Empresas investem no controle de emissão de gases para atingir certificação 14001
Dentro das principais questões ambientais discutidas para buscar uma vida melhor nos centros urbanos está a questão da qualidade do ar. Hoje, a preocupação vai além do grande aumento de números de casos de doenças respiratórias em pacientes da área urbana. Além da saúde humana, a questão da preservação do ar para garantir o equilíbrio ambiental tem grande destaque principalmente entre as empresas.
Segundo dados do monitoramento da qualidade do ar realizado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), em 2008 a região central de Curitiba apresentou uma média de 69,9 μg/m3 de partículas em suspensão no ar, uma média considerada boa para centros urbanos, mas que sofre alterações significativas nos meses de inverno, em que a poluição tem muitos fatores a seu favor, como a falta de chuvas e a baixa umidade do ar, causando danos à saúde e ao meio ambiente.
Além dos automóveis, responsáveis por parte das emissões de gases poluentes registrados, as indústrias têm grande parcela de contribuição para o aumento da concentração de gases poluentes no ar, entre eles o CO2. Preocupadas em se desprender do rótulo de poluidoras e dispostas a assumir novas condutas ambientais, as empresas têm apostado na melhoria de seus processos dando ênfase à questão da poluição do ar. As metas a serem atingidas pelas indústrias para estarem dentro de um padrão sustentável estão dispostas na ISO 14001, série de normas desenvolvidas pela Internacional Organization for Standardization (ISO), em que estão determinadas as diretrizes relativas à área de gestão ambiental dentro de empresas.
De acordo com Giuliano Moretti, engenheiro químico consultor de operações sustentáveis da Preserva Ambiental Consultoria, a ISO 14001 determina que sejam obedecidas todas as leis ambientais aplicáveis à organização que busca a certificação, mas não prescreve os requisitos específicos de desempenho ambiental a serem atingidos pelas organizações. “A empresa que deseja certificar seus processos com a adoção da ISO 14001 deverá respeitar as leis ambientais como um dos requisitos da norma a serem cumpridos”, explica Moretti.
ISO 14001 e o controle de gases poluentes
A busca pela certificação ISO 14001 tem levado as indústrias a investirem, entre outros aspectos, no controle de emissão de gases poluentes em seus processos de produção. Segundo Moretti, “esse controle serve para que as empresas possam avaliar e reduzir sistematicamente os seus impactos reais e/ou potenciais negativos decorrentes de seus processos principais e de apoio. Desta forma, as empresas podem estabelecer procedimentos para a melhoria contínua referente à redução de suas emissões, rumo a uma economia de baixo carbono”. Para o engenheiro, a melhor maneira de encontrar os números de emissão de gases poluentes em uma empresa é realizar um balanço material do carbono envolvendo todo o ciclo de fabricação de produtos ou execução de serviços, considerando as entradas e saídas de carbono nesses processos. “O balanço de massa permite compreender o quanto de carbono se insere na cadeia produtiva e o quanto é liberado, seja na forma do próprio dióxido, seja na forma de outros gases de efeito estufa, como o metano”, explica o engenheiro da Preserva Ambiental Consultoria. De acordo com Moretti, muitas empresas vêm investindo nessa técnica, aliada a outra, a amostragem analítica sistemática de vazões e concentrações. Realizadas periodicamente e com processo facilitado, elas muitas vezes também são usadas isoladas para determinar a emissão de gases de efeito estufa (GEE). “As empresas que usam essas duas técnicas podem dispor de uma série histórica das suas saídas de GEEs, o que permite o delinear estratégias para o seu gerenciamento e ações para a redução dos fluxos gasosos, cumprindo determinações da ISO 14001”, afirma.
Os controles de emissão de gases poluentes, no entanto, não têm comprovado grau de exatidão nas suas medições. Isso porque, explica Moretti, com as diferenças de uso das técnicas de controle, não é possível estabelecer um percentual de acerto nos números obtidos na emissão de gases. “As empresas que adotam sistemas de controle da emissão de gases em geral estão preocupadas com a questão como um todo, mais engajadas à questão ambiental e não apenas buscando uma certificação”, comenta.
