infraestrutura e Mobilidade - Ambientes Seguros e Inteligentes.

Serão selecionadas as 10 melhores ideias: 7 serão elegidas por especialistas da Siemens e 3 serão escolhidas pela própria comunidade na internet. Os dez finalistas vão apresentar sua solução na cerimônia de premiação, com entrega de mais de R$70 mil em prêmios e IPADs.

Você pode enviar mais do que uma ideia ou apenas aprimorá-la durante o concurso. Aproveite também para conhecer, comentar ou dar sugestões nas ideias dos demais participantes.

Encare o desafio da Siemens e faça a diferença por um mundo melhor !

Participe agora!
Acesse www.studentaward-brazil.com e faça seu cadastro.


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

IV Agronegócio Brasil - 23 a 25 de novembro/11




Eventos que compõem a IV Agronegócio Brasil - Ciência, Tecnologia, Inovação e Ética

Data: 23 a 25 de novembro/11

Centro de Estações Experimentais da UFPR - Fazenda Canguiri - Curitiba- Pr

A IV Agronegócio Brasil - Fóruns, Discussões, Dia de Campo e Feira de Negócios, traz além de uma feira de negócios a capacitação para os profissionais da área. Seram 5 eventos simultâneos: II Simpósio Internacional de Produção Integrada de Sistemas Agropecuários - PISA que hora se inicia; o IV Simpósio Nacional sobre Agronegócio e Segurança Alimentar; o Dia de Campo de Olericultura Orgânica; a Feira de Negócios; e o Encontro Estadual de Engenheiros Agrônomos; que ocorrerão durante 3 dias de evento, e irão discutir a agricultura e a produção de água em bacias hidrográficas utilizadas como manancial.

A abertura oficial no dia 23 de novembro contará com a presença de autoridades e profissionais do setor, entre os convidados estão o Governador do estado do Paraná Beto Richa, o Prefeito Municipal de Curitiba Luciano Ducci, o reitor da UFPR Prof. Dr. Zaki Ackel Sobrinho, o Secretário Nacional de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo - SDC do Ministério da Agricultura - Engenheiro Agrônomo Erikson Camargo Chandoha o Superintendente Federal de Agricultura no Estado do Paraná - Engenheiro Agrônomo e Zootecnista Daniel Gonçalves Filho, o Secretário de Estado da Agricultura do Paraná – Economista e Técnico Agrícola Norberto Anacleto Ortigara, o Ex Presidente do Crea/PR Engenheiro Alvaro José Cabrini entre outros.



Histórico do evento

Com a instituição da APA do Irai, por meio de Decreto Estadual as diversas atividades humanas desenvolvidas na bacia hidrográfica de mesmo nome necessitaram adequar-se ao Zoneamento Ecológico-Econômico então proposto. Desde então, o Parque Castelo Branco (atualmente denominado Newton Freire Maia), a Estação Experimental do IAPAR/Canguiri (hoje CPRA) e o Centro de Estações Experimentais do Canguiri da Universidade Federal do Paraná (Fazenda Canguiri) sofreram profundas transformações, nestes últimos 10 anos, em efetivas contribuições para se promover o objetivo maior do Decreto que é o de se "assegurar a proteção, melhoria e recuperação da qualidade ambiental da bacia do rio Irai".

Percebendo esta necessidade, um grupo de professores do Setor de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Paraná, e de associados da Associação de Engenheiros Agrônomos do Paraná - Curitiba, passou a se mobilizar, no sentido de apoiar o resgate do real papel da "Fazenda Canguri/UFPR" de gerar Ciência, Tecnologia e Inovação para com Ética se permitir o uso e manejo dos mananciais que abastecem a população de Curitiba, capital do Estado do Paraná, responsável pela maior produção agrícola do País.




O Papel das Profissões ligadas às Ciências Agrárias

Complementarmente a isso, é importante se ressaltar, que o cultivo do solo requer uma série de ações inerentes à atividade agrícola, tais como: o planejamento de uso, a construção de estradas rurais, obras de conservação, práticas de defesa sanitária vegetal e animal, dentre outras.

Tais sistemas poderão ser classificados como orgânicos, integrados à produção agrícola, florestal ou animal, e adotar ou não práticas tais como o uso de plantas geneticamente modificadas, de defensivos agrícolas e assim por diante. A necessidade ou não de se utilizar de certas técnicas em detrimento de outras é papel exclusivo dos profissionais das Ciências Agrárias, em especial dos Engenheiros Agrônomos.

