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quinta-feira, 31 de março de 2011

Você conhece o GreenNation?

O GreenNation é um ambiente colaborativo online que interage com os usuários para convergir cultura, informação e proteção ambiental a partir de questões que envolvem o futuro do planeta.


A primeira atração é GreenNationFest: festival ambiental de cinema e novas mídias. O objetivo do GreenNationFest é sensibilizar pessoas para agir por um mundo mais sustentável. Basicamente é composto por três atrações: - Competição e mostra de cinema e novas mídias; - Feira Interativa/sensorial de 10.000 m2 na zona portuária carioca - Seminário internacional.





Convite advisers Sesc da esquina - Curitiba/PR

Últimas vagas em aberto para a participação no projeto miniempresa em Curitiba neste ano de 2011


Caso conheça alguém que tenha interesse, perfil e disponibilidade para ser voluntário deste nosso programa, segue o convite para que possa direcionar para este(a) possível adviser que poderá contribuir de alguma forma para o futuro de nossos jovens.


Seria um desafio interessante, pois nesta época (ensino médio, foco deste nosso programa) os jovens estão mais abertos ao novo, e no caso da sustentabilidade, o exemplo dos voluntários pode enfatizar o que é urgente e necessário neste campo.


sábado, 26 de março de 2011

26 de março: A hora do planeta

O que é?
A Hora do Planeta é um ato simbólico, promovido no mundo todo pela Rede WWF, no qual governos, empresas e a população demonstram a sua preocupação com o aquecimento global, apagando as suas luzes durante sessenta minutos.

Quando?
Sábado, dia 26 de março, das 20h30 às 21h30. Apague as luzes para ver um mundo melhor. Hora do Planeta 2011.

Onde?
No mundo todo e na sua cidade, empresa, casa... Em 2010, mais de um bilhão de pessoas em 4616 cidades, em 128 países, apagaram as luzes durante a Hora do Planeta. Em 2011, a mobilização será ainda maior.

Veja aqui o vídeo oficial

quarta-feira, 23 de março de 2011

Avião que usa apenas energia solar

A Schindler se une ao projeto Solar Impulse como principal parceiro


A Schindler, fornecedora global de elevadores e escadas rolantes, decidiu apoiar o Solar Impulse, avião que não usa combustível e objetiva dar a volta ao mundo usando apenas energia solar. A Schindler dará suporte à tecnologia de ponta em várias disciplinas. Esta parceria é um compromisso importante para o contínuo investimento da Schindler em novas tecnologias que visam à mobilidade limpa e sustentável e um marco-chave para o projeto Solar Impulse. Após o sucesso do primeiro vôo solar noturno, em julho de 2010, a chegada da Schindler assegura a continuidade da aventura.

Com produtos limpos e eficientes transportando 1 bilhão de pessoas, todos os dias, a Schindler é um fornecedor mundial de elevadores, escadas e esteiras rolantes. O controlador de destino Schindler, elevadores sem casa de máquinas, e tração sem cabos de aço são padrões em inovação na indústria. O projeto em desenvolvimento mais recente da Companhia, um elevador movido exclusivamente à energia solar, destaca, mais uma vez, o espírito revolucionário e progressista da Schindler.

Para a Schindler, o Solar Impulse é um projeto “limpo” mais inspirador, pois envia uma mensagem extremamente poderosa a todos: na verdade, só o espírito pioneiro desafiará o comportamento e pressupostos comuns da sociedade. Mantendo-se sempre junto às mais avançadas soluções tecnológicas disponíveis, o Solar Impulse abre caminho para a civilização acabar, gradualmente, com sua dependência da energia fóssil.

