A força das alianças sociais
Jornalista Bruna Robassa
Integração entre poder público, empresas e terceiro setor
promove sustentabilidade
O crescente número de empresas e entidades que se preocupa com a promoção de ações de responsabilidade socioambiental tem relação com a democratização dos indicadores sociais, assim como com a conscientização sobre a necessidade de desenvolver práticas sustentáveis individuais e coletivas cotidianamente. Com a redução das desigualdades no Brasil nas últimas décadas, as empresas passaram a entender a importância de não apenas financiar projetos de comunidades vulneráveis e cidadãos que mais precisam de amparo, mas também de acompanhar as ações, promover educação, igualdade de gênero, fomentar a geração de renda, melhorar a saúde das crianças e gestantes e cuidar do meio ambiente em toda a cadeia produtiva por meio de alianças sociais.
Um modelo em que o poder público organiza, as empresas financiam e o terceiro setor executa é o considerado ideal para quem é defensor da filantropia, palavra que vem do grego e que significa “amor à humanidade”. Muitas vezes entendida como sinônimo de “doação”, filantropia tem muito mais significado quando utilizada em seu sentido estratégico. E é dessa forma que o presidente do Instituto Filantropia, Marcio Zeppelini, entende e propaga seu conhecimento sobre a temática.
O crescente número de empresas e entidades que se preocupa com a promoção de ações de responsabilidade socioambiental tem relação com a democratização dos indicadores sociais, assim como com a conscientização sobre a necessidade de desenvolver práticas sustentáveis individuais e coletivas cotidianamente. Com a redução das desigualdades no Brasil nas últimas décadas, as empresas passaram a entender a importância de não apenas financiar projetos de comunidades vulneráveis e cidadãos que mais precisam de amparo, mas também de acompanhar as ações, promover educação, igualdade de gênero, fomentar a geração de renda, melhorar a saúde das crianças e gestantes e cuidar do meio ambiente em toda a cadeia produtiva por meio de alianças sociais.
Um modelo em que o poder público organiza, as empresas financiam e o terceiro setor executa é o considerado ideal para quem é defensor da filantropia, palavra que vem do grego e que significa “amor à humanidade”. Muitas vezes entendida como sinônimo de “doação”, filantropia tem muito mais significado quando utilizada em seu sentido estratégico. E é dessa forma que o presidente do Instituto Filantropia, Marcio Zeppelini, entende e propaga seu conhecimento sobre a temática.
Zeppelini
foi o palestrante do I Workshop do Terceiro Setor que teve como tema “Como
manter e desenvolver uma organização social”. O evento foi realizado em
setembro, na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), com
organização do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE). O workshop contou com a presença de
diversas organizações sociais que conheceram a importância do planejamento
estratégico para o desenvolvimento de suas organizações. “São três os pilares
responsáveis por trazer recursos para o segmento, o envolvimento com a causa, a
comunicação e o relacionamento com os diversos atores e as pessoas envolvidas.
Essas três coisas juntas fazem um terceiro setor mais ativo, mais forte e mais
profissional”, defende o
consultor.
Dirceu Puehler, do Instituto Robert Bosch, foi um dos participantes do workshop e participa do CPCE. A empresa e o instituto sabem a importância das alianças e seguem a risca o modelo defendido por Zeppelini. Segundo Puehler, as alianças com o terceiro setor fazem parte da responsabilidade social da Robert Bosch Ltda., que atua por intermédio de seu instituto (braço social) nas comunidades onde possui unidades de fabricação, sendo responsável pelas diretrizes e pelos investimentos sociais.
Dirceu Puehler, do Instituto Robert Bosch, foi um dos participantes do workshop e participa do CPCE. A empresa e o instituto sabem a importância das alianças e seguem a risca o modelo defendido por Zeppelini. Segundo Puehler, as alianças com o terceiro setor fazem parte da responsabilidade social da Robert Bosch Ltda., que atua por intermédio de seu instituto (braço social) nas comunidades onde possui unidades de fabricação, sendo responsável pelas diretrizes e pelos investimentos sociais.
“O
Instituto Robert Bosch atua prioritariamente na educação de crianças e
adolescentes e, por meio desse foco, busca desenvolver ações que tratam
de temas como meio ambiente, geração de renda, profissionalização de jovens e
voluntariado empresarial. A saúde também tem relevância nos investimentos
realizados pelo instituto, porém, seus recursos são destinados diretamente a projetos
de Instituições parceiras que desenvolvem suas ações”, conta Puehler. Para a realização
de todos os programas, o Instituto Robert Bosch mantém diversas
parcerias com o terceiro setor, fazendo investimentos
sociais e acompanhando o desenvolvimento dos projetos. Como exemplo,
Puehler cita os programas de aprendizagem realizados na comunidade Vila Verde
em Curitiba.
