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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

ESCRITÓRIO VERDE COMEÇA A SER CONSTRUÍDO NA UTFPR

Projeto inédito no estado do Paraná, concebido pelo Prof. Dr. Eloy Casagrande Jr., da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) promete revolucionar a construção civil.

O Escritório Verde começará a ser construído a partir da primeira semana de fevereiro, quando suas paredes já prontas serão transportadas da fábrica para o local da obra na Av. Silva Jardim, entre a Rua Des. Westephalen e a Av. Mal. Floriano Peixoto, demonstrando que uma edificação pode ser planejada e construída em um curto espaço de tempo. As paredes levaram duas semanas para serem montadas e a estrutura levará uma semana para ser erguida. Depois seguem a instalação hidráulica e elétrica e os acabamentos. A meta é finalizar todo o projeto em apenas dois meses, certificando a obra através do processo de certificação de construção sustentável AQUA (Alta Qualidade Ambiental), conduzida pela Fundação Vanzolini, da USP de São Paulo. Será a primeira edificação a ser certificado no estado do Paraná neste processo.

O Escritório Verde será responsável pela implantação dos programas ambientais da UTFPR e funcionará em uma edificação modelo de um escritório comercial sustentável de cerca de 150 m2 usando a tecnologia de construção a seco (wood-frame, em inglês), um "sanduiche" de painéis de madeira OSB em estrutura de pinus tratado e com manta para isolamento térmico em PET reciclado e manta para conforto acústico de pneus reciclados. O projeto somente foi possível por meio de parcerias com cerca de 40 empresas fornecedoras de produtos, materiais e tecnologias que se enquadram nos princípios da construção sustentável, isto é, que não agridem o meio ambiente, proporcionam economia de energia e água e melhor qualidade de vida aos seus usuários.

Aliado ao sistema construtivo mais rápido e resíduo praticamente zero, a edificação segue os critérios da acessibilidade universal e terá duas áreas com telhado verde, isto é, usando plantas no telhado. Cerca de 50% da sua energia será fornecida por painéis fotovoltaicos usando o sol como fonte e que também alimentará um carro elétrico. Também se utilizará da energia térmica usando painéis solares para aquecer a água, sistema de coleta e uso da água da chuva para os vasos sanitários e limpeza, controle da qualidade do ar através de resfriamento evaporativo e desumidificação, janelas em esquadrias de madeira com vidros duplos especias, iluminação natural e uso de lâmpadas LED, base do piso elevado em plástico reciclado com acabamento em madeira certificada, forro de placas cimentícias de madeira mineralizada, uso de madeira plástica nos decks externos e revestimentos internos com painéis de bambu e móveis ecológicos.

O Escritório Verde também será a sede do "Centro Regional de Integração Expertise de Educação para o Desenvolvimento Sustentável - CRIE Curitiba", um centro aprovado pela UNU - Universidade das Nações Unidas, da ONU, que compõe um rede de mais de 80 centros no mundo e que visam promover a educação para a sustentabilidade. Com agendamento, poderá ser visitado por público interessado em conhecer as tecnologias empregadas e suas vantagens. Já para executar projetos, abrigará a primeira empresa junior interdisciplinar da UTFPR, onde estudantes de diversos cursos formarão uma equipe capaz de atender demandas externas de projetos sócio-ambientais.

Na área da pesquisa sobre a edificação, grande parte dos estudos previstos envolvem alunos de mestrado e doutorado e abordam a quantificação do estoque de carbono que este tipo de construção proporciona, eficiência energética, eficiência térmico-acústica, economia no uso da água, comportamento dos materiais ecológicos, entre outros. Também se irá analisar a curva de rendimento da construção aliada a sustentabilidade, demonstrando a economia de uso da edificação durante seu tempo de vida útil.



Maiores informações com:
Prof. Dr. Eloy Casagrande Jr.
http://www.escritorioverdeonline.com.br/

Escritórios inteligentes propõem modelo de sustentabilidade nos negócios

O uso de serviços e infra-estrutura compacta promove otimização no uso dos recursos em favor da preservação ecológica também no universo corporativo

Compartilhamento tornou-se a palavra-chave para entender a filosofia que norteia os rumos da sociedade neste início do século XXI. A necessidade de dividir, racionalizar e economizar o uso dos principais recursos globais está promovendo uma importante alteração de mentalidade da população global em favor, prioritariamente, do maior bem estar comum.

Nesse processo, nenhum setor está imune às mudanças. Nem mesmo o universo corporativo. A sustentabilidade passou a ser requisito de sobrevivência para as empresas e o próprio planeta.

Conforme vem sendo difundido pelos especialistas não é mais suficiente gerar lucro para os acionistas e investidores. “Precisamos enfrentar juntos problemas do mundo contemporâneo como o aquecimento global, o esgotamento dos recursos naturais e a desigualdade social”, afirma Otávio Ventura, diretor-presidente da Your Office.

Conforme levantamento realizado pela Your Office, empresa que atua há 15 anos no mercado de escritórios virtuais com diversos endereços em todo o Brasil, há vantagens inúmeras, entre elas algumas sustentáveis, além da economia de tempo e dinheiro que o negócio propõe.

O benefício ambiental, por exemplo, de escolher um escritório próximo de casa ou fácil acesso ao metrô para não dirigir um carro, o que minimiza a contaminação do ar e redução do tráfego, além da economia de derivados do petróleo. Outro aspecto positivo é viver uma vida mais equilibrada em que as soluções são pensadas para o coletivo, benefícios que vão ao encontro das prioridades corporativas modernas quando se trata de impulsionar atitudes sustentáveis e realizar ações efetivas de conservação do meio ambiente.

De acordo com Ventura, o sucesso alcançado pela Your Office está em sua proposta simples e objetiva: oferecer flexibilidade, praticidade e custos menores. Dessa forma, de maneira indireta, a empresa também contribui com os esforços de preservação do planeta e prevenção de prejuízos ambientais. A empresa está engajada no processo de construção de paradigmas alternativos de negócios e também de uma sociedade com novos padrões de consumo, transformando a lógica da velha economia predatória.

Os custos das empresas que adotaram a terceirização ficaram, em média, 70% abaixo do valor calculado num modelo convencional de negócio. Há ainda a comodidade de que as salas podem ser alugadas sem burocracia, por qualquer período de tempo, com pacotes de serviços customizados segundo as solicitações do locatário.

Em outras palavras, à medida que as inovadoras ferramentas e filosofias de negócios influenciam a economia do país e ajudam a fomentar a nova mentalidade empresarial (que prioriza as ações ecológicas e socialmente corretas), a adoção dos escritórios inteligentes se expande progressivamente.



Sobre a Your Office

O grupo Your Office, maior centro de negócios da América do Sul, com 15 anos de mercado e diversos endereços em todo o Brasil, é pioneiro na terceirização de espaços comerciais no País. São mais de 100 salas e auditórios executivos mobiliados, além de um variado leque de serviços em que a rotina administrativa dos clientes é responsabilidade do Your Office. Com moderna oferta infra-estrutura e de serviços, atende empresas de todos os tamanhos e áreas de atuação. As soluções e suporte técnico e administrativo, práticos e flexíveis, permitem o atendimento das diferentes necessidades dos profissionais.

Devido a essas diversas vantagens, a Your Office tem crescido a ordem de 20% ao ano no Brasil. A empresa, com sede em Alphaville (na Grande São Paulo), e filiais espalhadas pela capital, recentemente lançou uma unidade na Avenida Paulista (zona oeste da cidade) e, em menos de um ano, os negócios praticamente dobraram nessa filial.

“Mesmo com todas as facilidades que estão disponíveis aos nossos clientes, os custos das empresas que aderem ao projeto da Your Office ainda são inferiores ao dos escritórios físicos tradicionais”, diz o executivo. “Além disso, a economia de tempo no trabalho chega a 30%. A explicação para isso está na otimização da logística, já que o locatário só paga pelos recursos que realmente usa.”


Fonte: Germinare Comunicação

Artigo: Política Nacional de Mudanças do Clima

Política Nacional de Mudanças do Clima

Uma no cravo....

A recém-encerrada Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, realizada em Cancun – Cop 16, foi marcada pela firmeza do Brasil com relação aos compromissos assumidos nas “Cops” anteriores. A ministra do meio ambiente foi enfática ao registrar publicamente os cumprimentos que o Brasil recebeu de outros participantes pela assinatura, durante o período da Conferência de Cancun, do decreto que regulamenta a Política Nacional de Mudanças Climáticas. Por este decreto, o Brasil se compromete a reduzir entre 36,1% e 38,9% a emissão de gases que provocam o efeito estufa, até 2020.

Descontando a jogada de marketing do governo brasileiro, nosso país tem se portado com muita seriedade, tanto na elaboração de metas vinculadas a um modelo de desenvolvimento mais sustentável, quanto na perseguição e superação a essas metas. Já se sabe que superaremos, com bastante antecedência, o compromisso assumido com a redução em 80% do desmatamento da Região Amazônica até 2020. Já, há dois anos, a área desmatada na Amazônia brasileira equivale àquela do final da década de 1970, quando o país estava economicamente estagnado e vivia os reflexos da crise de energia mundial provocada pela Revolução Islâmica do Irã e pela guerra Irã-Iraque.



...e outra na ferradura!

É bem verdade que, no caso do Brasil, alguns fatores muito específicos contribuem para o alcance das metas propostas, tais como a íntima relação entre as queimadas das áreas desmatadas e o grande volume de CO2 que emitimos na atmosfera. Evidentemente que quando se ataca um lado, o outro se beneficia diretamente. Outro aspecto importante é que o grande vilão na emissão de GEE no nosso caso, não é a queima de combustíveis fósseis, tão como ocorre nos países desenvolvidos e sim, as queimadas de atividades ligadas à agricultura e à pecuária. Em parte, isto se deve ao atraso nos processos agropecuários, mas uma parcela resulta da nossa conquista da tecnologia dos motores de automóveis movidos a etanol.


