A discussão do momento na cidade de São Paulo, em termos de sustentabilidade, está em torno da extinção da sacolinha plástica derivada do petróleo, distribuída em supermercados. O impacto dessa medida é discutido tanto por usuários nos caixas destes estabelecimentos, quanto por alunos dos cursos de MBAs.
Este impacto que, dependendo do público que o discute, chega a exaltar os ânimos de alguns, que, com descrença, argumentam que tal medida pode ser comparada a uma agulha em um palheiro, e só fez dificultar a vida dos consumidores!
No entanto, essas discussões refletem que, para além dos discursos ameaçadores a respeito dos efeitos da mudança climática em nosso planeta, antes debatido restritamente nas instâncias políticas, fóruns temáticos e ambientes acadêmicos, agora esse discurso está sendo discutido no dia-a-dia dos cidadãos – ganhando uma dimensão mais ampla, palpável, e trazendo para o cidadão a responsabilidade de compartilhar este discurso.
O fato de atingir essa concretude já é um avanço entre o discurso e a prática, no que tange ao apelo da sustentabilidade. Isto mostra que, por meio de políticas públicas, legislação adequada, processos de educação para toda a cadeia produtiva, desde o produtor até o cliente final, pode-se favorecer aquilo que alguns países vivenciam cotidianamente: o desenvolvimento sustentável.
É nessa complexa relação entre “agentes”, que se torna possível aplicar ações voltadas à sustentabilidade, tanto ambiental, quanto social e ética nas sociedades. O “efeito colateral” da extinção das sacolinhas plásticas deve proporcionar uma reflexão mais ampla da sociedade em termos de conscientização, educação e preparo para a inovação. Estes pontos são importantes, para que possamos deixar para as futuras gerações, um espaço que possa ser também desfrutados por todos.
Hoje, no Brasil, estamos avançando no que se refere ao nível de maturidade, para abastecer o ambiente dos negócios com práticas capazes de traduzir o discurso do desenvolvimento sustentável em lucro financeiro. Algumas empresas já apresentam iniciativas aliadas a essa demanda, suturando o vértice do negócio, à sustentabilidade ética, social e ambiental.
Podemos citar empresas como a CPFL, Cemig, Natura, Bradesco, que compõem a carteira do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) da BM&FBOVESPA no ano de 2011. Unilever, Kimberly-Clark, Itáu-Unibanco, também apresentam resultados significativos em termos de sustentabilidade. Desta forma, temos aqui mesmo, exemplos de boas práticas que podem ser replicadas a diferentes tipos de empresas, adequando estes exemplos às especificidades de cada uma delas. Pelo visto, não é preciso inventar a roda – ela já está rodando, é preciso apenas enxergar o caminho que ela está fazendo!
Também temos o privilégio de poder nos espelhar em países que já vivem em consonância com as diretrizes do desenvolvimento sustentável, como a Alemanha e a Suécia, que nos apresentam uma sociedade altamente capacitada para responder a este direcionamento. Podemos verificar isto em suas políticas, legislações, infra-estrutura, educação, empresas e na vida dos cidadãos – para eles é tudo muito normal, e agir no presente é garantir um futuro justo a todos.
Em recente visita à Suécia pude visitar uma das empresas líderes em construção verde, a Skanska. Todo modelo de negócios desta empresa está voltado para a meta do “verde profundo” – para garantir que as ações viabilizem o impacto zero ao meio ambiente. Desde 1999, a Skanska está no Brasil desenvolvendo trabalhos à Petrobrás.
São estes exemplos que expandem a compreensão de que, a falta da sacola plástica é realmente “uma agulha em um palheiro”, pois precisamos amadurecer tanto no discurso, quanto nas ações a respeito do desenvolvimento sustentável. Para isso, precisamos de uma população educada, profissionais preparados, líderes conscientes e governos capazes de dar suporte a esta jornada. O efeito colateral deve ser positivo, garantir um debate comprometido e ações factíveis de serem implementadas favorecendo o desenvolvimento sustentável.
* Ana Paula Arbache: doutora em Educação pela PUC/SP também é docente dos cursos de MBA Gestão Empresarial da FGV e BSP, além de ser orientadora e avaliadora dos cursos de pós-graduação Lato Sensu da mesma instituição. Sócia-diretora da Arbache Consultoria é responsável pelas ações de Gestão de Pessoas, Cidadania Corporativa, Sustentabilidade Ética, Social e Ambiental. É autora das publicações: O Educador de Pessoas Jovens e Adultas numa perspectiva multicultural crítica e Projetos Sustentáveis: estudos e práticas brasileiras I e II e também ministra palestras nacionais e internacionais a respeito do tema. www.arbache.com.br e http://www.arbache.blogspot.com/
Este impacto que, dependendo do público que o discute, chega a exaltar os ânimos de alguns, que, com descrença, argumentam que tal medida pode ser comparada a uma agulha em um palheiro, e só fez dificultar a vida dos consumidores!
No entanto, essas discussões refletem que, para além dos discursos ameaçadores a respeito dos efeitos da mudança climática em nosso planeta, antes debatido restritamente nas instâncias políticas, fóruns temáticos e ambientes acadêmicos, agora esse discurso está sendo discutido no dia-a-dia dos cidadãos – ganhando uma dimensão mais ampla, palpável, e trazendo para o cidadão a responsabilidade de compartilhar este discurso.
O fato de atingir essa concretude já é um avanço entre o discurso e a prática, no que tange ao apelo da sustentabilidade. Isto mostra que, por meio de políticas públicas, legislação adequada, processos de educação para toda a cadeia produtiva, desde o produtor até o cliente final, pode-se favorecer aquilo que alguns países vivenciam cotidianamente: o desenvolvimento sustentável.
É nessa complexa relação entre “agentes”, que se torna possível aplicar ações voltadas à sustentabilidade, tanto ambiental, quanto social e ética nas sociedades. O “efeito colateral” da extinção das sacolinhas plásticas deve proporcionar uma reflexão mais ampla da sociedade em termos de conscientização, educação e preparo para a inovação. Estes pontos são importantes, para que possamos deixar para as futuras gerações, um espaço que possa ser também desfrutados por todos.
Hoje, no Brasil, estamos avançando no que se refere ao nível de maturidade, para abastecer o ambiente dos negócios com práticas capazes de traduzir o discurso do desenvolvimento sustentável em lucro financeiro. Algumas empresas já apresentam iniciativas aliadas a essa demanda, suturando o vértice do negócio, à sustentabilidade ética, social e ambiental.
Podemos citar empresas como a CPFL, Cemig, Natura, Bradesco, que compõem a carteira do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) da BM&FBOVESPA no ano de 2011. Unilever, Kimberly-Clark, Itáu-Unibanco, também apresentam resultados significativos em termos de sustentabilidade. Desta forma, temos aqui mesmo, exemplos de boas práticas que podem ser replicadas a diferentes tipos de empresas, adequando estes exemplos às especificidades de cada uma delas. Pelo visto, não é preciso inventar a roda – ela já está rodando, é preciso apenas enxergar o caminho que ela está fazendo!
Também temos o privilégio de poder nos espelhar em países que já vivem em consonância com as diretrizes do desenvolvimento sustentável, como a Alemanha e a Suécia, que nos apresentam uma sociedade altamente capacitada para responder a este direcionamento. Podemos verificar isto em suas políticas, legislações, infra-estrutura, educação, empresas e na vida dos cidadãos – para eles é tudo muito normal, e agir no presente é garantir um futuro justo a todos.
Em recente visita à Suécia pude visitar uma das empresas líderes em construção verde, a Skanska. Todo modelo de negócios desta empresa está voltado para a meta do “verde profundo” – para garantir que as ações viabilizem o impacto zero ao meio ambiente. Desde 1999, a Skanska está no Brasil desenvolvendo trabalhos à Petrobrás.
São estes exemplos que expandem a compreensão de que, a falta da sacola plástica é realmente “uma agulha em um palheiro”, pois precisamos amadurecer tanto no discurso, quanto nas ações a respeito do desenvolvimento sustentável. Para isso, precisamos de uma população educada, profissionais preparados, líderes conscientes e governos capazes de dar suporte a esta jornada. O efeito colateral deve ser positivo, garantir um debate comprometido e ações factíveis de serem implementadas favorecendo o desenvolvimento sustentável.
* Ana Paula Arbache: doutora em Educação pela PUC/SP também é docente dos cursos de MBA Gestão Empresarial da FGV e BSP, além de ser orientadora e avaliadora dos cursos de pós-graduação Lato Sensu da mesma instituição. Sócia-diretora da Arbache Consultoria é responsável pelas ações de Gestão de Pessoas, Cidadania Corporativa, Sustentabilidade Ética, Social e Ambiental. É autora das publicações: O Educador de Pessoas Jovens e Adultas numa perspectiva multicultural crítica e Projetos Sustentáveis: estudos e práticas brasileiras I e II e também ministra palestras nacionais e internacionais a respeito do tema. www.arbache.com.br e http://www.arbache.blogspot.com/
Fonte: Revista Sustentabilidade
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