Quem teve a desventura de ganhar um carrinho a pilha sem baterias sabe o quão frustrante é não poder ligar o brinquedo assim que o tira da caixa. Uma sensação parecida com a experimentada pelo engenheiro Elifas Gurgel, ao ter de carregar a bateria de seu carro elétrico pela primeira vez. A tomada disponível mais próxima estava em seu apartamento, no quarto andar do edifício onde mora, em Brasília (DF). A solução foi esticar uma extensão elétrica de cercade 30 metros de comprimento da janela do apartamento até a rua. Foi assim até que se fizesse uma instalação apropriada na garagem do prédio, ligada diretamente ao quadro de energia elétrica.
Oportunidade de negócio – Ilustrações Jonatan Sarmento
A forma de recarregar as baterias, ou o eletroabastecimento, tem perturbado o sono de muita gente que aposta no sucesso do carro elétrico. A Nissan, por exemplo, que começa a comercializar o Leaf no fim do ano, já anunciou que não venderá o carro a consumidores que não possuam garagem onde possam instalar um recarregador. Segundo o fabricante japonês, a restrição é para que o comprador do Leaf não fique insatisfeito com as limitações do veículo. De acordo com o engenheiro Marcelo Rodrigues Soares, responsável pelo projeto do carro elétrico desenvolvido pela CPFL Energia, qualquer pessoa pode providenciar uma tomada na garagem de casa, desde que atenda as normas de segurança requeridas para a instalação, que obrigam, entre outras coisas, o aterramento da rede. “No futuro, os condomínios deverão disponibilizar uma tomada para cada vaga de garagem”, diz Soares.
Nas ruas
Mas isso não encerra o problema, pois os carros elétricos deverão poder ser abastecidos em outros locais, além das residências de seus proprietários, uma forma de compensar a escassa autonomia das baterias. A pergunta que não quer calar é de onde virá a energia para abastecer todos os carros, uma vez que, atualmente, países como o Brasil já enfrentam dificuldades para gerar toda a eletricidade de que precisam para outras atividades. De acordo com o engenheiro Soares, a frota de carros elétricos teria de crescer consideravelmente para isso se tornar um problema. Até mesmo porque boa parte das baterias deverá ser recarregada no período noturno, horário em que a demanda de energia diminui.
GOL ILUMINADO
Integrantes do governo estão discutindo se o Brasil deve incentivar o desenvolvimento local do carro elétrico. Os defensores consideram que essa seria uma oportunidade de o país ter uma fábrica de automóveis nacional, como é a Embraer para os aviões. Os críticos pensam que essa tecnologia ameaça os investimentos em combustíveis alternativos, como o etanol e o biodiesel. O apoio oficial seria importante para viabilizar comercialmente os veículos. Mas, enquanto o governo não se posiciona, entidades e pesquisadores independentes trabalham com afinco na criação da tecnologia que deverá ter importante papel nos meios de transporte do futuro.
Uma das atrações do Challenge Bibendum, exposição de tecnologias alternativas organizada pela Michelin no mês passado, no Rio de Janeiro, foi o carro elétrico desenvolvido pelo engenheiro Elifas Gurgel, a partir de um Gol Total Flex 2008. Ele instalou um motor de corrente contínua de 70 cv, no porta-malas, e, no lugar do motor a combustão, colocou as dez baterias de íons de lítio. “Fiz isso para conscientizar a sociedade brasileira sobre a importância da questão ambiental e contribuir para a despoluição do país”, diz o engenheiro. Segundo ele, o Gol já rodou cerca de 5 000 km ao custo de 7 centavos de real por quilômetro
PRÓXIMAS ATRAÇÕES
LEVEZA SUSTENTÁVEL: A alemã ZF desenvolveu uma torre de suspensão McPherson cerca de 4 kg mais leve que uma peçaconvencional. A perda de peso foi possível pela substituição de materiais. Nolugar do aço entraram fibra de carbono (estrutura), fibra de vidro (mola) e plástico (prato). Segundo a empresa, a nova torre pode ser instalada em qualquer carro, sem precisar de adaptações, e é indicada para carros compactos, com peso inferior a 1 000 kg.
TÁXIS ELÉTRICOS: O consórcio israelense Better Place – em parceria com a Nissan, o Ministério da Economia do Japão e a empresa de táxis da cidade de Tóquio – iniciou um projeto para substituir a frota de táxis de Tóquio por veículos elétricos. A primeira fase de testes, que vai durar três meses, já está em andamento. O objetivo é atender 60 000 veículos, com 300 estações de recarga.