Seria lógico pensarmos, então, que nosso programa de biocombustíveis, reconhecido internacionalmente como sendo avançado, deveria receber maior atenção e divulgação, por parte das políticas públicas brasileiras. Esse é um grande guerreiro no processo de descarbonização da atmosfera. Mas já deveríamos ter, há muito tempo, rodando nas ruas e estradas brasileiras, veículos de transporte coletivo e de cargas movidos a biocombustível.


Deveríamos, também, ter massificado – até mesmo subsidiado – a utilização da energia solar na construção civil, tão aquecida nos últimos anos. Deveríamos investir mais em energia eólica, já que somos um dos países com maior incidência de ventos no planeta.


Entretanto, todos os principais focos dos governos brasileiros continuam voltados para a exploração do petróleo sob a camada de pré-sal do litoral brasileira. Não tenho a visão purista dos ambientalistas mais radicais e nem pretendo interromper discursos do nosso futuro vice-presidente, mas esse movimento é estranho. Tem algo de contraditório em nossas política energética.


Enfim, resta-nos esperar que o aumento da produção de petróleo no Brasil, pela exploração da camada de pré-sal, não signifique o atraso ou mesmo abandono de políticas de biocombustíveis e do desenvolvimento de fontes alternativas de energia. E que os “deuses” iluminem nossos representantes nos governos para que, nem de longe, se cogite a redução interna do preço da gasolina.


** Ivan de Melo Dutra: Arquiteto e Urbanista e Mestre em Organizações e Desenvolvimento

Artigo publicado originalmente na edição 21 da revista Geração Sustentável

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Sericicultura gera cooperação e desenvolvimento sustentável no Paraná

Produtores paranaenses de bicho-da-seda atuam em conjunto com empresas e entidades visando ampliar o valor agregado nas atividades produtivas do Vale da Seda

Delicada, a seda é bastante usada na indústria têxtil pela leveza e charme que proporciona às peças de roupas, acessórios e demais produtos que pode originar. Entretanto, ao ver aquele tecido de aparência cintilante, muitos esquecem que ele é obtido a partir dos casulos do bicho-da-seda por um processo designado de sericicultura. Mas para se chegar a este resultado demorou um bocado de tempo, milênios, aliás. Afinal, a descoberta foi mantida em segredo por anos.

Conta a lenda que uma imperatriz chinesa descobriu a seda por acaso, cerca de 3 mil anos antes de Cristo. Ela notou que um casulo havia caído de uma amoreira na sua xícara de chá. Ao tentar retirá-lo, ela viu que soltava um delicado fio. Na antiguidade a seda só era produzida na China e qualquer pessoa que revelasse o segredo do bicho-da-seda era executada como traidora. Mas a técnica atravessou fronteiras e a sericicultura já é conhecida mundialmente. No Brasil é praticada desde o século 19.

O Paraná tem destaque como o maior produtor nacional de casulos verdes, há dez anos, de acordo com dados da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab). Na safra 2009-2010, o Paraná foi responsável pela produção de 4.099 toneladas, ou seja, 92,34% da produção nacional, conforme o Relatório Takii Perfil da Sericicultura no estado do Paraná Safra 2009-2010, de Outubro de 2010, realizado pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab, em parceria com o Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Cedraf) e a Câmara Técnica do Complexo da Seda do Estado do Paraná (CTCSE-PR).

Ainda de acordo com o relatório, o segmento agroindustrial da seda participou com mais de R$ 27 milhões na formação do Produto Interno Bruto Paranaense e gerou em torno de 20 mil empregos diretos e indiretos. O relatório apresentou uma pequena redução quanto aos municípios que possuem a sericicultura em atividade, mas os indicadores de produtividade média em quilo de casulos por hectare ao ano aumentaram em 4,63%, bem como o preço médio pago aos produtores, que apresentou um acréscimo de 2,78%. Dependendo da qualidade do casulo, os produtores chegam a receber R$ 9 pelo quilo do casulo verde (bicho-da-seda vivo).

Segundo informações do Deral, o Paraná possui cerca de 4 mil criadores com mais de 4,3 mil barracões e área de amoreiral em hectare de 10.067,2. A produção está concentrada no Vale da Seda, composto por cerca de 30 municípios no noroeste do Estado, situados na Bacia do Rio Pirapó. A área média de amoreiras e a média de produção de casulos do Vale da Seda é o triplo da média paranaense, ou seja, 3.149,8 hectares e 1.163.860,33 quilos de casulos produzidos.

O maior município produtor de casulos verdes do Paraná, na safra 2009-2010, foi Nova Esperança, com 632 mil quilos de casulo verde, representando 15,41% da produção paranaense. Afinal, o município possui a Vila Esperança, maior vila rural do Paraná com cerca de 150 famílias. A vila, criada há cerca de dez anos, tem como foco a sericicultura, como conta uma das moradoras, Dirce Gonçalves dos Santos. Ela produz bichos-da-seda antes mesmo de morar na Vila Esperança, há quase 30 anos, e explica que mais da metade das famílias se dedicam à sericicultura. Os demais moradores plantam verduras, feijão e café. A Vila Esperança fica a cinco quilômetros do centro de Nova Esperança, município a 40 quilômetros de Maringá.

O pólo produtivo de Nova Esperança é um dos atendidos pelas estratégias de Desenvolvimento Regional Sustentável - DRS do Banco do Brasil que incentivam atividades econômicas em comunidades onde o banco atua. A ideia é potencializar o que as comunidades têm de bom, incrementando o negócio, como conta o gerente de DRS da Superintendência do Paraná do Banco do Brasil, Ney Augusto Resmer Vieira.

As estratégias de DRS vêem oportunidade de melhoria em determinada atividade produtiva, como viabilidade econômica, preservação ou recuperação ambiental, observando sempre a questão social com o aumento de renda e do número de empregos. Também respeita a diversidade cultural daquela comunidade.


Copraseda: seda literalmente justa

Dona Dirce preside a Cooperativa de Produtores de Artesanato de Seda (Copraseda) que tem alavancado os negócios na região desde 2009, quando foi criada com o apoio do Programa Universidade Sem Fronteira da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Governo do Paraná (Seti). Cerca de 40 mulheres são cooperadas, produzindo cachecóis e echarpes que já estão sendo vendidos no exterior sob a marca de Artisan Brasil. O empreendimento coletivo está inserido no modelo de comércio justo, como explica João Berdu, um dos coordenadores do projeto Seda Justa, que visa ampliar o valor agregado nas atividades produtivas do Vale da Seda. Entretanto, já em 2007, antes da criação da cooperativa, as mulheres já produziam as peças organizadas na Associação dos Produtores da Vila Rural Esperança.

Berdu explica que o comércio justo já está maduro na Europa, por isso, a cooperativa iniciou a venda de produtos junto à Artisans Du Monde, associação francesa que tem este princípio. Vale ressaltar que o comércio justo, entendido pela Artisans Brasil, é uma parceria comercial baseada em diálogo, transparência e respeito, que busca uma melhor distribuição da riqueza gerada pelo comércio internacional, contribuindo para o desenvolvimento sustentável por meio de melhores condições de troca e a garantia dos direitos para produtores e trabalhadores marginalizados, em sua maioria localizados no hemisfério sul.

Segundo João Berdu, os cachecóis produzidos pelas artesãs são exportados diretamente para lojas da rede Artisans du Monde, na França (que conta com mais de 150 lojas e trabalha somente com artigos do comércio justo). Com o valor arrecadado, as artesãs e demais parceiros envolvidos são pagos. “Iniciamos a produção com casulo de qualidade inferior, que era vendido a R$ 1,7 o quilo. Com a iniciativa, as artesãs passaram a receber 12 euros por cachecol, uma renda de 59% da receita bruta desta exportacao, ou seja, cada artesã fica com R$ 17 reais de cada cachecol, o que multiplicou por dez a renda com o mesmo quilo de casulo”, conta.

Logo, o casulo de primeira qualidade foi incorporado ao projeto e novas parcerias foram firmadas como a realizada com a Incubadora Técnológica de Maringá que conta com a assessoria técnica de docentes e discentes da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e do Centro Universitário de Maringá (Cesumar).

“Visamos a incorporação de novos empreendimentos, toda uma economia baseada na produção”, ressalta Berdu. Atualmente, o projeto ganha forças graças a uma ampla rede de parceiros que reúne empresas, sindicatos, cooperativas, órgãos públicos (Emater, Prefeitura de Nova Esperança), além das universidades e do Banco do Brasil. “As artesãs conseguem produzir até dois cachecóis por dia”, comenta Berdu, proprietário da empresa Bisa Overseas, que trabalha com o beneficiamento do fio. “Por isso pretendemos trabalhar com uma linha artesanal e outra linha com produtos da região fabricados sob a identidade do Vale da Seda”, salienta.

Entre as novidades do projeto estão a possibilidade de venda dos cachecóis pelo site da Artisans Brasil (www.artisansbrasil.com.br), prevista para o início de 2011. Na Loja da Sustentabilidade do Banco do Brasil (www.bb.com.br/sustentabilidade) os pontos do cartão de crédito já podem ser trocados por produtos do Vale da Seda. Além disso, os produtos da Artisans Brasil serão vendidos em cada uma das 12 cidades sedes da Copa do Mundo de 2014 por meio do Projeto Talentos Brasil Rural do Sebrae do Rio Grande do Sul. A venda dos produtos também será incrementada com a realização da 1ª Feira Nacional do Vale da Seda, que deve ocorrer de 12 a 20 de novembro de 2011. “Para que possamos fazer a diferença, uma mudança de foco com base na identidade regional e do desenvolvimento sustentável, com uma remuneração justa para as artesãs, de 800 a 900 reais por mês”, esclarece Berdu.