Portanto também se quer resgatar na realização da IV Agronegocio Brasil a discussão aprofundada sobre o papel destes profissionais, e formas de se bem praticar agricultura sustentável, principalmente em áreas de APAs, como a do Irai. Sob este espírito se está, por exemplo, se apoiando o Dia de Campo de Olericultura Orgânica executado pelos alunos de Agronomia da UFPR em parceria com a EMATER PR, oportunidade em que se estará demonstrando experimentalmente as melhores práticas e seus benefícios e também as limitações deste sistema de produção.

Esperamos que esta iniciativa possamos contribuir para o estabelecimento de políticas públicas que permitam fazer da agricultura paranaense uma agricultura de fato sustentável e competitiva neste século XXI.



Eventos que compõem a IV Agronegócio Brasil - Ciência, Tecnologia, Inovação e Ética

1 - Encontro Paranaense de Engenheiros Agrônomos 2011

Tema: Projetos Financiáveis pelo ABC: O passo a passo da Agricultura de Baixo Carbono para o Desenvolvimento Sustentável e Segurança Alimentar
23 de Novembro de 2011 (4ª feira)
2 - IV Simpósio Nacional sobre Agronegócio e Segurança Alimenta

3 - IV Seminário sobre Produção Integrada de Sistemas Agropecuários

24 e 25 de Novembro de 2011 (5ª e 6ª feira
4 - Dia de Campo de Olericultura Orgânica UFPR – 2011

25 de Novembro de 2011 (6ª feira)
5 - IV Feira de Fornecedores para o Agronegócio

23 a 25 de Novembro de 2011 (4ª a 6ª feira)


Serviço

O IV AnB – Agronegócio Brasil - Ciência, Tecnologia, Inovação e Ética é uma iniciativa da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná - Curitiba, AEAPR-Curitiba com apoio de realização do Setor de Ciências Agrárias da UFPR, Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná – FEAP, Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento do Paraná – SEAB, Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA, Conselho Federal de Engenharia Arquitetura e Agronomia – CONFEA e Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Paraná – CREA-PR, com a realização e organização da MonteBello Eventos, patrocínio inicial do Banco do Brasil, Laboratório Prado e Montana Agriculture. O evento terá estacionamento e entrada gratuita para a feira. Para os eventos técnicos será necessária inscrição prévia. Empresas Interessadas em receber mais informações e esclarecimentos ou participar como apoiador/expositor devem entrar em contato com a organização através do telefone (41) 3203-1189 e-mail aeaprcuritiba@montebelloeventos.com.br ou www.montebelloeventos.com.br/agronegocio.

Associe a marca da sua empresa no principal evento do agronegócio na capital do estado mais agrícola do Brasil de 23 a 25 de Novembro no CEEX Canguiri da UFPR.

Mais Informações: http://www.montebelloeventos.com.br/ ou http://www.aeaprcuritiba.com.br/

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Nova edição já está circulante! O setor financeiro no Brasil é sustentável?

Já está circulando a nova edição da revista Geração Sustentável! Leia abaixo o editorial e veja os demais conteúdos da edição.

Editorial:

Por que escutamos falar tanto em sustentabilidade no setor financeiro?

O setor financeiro é um dos que mais investem na publicidade em sustentabilidade no Brasil. Mas, o que os bancos realmente impactam no meio ambiente e na sociedade para toda essa divulgação? Em um primeiro momento, podemos dizer que usando papel e gastando energia em suas agências...

Esse posicionamento como instituição sustentável é entendida de forma muito mais ampla e também estratégica, ficando dois fatores muito evidentes. O primeiro diz respeito a um novo formato de gerar visibilidade de seus ativos intangíveis, ampliar a credibilidade da sua marca e atrair os clientes que se identificam com as causas socioambientais. O segundo fator está relacionado a um posicionamento de ecoeficiência, reduzindo custos operacionais em suas agências e, de certa forma, induzindo a comunidade para esses as novas práticas e novos hábitos de consumo e novas práticas. .