“O Solar Impulse” é um excelente exemplo de sustentabilidade inovadora e empreendedorismo de base”, disse Alfred N. Schindler, presidente e CEO do Grupo Schindler, ao anunciar a parceria na coletiva de imprensa. “Não é simplesmente um projeto sobre economizar e conservar energia; trata-se de trabalhar com mais inteligência ao invés de trabalhar mais. Enquanto ficar no ar - dia após dia - o Solar Impulse nos leva além da idéia convencional de apertar o cinto: é prova convincente de que se pode caminhar na direção de uma fonte virtualmente ilimitada de energia . O Solar Impulse é uma plataforma única, onde a criatividade se alia à audácia, a especialização tecnológica se alia à perseverança, a visão à disciplina e, finalmente, onde a ação converte um sonho em realidade.”

O ano de 2010 foi marcante para o Solar Impulse. O protótipo do HB-SIA conseguiu o feito histórico de ser o primeiro e único avião a voar dia e noite (26 horas) sem combustível, demonstrando ao mundo o potencial das tecnologias existentes em termos de economia de energia e produção de energia renovável. Com a Schindler chegando a bordo no início da construção do segundo protótipo do HB-SIB, o projeto toma um excelente caminho para vencer o desafio de, em 2014, voar ao redor do mundo sem combustível.

André Borschberg, co-fundador e CEO do Solar Impulse, vê a participação da Schindler como uma excelente oportunidade para intercâmbio de conhecimento e desenvolvimento. “Com o sucesso do primeiro protótipo, adquirimos muita experiência. As nossas escolhas tecnológicas foram claramente validadas. No entanto, para dar a volta ao mundo, é preciso ir ainda mais longe em termos de tecnologia e confiabilidade e estamos ansiosos para nos beneficiar da experiência da Schindler”.

Bertrand Piccard, iniciador do projeto e Presidente do Solar Impulse, vê o envolvimento da Schindler como uma ilustração importante de como as empresas que pensam à frente estão abordando o desenvolvimento sustentável. “Não é simplesmente um novo parceiro do Solar Impulse; é a prova de que as empresas globais compreendem cada vez mais o enorme potencial da tecnologia limpa no desenvolvimento industrial e econômico e na criação de empregos.”



Sobre a Schindler

O Grupo Schindler, fundado em 1874, é um fornecedor mundial de elevadores e escadas rolantes, gestão de tráfego com tecnologias de acesso e serviços relacionados. A Schindler apóia ativamente o desenvolvimento urbano sustentável, com soluções de mobilidade seguras, confiáveis e ecologicamente corretas. Por detrás de seu sucesso estão cerca de 43 mil empregados em mais de 100 países.


Sobre o Solar Impulse

O Solar Impulse HB-SAI é o primeiro avião projetado para voar dia e noite sem combustível ou emissões poluentes, demonstrando o enorme potencial da energia renovável.

Sete anos de intenso e duro trabalho, cálculos, simulações e testes, realizados por uma equipe de 70 pessoas e 80 parceiros, foram necessários para concluir esta aeronave totalmente nova, de fibra de carbono, com a envergadura de um Airbus A340 (63,4 m) e o peso de um carro comum médio (1.600 kg). Nunca antes se construiu um avião tão grande e leve. Cerca de 12 mil células solares, integradas à asa, alimentam, com energia renovável, os quatro motores elétricos com potencia máxima de 10 HP cada e, durante o dia, também carregam as baterias de polímero de lítio (400 kg), que permitem que a aeronave possa voar à noite. O projeto do Solar Impulse tem o apoio de, entre outros: parceiros principais - Solvay, Omega, Deutsche Bank e Schindler; parceiro oficial – Bayer Material Science; EPFL, Consultor Científico Oficial; Altran – parceiro em engenharia; e Dassault-Aviation, Consultor Aeronáutico.


Fonte: inpresspni

quarta-feira, 16 de março de 2011

Você conhece o Jogo Negócio Sustentável?


O Jogo Negócio Sustentável é um jogo de tabuleiro que provoca uma nova forma de pensar, agir e gerar riqueza através de negócios sustentáveis. É um instrumento lúdico, desafiador de mudança de modelo mental para realizar negócios. Ao mesmo tempo contribui para um autoconhecimento e transformação da maneira com que você conduz sua vida pessoal e profissional.