Sericicultura: cooperação na produção e no artesanato

Dona Dirce conheceu a sericicultura quando tinha 14 anos, no sítio de um descendente de japoneses. “Andei mais de dez quilômetros para conhecer o bicho-da-seda em Floraí”, recorda. A curiosidade foi tamanha e a vontade de trabalhar maior ainda. Com trinta anos de experiência no ramo, as respostas estão na ponta da língua da presidente da Copraseda quando o assunto é sericicultura. O trabalho é árduo, a produção ocorre durante oito meses do ano – só não é possível produzir bicho-da-seda no inverno (maio, junho, julho, agosto) porque não tem folha de amoreira, alimento dos bichinhos.

As folhas de amoreira são oferecidas como alimento de acordo com o ciclo de vida do bicho-da-seda. A plantação deve ser renovada, em média, a cada sete anos. “Na primeira idade o bicho-da-seda come folhas pequenas, já na última fase, a quinta, come bastante”, conta. Em condições normais o ciclo até a entrega do casulo é concluído em 23 dias, mas em épocas mais frias pode chegar a 45 dias. Em geral, as empresas fornecem as larvas e compram os casulos. O trabalho é feito de forma cooperada nas famílias: em geral, os homens são responsáveis pelo corte e transporte dos ramos de amoreira e as mulheres pela alimentação dos casulos. Segundo dona Dirce, a atividade não agride o ambiente, pois são usados apenas fertilizantes.

O artesanato também é produzido de forma cooperativa: as vizinhas se reúnem para trabalhar e tricotam os cachecóis. “As mulheres atuam na costura, no tricô e nos acabamentos ou tingimentos. É o gênero com mais necessidades de alternativas de renda na área rural”, salienta Berdu.

Ele explica que o intuito do projeto é chegar numa situação em que as mulheres tenham condição de produzir artesanato no período entre-safra, pois terão mais tempo para se dedicarem às atividades. Dona Dirce esclarece que atualmente as artesãs trabalham de acordo com pedidos recebidos. “Desde 2007 já produzimos cerca de 600 cachecóis e lenços, que foram vendidos em feiras e para países como França, Japão e Itália”, conta.

Dona Alice Liberato Gargaro é uma das cooperadas, ela atua como artesã quando recebe pedidos. “É bom porque posso fazer em casa, não precisa sair. A cooperativa foi uma iniciativa muito boa pois trabalhamos em conjunto”, comenta.


Difusão da sericicultura

Dona Dirce comenta que uma das atribuições da Copraseda e do projeto Seda Justa é difundir a sericicultura que não é muito conhecida. “Recebemos estudantes que nunca tinham visto o bicho-da-seda”, ressalta. O pólo produtivo, com todos os parceiros, também visa ampliar o número de produtores, como lembra dona Dirce.

Afinal, como destaca o gerente da agência do Banco do Brasil de Nova Esperança, Diomar José dos Santos, a estratégia de DRS no Vale da Seda surgiu m 2007 justamente porque houve um declínio no número de sericicultores. “A iniciativa visa o aumento da produção de casulos do bicho-da-seda, a conscientização sobre os problemas ambientais, com o estímulo à adoção de práticas de conservação do solo, além de capacitar os agentes envolvidos, manter as famílias no campo e democratizar o acesso ao crédito”.

Para isso, o Banco do Brasil oferece financiamentos pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) Custeio e Investimento, com juros que variam de 2 a 5% ao ano, dependendo da linha de crédito. “O intuito é oferecer um incremento na renda de pequenas propriedades”, comenta.

O analista de DRS do Banco do Brasil, Arilson Cesar Lorensini dos Santos, ressalta que as estratégias de DRS transformam a ação individual em forma coletiva de trabalho. “É a união de diversas entidades que transforma”, enfatiza.

Serviço: A venda de cachecóis da Artisans Brasil será realizada pelo site www.artisansbrasil.com.br a partir de 2011. Na Loja da Sustentabilidade do Banco do Brasil (www.bb.com.br/sustentabilidade) os pontos do cartão de crédito já podem ser trocados por produtos do Vale da Seda.


O Paraná possui cerca de 4 mil criadores de bicho-da-seda que são responsáveis por 92,34% da produção nacional

A sericicultura brasileira está concentrada no Vale da Seda, composto por cerca de 30 municípios no noroeste do Paraná

Cerca de 40 mulheres paranaenses integram a Copraseda e produzem cachecóis e echarpes que já estão sendo vendidos no exterior sob a marca de Artisan Brasil, inserida no modelo de comércio justo


Matéria Responsabilidade Social: Edição 21 - Revista Geração Sustentável (Criselli Montipó)
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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

OMO aposta na tecnologia dos concentrados para um planeta mais limpo

Marca tem investido R$ 30 milhões no lançamento de lançamento de OMO Líquido Super Concentrado. A migração do detergente em pó para líquido concentrado prevê a redução de 130 mil toneladas a emissão de CO2, ou seja, 37 mil carros a menos nas ruas

O lançamento faz parte do plano global de sustentabilidade da categoria de cuidados com as roupas da Unilever – intitulado Por Um Planeta Mais Limpo, que prevê um plano de ações de longo prazo que engloba o lançamento de produtos sustentáveis, adaptação no processo de fabricação nas unidades brasileiras e estímulos às mudanças de hábitos do consumidor.

Segundo estudos da Unilever, a utilização de OMO Líquido Super Concentrado pelos consumidores prevê um consumo significativamente menor de água, embalagens e transporte na produção. Cálculos indicam que, se todos os consumidores de Omo migrassem do detergente em pó para a versão líquida concentrada, haveria menos 130 mil toneladas da emissão de gás carbônico por ano, o equivalente a 37 mil carros a menos nas ruas.

Lançado em todo o Brasil, o novo OMO apresenta uma equivalência em relação ao OMO em pó tradicional. Suas versões de 315 ml e 630 ml correspondem a 1kg e 2kg da embalagem em pó e um tira-manchas de 270g e 540g, respectivamente. “Apresentamos um detergente líquido três vezes mais concentrado - uma tecnologia da Unilever que nos mercados dos Estados Unidos e da Europa demonstrou resultados muito relevantes para o consumidor e para o meio ambiente”, ressalta Robert-Hein Schermers, diretor de marketing da área de Higiene e Limpeza da companhia.

Os líquidos concentrados lançados pela empresa nesses dois mercados já registraram um número considerável de economia em todo o processo produtivo. Nos Estados Unidos, a entrada do detergente líquido concentrado All Small & Might resultou em uma economia/ano de mais de 11 milhões de litros de água, mais de 30 mil litros de Diesel, um milhão de gramas de resina plástica. Na área de distribuição, houve redução de mais de 16 mil pallets, um milhão de caixas de papelão e mil horas usadas para descarregamento de caminhões.

Já na Europa, a adoção do líquido concentrado reduziu o equivalente a 2 mil toneladas de CO2 desde o seu lançamento em 2007 até o final de 2009. “Os concentrados são uma tendência, pois trazem benefícios ao longo de todo o ciclo de vida do produto, com capacidade de reduzir tanto a emissão de gases relacionados ao efeito estufa como os resíduos/desperdícios. Trata-se de um novo conceito em hábitos de lavagem”, explica Schermers.

Aqui no Brasil, para a produção de OMO Líquido Super Concentrado, a Unilever investiu em uma nova linha de produção na já existente fábrica de Vinhedo, interior de São Paulo. A fábrica, que produz os amaciantes Comfort Concentrado e Fofo Concentrado e produtos de outras categorias da empresa, passou a contar com uma área dedicada exclusivamente à nova tecnologia. “A mudança na formulação de OMO é resultado de mais de dois anos de extensas pesquisas, pois mudamos profundamente a forma de produção. De uma tecnologia usada pela Unilever há anos, passamos para outra tecnologia totalmente nova”, completa.



Por Um Planeta Mais Limpo

O lançamento de OMO Líquido Super Concentrado faz parte do plano global de sustentabilidade da categoria de cuidados com as roupas da Unilever – Por Um Planeta Mais Limpo. Liderado pela marca OMO, o Plano envolve todas as marcas da categoria: os detergentes em pó Brilhante, Surf e Ala e os amaciantes Comfort e Fofo. Juntas, as marcas pretendem promover diversas ações para a redução dos impactos que o processo de lavanderia acarreta ao meio ambiente. Segundo estudos globais da companhia, de 60% a 80% das emissões de CO2 estão concentradas no uso doméstico dos produtos.

A estratégia global está estruturada em um plano de médio e longo prazo, com metas definidas para o desenvolvimento e planejamento das inovações, inicialmente até 2014, e estabelece índices também globais de redução de impacto até 2020, quando a previsão é reduzir em 50% o impacto da categoria de cuidados com as roupas no meio ambiente. Na Europa, doze países nos quais a Unilever está presente já fazem parte do Plano. Na América Latina, o Brasil é o primeiro país a integrar o grupo.



O Plano engloba três abordagens:


1ª) redução do impacto do processo de fabricação. Desde que começou a medir o impacto de suas fábricas de produtos de lavanderia em 1995, a Unilever tem conseguido reduções de até 44% na emissão dos gases com efeito estufa; 70% relativas a resíduos/desperdícios e 76% relativas à água (dados globais). No Brasil, as reduções já chegaram a 37,7% no uso de água, 74,2% nas emissões de gás carbônico e 93,8% na redução de resíduos sólidos.