FEITO EM CASA: O Instituto Mauá de Tecnologia e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) uniram esforços e construíram um protótipo movido a hidrogênio. Satisfeitos com os resultados dos primeiros testes, nos quais o protótipo apresentou um rendimento aproximado de 70%, ante os cerca de 35% de um motor a combustão, os pesquisadores disseram que um dos principais objetivos do projeto é demonstrar que é possível desenvolver células de combustível no Brasil
Oportunidade de negócio – Ilustrações Jonatan Sarmento
A forma de recarregar as baterias, ou o eletroabastecimento, tem perturbado o sono de muita gente que aposta no sucesso do carro elétrico. A Nissan, por exemplo, que começa a comercializar o Leaf no fim do ano, já anunciou que não venderá o carro a consumidores que não possuam garagem onde possam instalar um recarregador. Segundo o fabricante japonês, a restrição é para que o comprador do Leaf não fique insatisfeito com as limitações do veículo. De acordo com o engenheiro Marcelo Rodrigues Soares, responsável pelo projeto do carro elétrico desenvolvido pela CPFL Energia, qualquer pessoa pode providenciar uma tomada na garagem de casa, desde que atenda as normas de segurança requeridas para a instalação, que obrigam, entre outras coisas, o aterramento da rede. “No futuro, os condomínios deverão disponibilizar uma tomada para cada vaga de garagem”, diz Soares.
Nas ruas
Mas isso não encerra o problema, pois os carros elétricos deverão poder ser abastecidos em outros locais, além das residências de seus proprietários, uma forma de compensar a escassa autonomia das baterias. A pergunta que não quer calar é de onde virá a energia para abastecer todos os carros, uma vez que, atualmente, países como o Brasil já enfrentam dificuldades para gerar toda a eletricidade de que precisam para outras atividades. De acordo com o engenheiro Soares, a frota de carros elétricos teria de crescer consideravelmente para isso se tornar um problema. Até mesmo porque boa parte das baterias deverá ser recarregada no período noturno, horário em que a demanda de energia diminui.
GOL ILUMINADO
Integrantes do governo estão discutindo se o Brasil deve incentivar o desenvolvimento local do carro elétrico. Os defensores consideram que essa seria uma oportunidade de o país ter uma fábrica de automóveis nacional, como é a Embraer para os aviões. Os críticos pensam que essa tecnologia ameaça os investimentos em combustíveis alternativos, como o etanol e o biodiesel. O apoio oficial seria importante para viabilizar comercialmente os veículos. Mas, enquanto o governo não se posiciona, entidades e pesquisadores independentes trabalham com afinco na criação da tecnologia que deverá ter importante papel nos meios de transporte do futuro.
Uma das atrações do Challenge Bibendum, exposição de tecnologias alternativas organizada pela Michelin no mês passado, no Rio de Janeiro, foi o carro elétrico desenvolvido pelo engenheiro Elifas Gurgel, a partir de um Gol Total Flex 2008. Ele instalou um motor de corrente contínua de 70 cv, no porta-malas, e, no lugar do motor a combustão, colocou as dez baterias de íons de lítio. “Fiz isso para conscientizar a sociedade brasileira sobre a importância da questão ambiental e contribuir para a despoluição do país”, diz o engenheiro. Segundo ele, o Gol já rodou cerca de 5 000 km ao custo de 7 centavos de real por quilômetro
PRÓXIMAS ATRAÇÕES
LEVEZA SUSTENTÁVEL: A alemã ZF desenvolveu uma torre de suspensão McPherson cerca de 4 kg mais leve que uma peçaconvencional. A perda de peso foi possível pela substituição de materiais. Nolugar do aço entraram fibra de carbono (estrutura), fibra de vidro (mola) e plástico (prato). Segundo a empresa, a nova torre pode ser instalada em qualquer carro, sem precisar de adaptações, e é indicada para carros compactos, com peso inferior a 1 000 kg.
TÁXIS ELÉTRICOS: O consórcio israelense Better Place – em parceria com a Nissan, o Ministério da Economia do Japão e a empresa de táxis da cidade de Tóquio – iniciou um projeto para substituir a frota de táxis de Tóquio por veículos elétricos. A primeira fase de testes, que vai durar três meses, já está em andamento. O objetivo é atender 60 000 veículos, com 300 estações de recarga.
FEITO EM CASA: O Instituto Mauá de Tecnologia e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) uniram esforços e construíram um protótipo movido a hidrogênio. Satisfeitos com os resultados dos primeiros testes, nos quais o protótipo apresentou um rendimento aproximado de 70%, ante os cerca de 35% de um motor a combustão, os pesquisadores disseram que um dos principais objetivos do projeto é demonstrar que é possível desenvolver células de combustível no Brasil
Fonte: planeta sustentável
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