O programa social “Peça por Peça”, idealizado pelo instituto, é a principal ação de responsabilidade social desenvolvida em Curitiba-PR, Campinas-SP e Pomerode-SC. “Trata-se de um programa focado na educação continuada e planejada e no desenvolvimento social sustentável de comunidades em situação de vulnerabilidade social. A escola pública é o centro de referência do programa”, conta. O programa identifica as principais carências da comunidade e, a partir daí, define prioridades, áreas de atuação, recursos necessários e instituições a serem envolvidas. “O programa é realizado em parceria com os setores público, privado e com as ONGs existentes nas regiões de atuação do programa”, relata.
Segundo a coordenadora do CPCE, Rosane Fontoura, a qualificação surgiu de uma demanda do Núcleo do Terceiro Setor do CPCE, que se reúne mensalmente para trabalhar as demandas do setor. "As instituições são fortalecidas a partir do momento em que abrimos espaço para diálogo, qualificação e possibilitamos a formação de alianças”, ressalta. Por meio de uma parceria com a Secretaria para Assuntos Estratégicos (SEAE), essas palestras e os workshops estão sendo transmitidos para todo o Estado, atingindo um maior número de organizações sociais no Paraná.
Rafael Riva Finatti, do Instituto GRPCOM, participante do núcleo do terceiro setor, defende também a profissionalização desse setor, assim como as alianças entre os três atores. “Acreditamos que a aliança entre os setores ajudará as ONGs a se desenvolverem e a criarem estrutura necessária para garantir a sustentabilidade de suas ações. Elas carecem disso, de profissionalização, pois em geral nascem de iniciativas muito pessoais, não necessariamente alicerçadas em conhecimentos nas áreas de gestão e comunicação”, diz.
De acordo com Finatti, o instituto atua predominantemente nas áreas de educação e de desenvolvimento e fortalecimento do terceiro setor. Ele conta que o projeto “Ler e Pensar” é um dos marcos da atuação do grupo na área social e educacional. “A iniciativa, que nasceu na redação da Gazeta do Povo, em 1999, hoje está presente em mais de 440 escolas públicas do Paraná e é reconhecida nacional e internacionalmente. Além do Ler e Pensar, o Instituto GRPCOM executa também outros projetos de abrangência estadual, além de prestar apoio regional para a viabilização de iniciativas sociais da Rede Globo, como o Amigos da Escola, o Criança Esperança e o Soletrando”, relata ele.
O programa social “Peça por Peça”, idealizado pelo instituto, é a principal ação de responsabilidade social desenvolvida em Curitiba-PR, Campinas-SP e Pomerode-SC. “Trata-se de um programa focado na educação continuada e planejada e no desenvolvimento social sustentável de comunidades em situação de vulnerabilidade social. A escola pública é o centro de referência do programa”, conta. O programa identifica as principais carências da comunidade e, a partir daí, define prioridades, áreas de atuação, recursos necessários e instituições a serem envolvidas. “O programa é realizado em parceria com os setores público, privado e com as ONGs existentes nas regiões de atuação do programa”, relata.
Segundo a coordenadora do CPCE, Rosane Fontoura, a qualificação surgiu de uma demanda do Núcleo do Terceiro Setor do CPCE, que se reúne mensalmente para trabalhar as demandas do setor. "As instituições são fortalecidas a partir do momento em que abrimos espaço para diálogo, qualificação e possibilitamos a formação de alianças”, ressalta. Por meio de uma parceria com a Secretaria para Assuntos Estratégicos (SEAE), essas palestras e os workshops estão sendo transmitidos para todo o Estado, atingindo um maior número de organizações sociais no Paraná.
Rafael Riva Finatti, do Instituto GRPCOM, participante do núcleo do terceiro setor, defende também a profissionalização desse setor, assim como as alianças entre os três atores. “Acreditamos que a aliança entre os setores ajudará as ONGs a se desenvolverem e a criarem estrutura necessária para garantir a sustentabilidade de suas ações. Elas carecem disso, de profissionalização, pois em geral nascem de iniciativas muito pessoais, não necessariamente alicerçadas em conhecimentos nas áreas de gestão e comunicação”, diz.
De acordo com Finatti, o instituto atua predominantemente nas áreas de educação e de desenvolvimento e fortalecimento do terceiro setor. Ele conta que o projeto “Ler e Pensar” é um dos marcos da atuação do grupo na área social e educacional. “A iniciativa, que nasceu na redação da Gazeta do Povo, em 1999, hoje está presente em mais de 440 escolas públicas do Paraná e é reconhecida nacional e internacionalmente. Além do Ler e Pensar, o Instituto GRPCOM executa também outros projetos de abrangência estadual, além de prestar apoio regional para a viabilização de iniciativas sociais da Rede Globo, como o Amigos da Escola, o Criança Esperança e o Soletrando”, relata ele.