Por outro lado, esse é o setor que financia os outros negócios (indústrias, comércios e serviços) em que muitos são poluentes e grandes geradores de resíduos. Além disso, os bancos possuem uma influência no consumo e, em se tratando de Brasil, uma forte influência também na economia. São os bancos deque disponibilizam, em conjunto com as políticas governamentais, o volume de crédito para financiamentos e investimentos. Nesse sentido, como esse setor tem lidado com o financiamento e com os impactos socioambientais, principalmente aqueles causados pelas indústrias? E oO Bacen (Banco Central) determina essas regras? Fica como resposta o Protocolo Verde, que foi uma carta de intenções em que os bancos aderiram há 16 anos, na qual se comprometiam a incorporar a dimensão ambiental na avaliação de projetos, além de priorizar ações de apoio ao desenvolvimento sustentável, porém muito pouco se evoluiu nesse sentido.

Ainda com relação ao crédito, como funcionam os financiamentos para projetos inovadores? Valem aquelas mesmas práticas tradicionais de mercado? É um projeto novo, incerto e com alto risco. Então, ! Eem se tratando de alto risco... Vale a regra geral do menor crédito e do maior juro?

Sem dúvidas, o setor financeiro é um dos que mais divulgam e nos levam a refletir sobre nossos hábitos e costumes, porém é o setor que concentra o crédito e ainda cobra muito caro por isso. Será que a sociedade brasileira um dia cobrará essa conta?

Boa Leitura
Pedro Salanek Filho - Diretor Executivo

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Veja os conteúdos dessa edição:

Matérias:
Entrevista: Manfred A. Dasenbrock (Sicredi Paraná)
Capa: Saiba como andam as práticas de sustentabilidade dos bancos brasileiros
Visão Sustentável: Novas profissões ajudam a melhorar vidas, carreiras e sociedade
Desenvolvimento Local: Iniciativa sustentável inova modelo de entregas
Educação e Sustentabilidade: Abrindo o silêncio para o mundo
Responsabilidade Social: Sustentabilidade - da teoria à prática
Gestão de Resíduos: Iniciativas privadas buscam educar a sociedade a reduzir, reutilizar e a reciclar lixo

Artigos:
Rosimary Oliveira - Como criar uma geração insustentável
Ivan Dutra - Da Tunísia a Wall Street
Jeronimo Mendes - O encanto permance, mais o gosto muda
Yuri Beltramin - Como estamos construíndo nosso mundo sustentável?

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domingo, 6 de novembro de 2011

Evento sobre Sustentabilidade Empresarial dia 30 de novembro



A Rede Paranaense de Metrologia e Ensaios, com o apoio do TECPAR, CREA e FIEP e Faculdade de Educação Superior do Paraná (Fesp), realizará o Seminário Executivo de Sustentabilidade Empresarial. O evento será realizado no dia 30 de novembro, no Grande Auditório da Fesp, em Curitiba (PR).

O objetivo é proporcionar o debate da sustentabilidade como ferramenta empresarial e suas perspectivas, abordando exemplos reais de ‘boas práticas’ empresariais, a visão dos atores do mercado, as fontes de fomento e a legislação vigente. Desta maneira, será criado um ambiente propício para a troca de experiências, facilitando o relacionamento profissional.

O Seminário Executivo de Sustentabilidade Empresarial será destinado aos profissionais envolvidos com a rotina empresarial e sua relação com a sustentabilidade, como técnicos, gestores, executivos e formadores de opinião. Mais informações poderão ser obtidas pelo telefone 3271-7567 e site www.sustentabilidadempresarial.org.br.

Artigo: Economia global - o temor de uma queda

Enquanto o mundo acompanha apreensivo a crise na Europa e nos Estados Unidos, a China é a protagonista do novo capítulo da economia global.
Estamos enfrentando renovados riscos de instabilidade e de redução do ritmo da economia, antes de se chegar a uma completa recuperação da chamada Grande Recessão. As possibilidades de evitar tais consequências estão ficando escassas, por causa das fragilidades e desequilíbrios acumulados durante vários anos como resultado de políticas equivocadas dos Estados Unidos e da Europa que não podem ser canceladas facilmente.