Ele focaliza na geração de negócios de um jeito inédito onde todos ganham, não há mais adversários e sim “coompetidores” (competidores+cooperação). A experiência acontece ao redor de um tabuleiro que reflete com sincronismo aspectos importante de uma nova era, permitindo um novo olhar para a realização de negócios.

Data: 22/03/2011
Horário: 19h às 22h
Local: Aldeia Coworking
Rua José Loureiro, 347 - Galeria Suissa / 1o andar
Curitiba/PR

terça-feira, 15 de março de 2011

O evento de Sustentabilidade acontece nos dias 29, 30 e 31 de março em Jaraguá do Sul/SC


O evento acontece nos dias 29, 30 e 31 de março em Jaraguá do Sul/SC

A Conferência de Ação Brasileira para a Alfabetização em Inovação Tecnológica - CABRAL-IT, irá reunir pesquisadores, empresários, professores, acadêmicos, dirigentes políticos, representantes de entidades de classe e de movimentos sociais em um evento de abrangência nacional para a troca de conhecimentos e esclarecimentos dos conceitos fundamentais para o desenvolvimento de produtos, processos e soluções gerenciais inovadoras, sem perder o foco das necessidades sociais e do crescimento

segunda-feira, 14 de março de 2011

Revista Geração Sustentável – Edição 22

A próxima edição da Revista Geração Sustentável traz como matéria de capa “Relatórios de Sustentabilidade”

Esses relatórios são atualmente uma das principais ferramentas de comunicação das ações socioambientais das empresas. O conteúdo está cada vez mais apurado e alinhado com propostas de sustentabilidade do negócio, pois são elaborados com base em metodologias sistêmicas. Aquelas publicações volumosas com muitos textos jornalísticos e com imagens de crianças alegres e pessoas da comunidade participando de eventos está ficando para traz. Hoje os relatórios estão evoluíndo para conteúdos efetivos e com indicadores qualitativos.

Aguarde! Essa edição estará disponível em breve.

http://geracaosustentavel.com.br/

Geração de Energia Limpa

Você sabia que é possível o aproveitamento da força da gravidade para a geração de energia?
Este é o objetivo da caixa-hidromotriz que aproveita a força da gravidade do empuxo de Arquimedes do princípio da ação e reação.

Que saber mais sobre esse projeto? Acesse o site: http://www.energiadoempuxo.com.br/


quarta-feira, 9 de março de 2011

Lei de resíduos abre caminho para tecnologias

Novos processos para dar destinação ao lixo urbano começam a entrar em testes no País

Com a entrada em vigor da lei nacional de resíduos sólidos, sancionada no final de 2010, novas tecnologias para resolver o problema do lixo urbano começam a chegar ao Brasil. Até 2014, o País precisa eliminar os lixões e melhorar as condições de aterros que nem sempre tratam o chorume e os gases da decomposição do lixo - hoje, 43% dos resíduos coletados no Brasil não recebem destinação adequada.

Entre as tecnologias que começam a se tornar competitivas estão a transformação dos resíduos em combustíveis, conhecida pela sigla CDR (combustível derivado de resíduo).

A empresa de gestão de resíduos Estre Ambiental trouxe essa tecnologia para o País e instalou em Paulínia (SP) o Tiranossauro, um equipamento importado da Finlândia. Em um galpão de 6,2 mil m², a máquina tritura, separa e transforma o lixo em combustível. "Com essa máquina, é possível dar destino do lixo orgânico até resíduos mais volumosos, como móveis e colchões velhos", explica Pedro Stech, diretor de Tecnologia Ambiental da Estre. O equipamento, em testes, deve começar a operar comercialmente em abril.

Stech explica que a tecnologia CDR está em operação em outras 50 cidades do mundo, como Roma e Helsinque. A unidade em testes em Paulínia tem capacidade para processar 1 mil toneladas de lixo por dia e permite produzir 500 toneladas/dia de combustível para fornos industriais - que pode ser usado para alimentar caldeiras e fornos hoje abastecidos com combustíveis fósseis, como carvão.

"O equipamento ainda precisa passar por ajustes, mas é uma solução viável para regiões metropolitanas, que produzem muito lixo diariamente e já não podem contar com aterros", diz.

A tecnologia da incineração dos resíduos em termelétricas que geram energia elétrica, comum na Europa e Japão, é outra que deve entrar em operação nos próximos meses. Há estudos de viabilidade em andamento - de capitais como Belo Horizonte a municípios de porte médio, como São Sebastião, Barueri e São Bernardo do Campo (SP).

"Com a aprovação da lei nacional de resíduos, a tendência é que haja uma diversificação nas tecnologias para dar destino aos resíduos no País", diz Carlos Roberto Vieira da Silva Filho, diretor executivo da Abrelpe, entidade que reúne empresas de coleta e destinação do lixo. Segundo ele, o custo da incineração dos resíduos ainda é um empecilho - em torno de R$ 250 a tonelada, enquanto o custo médio da destinação a aterro é de R$ 90 a tonelada. "Mas esses custos podem ser reduzidos com a venda da energia elétrica gerada pelo sistema", diz Silva.

Para Lúcia Coraça, diretora de Química e Energia da Pöyry, empresa que atualmente realiza um estudo de viabilidade para uma unidade de incineração em Belo Horizonte, a incineração pode ajudar a resolver o problema do lixo nas metrópoles. "É possível conciliar a reciclagem dos materiais com a incineração", diz.

Por Andrea Vialli - O Estado de S.Paulo
Fonte: Nossa São Paulo

Carvão, o barato que sai caro

Um estudo realizado pela Harvard Medical School sobre o ciclo de vida completo do carvão mineral concluiu que o custo real para o Estado da energia gerada por esse combustível é quase três vezes maior do que se costuma afirmar, o que torna as fontes eólicas e solares muito mais competitivas. Além do impacto ambiental da extração e da combustão do carvão – que libera uma quantidade enorme de gases estufa –, a pesquisa contabilizou também os problemas de saúde causados pela sua produção e pelo seu uso.

Hoje, 45% da energia dos Estados Unidos provém da queima do carvão. Seus defensores argumentam que, por ser uma fonte barata, ele permite a produção de energia por um custo operacional baixo. Mas as implicações econômicas do seu uso vão muito além do preço que os americanos pagam pela eletricidade. Segundo dados da The American Lung Association, a poluição gerada pelas usinas termoelétricas é responsável por quase 10 mil hospitalizações e mais de 20 mil ataques cardíacos por ano no país. Além disso, ela causou mais de 13 mil mortes prematuras em 2010. Só na região de Appalachia, em Virginia, onde os pesquisadores realizaram os seus estudos, desde 1900, quase 100 mil mineiros foram mortos em acidentes durante a extração e mais de 200 mil deles morreram de Antracose, uma lesão pulmonar.

De acordo com estimativas de Paul Epstein, um dos autores do estudo, a utilização desse combustível fóssil gera um gasto com problemas de saúde e complicações decorrentes da poluição de 345 bilhões de dólares por ano para a economia americana. E essa despesa não é paga pelas usinas, mas pelos cidadãos. Se esse valor fosse absorvido pela indústria termoelétrica, o preço do kilowatt/hora da energia produzida a partir de carvão, que hoje custa cerca de 12 centavos, sofreria um aumento de quase 18 centavos, se tornando uma das tecnologias mais caras do mercado.

E o seu custo pode ser ainda muito maior do que os números do relatório sugerem. Epstein afirma que, ao quantificar os danos ecológicos e para a saúde, eles deixaram de analisar aspectos importantes – como os impactos dos metais pesados e outras toxinas nos ecossistemas. Uma das recomendações da pesquisa é que o uso desse combustível seja progressivamente abandonado e que sejam usadas análises dos custos do ciclo de vida completo das tecnologias disponíveis para orientar o desenvolvimento das políticas energéticas.


Por Luana Caires
Fonte: O Eco Cidades

terça-feira, 8 de março de 2011

Querida Leitora da Revista Geração Sustentável

Acreditamos que você será a grande transformadora para um mundo melhor e uma sociedade mais justa. Naturalmente a mulher já é mais sistêmica, habilidade fundamental para um avanço sustentável e mutidisciplinar.

É dito que o homem é mais especialista, executa uma atividade por região, já a mulher é mais generalista, e executa muitas atividades em muitas regiões! O Homem possui visão focada e sendo de direção, já a mulher percepção aguçada e visão perfiférica!

Essa sensibilidade do sexo feminino é essencial para um mundo, de fato, mais sustentável!

Feliz Dia Internacional da Mulher
(imagem: MULHER - Di Cavalcanti)

Equipe Geração Sustentável

sábado, 5 de março de 2011

Saco plástico causa menos danos que ecobags, diz relatório

Uma pesquisa inédita do governo britânico indica que sacolas de plástico, odiadas por ambientalistas e rejeitadas por consumidores, podem não ser vilãs ecológicas.

Um relatório da Agência do Meio Ambiente britânica, obtido pelo jornal britânico “The Independent” no último domingo (27), descobriu que PEAD (polietileno de alta densidade) utilizado nas sacolas causa menos impacto ambiental do que as matérias-primas das ecobags.

Os sacos de polietileno são, a cada utilização, quase 200 vezes menos prejudiciais ao clima do que as sacolas de algodão. Além disso, emitem um terço do CO2 em comparação às sacolas de papel oferecidas pelos varejistas.

Os resultados do relatório indicam que, para equilibrar o pequeno impacto de cada saquinho, os consumidores teriam que usar a mesma sacola de algodão em todos os dias úteis do ano, ou sacolas de papel.

A maioria dos sacos de papel são utilizados apenas uma vez e o estudo levantou que sacos de algodão são usados apenas 51 vezes antes de serem descartados, tornando-se – de acordo com o novo relatório – piores que as sacolas plásticas usadas apenas uma vez.



Apesar de ter sido encomendada em 2005 e programada para publicação em 2007, a pesquisa ainda não tinha sido divulgada ao público.

Oficialmente, a Agência do Meio Ambiente disse que o relatório – “Life Cycle Assessment of Supermarket Carrier Bags”, de Chris Edwards e Meyhoff Jonna Fry – ainda está sendo revisado. No entanto, foi submetido ao processo de revisão há mais de um ano.

A agência não tem a data da publicação, mas declarou que será em breve.

O relatório queria descobrir qual dos sete tipos de sacos têm o menor impacto ambiental na poluição causada pela extração das matérias-primas, produção, transporte e eliminação.

Segundo os pesquisadores, ‘” PEAD teve o menor impacto ambiental entre as opções de uso individual em nove das dez categorias. A sacola de algodão teve um bom desempenho porque foi considerada a mais leve”.

Seis bilhões de sacolas plásticas são utilizadas em todo o Reino Unido por ano e não há dúvida de que causam problemas ambientais, como lixo e poluição marinha, utilizando petróleo. Limitar o uso e reutilizá-las reduz os danos.


Que saco devo usar? – Todos os sacos causam impacto. A melhor solução seria utilizar um saco de algodão centenas de vezes, provavelmente por anos. Para usar poucas vezes, a melhor opção é o plástico, segundo o estudo. (Fonte: Folha.com)

quinta-feira, 3 de março de 2011

Mais do que documentos devotados à transparência, os balanços sociais tendem a se transformar em poderosos instrumentos de melhoria da gestão

Quem costuma analisar balanços sociais de empresas brasileiras, aqueles livros grossos, cheios de fotos de crianças sorridentes beneficiadas por projetos sociais e de funcionários simpáticos sentados em salas de aula ou num refeitório amplo, pode estranhar um pouco o relatório da Natura, a maior empresa nacional de cosméticos, com faturamento de 531 milhões de dólares no ano passado. Ele não é muito extenso. Nem tem muitas fotos. Seu forte é a informação. Em suas 67 páginas, é possível saber, por exemplo, que a Natura destinou, em 2000, 2,2 milhões de reais para projetos sociais e patrocínios, quase o dobro do ano anterior. Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos também cresceram. Já o consumo de água em sua linha de produção, graças a melhorias no processo de lavagem de equipamentos da fábrica, diminuiu 37%.

O balanço social da empresa também traz informações menos reluzentes: o absenteísmo dos funcionários cresceu um pouco de 1999 para 2000. O número de acidentes de trabalho seguidos de afastamento, também - de sete para 13. Além disso, os resultados obtidos pela empresa na pesquisa dos indicadores Ethos de Responsabilidade Social mostraram que a Natura está acima da média das empresas pesquisadas em questões como relacionamento com público interno, fornecedores e comunidade, mas não tão bem posicionada quando o assunto é meio ambiente. Ao elaborar o documento com esse nível de detalhamento, a Natura estava perseguindo um dos valores mais caros às empresas socialmente responsáveis: a transparência. "Não queríamos criar mais uma peça de marketing que falasse de filantropia", diz Rodolfo Gutilla, gerente de assuntos corporativos da Natura.

Após analisar detalhadamente 20 relatórios sociais de corporações, os executivos da empresa decidiram elaborar e publicar o primeiro balanço social brasileiro, desenvolvido de acordo com as normas do Global Reporting Initiative, o GRI. (Atualmente, cerca de 250 empresas publicam relatórios e balanços sociais no Brasil.) Entidade internacional com sede em Boston, nos Estados Unidos, o GRI elaborou um modelo de relatório baseado no conceito de sustentabilidade - harmonia entre os aspectos econômicos, ambientais e sociais de um negócio. O GRI também serviu de inspiração para o primeiro Guia de Elaboração de Relatório e Balanço Anual de Responsabilidade Social Empresarial do Instituto Ethos de Responsabilidade Social, lançado em meados deste ano.

"As empresas precisam de um padrão global de balanço social pelo simples fato de que os negócios estão se internacionalizando", diz o americano Allen White, diretor do GRI. "Assim, as informações relativas às corporações ficarão muito acessíveis, consistentes e fáceis de comparar." Assim como a Natura, a direção do Ethos se interessou pelo modelo do GRI por acreditar na tendência mundial de que os balanços sociais devem mostrar mais do que os projetos sociais e comunitários. Eles podem se transformar em poderosos instrumentos de melhoria de gestão e de captação de recursos, com investidores cada vez mais exigentes. "A atuação na comunidade é só uma perna da responsabilidade corporativa", diz Sérgio Esteves, diretor da AMCE, consultoria especializada em sustentabilidade empresarial. Esteves ajudou a Natura a coletar os dados necessários para montar seu balanço nos moldes do GRI - no total, a empresa precisou coletar 95 indicadores econômicos, sociais e ambientais. "O conceito é mais amplo", diz ele. "Envolve adicionar valores para os diferentes públicos com quem ela se relaciona e gerenciar os impactos provocados por suas estratégias."