2ª.) investimento na criação de produtos eco-eficientes de lavagens, como na substituição de matérias primas com menor impacto ambiental em toda a linha de detergente em pó, e no lançamento de OMO Líquido Super Concentrado. No plano global, a Unilever investiu mais de 40% do orçamento da área de Pesquisa & Desenvolvimento para a criação de inovações sustentáveis.

3ª) esforços na mudança de hábitos dos consumidores. Para identificar os hábitos atuais de lavagem de roupa dos consumidores, bem como as barreiras e motivações para mudança de comportamento, foi realizada um pesquisa global em quatro países: Reino Unido, Turquia, Índia e Brasil. *Dados disponíveis para a imprensa.



Nova geração de consumidoras

Para o lançamento do produto, OMO apostou em uma campanha de comunicação para a nova geração de mães e especialistas domésticas, engajadas no consumo de produtos cada vez mais sustentáveis e que, ao mesmo tempo, ofereçam performance superior ou igual aos produtos que já conhecem.

Além de ações como filmes, anúncios em revistas especializadas, merchandising, e investimentos em amostras grátis, a campanha com o consumidor também é feita por meio do Selo Por Um Planeta Mais Limpo, impresso na embalagem do produto, com a descrição das métricas ambientais do lançamento. O Selo, presente na embalagem das demais marcas da categoria, conta com uma ação continuada no site www.porumplanetamaislimpo.com.br, que propõe discutir sobre os problemas e soluções para um planeta mais limpo.

“OMO é uma marca com uma força enorme. Vendemos diariamente mais de um milhão de embalagens em todo o país, ou seja, impactamos, no mínimo, um milhão de consumidores por dia. Se o movimento influenciar o cotidiano desses consumidores, já é um grande passo para todo o processo de mudança de hábito”, destaca Schermers.


A Empresa

OMO é marca líder no mercado brasileiro de detergentes em pó, com penetração em 80% dos lares brasileiros, o que equivale a 50 milhões de lares e 50,8% de share valor (dados Nielsen – janeiro a junho 2010). Desde seu lançamento em 1957, a marca ocupa a posição de líder de mercado e inova continuamente o seu mix, adequando-se constantemente às diferentes necessidades das consumidoras. Com este lançamento, a família OMO passa a ser composta por OMO Líquido Super Concentrado, OMO Multiação Partículas de Extra-Limpeza, OMO Multiação Tanquinho, OMO com um Toque de Comfort Aloe Vera, OMO com um Toque de Comfort Classic e OMO com um Toque de Comfort Pétalas de Violeta & Ylang Ylang


Fonte: In Press Porter Novelli Assessoria de Comunicação

Reaproveitamento de banners e uniformes é base de projetos de inclusão social

Iniciativa da Unimed Porto Alegre em parceria com a Rede Arte Social beneficia mais de 40 famílias.

A construção de uma economia inclusiva por meio das relações de trabalho é um tema que está cada vez mais presente em nosso dia-a-dia. Muitas são as empresas que, aos poucos, têm se solidarizado e incluído o processo de inclusão social de alguma forma no cotidiano da organização.

Sabendo da importância de desenvolver projetos voltados à área de Responsabilidade Social, a Unimed Porto Alegre tem ampliado cada vez mais suas estratégias de inclusão social. No primeiro semestre de 2010, a Cooperativa firmou uma parceria com o Clube de Reciclagem Morro da Cruz, que utilizou banners e uniformes descartados pela Unimed para o aproveitamento destes na produção de bolsas e outros acessórios. O produto final foi entregue aos colaboradores durante um evento institucional.

“Com a terceirização do trabalho, contribuímos com mais de 50 famílias da comunidade. Nosso papel é apoiar iniciativas que promovam a geração de renda, proporcionando inclusão social para famílias de baixa renda”, afirma a analista de Responsabilidade Social da Unimed Porto Alegre, Ana Paula Jelenski.

Hoje, em um projeto realizado com a Rede Arte Social, a Unimed Porto Alegre deu início à produção de nécessaires desenvolvidas também a partir de banners usados. Os itens farão parte do kit ecológico, distribuído pela Cooperativa a cada novo colaborador.

A Rede Arte Social é composta por Grupos de Artesãos e Organizações da Sociedade Civil conveniadas com a Parceiros Voluntários, que unidos pelo fim social buscam a visibilidade de suas causas e contribuem com a sustentabilidade de suas instituições através do artesanato.

Uma das propostas da Rede é confeccionar brindes sustentáveis para empresas socialmente responsáveis, tendo a Unimed Porto Alegre como seu primeiro cliente. Uma parceria que foi ao encontro da estratégia da área de Responsabilidade Social da Unimed Porto Alegre - promover a geração de renda, possibilitando a inclusão social, gerando oportunidades iguais através da sustentabilidade e cooperação ética.


Sobre a Unimed Porto Alegre

Fundada em 1971, a Unimed Porto Alegre é uma cooperativa de médicos líder no mercado de assistência à saúde na Capital, Regiões Metropolitana e Centro-Sul e Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Possui mais de 496 mil beneficiários e cerca de 400 pontos de atendimento entre serviços credenciados e próprios, o que se constitui na maior estrutura em prestação de serviços à saúde dentro de sua área de atuação. A Cooperativa conta com 6 mil médicos em 49 especialidades e 39 áreas de atuação e tem uma estrutura própria para atendimento ao cliente que inclui Laboratório, Centros de Diagnóstico por Imagem, Centro de Oncologia, Pronto Atendimentos 24h, unidades de atendimento Odonto Unimed e o SOS Emergências Médicas.
Fonte: Enfato - Comunicação Empresarial

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Matéria de Capa Edição 21: Tempo de rever conceitos e inovar

O relacionamento entre sustentabilidade e inovação mais estreito a cada dia

Todo empresário da atualidade quer carregar consigo as marcas da sustentabilidade e da inovação. A maioria já compreendeu que elas simbolizam mais do que uma boa imagem no mercado, mas também sobrevivência e, principalmente, competitividade. Para isso, muitas empresas passaram a proclamar a importância da responsabilidade socioambiental e da quebra de paradigmas em todos os aspectos da gestão. Todos debatem conceitos sustentáveis, mas a grande maioria ainda agarra-se a métodos e crenças tradicionais, que impedem a transformação do discurso na hora de arregaçar as mangas. No entanto, “inovação não é só ter novas ideias, mas sim converter essas ideias em resultados práticos”, afirma Filipe Cassapo, diretor do Centro Internacional de Inovação (C2i), da Fiep PR, entidade que busca potencializar junto às indústrias o poder de inovação de cada uma.

A grande pedra no sapato do gestor é ter que encarar escolhas que envolvem duas pontas distintas: de um lado a lógica que diz que “em time que ganha não se mexe”; e do outro lado, a criatividade, a busca pelo novo e transformador. O consultor Jair Moggi, sócio-diretor da empresa paulista Adigo Consultores, além de fundador do Instituto Ecosocial, é enfático ao aconselhar os empresários que estão na dúvida na hora de investir em inovação: “Se funciona, já está obsoleto”. Segundo Moggi, ele ouviu essa frase há mais de 30 anos, mas diz que até hoje é perfeita para impulsionar as grandes ações transformadoras corporativas.

“As organizações, em sua maioria, são muito conservadoras, pela sua própria natureza. A tentação de ficar repetindo o que está dando certo é muito grande. É quase natural para muitas lideranças repetir este comportamento e, pior, exigir isso das suas equipes. As empresas ainda preferem ficar na base da melhoria contínua ou da simples inovação. Quando falamos em quebrar paradigmas, falamos em reinventar tudo, e isto assusta muitas lideranças acostumadas com o chinelo velho”, diz.

Para exemplificar o que realmente significa inovar e rever conceitos, Moggi usa sempre um exemplo clássico. “Em 1968, na feira tecnológica de Paris, alguém apresentou um novo relógio. Era o relógio de quartzo, eletrônico, portanto. A invenção não atraiu ninguém porque aquilo não era relógio, pois o paradigma anterior dizia que relógio tem que ter eixo, engrenagens, corda etc. Para encurtar a história, os japoneses compraram a patente e o mundo da relojoaria nunca mais foi o mesmo, tudo teve que ser reinventado neste segmento. O paradoxo é que a empresa que apresentou a proposta era suíça, a pátria dos relógios”, conta.

De acordo com o consultor, a grande lição da reinvenção do relógio é que toda vez que um paradigma é quebrado tudo volta ao começo. Com uma nova situação instalada, é disparada uma sequência de transformações que só são possíveis porque alguém deu início. Mas é claro que um novo cenário dá muito trabalho e assusta qualquer um, principalmente as lideranças. “Essas lideranças ainda estão presas ao paradigma da hierarquia rígida, onde manda quem pode e obedece quem tem juízo, segundo o ditado popular. Essas lideranças criam ou sustentam culturas organizacionais que matam a criatividade individual e coletiva, alimentando o paradigma velho quanto à liderança, à estrutura organizacional e ao paradigma que criatividade para valer só pode vir daqueles que tem o poder de mando. Tenho observado que essa é a tônica nas pequenas e médias empresas brasileiras”, observa Moggi, em entrevista para a revista Vitrine do Varejo.