O forte crescimento nas economias em desenvolvimento e emergentes desde meados de 2009 não é sustentável. Em primeiro lugar, é o resultado de uma enérgica política de resposta à crise, cujos efeitos estão decaindo em várias economias em desenvolvimento, particularmente na China, principal locomotora para os países exportadores de matérias-primas, enquanto as perspectivas de crescimento nas principais economias avançadas estão piorando. Além disso, a resposta à crise nas economias avançadas, mediante uma liquidez excessiva e acentuados cortes nas taxas de juros, está criando bolhas nos mercados de commodities e no mundo em desenvolvimento. Essa moeda barata em busca de rendimentos impulsiona o crescimento em várias economias emergentes, mas não é perdurável.

A China introduziu um programa de estímulos maciços que chega a 15% do PIB, que triplica nos Estados Unidos. Contudo, tais estímulos estão concentrados nos investimentos, que superam os 50%, enquanto o apoio à renda das famílias continua sendo moderado, apesar de o país enfrentar um problema de subconsumo. De fato, o consumo privado gira em torno dos 36% do PIB, a metade do nível dos Estados Unidos.

A China precisa reduzir sua dependência das exportações e ampliar o mercado doméstico para crescer. Seu superávit na balança de pagamentos caiu de um pico de 11% do PIB, em 2006, para 5%, no ano passado. As necessidades de ajuste da China devem se basear em uma rápida expansão dos salários, sem afetar os preços e o emprego. Desse modo, sua moeda poderia ser valorizada e a demanda doméstica deveria crescer para enfrentar a redução das exportações. Nessa direção, o país adotou recentemente medidas para aumentar os salários mínimos, gerar emprego, reforçar o setor de serviços, melhorar as redes de assistência social etc.

O que acontecerá caso a China diminua o ritmo de sua economia? Se a redução passar de índices de dígito duplo para 7%, poderá ter um sério impacto adverso para os exportadores de matéria-prima. Entretanto, no longo prazo, uma virada para o crescimento baseado no consumo interno poderia aumentar sua demanda de grãos e carne, agravando a carestia no mercado mundial de alimentos.

Como terminará tudo isto? Vejo quatro possíveis cenários.

1. Essas bolhas poderiam acabar em uma abrupta contração monetária nos Estados Unidos. Inclusive, pode ocorrer antes de uma recuperação da recessão como resultado de uma crescente inflação e/ou pressões sobre o mercado de bônus. As atuais taxas de juros próximas de zero não se manterão no longo prazo e a questão é se voltarão à normalidade gradualmente ou abruptamente.

2. Uma significativa desaceleração da economia chinesa, possivelmente agravada pelo estouro da bolha do crédito e da propriedade, pode por fim ao auge nos mercados de matéria-prima, além de desencadear um êxodo maciço dos capitais especulativos dos mercados de commodities.

3. Uma crise na balança de pagamentos de uma importante economia em desenvolvimento poderia acabar com o boom dos fluxos de capital por um efeito de contágio nos mercados emergentes. Por exemplo, a Turquia tem agora um déficit de conta corrente perto de 10% do PIB e em outras economias emergentes os déficits são elevados. Uma repentina mudança de humores nos mercados, como ocorreu no Leste da Ásia durante 1997, poderia desencadear uma crise monetária e de pagamentos naqueles países.

4. O calcanhar de aquiles das finanças globais está agora na Europa, onde a insolvência é uma possibilidade concreta em sua altamente endividada periferia. Enquanto as autoridades europeias continuarem pretendendo que se trate principalmente de uma crise de liquidez, a região continuará exposta a uma extrema instabilidade e turbulentas crises, que afetarão os fluxos de capital e a estabilidade financeira nas economias emergentes.

Em qualquer desses cenários, é provável que uma redução dos fluxos de capital venha associada a uma inversão nos preços das matérias-primas. Isso implica que os países mais vulneráveis serão aqueles que estão gozando dos duplos benefícios da expansão da liquidez global: a afluência de capitais e o auge das matérias-primas.

A economia mundial está em uma situação frágil, com crescentes déficits orçamentários e dívidas soberanas nas economias avançadas, bolhas de bens e crédito, oscilações das taxas de câmbio e cada vez maiores déficits de conta corrente em várias importantes economias emergentes. Cada vez mais se reconhece ser improvável uma transição suave e sem complicações da economia mundial para um crescimento estável, sustentado e sobre bases amplas. Daí as repetidas vozes sobre uma próxima crise.

Ylmaz Akyuz é o economista-chefe do South Centre, uma organização intergovernamental de países em desenvolvimento, com sede em Genebra.