Para
Zeppelini, as instituições do terceiro setor são empresas gerenciadas por
pessoas que amam a causa e que precisam pensar de maneira estratégica. “A única
diferença é que o lucro não será dividido entre os sócios e sim reinvestido na
própria organização. Para tanto, precisam estar cientes do quão importante é a
qualificação", explicou.
Rosane
conta que o CPCE promove espaços para troca de experiências, profissionalização
das pessoas que trabalham na alavancagem e mobilização de recursos
em torno de ações de responsabilidade socioambiental com as alianças
entre os principais atores sociais da transformação social: poder público, empresas,
universidades e terceiro setor. “O conselho tem como um dos propósitos
o fomento das alianças entre as instituições. Por meio da
alavancagem de recursos já existentes, muitos bons projetos sociais podem ser
otimizados e, consequentemente, a melhoria dos indicadores sociais
das comunidades envolvidas”, diz.
Ainda segundo Rosane, a importância das alianças sociais também está na pauta do Núcleo de Comércio e Serviços do CPCE, onde estão sendo promovidos Diálogos de Parcerias Sustentáveis com o objetivo de facilitar o relacionamento entre compradores e fornecedores, promovendo a responsabilidade socioambiental corporativa nas relações comerciais das empresas. “Essas ações propagam a importância da responsabilidade social na cadeia produtiva”, salientou o coordenador do núcleo, Dauro Carneiro Bond Jr.
“Percebemos de acordo com a nossa experiência que existem empresas que têm interesse em investir, mas não tem equipe e tempo para a execução dos projetos sociais. Por meio das alianças, em que o terceiro setor pode ser o responsável por executar as ações apoiadas por empresas, fica mais exequível o atingimento dos objetivos pretendidos”, completa Rosane. Ainda segundo a coordenadora, a integração entre os três setores é de extrema importância para gerar sustentabilidades econômica, social e ambiental e essa preocupação deve estar inserida no planejamento estratégico da empresa com olhar às suas diversas partes interessadas (stakeholders): colaboradores, comunidade, fornecedores, governo, acionista além da comunidade.
Com a profissionalização do terceiro setor, ocorre uma grande mudança nas relações entre os diversos setores da sociedade. “Deixa-se de fazer filantropia pura para fazer filantropia estratégica. Cada um contribui de forma mais efetiva e eficaz e conseguimos fazer com que as empresas sigam seu caminho e se preocupem apenas em financiar o terceiro setor de forma estratégica e monitorando as ações com a filosofia da empresa”, ressalta Zeppelini.
Marketing social
Muitos são os benefícios de uma empresa associar sua marca a uma causa social. “Há muitas pessoas que escolhem entre uma marca e outra e já preferem produtos por conta da preocupação que aquela empresa possui com o meio ambiente”, relata Zeppelini. Segundo o consultor, a responsabilidade socioambiental bem montada estrategicamente faz com que a empresa ganhe em marketshare, ou seja, participação no mercado. Ele cita alguns exemplos de empresas que conseguem aliar sua estratégia de negócio com a responsabilidade social de forma efetiva, que são a Avon, promovendo ações para mulheres, o Mcdonalds, com as crianças e a Pedigree, com cães e gatos de rua.
Investimento social privado
Para o especialista, o cenário está favorável para o investimento social privado. Segundo ele, o empresário brasileiro percebeu que filantropia faz parte do negócio e que ela não é apenas a entrega do dinheiro. “Hoje muitas empresas já sabem fazer com que a responsabilidade social, ambiental e a sustentabilidade estejam aliadas a estratégia do negócio. Fazer tudo isso de forma planejada é certo, se não é filantropia pura”, defende.
Abertura de instituto por empresas
De acordo com o consultor, muitas empresas possuem a iniciativa de criar institutos, no entanto não executam as atividades. “A verdade é que elas precisam da parceria com as ONGs para conseguir executar. Até mesmo porque a criação de um instituto por uma empresa serve mais para organizar do que para executar”, reforça. Segundo ele, existem empresas que resolvem abraçar tudo, sem nenhum tipo de parceria com o terceiro setor. “O que eu acredito ser errado, pois essa vocação não é da empresa”, completa.
Ainda segundo Rosane, a importância das alianças sociais também está na pauta do Núcleo de Comércio e Serviços do CPCE, onde estão sendo promovidos Diálogos de Parcerias Sustentáveis com o objetivo de facilitar o relacionamento entre compradores e fornecedores, promovendo a responsabilidade socioambiental corporativa nas relações comerciais das empresas. “Essas ações propagam a importância da responsabilidade social na cadeia produtiva”, salientou o coordenador do núcleo, Dauro Carneiro Bond Jr.