Inovação, meio ambiente e consumo – Segundo o consultor, esta é a fase em que o empresário precisa aprender a pensar de forma diferenciada, agregando ao tradicional pensamento lógico “um pensar imaginativo, inspirativo e intuitivo”. De acordo com Moggi, aos poucos, os novos conceitos de sustentabilidade levam à mudança naturalmente, afinal há 20 anos não se falava numa visão sistêmica, assim como a natureza não era levada em consideração nas decisões empresariais. “A ecologia nos ensina que qualquer ação, mesmo que tomada de forma racional e lógica, vai ter impactos em outras dimensões que o pensamento racional e lógico ainda não consegue captar, pois vivemos todos num grande sistema interligado por teias sutis. O limite do conhecimento racional e lógico está nos conhecimentos atuais e nos instrumentos atuais. À medida que o conhecimento racional lógico se consolida e o imaginativo, inspirativo e intuitivo avança, novos instrumentos são desenvolvidos e novas realidades começam a se descortinar”, comenta. Pensando dessa forma, é possível entender hoje que cuidar do planeta não é apenas um desejo das comunidades hippies, mas principalmente uma necessidade para os empresários da atualidade. De acordo com Mario Barra, membro da diretoria da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento de Empresas Inovadoras (Anpei), “se estagnarmos as inovações e o desenvolvimento da tecnologia, fazendo mais do mesmo, só as emissões de gases efeito estufa tornarão essa possibilidade inviável, isso sem contar com o esgotamento das reservas naturais. Colocado na forma de desafio, é preciso inovar, até pelo contexto socioambiental. Inovar não é só possível, mas necessário para preservar o futuro do planeta e da humanidade”, garante.

Para Beatriz Carneiro, diretora-executiva do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), todas as áreas precisam passar por um processo de inovação. “Precisamos aprender a pensar no longo prazo, sempre partindo da premissa de que nossas ações - sejam na tomada de decisão em uma empresa, na formulação de políticas públicas, no lançamento de um produto no mercado - precisam atender de forma equilibrada as três dimensões da sustentabilidade - a econômica, a social e a ambiental”, explica Beatriz. Além disso, ela lembra que é necessário levar em conta a vontade do consumidor, que exige qualidade de vida. “Vamos precisar aprender a ver a vida de uma maneira diferente. Por isso, enfatizamos muito a questão da inovação cultural. Devemos ter como meta dois preceitos básicos: viver bem - definido como acesso à educação, saúde, mobilidade, alimento, água, energia, habitação e consumo de produtos e serviços; e viver nos limites do planeta - definido como padrão de vida que pode ser mantido com os recursos naturais disponíveis, sem degradar ainda mais a biodiversidade, o clima e os ecossistemas” explica. Na busca pelas soluções, uma questão é certa: a inovação e a sustentabilidade devem estar atreladas. Esse processo, de acordo com Filipe Cassapo, é natural e óbvio. “Na busca pela eficiência de consumo e da transformação dos resíduos gerados, entre outros objetivos, a inovação está atrelada a sustentabilidade, pois uma é o resultado da outra. Nesse processo ocorre a conversão de conhecimento em resultado sustentável”, explica Cassapo.

Beatriz Carneiro também defende que os dois conceitos estão intimamente ligados. “Não haverá futuro se não soubermos lidar com esses dois conceitos. Para atingirmos um grau satisfatório de sustentabilidade vamos precisar de inovação cultural para romper com o paradigma de hoje, no qual o crescimento da população e do consumo está aliado à inércia oriunda de políticas e de modelos de governança inadequados para lidar com tal crescimento. Precisamos igualmente de inovações tecnológicas que nos possibilitem chegar à metade do século com uma produção agrícola 100% maior do que a atual (sem aumentar a extensão de terras agricultáveis e o consumo de água); ou reduzir pela metade as emissões de carbono do planeta, tomando como base o ano de 2005; ou potencializar de quatro a dez vezes a utilização de recursos naturais renováveis”, explica. Cassapo completa ainda que a inovação deve acontecer, em primeiro lugar, no setor produtivo. “É lá que o ciclo começa, e onde há maior consumo de energia e desperdício. Então é nesse setor que deve acontecer a inovação sustentável, pois isso será levado a diante nos estágios seguintes”, comenta Cassapo.

Inovação para reduzir a poluição - Dentro das mudanças necessárias na evolução do processo de produção, relacionado diretamente à sustentabilidade, está a diminuição da poluição. Decorrente da falta de preocupação com os resíduos dos processos industriais, a poluição é hoje um dos principais problemas enfrentados pelas sociedades e que precisa ser resolvido e combatido. “A inovação é a resposta para as questões de combate à poluição. Nela, busca-se então a eficiência de consumo e a transformação dos resíduos gerados. Na inovação dentro das empresas, deve-se buscar converter os passivos ambientais em ativos econômicos”, explica Cassapo. Para Barra, “para atender a demanda em escala planetária é preciso não só usar bem os recursos disponíveis como também reduzir a poluição. Cabe aos gestores da inovação das empresas conceberem produtos e serviços que não sejam poluidores, mas que também revertam o quadro de poluição”, complementa. Para Beatriz, do CEBDS, já estão sendo apresentados vários avanços na área de combate à poluição. “Na área de energia, que é básica para movimentar a máquina da atividade econômica, temos observado o crescimento de fontes limpas e renováveis, como a energia eólica e a energia solar. O problema é que ainda estamos distantes de dar escala a essas fontes de energia. Elas ainda são tratadas como alternativas”, afirma.

Um exemplo claro sobre inovação e revisão de conceitos está acontecendo na indústria automobilística. Em 2010 o mercado deu grande destaque para os vários projetos de carros verdes, evidenciado principalmente os automóveis elétricos. A necessidade de rever o conceito dos carros ficou evidente para o mercado, percebendo que utilizar apenas o biocombustível no lugar da gasolina, por exemplo, seria pouco. Foi necessário rever todo o conceito do automóvel, a forma de fabricação e, em alguns casos, até mesmo sua funcionalidade como meio de transporte ou item de consumo de luxo. A montadora Mercedes-Benz, por exemplo, resolveu investir na venda de um serviço para que as pessoas possam andam de carro, sem precisar comprar um. É o chamado Car Sharing, que funciona como uma espécie de locação de automóvel por hora. A ideia é uma forma de tentar resolver problemas de congestionamento, poluição e de mercado saturado de veículos. As experiências já funcionam na Alemanha e na cidade de Austin, no Estado do Texas, nos Estrados Unidos. O programa Car2Go funciona com um sistema de GPS, no qual é possível localizar um carro pelo telefone celular. Assim, basta verificar a disponibilidade e utilizar o carro pelo tempo que quiser. Depois é só deixar o automóvel à disposição do próximo motorista. O sistema é pré-pago e a operação de tudo fica por conta da própria Mercedes-Benz.

Ecossistemas Industriais - Na busca por alternativas para implantar a inovação sustentável nos processos produtivos, a adoção de ecossistemas industriais vem se mostrando uma das respostas mais adequadas às questões levantadas. Para Beatriz Carneiro, o modelo que precisa ser utilizado é o cenário do chamado modelo fechado. “Esse sistema torna obsoleto o conceito de desperdício. Produtos e materiais podem ser retrabalhados para ter outras funções ou ser usados como matérias-primas para produção de outros bens”, explica Beatriz.

De acordo com Filipe Cassapo, a adoção desse conceito pelo setor produtivo é fundamental para o desenvolvimento sustentável das empresas. “Ao formar ciclos sistêmicos forma-se a inovação em rede, pois as empresas conseguem se relacionar em cadeia, uma complementando a outra. Dessa forma, o resíduo de um torna-se a matéria-prima do outro e as empresas não precisam viver em um mundo de competição sadia. Elas passam a um outro estágio, da convivência simbiótica, o que lhes garante maior tempo de sobrevivência e resultados mais positivos e verdadeiros”, garante Cassapo.

Dentro desse conceito, Mario Barra mostra um exemplo do sucesso dos ecossistemas industriais. “Um exemplo dentro desse contexto é o caso das madeireiras e da indústria de móveis, esquadrias e artefatos de madeira de Rio Branco, no Acre. O processo começa no manejo florestal, uma técnica de seleção e corte de árvores de baixo impacto ambiental, terminando com o aproveitamento integral dos resíduos na produção de pequenos objetos ou na geração de energia. Antes somente 20% da extração da madeirada floresta era aproveitada e agora quase nada é refugado. Até a serragem, que era despejada nos igarapés e poluía as águas, virou fonte de energia para os fornos de padarias e cerâmicas. Exemplo desse sucesso é o consórcio formado por três empresas de pequeno porte: a Libra; a Jarina e a Umalte, empresas que se uniram para produzir um piso a partir da constatação de que cerca de metade das árvores cortadas é descartada dentro da floresta, pois a galhada e os restos de tronco com baixo valor comercial são descartados. O protótipo do piso produzido com a colagem de lâminas de madeira de galhos está sendo testado, o que inclui avaliações de densidade, resistência e outros quesitos indispensáveis de qualidade”, conta Barra.


Caos Organizado
De acordo com o consultor Jair Moggi, uma forma de ajudar as empresas a mudarem a forma de enxergar seu próprio negócio está no que ele chama de caos organizado. É quando as lideranças empresariais conseguem instalar um clima de liberdade para ousar, porém com responsabilidade é pertinente neste momento. Ou seja, uma fase com gestão intuitiva e motivacional e com hierarquia horizontal. “São princípios que servem de balizadores para que os atores organizacionais (lideranças em todos os níveis, do presidente ao pessoal operacional) possam atuar balizados por esses conceitos que são criados coletivamente e, portanto, são seguidos ou respeitados por esses mesmos atores que se sentem donos de todo o processo de gestão. O paradigma a ser quebrado aqui é que eu posso ser o dono do capital, mas não sou o dono do pensar, do sentir e do agir das pessoas.”

“Quando falamos em quebrar paradigmas, falamos em reinventar tudo, e isto assusta muitas lideranças acostumadas com o chinelo velho”, Jair Moggi

“Se estagnarmos as inovações e o desenvolvimento da tecnologia, fazendo mais do mesmo, só as emissões de gases efeito estufa tornarão essa possibilidade inviável, isso sem contar com o esgotamento das reservas naturais”, Mário Barra

“Para atingirmos um grau satisfatório de sustentabilidade vamos precisar de inovação cultural para romper com o paradigma de hoje, no qual o crescimento da população e do consumo está aliado à inércia oriunda de políticas e de modelos de governança inadequados para lidar com tal crescimento”, Beatriz Carneiro


Matéria da Edição 21 - Revista Geração Sustentável (Lyane Martinelli)
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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Artigo: Do limão à limonada

No princípio - por volta de 1980, temas como ecologia, necessidade de ser politicamente correto, e similares, incomodava muita gente. Parece até que atrapalhava o “crescimento” das empresas, do país e assim por diante.

As instituições financeiras, por exemplo, se limitavam a exigir a licença ambiental do empreendedor, apenas para cumprir determinação de lei da co-responsabilidade. O empreendedor apresentava a licença e estava tudo resolvido; ainda que ficasse apenas no papel. Os tempos mudaram. Mudou também o clima, e suas consequências se mostraram preocupantes também para as instituições financeiras. Como a administração de riscos é a essência do negócio financeiro, a incorporação da análise socioambiental como ferramenta de redução de incertezas começou a tomar contornos de um segmento dentro das instituições financeiras. A razão é simples: os desafios representados pelo aumento da incidência de desastres naturais, em sua maioria devido às mudanças climáticas globais, têm impacto financeiro direto para elas.

No restante do setor financeiro, sobretudo nos bancos comerciais, o processo de incorporação da sustentabilidade é em grande parte estimulado por pressões da sociedade civil ou por perdas associadas a questões socioambientais. Em paralelo, os bancos gradativamente começaram a acreditar que o que é bom para o meio ambiente também é bom para os negócios. Nesse sentido, finanças sustentáveis é um movimento que busca promover uma atuação do sistema financeiro de forma economicamente viável, socialmente justa e ambientalmente correta.

O apelo sustentável ou uma empresa que atue com responsabilidade socioambiental, já não são mais termos a serem explorados como posicionamento de comunicação e marketing. Mesmo quem inicialmente pensava em apenas “parecer” responsável, está concluindo que vale a pena ser e ter responsabilidade socioambiental nos seus empreendimentos. Faz bem pra saúde. Aliás, os projetos socioambientais elevam em até 4% o valor de mercado das empresas, segundo levantamento da consultoria espanhola Management & Excellence.

Há, hoje, um interesse muito maior do que simplesmente parecer bonzinho, ou como se dizia, ecologicamente correto. Por quê? Business! Exemplificando: há tempos a base da pirâmide social vem mostrando um enorme universo de oportunidades empreendedoras, despertando o interesse notadamente das grandes corporações. A cada dia temos notícias de novos produtos lançados para esse segmento. Nas instituições financeiras, a bancarização é o tema que instiga o lançamento de produtos e serviços com atributos socioambientais. Na outra ponta, onde a renda está mais concentrada, as oportunidades de acesso aos recursos internacionais passam necessariamente pela condicionante gestão de riscos socioambientais. Traduzindo: os investidores estão privilegiando empresas com práticas avançadas de governança corporativa e de responsabilidade socioambiental. As pessoas e o meio ambiente estão no foco. O desenvolvimento versus crescimento a qualquer preço.

A população mundial hoje é de 6,9 bilhões de habitantes. A previsão é de que no ano de 2.020, nosso planeta azul terá que acomodar (e deveria suprir as necessidades) de 7,7 bilhões de pessoas (fonte Instituto Akatu). Em 2.040, 8,8 bilhões. Dá pra imaginar? A grande parcela desse número estará na base da pirâmide.

No Brasil de hoje, 49 milhões recebem até meio salário mínimo. Outros 54 milhões de brasileiros não possuem rendimento; são pobres. Com renda per capta de US$8.020, o brasileiro pena para alcançar nossos hermanos argentinos com seus 12.460 dólares de renda por habitante, segundo dados do FMI e Banco Mundial. Pode ser cruel, mas não dá pra negar que existe um mar de oportunidades em negócios, diante desses números. Escala existe.

Para reflexão: empreender para atender as necessidades e contribuir para a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas, além de nobre pode ser um grande negócio.


** Ney Augusto Resmer Vieira: Gerente DRS da Superintendência de Negócios Varejo e Governo do Paraná do Banco do Brasil

Artigo sobre Gestão Estratégica publicado originalmente na edição 21 da revista Geração Sustentável

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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Edição 21: Matéria Visão Sustentável

Dinâmica do tabuleiro

Alternativa para o treinamento e ensino da sustentabilidade, jogo de tabuleiro é ferramenta para o meio empresarial

Divida o mundo em 12 grupos formados por países e continentes. Deste total, deixe seis territórios nas mãos de pessoas conhecidas, ou escolha uma das regiões para você e partilhe as demais com outras cinco pessoas. Jogue os dados na mesa e deixe os participantes escolherem as cartas que indicarão as metas e objetivos de cada um. Mas tenha claras duas regras: nesse jogo não há só um ganhador e todos têm participação nas decisões que forem tomadas. Essa pode até parecer uma daquelas metáforas sobre as novas configurações da ordem política mundial, que ouvíamos nas aulas de Geopolítica, ou mesmo a descrição de um jogo de estratégia como o War, mas se trata de um método de treinamento empresarial, que usa o tabuleiro como campo de atividades e visa o incentivo da prática da sustentabilidade.

O Jogo se chama Negócio Sustentável (JNS) e a brincadeira é de gente grande. Assim como outras formas lúdicas de treinamento e avaliação corporativa, o JNS projeta o ambiente empresarial e busca incentivar outras formas de se compreender e lidar com a sustentabilidade. A premissa é a de que no século 21 não faz mais sentido jogar o “ganha-perde”, em que para um lucrar, outro tem que sair no prejuízo. Além disso, o recurso busca despertar uma visão mais ampla dos elementos que compõem os negócios sustentáveis por meio de cinco moedas: Tecnologia, Conhecimento, Pessoas, Recursos Naturais e Talentos – o dinheiro.

De acordo com a criadora do Jogo, a consultora em Educação Financeira da Sinergia Consultores, Glória Pereira, a ideia é apresentar aos participantes todas as variáveis que envolvem os negócios sustentáveis. “A sustentabilidade só acontece de fato se estiverem conectadas as cinco moedas do jogo: as pessoas, os recursos naturais e financeiros, movidos à tecnologia, e o conhecimento. Saber o conceito é importante, mas a sustentabilidade não funciona se não estiver em rede”.

As bases do JNS foram lançadas em 2005, quando Glória foi procurada para desenvolver um jogo de tabuleiro para Educação Financeira, que seria apresentado no Congresso Internacional de Desenvolvedores de Jogos de Tabuleiro de 2006. Com o tempo, porém, o objetivo do JNS foi ampliado para a sustentabilidade. A criadora conta que a inspiração veio da sua experiência com a andragogia – educação para adultos –, adquirida como consultora em Educação Financeira. “O jogo está associado à andragogia e à anatomia emocional, porque atua no cérebro e nas emoções dos jogadores, estimulando os hormônios do prazer através de negócios em que são empreendedores, investidores, vendedores e compradores. Eles tomam decisões, avaliam os resultados para si, para todos da mesa e para o Planeta – o tabuleiro –, podendo mudar suas jogadas para obter melhores resultados”.

Desde a sua criação, o JNS certificou 96 consultores em todo o Brasil, que o utilizam das mais diferentes formas. “No setor de planejamento estratégico o Jogo mostra aos colaboradores que a empresa tem um objetivo único. Além disso, ele pode avaliar o trabalho em equipe e ser usado na área de vendas, para a geração de mais negócios, ou ser aplicado em processos de seleção”, enumera o consultor credenciado Yuri Beltramin, que afirmou existirem ao todo mais de 20 aplicações diferentes para o JNS.

Glória acrescenta: “O Jogo é apenas um instrumento na mão do Consultor. Por exemplo, na área comercial, trabalhamos os padrões que não são lucrativos. Já na área de sustentabilidade, ampliamos o uso para o comportamento dos envolvidos”. Essa maleabilidade do jogo conforme as necessidades do cliente é uma das características ressaltadas por Beltramin, assim como a capacidade de indicar perfis profissionais. “Ao final de cada rodada é feito um gráfico com os resultados dos jogadores, que mostra o conhecimento que eles possuem em sustentabilidade e em alguns casos a existência de uma maior preocupação com o dinheiro do que com as outras moedas”.



Valores e resultados

O uso de jogos de tabuleiro em treinamentos empresariais ainda é recente no Brasil, principalmente quando o assunto é a sustentabilidade. Com a mesma lógica das dinâmicas de grupo – em que os participantes desempenham tarefas coletivas – e a dos treinamentos ao ar livre – com desafios a serem transpostos, como escalar morros e cachoeiras –, a atividade exige a cooperação dos envolvidos e serve para avaliar as atitudes deles diante de diferentes situações, por meio da representação do dia a dia corporativo. Segundo o sócio da empresa de jogos de tabuleiro SB Jogos, André Zatz, esse recurso possui ainda outras vantagens, como o envolvimento dos participantes e a aceleração do aprendizado. “O envolvimento é fora do comum, e a quebra de resistências começa quando eles reconhecem que a atividade será um jogo. Além disso, o jogo de tabuleiro permite um trabalho sério voltado para o aprendizado de conceitos abstratos, passagem de mensagens-chave e retenção de informação”, salienta Zatz, cuja empresa possui mais de 10 anos de atuação no segmento e cerca de 100 produtos editados para treinamento corporativo.

