Seguindo essa tendência, com algum destaque, a sustentabilidade na produção de alimentos tem avançado em todo o mundo, sendo uma tendência que avança também no Brasil. A produção do café não passa incólume a essas transformações.
Em essência, o café sustentável é uma mistura de influências culturais, políticas, ambientais, econômicas e agronômicas, conforme indicado a seguir:
Sombra
Muitos cafés sustentáveis são "cultivados à sombra", o que significa que um dossel de árvores protege os pés de café, permitindo um ciclo de crescimento mais lento com mais tempo para que o açúcar dos grãos se concentre. Estas árvores de sombra também fornecem um habitat natural para aves e pequenos animais, que trabalham lado a lado com o meio ambiente na polinização.
Algumas plantações florestais empregam condições semelhantes àquelas encontradas nas florestas tropicais intactas, nas quais os cafeicultores usam uma combinação de árvores (banana, citros e madeiras são os mais populares) para produção de sombra.
Orgânicos
A produção de um café sustentável geralmente é feita a partir do cultivo livre de pesticidas e herbicidas, tornando-o também orgânico. Há o cuidado com a manutenção da integridade da cobertura do solo nas plantações, bem como a proteção de quaisquer corpos d’água próximos que possam interagir com os subprodutos do processamento de café.
Os grãos de café orgânico, produzidos sem aditivos químicos, são benéficos tanto para o produtor como para o consumidor. No entanto, um café não-orgânico apresenta geralmente maior rendimento (três vezes mais), pois sua maturação é mais rápida. A definição de café orgânico certificado pode ser estendida para incluir uma ênfase na reciclagem, compostagem, na saúde do solo e proteção do meio ambiente. Por isso, o café de comércio justo, orgânico e o cultivado na sombra, muitas vezes andam de mãos dadas.
Fair Trade
O comércio justo do café, ou fair trade, é a comercialização direta do produto – sem a participação de intermediários. Essa ação dá, tanto ao produtor como ao comprador, dando-lhes maiores lucros.
Os produtores de café de comércio justo recebem a garantia um mínimo "preço de comércio justo" de US$ 1,26/kg. Se o preço mundial sobe acima desse preço mínimo, os produtores de comércio justo recebem um prêmio (US$ 0,05/kg) acima do preço de mercado.
Os importadores e torrefadores de café acordam em desenvolver relações comerciais diretas e de longo prazo com os produtores de café trazendo maior estabilidade comercial, em um mercado extremamente instável.
Abordagem múltipla
Os cafeicultores sustentáveis estão, também, profundamente preocupados com a questão do desmatamento, uma vez que muitos deles estão na proximidade de florestas ameaçadas. Protetores do meio ambiente, esses produtores percebem que são eles que devem proteger suas terras para as gerações vindouras.
Não é incomum que fazendas de café sustentável sejam familiares ou cooperativas. O trabalhador de tais propriedades recebe atenção especial – sua educação, subsistência e bem-estar geral. Esse é um ponto sensível para muitos consumidores, atualmente, como uma maior consciência das condições de trabalho em todo o mundo passando a ditar as decisões de compra.
Diversos programas de certificação do grão cru já existem em vários países. Na Europa e nos Estados Unidos, o consumo de cafés certificados tem crescido vigorosamente.
Cafés Sustentáveis - ABIC
O Programa Cafés Sustentáveis do Brasil(PCS), promovido pela Abic - Associação Brasileira da Indústria de Café, é voltado para os industriais de café, alinhado ao conceito de sustentabilidade.
Esta iniciativa visa, através de parcerias entre a indústria e os cafeicultores e suas cooperativas, promover a Sustentabilidade e a Qualidade em toda a cadeia do café, desde o processo agrícola, passando pelo beneficio até o processo industrial na torrefação.
A entidade busca a oferta de cafés diferenciados, com rastreabilidade assegurada desde a planta até a xícara, produzidos com critérios de Sustentabilidade e de Qualidade, tudo garantido por programas de certificação, verificações nas propriedades rurais e auditorias nas indústrias de café.
O PCS se apoia em acordos de cooperação das organizações de cafeicultores com os industriais, através da Abic. Os grãos produzidos nas fazendas e certificados quanto à sua produção sustentável, servem de matéria prima básica – no mínimo 60% da composição do blend – para a produção de cafés tipo Superior ou Gourmet, certificados pelo Programa de Qualidade do Café - PQC, da Abic, que assegura a qualidade da bebida e as características sensoriais do produto final.
O PQC da ABIC já certifica 200 marcas brasileiras de café, das quais 70 são de cafés Superiores ou Gourmet. As duas entidades juntam os seus programas através de um Protocolo de Cooperação, que será gerenciado pelo Instituto Totum, organismo certificador credenciado e especializado na gestão de programas de qualidade.
Os novos produtos resultantes do Programa Cafés Sustentáveis do Brasil, receberão uma identificação especial - o logotipo de uma arvore, encimando o titulo Cafés Sustentáveis do Brasil - que facilitará sua identificação pelos varejistas, distribuidores, cafeterias e consumidores.
Calculadora de emissões
Outra importante ferramenta lançada no país é a Calculadora de Emissões GEEs (gases do efeito estufa) para o setor, desenvolvido pela Keyassociados, que ainda sugere formas de reduzi-las ou compensá-las
Lançada em parceria com a Abic (como parte do Programa Cafés Sustentáveis do Brasil), a ferramenta serve para contagem das emissões de CO2 específica para as empresas do setor. Além de identificar o volume do gás emitido por ano, a calculadora desenvolvida pela consultoria Keyassociados sugere estratégias de compensação dessas emissões, incluindo o plantio de árvores e melhorias tecnológicas.
No cálculo, são consideradas informações sobre gastos de energia elétrica e de combustíveis, gastos de combustíveis com transportes, viagens aéreas e volume de resíduos sólidos orgânicos.
Para compensar as emissões, o sistema sugere algumas opções, como a substituição de tecnologias por outras mais modernas e menos poluentes, a substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis de energia ou a adoção de estratégias de redução na utilização de insumos e diminuição na geração de resíduos.
“Também é possível reduzir o impacto da atuação das empresas através da compensação de emissões. Isso pode ser feito por meio do plantio de árvores ou da compra de créditos de carbono (em mercados voluntários), por exemplo”, explica Ricardo Valente da Silva, diretor da Keyassociados.
A Calculadora de Carbono está disponível em:
http://www.abic.com.br/sustenta_eestufa.html
Sombra
Muitos cafés sustentáveis são "cultivados à sombra", o que significa que um dossel de árvores protege os pés de café, permitindo um ciclo de crescimento mais lento com mais tempo para que o açúcar dos grãos se concentre. Estas árvores de sombra também fornecem um habitat natural para aves e pequenos animais, que trabalham lado a lado com o meio ambiente na polinização.
Algumas plantações florestais empregam condições semelhantes àquelas encontradas nas florestas tropicais intactas, nas quais os cafeicultores usam uma combinação de árvores (banana, citros e madeiras são os mais populares) para produção de sombra.
Orgânicos
A produção de um café sustentável geralmente é feita a partir do cultivo livre de pesticidas e herbicidas, tornando-o também orgânico. Há o cuidado com a manutenção da integridade da cobertura do solo nas plantações, bem como a proteção de quaisquer corpos d’água próximos que possam interagir com os subprodutos do processamento de café.
Os grãos de café orgânico, produzidos sem aditivos químicos, são benéficos tanto para o produtor como para o consumidor. No entanto, um café não-orgânico apresenta geralmente maior rendimento (três vezes mais), pois sua maturação é mais rápida. A definição de café orgânico certificado pode ser estendida para incluir uma ênfase na reciclagem, compostagem, na saúde do solo e proteção do meio ambiente. Por isso, o café de comércio justo, orgânico e o cultivado na sombra, muitas vezes andam de mãos dadas.
Fair Trade
O comércio justo do café, ou fair trade, é a comercialização direta do produto – sem a participação de intermediários. Essa ação dá, tanto ao produtor como ao comprador, dando-lhes maiores lucros.
Os produtores de café de comércio justo recebem a garantia um mínimo "preço de comércio justo" de US$ 1,26/kg. Se o preço mundial sobe acima desse preço mínimo, os produtores de comércio justo recebem um prêmio (US$ 0,05/kg) acima do preço de mercado.