Ao criar um manual para elaboração de um balanço social nos moldes da GRI - e de outras entidades como o Institute of Social and Ethical Accountability e o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas, o Ibase -, o Ethos pretende iniciar um movimento para que as empresas sejam mais transparentes na divulgação das informações sobre sua gestão. Fazer isso exige compromisso com a verdade, por menos bonita que ela seja. A Natura poderia ter optado por elaborar da maneira que bem quisesse o seu balanço. Com o conceito da diversidade no ambiente corporativo tão em alta, poderia ter omitido informações como a de que, embora possua 46% da sua gerência composta por mulheres, os cargos de direção são todos ocupados por homens. "Botamos a cara para bater e não dá para fazer isso pela metade", diz Gutilla. "O próximo passo é trabalhar pela melhoria dos indicadores que não estão muito bem na foto."

Transparência não é a única mudança que os gestores do Ethos pretendem impulsionar ao sugerir que as empresas adotem o manual na elaboração de seus balanços. O modelo possibilitaria comparações entre os desempenhos - algo parecido com o que já acontece com os balanços financeiros e contábeis. Organizações que estivessem com um desempenho muito aquém da média de seus setores poderiam, assim, buscar melhores práticas. Hoje, a Natura faz parte do time de 30 grandes corporações internacionais - entre elas Basf, Ford, Procter & Gamble e Bayer - que, ao adotar o GRI, se comprometeram a dar retorno constante a seus parceiros de grupo para que eles possam realizar mudanças e melhorias. A adoção do quesito governança corporativa, que não é abordado no modelo, já está na pauta de sugestões da Natura. Estima-se que cerca de 250 empresas espalhadas pelo mundo já adotem as diretrizes do GRI. "Hoje sabemos a quantidade liberada pela Natura de gases causadores do efeito estufa", diz Gutilla.

"Ainda não é possível dizer se isso é muito ou pouco. Isso só será possível dentro de algum tempo, quando passarmos a comparar nossos números com o de outras empresas do setor de cosméticos."

No Brasil, é difícil - quase impossível - usar os relatórios sociais divulgados pelas empresas para estabelecer parâmetros entre elas. "Os modelos são os mais díspares possíveis", diz Guttila. "Sem falar dos balanços do tipo blablabl", diz Ciro Torres, sociólogo coordenador do projeto de balanço social das empresas do Ibase. De acordo com White, do GRI, maior uniformidade permitiria também que esses documentos fossem usados com subsídios verossímeis para os mais diferentes públicos: investidores em busca de indicadores ambientais para mensurar riscos, membros do governo dispostos a conseguir parceiros para estabelecer políticas públicas, ativistas de ONGs e pessoas da comunidade.

O caminho rumo a uma maior padronização nos relatórios sociais das empresas brasileiras - um processo ainda em desenvolvimento em todo o mundo - saiu do marco zero em 1997. Naquele ano, o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, lançou uma campanha propondo a adoção de um modelo e a sua publicação por parte do mundo corporativo. Hoje, cerca de 70 companhias brasileiras publicam dados como valores investidos em creches, alimentação, capacitação e desenvolvimento de funcionários e participação deles nos lucros. O relatório sugerido por Betinho, conhecido como modelo do Ibase, ajuda, mas não é suficiente para delinear o impacto social, econômico e ambiental das atividades das empresas. "O modelo do Betinho é quantitativo", diz Torres, do Ibase. "Ele não é excludente, mas pode ser incrementado com outras informações." Esse raciocínio foi levado em conta pelo Ethos, que no seu manual sugere a publicação do modelo do instituto.

"Não poderíamos jogar fora todos os avanços que foram conquistados ao longo de anos", diz Valdemar de Oliveira Neto, superintendente do Ethos. "Mas podemos seguir em frente." Segundo Esteves, da AMCE, o importante é que as empresas despertem para a necessidade de estruturar suas informações. "Comparo os modelos de balanços aos vários cômodos de uma casa", diz ele. "Há quem se sinta confortável elaborando um relatório complexo como o do GRI ou o do Ethos e outros que ainda estão pensando em usar o modelo do Ibase. Todos eles, de alguma forma, são válidos."



Fonte: Ana Luiza Herzog