Mas e como jogos como o JNS incentivam mudanças de atitudes e valores, desenvolvidos ao longo de toda uma vida? Para a consultora do Jogo e diretora da empresa de seleção RH Nossa, Marilda Morschel, a resposta está na simulação da realidade e nos exemplos de atitude que são gerados. “Como o jogo faz com que haja uma interação entre os participantes, ele pode incentivá-los a mudar. Ver os outros agirem de uma determinada forma causa desconforto em quem não adota práticas sustentáveis. Mas o que traz a mudança é o uso prático do que é passado”. Zatz tem opinião semelhante. “Alguns jogos são pensados para contribuir com essa mudança. São simulações com o objetivo de sensibilizar o participante para um comportamento inadequado. Mas essa intervenção deve estar contextualizada com outras ações para o mesmo objetivo”.

Desde a sua criação, o Jogo Negócio Sustentável foi utilizado pelos Correios, Petrobras e Sebrae, além de institutos e universidades. Segundo Glória, o retorno dos clientes é positivo, mas para fazer a venda das caixas deslanchar é preciso ter uma rede de distribuição de pelo menos mil lojas de brinquedos em todo o país. Um longo caminho a ser percorrido, mas sem medo de brincar em serviço.


SERVIÇO:

Jogo Negócio Sustentável
Onde comprar: No site http://www.negociosustentavel.com/
Loja Commit – Rua Oscar Freire, 1351, Jardim Paulista, São Paulo
Valor: R$ 350
Telefone: (11) 3285-1995

Matéria da Edição 21 - Revista Geração Sustentável (Fabio Cherubini)
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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Inscrições para Prêmio Ozires Silva


Empresas de todo o Brasil podem concorrer com projetos inovadores e sustentáveis

Dia 23 de janeiro é data final para as inscrições do 4º Prêmio Ozires Silva de Empreendedorismo Sustentável, promovido pelo Instituto Superior de Administração e Economia da Fundação Getulio Vargas - ISAE/FGV, Grupo Paranaense de Comunicação - GRPCOM, com corealização do Sebrae/PR. A premiação visa reconhecer iniciativas que se preocupam com o meio ambiente e questões sociais, além de destacar lideranças responsáveis nos setores chave da economia nacional.

Todas as empresas que atuam no Brasil, tanto na esfera pública quanto privada, ou de economia mista, podem participar. Neste ano, serão seis categorias: Empreendedorismo no Setor do Agronegócio; Empreendedorismo no Setor Industrial; Empreendedorismo no Setor de Comércio e Turismo; Empreendedorismo no Setor de Transporte e Logística; Empreendedorismo Cívico e Público e Empreendedorismo Cultural.

Entre os ganhadores da última edição, estão empresas como Petrobrás, Instituto HSBC de Solidariedade, Parque Tecnológico Itaipu – PTI e Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT. As inscrições são gratuitas e irão até o dia 23 de janeiro. A cerimônia de premiação ocorre em 8 de fevereiro de 2011, no Memorial de Curitiba.


Ozires Silva

É oficial da Aeronáutica e engenheiro formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Destaca-se por sua contribuição no desenvolvimento da indústria aeronáutica brasileira. Capitaneou a equipe que projetou e construiu o avião Bandeirante. Liderou em 1970 o grupo que promoveu a criação da Embraer, uma das maiores empresas aeroespaciais do mundo. Deu início à produção industrial de aviões no Brasil. Presidiu a empresa até 1986, quando aceitou o desafio de ser presidente da Petrobras, onde atuou até 1989. Em 1990, assumiu o Ministério da Infraestrutura e, em 1991, retornou à Embraer, desempenhando um papel importante na condução do processo de privatização da empresa, concluído em 1994.

Também atuou como presidente da Varig por três anos (2000-2003) e criou em 2003 a Pele Nova Biotecnologia, primeiro fruto da Academia Brasileira de Estudos Avançados, empresa focada em saúde humana cuja missão é a pesquisa, desenvolvimento e produção de tecnologias inovadoras na área de regeneração e engenharia tecidual. Ozires Silva também faz parte de uma série de Conselhos e de Associações de Classe.


Serviço:

Prêmio Ozires Silva de Empreendedorismo Sustentável

Data: 08/02/2011
Local: Memorial de Curitiba - Claudino dos Santos, s/ n°, Centro Histórico de Curitiba.
Informações: www.isaebrasil.com.br/premio
Inscrições: premio@isaebrasil.com.br
Informações e convites para a imprensa:

Assessoria de imprensa ISAE/FGV:

Barbara Dunin, (41) 3388 7860, barbara.dunin@isaebrasil.com.br

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O Brasil pode crescer sem agredir o ambiente?

Tudo indica que o país crescerá em ritmo chinês nos próximos anos. O desafio é fazer isso sem degradar o meio ambiente, como aconteceu na China!

O Brasil vive um de seus melhores momentos na economia. Este ano que se encerra é o décimo sexto de estabilidade monetária. Desde o milagre econômico, nos anos 70, o país não usufrui de tantos anos de crescimento continuado. Com exceção de 2009, marcado pela retração global, o ritmo de expansão da economia nos últimos três anos
foi superior a 5%. A previsão de crescimento em 2010 é de 7,5% — uma aceleração ao estilo chinês.

Dentro desse contexto animador, emerge uma preocupação. É possível manter esse desempenho vigoroso de forma sustentável? Em outras palavras, sem agredir a natureza nem arruinar os recursos naturais do país. O crescimento econômico só tem vantagens. Promove o aumento do emprego, da renda e dá dignidade à vida de um povo. Se o preço a pagar por isso, contudo, for a degradação do ambiente em que vivemos, o prejuízo será duplo: a perda de nossa qualidade de vida e um futuro incerto para as próximas gerações.

A história é pouco animadora no que diz respeito a crescer sem degradar. Desde que o Homohabilis construiu as primeiras ferramentas de pedra, há 2 milhões de anos, a ordem natural foi submetida à vontade humana. A rigor, não há produção sem destruição. Nos ultimo’s 8 000 anos, com a invenção da agricultura e das cidades, o impacto do homem na natureza tornou-se significativo. Com o início da revolução Industrial, há dois séculos, nossa capacidade de extrair recursos naturais aumentou a ponto de desfigurar a face do planeta. os países desenvolvidos são exemplos recentes dessa logística. A Europa detinha 7% das florestas do planeta e hoje conta com mísero 0,1%. Nos Estados Unidos, quase não há mais terras disponíveis para produzir alimentos.

A China amarga as consequências do crescimento a qualquer custo das últimas décadas. Um terço dos rios e 75% dos lagos do país estão contaminados. Das vinte cidades mais poluídas do mundo, dezesseis são chinesas. mais de 750 000 pessoas morrem por ano em decorrência da água e do ar pútridos no país. As fábricas movidas a carvão criaram vilarejos doentes, nos quais a taxa de tumores malignos é altíssima. A história a ser contada daqui a vinte, trinta anos, que incluirá a experiência brasileira e seu processo de desenvolvimento, pode ser bem diferente. o Brasil entra na sua fase de maior crescimento econômico prolongado em um período sem precedentes de conscientização sobre a necessidade de preservação ambiental. “Hoje o modelo é outro. Parece paradoxal, mas não há mais como crescer sem preservar o meio ambiente ou, pelo menos, sem diminuir o impacto causado pela produção”, diz o economista Americano Jeffrey Sachs. “Ou fazemos essa transição para a sustentabilidade, imposta pela crise global de 2008, que se resume na desaceleração do impacto ambiental, ou estaremos fadados a desaparecer”, conclui.

Os desafios brasileiros para crescer e, ao mesmo tempo, se adequar a esse novo modelo sustentável de mundo são enormes. Será preciso expandir a agropecuária sem desmatar a Amazônia, suplementar a geração de energia, investir bilhões em infraestrutura — desde a básica, como saneamento, até a modernização de portos e aeroportos. Uma das chaves para que tudo isso ocorra de forma sustentável é a inovação tecnológica. “Inovação tecnológica só existe se há aumento do consumo, aumento da produção e da riqueza de um país. Nenhuma nação em frangalhos tem condições de promover a inovação, muito menos sustentabilidade”, diz Maílson da Nóbrega, consultor e ex-ministro da Fazenda. Esse pensamento combina com a teoria da “curva ambiental de Kuznets”, uma adaptação do trabalho do economista Simon Kuznets, ganhador do Nobel de 1971. Proposta pelos economistas da Universidade Princeton Gene Grossman e Alan Krueger, a teoria sustenta que a poluição e os impactos ambientais evoluem nas sociedades industriais seguindo uma curva em forma de “U” invertido, ou seja, a degradação da natureza aumenta durante os estágios iniciais do desenvolvimento de uma nação, mas se estabiliza e começa a decrescer quando o nível de renda e de educação da população aumenta.

No Brasil, poucos setores representam tão bem o poder da inovação quanto o agropecuário. Hoje, é possível dobrar a produção agropecuária sem derrubar uma árvore da Amazônia. De acordo com dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), entre 1996 e 2006 houve uma redução de 10,7% nas áreas de pastagem. No mesmo período, o rebanho bovino cresceu 12% e a produção de carne, 70%. Em dez anos, a produtividade por hectare da cana-de-açúcar saltou de 49 para 80 toneladas. Com tecnologia adequada, é possível produzir muito mais. Técnicos estimam que a produtividade da soja poderia aumentar 50% só com o uso correto da irrigação. Também graças à inovação, a cana-de-açúcar é o produto agrícola que mais cresce no país. Hoje, os canaviais ocupam 8 milhões de hectares. Para a cana ganhar o Mercado internacional de etanol e se tornar uma alternativa ao petróleo, será necessário aumentar sua produção.

“Isso só pode acontecer sem desmatamento se houver aumento na produtividade e melhoramento genético da cana”, diz o biólogo Fernando Reinach, um dos mais conceituados especialistas brasileiros em tecnologia para o agronegócio. “O problema é que, no Brasil, sai mais barato desmatar do que investir em tecnologia. Isso sem falar na falta de incentivos e nas falhas de nossa legislação”, diz a senadora Kátia Abreu, presidente da CNA. A fronteira agrícola nacional avança a passos largos sobre a Floresta Amazônica. De acordo com a FAO, o país é o que mais desmata no mundo. Entre 2000 e 2009, a participação brasileira no desmatamento mundial au mentou de 18% para 20%. Mais de 2,6 milhões de hectares de floresta foram destruídos no período.

Preservar a Amazônia não é balela de ambientalista. É uma questão de sobrevivência. A Amazônia detém a maior biodiversidade do planeta e o maior e mais diverso estuário do mundo. A rede hidrográfica da região tem um potencial energético de 70 gigawatts, metade do potencial nacional. O fim da floresta mudaria o regime de chuvas em toda a América do Sul, com prejuízos para a agricultura e para a geração de energia — duas coisas de que o Brasil vai precisar muito se quiser crescer. Se os desafios são grandes, as oportunidades também o são. Um estudo do Banco Mundial aponta o Brasil como o provável líder de uma nova economia verde, capaz de reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 37% (o equivalente a tirar da rua todos os carros do mundo por um período de três anos) sem comprometer o crescimento, a criação de empregos e o desenvolvimento nas próximas duas décadas. No exterior, a expectativa é que o Brasil contribua de forma contundente para suprir a crescente demanda mundial de alimentos e também para uma solução energética, por meio do etanol. “Só será possível assumir esse papel e competir com outras economias emergentes se houver o dobro de investimentos em infraestrutura”, diz Paulo Resende, coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral.

Para um crescimento anual de 5% na próxima década, os valores destinados ao segmento deverão girar em torno de 4% do PIB ao ano, ante os 2% destinados atualmente. A China investe 7,3% do PIB e a Tailândia, 15,2%. “De todas as obras, nenhuma é tão importante quanto as de saneamento básico”, diz o economista José Eli da Veiga, da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo. “É inadmissível que a oitava economia do mundo mantenha metade da população sem direito a rede de esgoto. Investir em saneamento é optar por um crescimento de qualidade, pois isso tem um efeito multi- plicador”, avalia.

Fazer tudo de forma correta e sustentável é possível? Os economistas e especialistas em sustentabilidade ouvidos por VEJA para esta reportagem são unânimes em dizer que sim. Há tecnologias de primeira linha para expandir o agronegócio e o setor energético. Ao contrário de outros países, temos a felicidade de dispor de reservas ambientais. Todos eles concordam com a seguinte ponderação: para chegar lá, é preciso mudar de atitude quanto antes. Devido às facilidades que a natureza oferece ao país, governantes, empresários e até mesmo a população tendem a agir de forma inconsequente em relação ao futuro e a adiar a adoção de práticas para preservar o que ainda temos. Para o Brasil crescer com qualidade, é preciso cuidar do que a natureza nos deu de graça.


Fonte: http://www.planetasustentavel.com.br/

RECICLAÇÃO 2011: Confira a programação


quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

HUB Curitiba entrevista diretor da revista

Nome: Pedro Salanek Filho

Ideia/Projeto/Empreendimento:
Revista Geração Sustentável (www.geracaosustentavel.com.br)
Ramo/atividade: Publicitário

O que você /seu projeto / empreendimento buscam?
Disseminar a sustentabilidade corporativa. Atuamos como um veículo de comunicação que enaltece as boas práticas socioambientais incorporada nos negócios. Queremos ser uma revista de fofoca em sustentabilidade (rssss).
O que oferecem? Espaço para as empresas apresentarem seus projetos e suas estratégias sustentáveis para seus stakeholders e para toda a comunidade de leitores!
Inovar é… Criar algo inédito que possa surpreender positivamente as pessoas e que contemple mudanças sistêmicas profundas… “o resto é apenas renovação”.

Uma referência cultural que impactou sua vida / seja relacionada com os valores de sua organização: Uma propaganda do green peace, que tinha de fundo a música my way, sobre mudanças climáticas que no final trazia a seguinte mensagem: “lembra como sua geração sonhava em mudar o mundo? Parabéns vocês conseguiram” (mensagem alusiva às catástrofes ambientais que causamos)
Obs. Foi o vídeo inspirador para o projeto da revista e que me fez acreditar no projeto e colocá-lo em prática. http://www.youtube.com/watch?v=wCmO3OCZX6Q

Qual o impacto (positivo) que sua ideia/projeto tem sobre Curitiba? Como Curitiba é uma cidade que possui projetos socioambientais, buscamos contribuir para o processo de educação e aculturamento das pessoas. Acreditamos que antes de implantar projetos é necessário mudar pensamentos… Rever conceitos e criar novos modelos, isso faz parte do “pensar sustentável”.

Quem você admira? Refleti por uns instantes sobre essa pergunta!!!
Admiro muitas pessoas próximas e poderia cometer injustiças citando alguns nomes!
Tenho grande admiração pelas pessoas que fazem o bem e trabalham por um mundo melhor para as próximas gerações!!!


O que é o HUB
Por perceber que faz falta um lugar em Curitiba que ofereça espaços e serviços para que gente com ideias inovadoras possa acessar recursos, realizar conexões, produzir e compartilhar conhecimento, formamos um grupo de interessados em trazer o Hub para cá. O Hub (www.the-hub.net) é uma organização que já existe em vários lugares do mundo e tem a ambição de inspirar e apoiar ideias empreendedoras e criativas rumo a um mundo radicalmente melhor.
SAIBA MAIS SOBRE O HUB CURITIBA

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Nova edição - Inovação e Sustentabilidade

A nova edição da revista GERAÇÃO SUSTENTÁVEL já está pronta...
Acesse aqui o editorial e saiba também os demais conteúdos que fazem parte dessa edição


EDITORIAL
Precisamos inovar e não apenas renovar

Desde os meus tempos de faculdade ouço falar que precisamos inovar constantemente. Buscar novos desafios, quebrar paradigmas, substituir modelos obsoletos, enfim, criar novas alternativas quando não conseguimos mais progredir nos formatos antigos. Esse discurso direciona a inovação para o momento exato em que já esgotamos todas as alternativas e recursos que podíamos.
A palavra inovação também ilustra os discursos de muitos consultores e profissionais que justificam seus resultados porque inovaram, ou pelo menos porque acham que inovaram. Um dos pontos que merece reflexão é se realmente inovamos ou apenas renovamos. Inovar é criar mudanças profundas e provocar atitudes/comportamentos diferentes, já renovar é apenas mudar a roupagem e manter o conteúdo.
Como o termo inovação sempre acompanha os gestores, nesse momento em que a estratégias são voltadas a sustentabilidade empresarial, isso fica ainda mais evidente. A inovação passa a caminhar de mãos dadas com a sustentabilidade dos negócios. Não criaremos soluções sustentáveis se não mudarmos os modelos de produção e de consumo. Uma inovação na indústria automobilística, por exemplo, terá que ir mais além do que mudar o tipo de combustível. Veículos movidos a energia elétrica é apenas um pequeno passo do que teremos (e seremos obrigados a ter) no futuro. Esse novo veículo terá que interagir com outras causas ambientais como, por exemplo, a mobilidade urbana. Veículos movidos a energia elétrica e nos tamanhos atuais não serão sustentáveis. Como diz o consultor Cleuton Carrijo em suas palestras, inovar é criar algo novo, inusitado e surpreendente. É mudar a direção do pensar, do viver e do ser.
Achei muito interessante também um comentário feito pela superintendente de Desenvolvimento Sustentável, Linda Murasaka, do Banco Santander em uma palestra na Bienal de Design. Ela explorou aquele famoso ditado de que não devemos “dar o peixe e sim ensinar a pescar”. Mas ela evoluiu da seguinte forma: “Dar o peixe é filantropia; ensinar a pescar é responsabilidade social; inovação é ensinar a pescar, se preocupar com a qualidade da água, com o ecossistema e trabalhar continuamente para que nunca falte peixe naquele local”. Esse pensamento nos faz ampliar a visão e perceber que a inovação é trabalhar em questões bem mais profundas. E atuar na mudança de conceito, colocar em prática novas ideias em conjunto com os fatores socioambientais são temas que você leitor encontrará nessa edição.
Boa Leitura! Pedro Salanek Filho - Editor

Veja o que mais você encontra nessa edição:

MATÉRIAS
- Entrevistado: Victor Barbosa (Presidente do CPCE)
- Matéria de Capa: Tempo de Rever Conceitos e Inovar
- Visão Sustentável: Jogos de Negócios Sustentáveis - A dinâmica do tabuleiro
- Responsabilidade Social: Sericultura gera cooperação e desenvolvimento sustentável no Paraná
- Rersponsabilidade Ambiental: Ecogaragem - Empresa de transporte coletivo reinventa com a sustentabilidade
- Desenvolvimento Local: História e sustentabilidade no interior do Paraná

ARTIGOS
Ivan Dutra: Política Nacional de Mudança do Clima - Uma no cravo e outra na ferradura
Jerônimo Mendes: Mais ação e menos discurso Brasil!
Ney Algusto Vieira: Do limão à limonada
Rosimery Fátima de Oliveira: Achei um ninho de passarinho reciclado



A revista Geração Sustentável faz uma promoção especial para você leitor que busca novos conhecimentos sobre o tema sustentabilidade corporativa.

Fazendo uma assinatura anual (R$ 59,90) da revista você ganha o livro "ECO SUSTENTABILIDADE: Dicas para tornar você e sua empresa sustentável" do consultor Evandro Razzoto. ASSINE AQUI