“Percebemos de acordo com a nossa experiência que existem empresas que têm interesse em investir, mas não tem equipe e tempo para a execução dos projetos sociais. Por meio das alianças, em que o terceiro setor pode ser o responsável por executar as ações apoiadas por empresas, fica mais exequível o atingimento dos objetivos pretendidos”, completa Rosane. Ainda segundo a coordenadora, a integração entre os três setores é de extrema importância para gerar sustentabilidades econômica, social e ambiental e essa preocupação deve estar inserida no planejamento estratégico da empresa com olhar às suas diversas partes interessadas (stakeholders): colaboradores, comunidade, fornecedores, governo, acionista além da comunidade.
Com a profissionalização do terceiro setor, ocorre uma grande mudança nas relações entre os diversos setores da sociedade. “Deixa-se de fazer filantropia pura para fazer filantropia estratégica. Cada um contribui de forma mais efetiva e eficaz e conseguimos fazer com que as empresas sigam seu caminho e se preocupem apenas em financiar o terceiro setor de forma estratégica e monitorando as ações com a filosofia da empresa”, ressalta Zeppelini.
Marketing social
Muitos são os benefícios de uma empresa associar sua marca a uma causa social. “Há muitas pessoas que escolhem entre uma marca e outra e já preferem produtos por conta da preocupação que aquela empresa possui com o meio ambiente”, relata Zeppelini. Segundo o consultor, a responsabilidade socioambiental bem montada estrategicamente faz com que a empresa ganhe em marketshare, ou seja, participação no mercado. Ele cita alguns exemplos de empresas que conseguem aliar sua estratégia de negócio com a responsabilidade social de forma efetiva, que são a Avon, promovendo ações para mulheres, o Mcdonalds, com as crianças e a Pedigree, com cães e gatos de rua.
Investimento social privado
Para o especialista, o cenário está favorável para o investimento social privado. Segundo ele, o empresário brasileiro percebeu que filantropia faz parte do negócio e que ela não é apenas a entrega do dinheiro. “Hoje muitas empresas já sabem fazer com que a responsabilidade social, ambiental e a sustentabilidade estejam aliadas a estratégia do negócio. Fazer tudo isso de forma planejada é certo, se não é filantropia pura”, defende.
Abertura de instituto por empresas
De acordo com o consultor, muitas empresas possuem a iniciativa de criar institutos, no entanto não executam as atividades. “A verdade é que elas precisam da parceria com as ONGs para conseguir executar. Até mesmo porque a criação de um instituto por uma empresa serve mais para organizar do que para executar”, reforça. Segundo ele, existem empresas que resolvem abraçar tudo, sem nenhum tipo de parceria com o terceiro setor. “O que eu acredito ser errado, pois essa vocação não é da empresa”, completa.
Serviço:
O workshop promovido pelo CPCE
está disponível no endereço: http://webcast.pr.gov.br/celepar/historico.php?evt_id=97
Como manter e desenvolver uma Organização Social
Como manter e desenvolver uma Organização Social
Qual é a nossa missão e
visão?
Estamos alinhados ao
nosso objetivo?
De onde partimos? (números)
Onde estamos?
Onde queremos chegar?
Quais são os nossos desafios e ameaças?
Quais as nossas habilidades e oportunidades?
O que temos de
diferencial estratégico?
Em que precisamos
aprimorar?
Qual é o PROBLEMA de
nossa causa?
Quais as SOLUÇÕES que
propomos ao mundo?
Quais as vitórias que
podemos contar?
Quais temáticas somos excelentes?
Quais profissionais
fomentam conteúdo?
Quais oportunidades de
disseminação de conteúdo?
Quais são nossas congêneres?
O que podemos fazer em
conjunto?
Qual a nossa prática de
ativismo?
Que histórias temos para
contar?
Como e onde essas
histórias serão contadas?
Quais elementos podemos
usar como artifício para “chamar a atenção” da sociedade?
O que entregamos para
nossa “Classe Econômica”?
O que entregamos para
nossa “Primeira Classe”?
Por que as pessoas nos
ajudam?
Qual(is) perfil(s) de
nossos stakeholders?
Como chamar a atenção
mediante o cotidiano dos perfis acima?
Temos um banco de dados
centralizado?
Quais as informações que
temos?
Quais queremos e podemos
ter?
Como agregar emoção em
nossa comunicação?
Qual o cotidiano de
nossos doadores?
Qual o dia a dia de
nossa cidade?
Como é nosso
relacionamento multidirecional?
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