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terça-feira, 12 de junho de 2012

Entrevista Edição 28 - Humberto Cabral

Humberto de Ramos Cabral é Engenheiro Florestal e Especialista em Gestão Industrial de Tecnologia da Madeira. Em 1988 fundou a Embafort que é uma empresa especializada no desenvolvimento de embalagens industriais de madeira. Cabral atua como conselheiro no IBPQ e na SPVS. Sempre atuando com espírito empreendedor e inovador, Cabral tem se destacado no cenário nacional e internacional por desenvolver produtos que respeitam os fatores socioambientais. Sua empresa já recebeu mais de 30 reconhecimentos por atuar de forma sustentável. Além das embalagens industriais de madeira, Cabral vem desenvolvendo, desde 2008, um novo projeto voltado para a construção de casas ecológicas em Wood Frame e teve este projeto aprovado pelo FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), em 2010. No fechamento dessa entrevista ainda nos comunicou que, em parceria com o TECPAR, terá também a certificação ISO 50.001 – Energia, sendo provavelmente a primeira empresa do setor a receber essa certificação no Brasil. Humberto Cabral falou com exclusividade para a revista GERAÇÃO SUSTENTÁVEL.
1. O seu projeto de negócio é considerado referência em inovação e sustentabilidade tanto em nível nacional como internacional. Como surgiu a ideia?

Com 23 anos fui estagiar como estudante de Engenharia Florestal no antigo Projeto Jari, em plena Selva Amazônica, entre o Amapá e o Pará. Naquela época, a partir de Belém, levava um dia de barco para chegar até lá. Era o ano de 1979, e a minha função era acompanhar as equipes de inventário Florestal pela selva, com o objetivo de prospectar o potencial de utilização das árvores e dos biomas. Tive a oportunidade de ver muitas maravilhas, como a floresta majestosa, onde provavelmente nenhum ser humano jamais tinha pisado, vi também uma onça preta que me encarou do outro lado de um pequeno córrego. Conheci cachoeiras fantásticas... Ficávamos semanas em plena selva, eu, que já era apaixonado pela natureza, encantei-me ainda mais.

Mas um lugar em especial me encantou, ao qual retornei quatro meses depois, caminhei pelas brumas da manhã no meio da mata e senti um grande mal-estar. Ao caminhar mais alguns metros, saí da mata e vi que tudo aquilo que tanto tinha amado fora derrubado pelos tratores D8. Apenas alguns metros da mata o ar estava seco, sofrido e doentio, uma área de uns cinco km2 estava sendo queimada, as labaredas alcançavam mais de 30 metros de altura, o barulho era ensurdecedor. Naquele momento, jurei que tudo o que fizesse na minha vida seria para proteger a natureza, mesmo sendo uma pessoa sem posse alguma, tinha me apoderado do que NÃO QUERIA. Sofri uma catarse, ou seja, a partir daquele dia sabia o que me dava sentido na vida, agora era saber como fazer isso ser realmente impactante para a natureza.

2. Quais foram os principais desafios enfrentados no início da empresa? Foi necessário criar uma demanda por essas novas embalagens industriais?

Depois do meu juramento, cheguei à conclusão de que faria diferença se fosse dono do meu nariz. Já nasci com essa vontade de ser empreendedor, assim ficava somente dois anos em cada empresa. Morei em vários estados do Brasil e nos Estados Unidos. Um ano após retornar ao Brasil, fui trabalhar em uma grande indústria de compensado e as sobras de produção e o material descartado sempre me encantaram, pois sabia que ali tinha potencial para fazer alguma coisa. Desenvolvi um projeto a fim de produzir embalagens com as sobras e os resíduos, o qual apresentei para o meu antigo patrão que é um “senhor empreendedor”. Na época, porém, o foco dele era outro. Como acreditei no meu projeto, comecei a trabalhar sozinho, com sobras das serrarias de madeira de reflorestamento e as fábricas de compensado... Assim nasceu a Embafort, em 1988.

A Equitel (Siemens), após dois anos de muita insistência, acreditou no meu projeto e começamos a desenvolvê-lo e produzir as embalagens. A inovação foi fundamental, pois alteramos toda a maneira como era feita a embalagem dentro da empresa, o resultado foi tão positivo que os nossos projetos se tornaram padrão no Brasil e no exterior. A maior resistência sempre era sobre o tipo de madeira, pois todos queriam madeiras nobres como Peroba, Cedro, Pinheiro ou, em último caso, Madeira de Lei. Essa sempre foi nossa recusa, pois a visão daquele fogo queima no meu cérebro até hoje.