O controle de emissões e o governo
Quando a empresa assume o compromisso de atender a legislação ambiental e regular sua emissão de gases, o controle dessa emissão é feito pela própria empresa. De acordo com Manuy Chang, coordenadora de mudanças climáticas da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, o governo não faz um controle direto e periódico nas empresas. “Ao governo cabe a fiscalização no período da liberação e renovação das licenças ambientais. É ali que o governo deve identificar os problemas com relação à emissão de gases, se as determinações da lei estão ou não sendo cumpridas. Além da observação e inspeção, os relatórios das empresas nessas áreas são usados como fonte de informação para o controle”, explica Manuy. Hoje, com relação à emissão de CO2 no meio ambiente, o governo ainda não tem nenhum trabalho específico junto às empresas. “As especificações de controle do ar ainda não tem incluído o controle do dióxido de carbono. Ocorrendo mudanças nas leis ambientais, iniciaremos um trabalho de conscientização e exigência dessa necessidade, mas isso não deve acontecer tão rápido. Hoje, o que fazemos é trabalhar com o incentivo as empresas para que façam a adesão a essa necessidade de forma voluntária”, completa Manuy.
Gases poluentes na mira do IAP
Desde 2001, o IAP publica relatórios anuais sobre o controle de emissão de gases poluentes em Curitiba e região metropolitana. Seis estações de captação estão em funcionamento na capital e região, localizados em pontos estratégicos para detectar os principais gases e partículas encontrados no ar da cidade, em especial próximo a regiões consideradas críticas. O objetivo desse monitoramento, de acordo com Manuy Chang, coordenadora de mudanças climáticas da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, é conhecer a poluição do ar e determinar os números dessa poluição. “Identificamos os períodos mais críticos, quais os gases em cada região e a quantidade de cada um deles. Isso vai determinar o trabalho nessa área para nivelar os níveis de poluição e criar estratégias para o cuidado da qualidade do ar pela população com apoio do governo”, comenta Manuy.
Dentro das principais questões ambientais discutidas para buscar uma vida melhor nos centros urbanos está a questão da qualidade do ar. Hoje, a preocupação vai além do grande aumento de números de casos de doenças respiratórias em pacientes da área urbana. Além da saúde humana, a questão da preservação do ar para garantir o equilíbrio ambiental tem grande destaque principalmente entre as empresas.
Segundo dados do monitoramento da qualidade do ar realizado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), em 2008 a região central de Curitiba apresentou uma média de 69,9 μg/m3 de partículas em suspensão no ar, uma média considerada boa para centros urbanos, mas que sofre alterações significativas nos meses de inverno, em que a poluição tem muitos fatores a seu favor, como a falta de chuvas e a baixa umidade do ar, causando danos à saúde e ao meio ambiente.
Além dos automóveis, responsáveis por parte das emissões de gases poluentes registrados, as indústrias têm grande parcela de contribuição para o aumento da concentração de gases poluentes no ar, entre eles o CO2. Preocupadas em se desprender do rótulo de poluidoras e dispostas a assumir novas condutas ambientais, as empresas têm apostado na melhoria de seus processos dando ênfase à questão da poluição do ar. As metas a serem atingidas pelas indústrias para estarem dentro de um padrão sustentável estão dispostas na ISO 14001, série de normas desenvolvidas pela Internacional Organization for Standardization (ISO), em que estão determinadas as diretrizes relativas à área de gestão ambiental dentro de empresas.
De acordo com Giuliano Moretti, engenheiro químico consultor de operações sustentáveis da Preserva Ambiental Consultoria, a ISO 14001 determina que sejam obedecidas todas as leis ambientais aplicáveis à organização que busca a certificação, mas não prescreve os requisitos específicos de desempenho ambiental a serem atingidos pelas organizações. “A empresa que deseja certificar seus processos com a adoção da ISO 14001 deverá respeitar as leis ambientais como um dos requisitos da norma a serem cumpridos”, explica Moretti.