Fonte: Envolverde/IPS

Artigo: A ameaça do terceiro setor

Não é de hoje que constatações de falcatruas entre governos e ONGs são colocadas à sociedade. E este problema há muito já deveria estar sendo enfrentado de maneira mais rigorosa pelo poder público. Vertente do mais tradicional patrimonialismo brasileiro, a discussão reproduz uma conhecida forma de relação entre políticos, governos, empresas e organizações não governamentais, para um grotesco jogo de favores, demarcando uma lamentável característica deste país, desde a chegada dos portugueses. Mudam as formas de agir, mas permanecem os vícios de favorecimento aos agregados, atrelados a interesses inconfessáveis.

A crítica generalizada que estamos presenciando, se não é mal intencionada é, no mínimo, irresponsável. Mesmo em países como o Brasil, em que o papel da sociedade civil organizada, embora tão antiga quanto o próprio Estado (as Santas Casas são organizações do terceiro setor criadas no século XVI) ainda não é suficientemente entendido, apesar do flagrante o crescimento desta legítima opção de atuação, tanto no número de instituições (338.162, segundo IBGE-2008) quanto na diversidade de campos de atuação que são abertos e nos resultados que apresentam.

Via de regra, cidadãos comumente chamados de empreendedores sociais, lideram e participam da execução de ações permeadas de forte sentimento de interesse público, perseverança e inovação. Embora uma pesquisa realizada pelo IBGE/Ibope em 2010 demonstre que as ONGs atingem 64% de confiabilidade junto à população brasileira, elas ainda são pouco valorizadas pela sociedade.

Este grande esforço, que parte do conhecimento de assumir riscos de fazer diferente, de buscar resolver problemas a partir de um olhar deslocado, é que garante um mérito sem precedentes a estes muitos brasileiros que não se conformam com a condição medíocre com a qual são tratados nossos grandes dilemas sociais, muitos deles sem solução à vista e entremeados entre um poder público incapaz e uma iniciativa privada desinteressada.

Há estudos que demonstram que, em alguns países, há um crescimento proporcional maior de funcionários de ONGs do que em relação a governos e empresas. Também já é significativo o percentual do PIB nacional gerado pelas atividades do setor nesses países. Este é um sinal inquestionável do sucesso desta forma de realizar avanços. Para alguns, um fenômeno de tamanha influência é capaz de fazer algumas empresas de percepção mais aguçada a perseguir paulatinamente características de atuação destas organizações para não perderem seu espaço para a concorrência.

As ONGs, como todas as demais formas de organização da sociedade, não são uma estrutura incólume. E as inconsistências observadas nos contratos públicos são uma demonstração da fragilidade nos controles atualmente disponíveis. O combate a estas ilicitudes é uma condicionante mais do que evidente, mas nada mais prejudicial do que o uso de ações espúrias para atingir, levianamente, todo o universo da sociedade civil organizada.

Interessante notar que é absolutamente incomum ouvirmos na imprensa que uma empresa privada foi enganada e teve recursos usados de maneira indevida, a partir de uma parceria com uma ONG. Mais raro ainda, se alguma situação ilegal for identificada, que continue trabalhando com ela. No caso do poder público, há uma inadmissível recorrência de casos, o que denota uma condição de flexibilidade que não pode ser justificada em nenhuma hipótese.

Mesmo que situações assim não representem sequer uma ínfima parte no universo destas organizações, se governos acreditam que atuar em conjunto com o terceiro setor é uma maneira de fortalecer suas ações, devem ter a obrigação de controlar adequadamente qualquer tipo de atividade, como de sorte deve ocorrer em contratos com o setor privado.

O que não pode se admitir é a existência de uma tentativa, orquestrada ou não, de desmoralização de um enorme contingente de verdadeiros brasileiros que, como ninguém, lutam pela causa do bem comum e dedicam suas vidas para este fim. O terceiro setor, independente, crítico e inovador, representa um alicerce fundamental para uma evolução positiva de nossa sociedade.

Como disse Flávio Arns, ex-senador e atual vice-governador do Paraná e secretário de estado da educação "O povo brasileiro, antes de tudo, deveria agradecer às ONGs pelo papel relevante que tem assumido neste país".



Clóvis Borges é diretor-executivo da ONG curitibana Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS)