Para consultor, há pouca ênfase na ética e na responsabilidade, a começar pelos exemplos dos políticos, não apenas no Brasil mas também no mundo Recentemente, a China ultrapassou o Japão como a segunda maior economia do mundo. Mas a que preço? Nos últimos dias, desastres ambientais agravaram a crise de água no país chinês, onde a poluição atinge níveis alarmantes. Já no Brasil, estamos bem, obrigado. O desenvolvimento está ocorrendo em ritmo adequado e penso que está havendo uma maior conscientização a respeito da sustentabilidade.
Os efeitos da crise financeira iniciada em 2008 ainda se fazem presentes na economia mundial. Porém, olhando no retrovisor, parece um acontecimento distante. Ao ver um acidente, os motoristas diminuem a velocidade e passam a dirigir com mais cautela, inconscientemente; mas essa situação é passageira. O mesmo parece ter ocorrido com a crise de 2008, muito se discutiu sobre a regulamentação do sistema financeiro e bancário, mas não houve grande avanço.
Lendo o Annual Report 2009 da Harvard Business School, comecei a pensar que o problema talvez esteja na Educação. Não estamos preparando bem nossas lideranças e o resultado é um “apagão de líderes”. Há pouca ênfase na ética e na responsabilidade, a começar pelos exemplos dos políticos, não apenas no Brasil, mas também no mundo (vide Berlusconi, Sarcozy, Hugo Chaves). Cabe, portanto, uma reflexão sobre a educação no mundo.
As pessoas têm um senso enorme de urgência e pressa, quase um vício por “pressão”, como se o importante fosse se mover constantemente, não importando o destino. Não somos tubarões – não afundaremos se ficarmos parados. Pelo contrário, é importante ter tempo para pensar e criar suas próprias ideias. Muitas pessoas estão “terceirizando” seus pensamentos, querem ler apenas sinopses, desejam fazer cursos de MBA para obter “receitas de bolo” ou, pior, apenas para “comprar um diploma”.
Concentração e criatividade andam juntas, assim como disciplina e aprendizado. Embora alguns digam que somos “multi-task”, nosso cérebro é “mono-thread”. Isto é, podemos executar várias tarefas simultaneamente, mas o nosso cérebro só se fixa em uma atividade por vez. O que isso quer dizer? Quer dizer que ficar “chaveando” de um pensamento para outro é desperdício. É improdutivo, embora nos sintamos mais eficientes por estarmos sempre ocupados. Steve Jobs disse que o computador é a bicicleta do cérebro, mas tem que saber andar. Sem foco não há solução. São os objetivos e prioridades que nos guiam.
Pensando em Lideranças e Educação Corporativa, como você julgaria as atitudes da BP em relação ao vazamento de óleo no Golfo do México? Para apimentar a discussão, relembro que o CEO da BP estava em uma regata de iates de luxo no Reino Unido durante o desastre, e que a BP publicou montagens de fotos usando Photoshop.
Não temos mais líderes que se importam com as pessoas (assista o filme Invictus, sobre Nelson Mandela). Onde está Lee Iacocca? Roosevelt? Também não temos mais líderes “de resultados”, como Jack Welch. A Execução é cada vez mais rara (Ram Charan), todo mundo quer pegar ideias prontas, novas ferramentas, criar um planejamento estratégico amplo e depois... Bem, depois “alguém tem que fazer alguma coisa”, não é mais “problema meu”.
O que é isso? Falta de ética e de responsabilidade. Reflexos de uma educação muito voltada para a teoria, excessivamente individualista (senão egoísta). Será que a sua graduação e pós-graduação lhe prepararam para enfrentar os novos desafios do mundo? Você consegue trabalhar em equipe? Ter foco e prioridades? Consegue Executar? Sabe motivar e liderar as pessoas? É capaz de se colocar no lugar delas? A sua preocupação coletiva é genuína? Você já pensou em termos como cidadania empresarial, responsabilidade social e corporativa, gestão ambiental? Qual é o impacto das suas decisões sobre as outras pessoas?
Muitas perguntas, não é? Pois são as perguntas certas que movem o mundo, não as respostas. Seja curioso e não tenha preguiça de pensar e se reinventar.
Mário Henrique Trentim (Diretor da iPM Consult – Consultoria Inteligente. Professor e coordenador dos cursos de MBA da CEDEPE Business School em gerenciamento de projetos. Membro voluntário do PMI Pernambuco da Diretoria Adjunta do Chapter - http://linkedin.com/in/trentim /mario.trentim@ipmconsult.ca)
Fonte: HSM
Os efeitos da crise financeira iniciada em 2008 ainda se fazem presentes na economia mundial. Porém, olhando no retrovisor, parece um acontecimento distante. Ao ver um acidente, os motoristas diminuem a velocidade e passam a dirigir com mais cautela, inconscientemente; mas essa situação é passageira. O mesmo parece ter ocorrido com a crise de 2008, muito se discutiu sobre a regulamentação do sistema financeiro e bancário, mas não houve grande avanço.
Lendo o Annual Report 2009 da Harvard Business School, comecei a pensar que o problema talvez esteja na Educação. Não estamos preparando bem nossas lideranças e o resultado é um “apagão de líderes”. Há pouca ênfase na ética e na responsabilidade, a começar pelos exemplos dos políticos, não apenas no Brasil, mas também no mundo (vide Berlusconi, Sarcozy, Hugo Chaves). Cabe, portanto, uma reflexão sobre a educação no mundo.
As pessoas têm um senso enorme de urgência e pressa, quase um vício por “pressão”, como se o importante fosse se mover constantemente, não importando o destino. Não somos tubarões – não afundaremos se ficarmos parados. Pelo contrário, é importante ter tempo para pensar e criar suas próprias ideias. Muitas pessoas estão “terceirizando” seus pensamentos, querem ler apenas sinopses, desejam fazer cursos de MBA para obter “receitas de bolo” ou, pior, apenas para “comprar um diploma”.
Concentração e criatividade andam juntas, assim como disciplina e aprendizado. Embora alguns digam que somos “multi-task”, nosso cérebro é “mono-thread”. Isto é, podemos executar várias tarefas simultaneamente, mas o nosso cérebro só se fixa em uma atividade por vez. O que isso quer dizer? Quer dizer que ficar “chaveando” de um pensamento para outro é desperdício. É improdutivo, embora nos sintamos mais eficientes por estarmos sempre ocupados. Steve Jobs disse que o computador é a bicicleta do cérebro, mas tem que saber andar. Sem foco não há solução. São os objetivos e prioridades que nos guiam.
Pensando em Lideranças e Educação Corporativa, como você julgaria as atitudes da BP em relação ao vazamento de óleo no Golfo do México? Para apimentar a discussão, relembro que o CEO da BP estava em uma regata de iates de luxo no Reino Unido durante o desastre, e que a BP publicou montagens de fotos usando Photoshop.
Não temos mais líderes que se importam com as pessoas (assista o filme Invictus, sobre Nelson Mandela). Onde está Lee Iacocca? Roosevelt? Também não temos mais líderes “de resultados”, como Jack Welch. A Execução é cada vez mais rara (Ram Charan), todo mundo quer pegar ideias prontas, novas ferramentas, criar um planejamento estratégico amplo e depois... Bem, depois “alguém tem que fazer alguma coisa”, não é mais “problema meu”.
O que é isso? Falta de ética e de responsabilidade. Reflexos de uma educação muito voltada para a teoria, excessivamente individualista (senão egoísta). Será que a sua graduação e pós-graduação lhe prepararam para enfrentar os novos desafios do mundo? Você consegue trabalhar em equipe? Ter foco e prioridades? Consegue Executar? Sabe motivar e liderar as pessoas? É capaz de se colocar no lugar delas? A sua preocupação coletiva é genuína? Você já pensou em termos como cidadania empresarial, responsabilidade social e corporativa, gestão ambiental? Qual é o impacto das suas decisões sobre as outras pessoas?
Muitas perguntas, não é? Pois são as perguntas certas que movem o mundo, não as respostas. Seja curioso e não tenha preguiça de pensar e se reinventar.
Mário Henrique Trentim (Diretor da iPM Consult – Consultoria Inteligente. Professor e coordenador dos cursos de MBA da CEDEPE Business School em gerenciamento de projetos. Membro voluntário do PMI Pernambuco da Diretoria Adjunta do Chapter - http://linkedin.com/in/trentim /mario.trentim@ipmconsult.ca)
Fonte: HSM
Nenhum comentário:
Postar um comentário