O interessante foi reeducar as pessoas, explicando que a madeira de reflorestamento como Pinus e Eucalipto, mesmo com suas restrições, são vistos como ativos renováveis e, ao utilizarmos essas espécies, estamos protegendo as nossas florestas nativas.

3. A sua empresa produz embalagens industriais de madeira desenvolvidas com base em outras embalagens. Quais são seus principais clientes (setores) no Brasil e no exterior? Quais são as tendências desse segmento de embalagens?

A Visão da Empresa desde a sua fundação é “Reciclar o Presente e Preservar o Futuro”, não é só reciclar embalagens, mas também conceitos, pessoas, empresas etc.

No ápice da reciclagem, chegávamos a receber quase 30 carretas por dia de material das montadoras e de outros clientes. O que desenvolvemos foi uma integração do nosso Soft de Engenharia e Projetos com nosso Soft de ERP. Ao desmancharmos uma embalagem, alimentávamos com as bitolas disponíveis e o Soft de engenharia adaptava o projeto às bitolas disponíveis. Isso é tão inovador que até hoje somente nós possuímos esse soft de integração e adaptação entre esses dois sistemas, nessas metodologias chegamos a preservar 300 árvores adultas por dia. Esse projeto fez com que a London Business School nos considerasse Benchmarking Mundial na gestão ambiental no nosso setor.

A Indústria Automotiva e de Veículos Pesados e sua rede de fornecedores são o nosso carro chefe. Nossas embalagens, por meio através dos nossos clientes, chegam a mais de 100 países nos cinco continentes.
Vejo o futuro da embalagem como promissor, pois a grande tendência é que as indústrias sejam “Global Players”, como são as montadoras, elas produzem onde é mais viável economicamente e isso tem que ser transportado para todos os outros países. Para se ter ideia, embalamos peças ao equivalente de 50 mil veículos por ano.

4. A sua empresa desenvolve algum processo de monitoramento ou rastreabilidade das embalagens produzidas? É possível controlar quantas vezes uma embalagem foi reutilizada?

A Embafort foi a primeira empresa do seu setor no Brasil a ter ISO 9001, em 1998. Em 2004, fomos, para nossa surpresa, a primeira do setor no mundo a ter ISO 14.001 e, no ano seguinte, certificamos a OHSAS 18.001.

O interessante é que todas essas certificações e esses prêmios (mais de 30) vieram em função do meu juramento, o qual consistia em preservar a natureza. Em seguida, fundei a Embafort, utilizando material reciclado. Aprendi que não conseguiria preservar a natureza se não educasse as pessoas, por isso investimos muito em educação dos funcionários e em projetos sociais. Em 1994, com a mudança da moeda Cruzado para o Real, estávamos à beira de uma falência, assim aprendi que a empresa, para proteger a natureza, teria que ser socialmente justa, mas, em contrapartida gerar lucro, ou seja, até 1994 aprendi, na prática, o que hoje é tão falado “Triple Bottom Line”.

Em função das certificações, desenvolvemos boa rastreabilidade. Um dos projetos que desenvolvemos foi a criação de embalagens One Way, as quais foram utilizadas mais de 58 vezes e retornavam cinco a cada ciclo. A nossa empresa que a reestruturava e reenviava ao cliente.

5. O senhor sempre menciona em seus comentários a relação: passivo ambiental versus ativo econômico. Como funciona essa fórmula de sucesso?

Na realidade, o que comento é que “a maioria dos Passivos Ambientais são Ativos Econômicos”, ou seja, o “Resíduo é matéria-prima no lugar errado”, basta saber utilizá-lo para agregar valor. O que fizemos, e depois fomos copiados pelo mercado, foi transformar um “lixo” de embalagens de madeira em outras embalagens e, com isso, gerar recurso financeiro.

Já trabalhamos com muitos tipos de materiais para reciclagem e o que percebo, no Brasil, é que transformar um resíduo em matéria-prima não gera riqueza. O que gera valor é pegar essa matéria-prima e agregar mais alguns processos e produtos com um bom design, aliás, esse é um dos nossos segredos de sucesso.

6. Além de atuar com embalagens industriais, quais outros produtos e sua empresa vem desenvolvendo? Estrategicamente, quais as novas oportunidades de negócio?

Para poder inovar, precisamos saber quais são nossas expertises e ver o que podemos adicionar a elas. Dominamos os processos e suas interfases de Engenharia, Design, produção em Madeira e de logística, assim vimos que poderíamos desenvolver casas ecológicas também.

Em 2008, apresentamos à FINEP (www.finep.gov.br) um projeto de Casas Ecológicas em Wood Frame, e o nosso projeto de Subvenção (não reembolsável) foi aprovado. Em 2010, aprovamos mais um projeto de Subvenção da Finep das Casas Ecológicas em SIP (Structural Insulated Panel), que é um dos processos mais inovadores em sistema Construtivos no Mundo. Por ser autoportante, esse sistema dispensa vigas, pilares, lages, estrutura de telhado etc., e apesar de seu conforto térmico e acústico serem muito superiores ao sistema tradicional, pode ser utilizado para qualquer tipo de construção.

7. A sua empresa participará da Rio+20, apresentando um projeto voltado para a construção de casas ecológicas com o desenvolvimento de paredes autoestruturantes. Quais são os detalhes desse projeto? Conte-nos mais sobre esse novo desafio...

Somos o único projeto paranaense a ser classificado pela Finep para apresentarmos no Venture Capital da Rio+20. Entre centenas de concorrentes, doze projetos de todo o Brasil foram aprovados. A Rio+20 é, sem dúvida, um dos eventos mais importantes da década em termos ambientais e sociais, apresentaremos nosso projeto para investidores do mundo todo, colocaremos em exposição as nossas Tecnologias Sustentáveis de Construção e de Embalagens.

A nossa meta é ser uma montadora de moradias industrializadas, onde a casa sai pronta da fábrica, nos modelos que existem nos EUA e na Europa. Estamos construindo 15 unidades como projeto piloto, desenvolvidas com estruturas de telhados. Em breve aceleraremos a produção. A nossa meta é produzir 35 casas/dia dentro de três anos.

8. Além de trabalhar com produtos sustentáveis, a cultura da sustentabilidade também deve ser difundida entre os diferentes públicos que a empresa se relaciona, principalmente os colaboradores. Como ocorre esse processo de disseminação internamente?

Ao andar pela Embafort, fica clara a nossa opção pela sustentabilidade, pois o processo não fica restrito à empresa. Trabalhamos para internalizar na vida dos nossos colaboradores que aplicam com seus familiares e nos seus lares os mesmos conceitos, apesar de termos muitos projetos sociais junto à sociedade, a cultura da sustentabilidade é a que tem maior desempenho na avaliação feita na empresa.

9. Que mensagem final gostaria de deixar para os leitores da revista Geração Sustentável?

Em um congresso da AMPEI, escutei de um agente do Banco Mundial duas coisas que acredito muito:
a) primeiro ele falou que os modelos de fazer negócios mudaram radicalmente três vezes na história da humanidade e quem não estava preparado para isso faliu. A primeira mudança foi quando Ford introduziu a produção em série; a segunda foi a Informática. Sem esses dois modelos não seríamos o que somos; e o terceiro que está acontecendo agora é que os negócios precisam ser Ecologicamente Corretos, Socialmente Justos e Economicamente Viáveis, o famoso “Triple Bottom Line”, ou seja, devem gerar resultado ou não passar de uma ideia. Quem estiver fora desses padrões de exigência, logo é estarão fora;

b) a segunda coisa que ele falou e que concordo muito é que nós brasileiros somos muitos criativos, e isso é pura verdade, porém, sempre queremos redescobrir a roda e não desenvolver e inovar algo que está à nossa frente. Na minha concepção, inovar é fazer algo simples, mas significativo e que atenda as novas premissas de fazer negócio.


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Veja outros conteúdos dessa edição:

Matérias:
Tecnologia e Sustentabilidade: Energia solar: um sonho de consumo
Visão Sustentável: Software de gestão corporativa promove autossustentabilidade para empresas
Responsabilidade Social Corportativa: Responsabilidade empresarial com futuro
Desenvolvimento Local: A sustentabilidade como profissão

Artigos:
Marcio Zarpelon: Sustentabilidade na construção civil
Jeronimo Mendes: Aprendendo com a crise
Ivan de Melo Dutra: Subsídios do governo brasileiro
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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

LANÇAMENTO NA LIVRARIA CULTURA








No dia 14 de março o Instituto de Embalagens fará o lançamento aberto do livro Embalagens: Design, Materiais, Processos, Máquinas e Sustentabilidade e abre período de comercialização da obra nas livrarias do país.

O Instituto de Embalagens – Ensino & Pesquisa, realizará no dia 14 de março de 2012 na Livraria Cultura – Conjunto Nacional em São Paulo, o lançamento do livro Embalagens: Design, Materiais, Processos, Máquinas e Sustentabilidade das 19h às 21h30.

O evento será aberto ao público e tem como objetivo apresentar a mais nova publicação do Instituto de Embalagens que soma até o momento nove livros desde sua fundação em 2005, além de abrir o período de comercialização da obra nas livrarias do país.

Embalagens: Design, Materiais, Processos, Máquinas e Sustentabilidade é uma obra completa sobre embalagens pensada e desenvolvida para ser acessível aos profissionais de todos os níveis de conhecimento: de estudantes a empresários dos vários setores e elos da cadeia de embalagens.

A obra possui 400 páginas com mais de 60 capítulos escritos por 44 autores que são referências em suas áreas de atuação. Para o evento são esperados profissionais das áreas técnica, designers, representantes de embalagens entre o público em geral.

A Livraria Cultura fica localizada na Avenida Paulista, nº 2073 - Conjunto Nacional em São Paulo. O evento foi organizado para ser uma festa entre todos que querem valorizar o conhecimento sobre as embalagens. Será um grande encontro entre os profissionais do setor.


Serviço
Lançamento do livro Embalagens: Design, Materiais, Processos, Máquinas e Sustentabilidade.
Data: 14 de março de 2012
Horário: 19h às 21h30
Local: Livraria Cultura - Avenida Paulista, 2073, Conjunto Nacional - Bela Vista – São Paulo/SP.
Entrada: Franca


SOBRE O INSTITUTO DE EMBALAGENS
O Instituto de Embalagens foi fundado em 2005 com o objetivo de levar conhecimento para o setor, visando o seu avanço e crescimento. O trabalho consiste na coordenação e realização de cursos, encontros, treinamentos, publicações técnicas e, sobretudo, no desenvolvimento e promoção das embalagens amigas do meio ambiente, colaborando assim para a melhoria e para a recuperação do planeta. A crença do Instituto de Embalagens é que melhores embalagens promovem melhor qualidade de vida.

Informações para Imprensa

Juliana Gabriel – Jornalista
jornalista@institutodeembalagens.com.br

(55 11) 3431-0727 / (55 11) 2854-770

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Entrevista com Elisa Prado da Tetra Pak

Entrevista publicada originalmente na edição 26 da revista Geração Sustentável

Longa vida com sustentabilidade

Elisa Prado é formada em Comunicação Social pela PUC-Campinas e pós-graduada em Marketing pela ESPM de São Paulo. Possui mais de 20 anos de experiência na área de Comunicação Corporativa, adquirida em agências de Relações Públicas e empresas nacionais e multinacionais. Hoje atua como diretora de Comunicação da Tetra Pak, liderando equipes localizadas nos países da América Central e Latina. Anteriormente trabalhou por quatro anos na Vivo, empresa líder em telefonia móvel, na qual comandou o departamento de Comunicação Institucional. Nesta entrevista, com exclusividade para a revista GERAÇÃO SUSTENTÁVEL, Elisa abordou temas relacionados à gestão corporativa, ao consumo consciente e à reciclagem.


A Tetra Pak atualmente é conhecida como uma organização que desenvolve inúmeros projetos socioambientais, como é feito o processo de comunicação para os públicos interno e externo?

Na Tetra Pak, priorizamos a comunicação com transparência e acreditamos no valor desse trabalho como uma ferramenta estratégica no relacionamento com os nossos públicos. Assim, temos a obrigação de conscientizar os consumidores sobre a importância do equilíbrio entre os três pilares sustentáveis: Econômico, Social e Ambiental. Por isso, investimos intensamente na comunicação das nossas ações, atitudes e postura para todos os stakeholders, respeitando e adaptando os meios e mensagens de cada um deles. Procuramos disponibilizar o maior número possível de informações para os diversos públicos por meio dos diferentes canais como site, revistas, relatório de sustentabilidade, newsletters, além do atendimento direto à demanda dos jornalistas, por meio de nossos porta-vozes.


Quais são os principais projetos desenvolvidos no Estado do Paraná?

Desde 2002, a Tetra Pak, além de ações de apoio a prefeituras e cooperativas, realiza um trabalho de campo para fomentar a cadeia de reciclagem de suas embalagens. Para isso, conta com o apoio de uma equipe de colaboradores externos que atuam em diversas regiões do País. O trabalho desses prestadores de serviço é bastante amplo. Eles realizam a prospecção de iniciativas de coleta seletiva com catadores, cooperativas, comércios, escolas, igrejas e outras instituições, levando informações sobre a importância da coleta e da reciclagem das embalagens longa vida pós-consumo. Quando as iniciativas não estão bem estruturadas, eles oferecem orientação para que se organizem da melhor forma possível. Atuam também junto às prefeituras para conscientizá-las da importância da reciclagem e incentivá-las a implantar a coleta seletiva formal em seus municípios. Para isso, disponibilizam folhetos desenvolvidos e impressos pela Tetra Pak com explicações simples e claras sobre reciclagem, para serem distribuídos à população. Entre 2008 e 2009, foram produzidos 5 milhões de folhetos destinados a essas iniciativas. Para as cidades com população igual ou superior a 100 mil habitantes, foram feitos folhetos específicos, e, para os municípios menores, foi distribuído um folheto com informações gerais sobre coleta seletiva. Além desses materiais, foram criados diversos outros, sobre conscientização ambiental, para abranger todos os públicos.

Além disso, em 2007, a Tetra Pak foi procurada pelo governo do Paraná para discutir soluções para a destinação de suas embalagens pós-consumo no estado. Dessa negociação surgiu o plano Paraná e Tetra Pak em Ação – Longa Vida para o Meio Ambiente, elaborado em conjunto pela Coordenadoria de Resíduos Sólidos da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos e pela equipe da Tetra Pak.

O principal objetivo é garantir o escoamento sustentável e a reciclagem das embalagens pós-consumo da Tetra Pak no estado. O plano foi composto por dez ações ambientais, baseadas em quatro estratégias-chave: incentivo ao trabalho de cooperativas para aumentar a captação das embalagens, iniciativas regionais de comercialização das embalagens pós-consumo, desenvolvimento de empresas recicladoras e educação ambiental. Essas ações foram realizadas durante o biênio 2008/2009, divididas em dois grandes blocos. O primeiro teve como objetivo proporcionar a infraestrutura necessária para as atividades de coleta seletiva e reciclagem. Foi feito um diagnóstico detalhado dos 22 municípios indicados pela secretaria e foram elaborados planos de ação específicos para cada cidade. Com base neles, a empresa efetuou a cessão de prensas, telhas e outros materiais às entidades envolvidas que pudessem contribuir para o programa de coleta seletiva. No total, foram cedidas 20 prensas enfardadeiras, quatro esteiras para triagem de materiais, cerca de 1.200 big bags, 2.120 telhas, 245 placas recicladas e material para 15 pontos de entrega voluntária (PEVs).

O segundo bloco de ações focou na educação ambiental. Envolveu a distribuição de 195 mil folhetos para conscientizar a população e 164 kits de educação ambiental, além da participação em eventos em shopping centers e da realização de outros projetos já consolidados na Tetra Pak, como o (Re)Ciclo de Cinema. Os resultados da parceria superaram as previsões. Apesar dos efeitos negativos da crise econômica de 2008, que afetou todo o setor de reciclagem, o número de iniciativas voltadas à coleta seletiva das embalagens longa vida no Paraná aumentou seis vezes (de 55 para 339). Além disso, o volume de embalagens encaminhadas para a reciclagem cresceu 18%, atingindo 4.099 toneladas em 2009, o que representa aumento de 4% na taxa de reciclagem de embalagens da Tetra Pak no estado em relação ao início do plano, em 2007. Esse índice significa que, em 2009, cerca de 207 milhões de embalagens foram recicladas somente no estado do Paraná.


Um dos maiores problemas socioambientais está relacionado com a geração de resíduos e grande parte destes são embalagens. Como a Tetra Pak vem atuando na orientação do consumidor de seus produtos no processo de reciclagem?

A Tetra Pak busca ser reconhecida pelos consumidores como uma empresa que oferece soluções para manter os alimentos com suas características originais e seguros, com embalagens práticas, ambientalmente corretas e de qualidade. No entanto, mais do que informá-los sobre os atributos de seu produto, a companhia trabalha para mostrar que o consumidor, ao comprar alimentos ou bebidas acondicionados em embalagens da Tetra Pak, está fazendo uma escolha correta e consciente do ponto de vista ambiental e social. Assim, a Tetra Pak busca aproximar-se desse público por meio de ações que promovam a reciclagem e a consciência ambiental e social.


Como está organizado esse processo de reciclagem de embalagens no pós-consumo? Como funciona a logística e qual a capacidade instalada e utilizada?

A embalagem da Tetra Pak é formada por três materiais: papel, alumínio e polietileno. A primeira etapa da reciclagem consiste em separar o papel dos demais elementos. O trabalho é feito em um equipamento denominado Hidrapulper, uma espécie de grande liquidificador que solta as fibras de papel com água. Elas seguem para processamento, onde se transformam em bobinas para a fabricação de caixas, tubetes (utilizados em bobinas de papel nas duas fábricas da Tetra Pak) e papel para impressão (feito a partir da mistura de uma porcentagem das fibras recicladas com papel sulfite). O que sobra é uma massa de plástico e alumínio. O material é enfardado e encaminhado para empresas que irão transformá-lo em produtos como telhas, placas, pellets (grãos) para injeção ou para laminação de peças plásticas e parafina, recuperando o alumínio na forma metálica. No primeiro caso, a mistura é triturada e prensada até a eliminação de toda a água. Em seguida, o material é fundido e depois resfriado para, então, adquirir o formato desejado – telhas ou placas para construção civil. Essas peças vêm conquistando um mercado cada vez maior, graças a sua alta durabilidade e seu valor agregado.

Outra vantagem é que elas são leves, flexíveis e possuem boa absorção acústica. No caso das telhas, elas são mais resistentes à degradação e oferecem melhor conforto térmico em comparação com as telhas comuns (o ambiente fica mais confortável, uma vez que o alumínio reflete os raios infravermelhos do sol, diminuindo a absorção de calor). Já a técnica de peletização foi desenvolvida no Brasil pela Tetra Pak e vem sendo aplicada desde 1998. A transformação da mistura de plástico e alumínio em grãos permitiu ampliar a forma de utilização do material, que hoje é matéria-prima para a fabricação de peças plásticas – vassouras, bolsas, sacolas, embalagens, canetas, capas de cadernos, pastas e objetos de escritório, entre outras. Hoje, mais de dez empresas fabricam peças a partir dos pellets, que, por sua vez, são produzidos por duas recicladoras no estado de São Paulo. Em 2005, a Tetra Pak desenvolveu, em parceria com as empresas Klabin, Alcoa e TSL Ambiental a tecnologia de reciclagem do alumínio na fabricação das embalagens, que consiste na separação total das camadas de alumínio e plástico. O alumínio poder ser comercializado na forma de pó, e o polietileno é transformado em parafina, que é utilizada na produção de impermeabilizantes, lubrificantes ou como matéria-prima para a indústria química. Assim, a reciclagem de embalagens longa vida pós-consumo gera emprego e renda, além de promover a conservação ambiental e a cidadania.


Em sua opinião, o lado cultural dos consumidores, que envolve o hábito da separação do lixo, é a principal barreira para ampliar a reciclagem no Brasil? Que outros fatores dificultam esse processo?

Atualmente, o maior gargalo para aumentar a reciclagem de nosso país é a coleta seletiva. Isso acontece porque as embalagens descartadas pelos consumidores ainda não formam volume suficiente do material para atender a demanda das indústrias recicladoras já existentes. Por isso, temos investido de diversas formas na educação ambiental e na sensibilização da sociedade para incrementar o volume de reciclagem de embalagens cartonadas no país, que hoje chega a mais de 50 mil toneladas por ano.
Com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, estamos com expectativas bem positivas, já que cada um dos agentes envolvidos no ciclo de vida dos produtos – fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e poder público – deve assumir sua responsabilidade.


Como a empresa vem atuando para divulgar seus projetos de reciclagem nas redes sociais?

Com este objetivo de disponibilizar conhecimento à população e ajudar na coleta seletiva, a Tetra Pak lançou em 2008 um portal batizado de Rota da Reciclagem (www.rotadareciclagem.com.br). O site aponta a localização e o contato de cooperativas, pontos de entrega voluntária de materiais recicláveis e comércios ligados à cadeia de reciclagem em todo o território nacional. Outro portal desenvolvido pela empresa é o Cultura Ambiental nas Escolas. Voltado a professores e alunos, a plataforma traz conteúdo didático sobre educação ambiental com destaque para a questão dos resíduos sólidos e reciclagem. Cada uma das ferramentas possui canais no Facebook e no Twitter. Nos últimos 40/50 anos, as tecnologias nas embalagens propiciaram que muitas empresas ampliassem sua publicidade e agregassem mais valor em seus produtos, além de avanços relacionados a quantidades fracionadas e de conservação, por outro lado, passou-se a ter um alto passivo ambiental. Em sua opinião, quais são as perspectivas e tendências para o setor de embalagens nos próximos anos?

Na Tetra Pak, temos a premissa da inovação, o que faz com que a companhia antecipe essas tendências. Como líder global mundial em soluções para processamento e envase de alimentos, a empresa tem realizado significativos investimentos na área de desenvolvimento mundial, que conta com cerca de 1.200 profissionais que já discutem como será o cenário do mercado em 2020. Toda a estratégia é antecipada já que uma tecnologia leva até cinco anos para ser desenvolvida. Assim, o ciclo de inovação da empresa mantém-se constante e, de três a cinco anos, são lançadas novidades baseadas nas necessidades e desejos latentes dos consumidores. Para isso, investimos globalmente aproximadamente 3,5% a 4% da receita de vendas, que em 2010 foi de €9,98 bilhões. Ou seja, foram cerca de €400 milhões em pesquisa e desenvolvimento.

Além disso, conhecer o nosso público e saber respeitá-lo é o primeiro passo. Por isso, apostamos nas pesquisas com os nossos clientes e também com os consumidores. Com os resultados, sabemos que uma grande tendência são os produtos ambientalmente corretos. Por isso, como líder, a Tetra Pak investe na utilização de matéria-prima proveniente de fontes renováveis e certificadas. A primeira certificação da cadeia de custódia da Tetra Pak Brasil pelo Forest Stewardship Council (FSC) foi conquistada em 2008. Nosso fornecedor de papel, a Klabin, já possuía a certificação para 100% de suas florestas e, a partir disso, conseguimos obtê-la também para nossas embalagens. A segunda conquista foi em relação ao plástico, com o lançamento das tampas produzidas a partir do “plástico verde”, produzido a partir do etanol da cana-de-açúcar. Esse projeto deu ao Brasil o pioneirismo mundial no uso do material, que também provém de uma fonte 100% renovável.


Que mensagem final deixaria para os leitores da revista Geração Sustentável?

Costumamos dizer que a Tetra Pak possui o DNA de Sustentabilidade, principalmente por conta de sua origem e da preocupação com o meio ambiente. Assim, mais do que informar os públicos sobre o intenso trabalho desenvolvido em toda a cadeia de reciclagem, temos a missão de agir como agentes transformadores.

Acredito que vivemos em um processo de mudança e de conscientização da sociedade, que não tem volta, felizmente! No entanto, fazer parte desse grupo vanguardista é um desafio já que temos que aprender na prática. Mesmo assim, encaramos esse desafio como uma oportunidade de provocar grande modificação comportamental das pessoas e das corporações.

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Veja os conteúdos dessa edição:

Matérias:
Capa: Campos Gerais: um Paraná a ser conhecido
Visão Sustentável: Produtos concentrados fazem bem ao meio ambiente
Desenvolvimento Local: Setor de sustentabilidade ganha representatividade no Brasil
Responsabilidade Social: Paraná se mobiliza para o desenvolvimento sustentável
Gestão de Resíduos: Crianças aprendem a dar outro destino aos resíduos orgânicos
Energias Renováveis: Cenário para comercialização de carros elétricos no Brasil ainda não é favorável

Artigos:
Fábio André Chedid Silvestre: As leis de incentivo à cultura
Leandro F. Bastos Martins: Promessa é dívida?
Jeronimo Mendes - Inovação e espírito empreendedor
Antenor Demeterco Neto - Logística e desenvolvimento econômico sustentável?
Gastão Octávio da Luz - Desafios Globais ao "desenvolvimento sustentável"

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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

BRASIL É PIONEIRO NA RECICLAGEM DE EMBALAGENS DE DEFENSIVOS



O principal método de combate às pragas e doenças nas lavouras, os defensivos agrícolas, produzem como resíduos milhares de embalagens plásticas e já foram um dos maiores passivos na gestão de resíduos sólidos do País.

Entretanto, após anos de dedicação liderados pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPEV), a situação hoje é oposta. Focado na redução dos riscos de poluição a mananciais, solo e prejuízos à saúde humana, mais de 90% dessas embalagens são devolvidas pelos agricultores e cerca de 92% desse material é reciclado.

Por essa iniciativa, o Brasil é referência mundial na destinação final correta de embalagens fitossanitárias, à frente de países como Alemanha, França, Japão e Estados Unidos.

Sob a coordenação do INPEV, de 2002 até o ano passado, mais de 165 mil embalagens de defensivos tiveram um destino ambientalmente correto. O sucesso da iniciativa envolve toda a cadeia produtiva, incluindo os agricultores, canais de distribuição, indústria e o poder público, em um trabalho de alinhamento anterior às premissas da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que estabelece a responsabilidade compartilhada entre os elos do ciclo de vida do produto na destinação dos resíduos pós-consumo e realiza a logística reversa de suas embalagens.

O processo de reciclagem se inicia no próprio campo. Após utilizar o produto, o agricultor faz a lavagem apropriada e perfura o fundo do recipiente, evitando assim a sua reutilização. As embalagens são devolvidas à indústria fabricante, que se encarrega do destino final correto, encaminhando o material para reciclagem ou incineração.

Além de mais embalagens, o material produzido pela reciclagem gera 17 outros produtos - entre eles, tubos para esgoto, embalagem para óleo lubrificante e barricas de papelão.Pesquisas realizadas pelo Instituto indicam que 85% dos agricultores conhecem a legislação que regulamenta a destinação ambientalmente correta das embalagens. Preocupado com a conscientização dos produtores, o INPEV instituiu, em 2005, o dia 18 de agosto como o Dia Nacional do Campo Limpo. Nessa data, num movimento de todo o setor, são fornecidas informações e esclarecimentos para as comunidades do entorno das unidades de recebimento das embalagens de agrotóxicos.







segunda-feira, 23 de maio de 2011

Chocolates Nestlé e TerraCycle ultrapassam a marca de 130 mil embalagens coletadas

Material reunido pelas brigadas Nestlé Chocolover será transformado em novos produtos

A parceria entre a unidade de Chocolates da Nestlé com a TerraCycle, líder global na coleta e reuso de resíduos pós-consumo, acaba de registrar um expressivo resultado: o programa - que teve início em outubro de 2010 e visa recolher e transformar embalagens de chocolate em sacolas, bolsas e estojos - superou a marca de 130 mil embalagens de chocolates coletadas. Além disso, com a rápida adesão dos consumidores à causa, todas as 400 vagas abertas inicialmente para as brigadas Nestlé Chocolover (times de coleta) foram preenchidas.

O sucesso alcançado levou o programa abrir 800 novas vagas para a formação de brigadas Nestlé Chocolover, criando mais oportunidades para quem deseja fazer parte da iniciativa. Com essa ampliação serão 1.200 brigadas da marca. Para participar, basta se cadastrar na Brigada Nestlé Chocolover, no site da TerraCycle (www.terracycle.com.br) e escolher uma entidade sem fins lucrativos que será beneficiada pelo programa. Os interessados devem montar um time de coleta (brigada) para recolher as embalagens e serem maiores de 18 anos.

Os participantes têm a oportunidade de contribuir com a preservação do meio-ambiente, recolhendo as embalagens em seu bairro ou no meio em que vivem (escolas, associações, condomínios, entre outros). Para enviar o material, é necessário reunir no mínimo 100 unidades. Depois, basta entrar em sua conta no site da TerraCycle, clicar no código de barras amarelo, imprimir ou solicitar as etiquetas pré-pagas da Brigada Nestlé Chocolover, colar na caixa ou envelope no qual serão enviadas as embalagens e levar o material até uma agência própria dos Correios. O envio das remessas é gratuito. Cada 0,8 gramas valem R$ 0,02, que serão pagos diretamente pela TerraCycle para a organização sem fins lucrativos escolhida pelo brigadista.

Sobre a Nestlé – É a maior empresa mundial de nutrição, saúde e bem-estar, com operações industriais em 83 países e marcas mundialmente consagradas. No Brasil, instalou a primeira fábrica em 1921, na cidade paulista de Araras, para a produção do leite condensado Milkmaid, que mais tarde seria conhecido como Leite Moça por milhões de consumidores.

Sobre a TerraCycle - Fundada em 2001, a TerraCycle é líder global na coleta e reuso de resíduos pós-consumo difíceis de reciclar. A TerraCycle trabalha em parceria com 30 grandes marcas nos EUA e ao redor do mundo para coletar embalagens e produtos usados (embalagens de chocolate, salgadinho, refresco em pó, canetas, escova de dente, etc.) que, outrora, seriam destinados aos aterros sanitários e lixões e, transformá-los em outros materiais. Os resíduos são coletados através dos programas gratuitos de Brigadas da TerraCycle e reutilizados como matéria-prima na manufatura de produtos eco-amigáveis.

A TerraCycle iniciou sua expansão global, em 2009, abrindo sua primeira filial na América Latina com a TerraCycle do Brasil. Posteriormente estabeleceu operações no México, Canadá, Inglaterra, Irlanda, Turquia e Suécia. Atualmente temos mais de 11 milhões de pessoas participando de nossos programas e em torno de 2 bilhões de embalagens coletadas. Junte-se à eco-revolução TerraCycle cadastrando-se em nossos programas de coleta. Para saber mais sobre como participar de uma Brigada da TerraCycle acesse http://www.terracycle.com.br/.

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