ISO 14001 e o controle de gases poluentes
A busca pela certificação ISO 14001 tem levado as indústrias a investirem, entre outros aspectos, no controle de emissão de gases poluentes em seus processos de produção. Segundo Moretti, “esse controle serve para que as empresas possam avaliar e reduzir sistematicamente os seus impactos reais e/ou potenciais negativos decorrentes de seus processos principais e de apoio. Desta forma, as empresas podem estabelecer procedimentos para a melhoria contínua referente à redução de suas emissões, rumo a uma economia de baixo carbono”. Para o engenheiro, a melhor maneira de encontrar os números de emissão de gases poluentes em uma empresa é realizar um balanço material do carbono envolvendo todo o ciclo de fabricação de produtos ou execução de serviços, considerando as entradas e saídas de carbono nesses processos. “O balanço de massa permite compreender o quanto de carbono se insere na cadeia produtiva e o quanto é liberado, seja na forma do próprio dióxido, seja na forma de outros gases de efeito estufa, como o metano”, explica o engenheiro da Preserva Ambiental Consultoria. De acordo com Moretti, muitas empresas vêm investindo nessa técnica, aliada a outra, a amostragem analítica sistemática de vazões e concentrações. Realizadas periodicamente e com processo facilitado, elas muitas vezes também são usadas isoladas para determinar a emissão de gases de efeito estufa (GEE). “As empresas que usam essas duas técnicas podem dispor de uma série histórica das suas saídas de GEEs, o que permite o delinear estratégias para o seu gerenciamento e ações para a redução dos fluxos gasosos, cumprindo determinações da ISO 14001”, afirma.
Os controles de emissão de gases poluentes, no entanto, não têm comprovado grau de exatidão nas suas medições. Isso porque, explica Moretti, com as diferenças de uso das técnicas de controle, não é possível estabelecer um percentual de acerto nos números obtidos na emissão de gases. “As empresas que adotam sistemas de controle da emissão de gases em geral estão preocupadas com a questão como um todo, mais engajadas à questão ambiental e não apenas buscando uma certificação”, comenta.
O controle de emissões e o governo
Quando a empresa assume o compromisso de atender a legislação ambiental e regular sua emissão de gases, o controle dessa emissão é feito pela própria empresa. De acordo com Manuy Chang, coordenadora de mudanças climáticas da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, o governo não faz um controle direto e periódico nas empresas. “Ao governo cabe a fiscalização no período da liberação e renovação das licenças ambientais. É ali que o governo deve identificar os problemas com relação à emissão de gases, se as determinações da lei estão ou não sendo cumpridas. Além da observação e inspeção, os relatórios das empresas nessas áreas são usados como fonte de informação para o controle”, explica Manuy. Hoje, com relação à emissão de CO2 no meio ambiente, o governo ainda não tem nenhum trabalho específico junto às empresas. “As especificações de controle do ar ainda não tem incluído o controle do dióxido de carbono. Ocorrendo mudanças nas leis ambientais, iniciaremos um trabalho de conscientização e exigência dessa necessidade, mas isso não deve acontecer tão rápido. Hoje, o que fazemos é trabalhar com o incentivo as empresas para que façam a adesão a essa necessidade de forma voluntária”, completa Manuy.
Gases poluentes na mira do IAP
Desde 2001, o IAP publica relatórios anuais sobre o controle de emissão de gases poluentes em Curitiba e região metropolitana. Seis estações de captação estão em funcionamento na capital e região, localizados em pontos estratégicos para detectar os principais gases e partículas encontrados no ar da cidade, em especial próximo a regiões consideradas críticas. O objetivo desse monitoramento, de acordo com Manuy Chang, coordenadora de mudanças climáticas da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, é conhecer a poluição do ar e determinar os números dessa poluição. “Identificamos os períodos mais críticos, quais os gases em cada região e a quantidade de cada um deles. Isso vai determinar o trabalho nessa área para nivelar os níveis de poluição e criar estratégias para o cuidado da qualidade do ar pela população com apoio do governo”, comenta Manuy.
Matéria publicada originalmente na edição 18 - Revista Geração Sustentável(Lyane Martinelli) Clique na imagem e tenha acesso às últimas edições
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