Os importadores e torrefadores de café acordam em desenvolver relações comerciais diretas e de longo prazo com os produtores de café trazendo maior estabilidade comercial, em um mercado extremamente instável.
Abordagem múltipla
Os cafeicultores sustentáveis estão, também, profundamente preocupados com a questão do desmatamento, uma vez que muitos deles estão na proximidade de florestas ameaçadas. Protetores do meio ambiente, esses produtores percebem que são eles que devem proteger suas terras para as gerações vindouras.
Não é incomum que fazendas de café sustentável sejam familiares ou cooperativas. O trabalhador de tais propriedades recebe atenção especial – sua educação, subsistência e bem-estar geral. Esse é um ponto sensível para muitos consumidores, atualmente, como uma maior consciência das condições de trabalho em todo o mundo passando a ditar as decisões de compra.
Diversos programas de certificação do grão cru já existem em vários países. Na Europa e nos Estados Unidos, o consumo de cafés certificados tem crescido vigorosamente.
Cafés Sustentáveis - ABIC
O Programa Cafés Sustentáveis do Brasil(PCS), promovido pela Abic - Associação Brasileira da Indústria de Café, é voltado para os industriais de café, alinhado ao conceito de sustentabilidade.
Esta iniciativa visa, através de parcerias entre a indústria e os cafeicultores e suas cooperativas, promover a Sustentabilidade e a Qualidade em toda a cadeia do café, desde o processo agrícola, passando pelo beneficio até o processo industrial na torrefação.
A entidade busca a oferta de cafés diferenciados, com rastreabilidade assegurada desde a planta até a xícara, produzidos com critérios de Sustentabilidade e de Qualidade, tudo garantido por programas de certificação, verificações nas propriedades rurais e auditorias nas indústrias de café.
O PCS se apoia em acordos de cooperação das organizações de cafeicultores com os industriais, através da Abic. Os grãos produzidos nas fazendas e certificados quanto à sua produção sustentável, servem de matéria prima básica – no mínimo 60% da composição do blend – para a produção de cafés tipo Superior ou Gourmet, certificados pelo Programa de Qualidade do Café - PQC, da Abic, que assegura a qualidade da bebida e as características sensoriais do produto final.
O PQC da ABIC já certifica 200 marcas brasileiras de café, das quais 70 são de cafés Superiores ou Gourmet. As duas entidades juntam os seus programas através de um Protocolo de Cooperação, que será gerenciado pelo Instituto Totum, organismo certificador credenciado e especializado na gestão de programas de qualidade.
Os novos produtos resultantes do Programa Cafés Sustentáveis do Brasil, receberão uma identificação especial - o logotipo de uma arvore, encimando o titulo Cafés Sustentáveis do Brasil - que facilitará sua identificação pelos varejistas, distribuidores, cafeterias e consumidores.
Calculadora de emissões
Outra importante ferramenta lançada no país é a Calculadora de Emissões GEEs (gases do efeito estufa) para o setor, desenvolvido pela Keyassociados, que ainda sugere formas de reduzi-las ou compensá-las
Lançada em parceria com a Abic (como parte do Programa Cafés Sustentáveis do Brasil), a ferramenta serve para contagem das emissões de CO2 específica para as empresas do setor. Além de identificar o volume do gás emitido por ano, a calculadora desenvolvida pela consultoria Keyassociados sugere estratégias de compensação dessas emissões, incluindo o plantio de árvores e melhorias tecnológicas.
No cálculo, são consideradas informações sobre gastos de energia elétrica e de combustíveis, gastos de combustíveis com transportes, viagens aéreas e volume de resíduos sólidos orgânicos.
Para compensar as emissões, o sistema sugere algumas opções, como a substituição de tecnologias por outras mais modernas e menos poluentes, a substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis de energia ou a adoção de estratégias de redução na utilização de insumos e diminuição na geração de resíduos.
“Também é possível reduzir o impacto da atuação das empresas através da compensação de emissões. Isso pode ser feito por meio do plantio de árvores ou da compra de créditos de carbono (em mercados voluntários), por exemplo”, explica Ricardo Valente da Silva, diretor da Keyassociados.
A Calculadora de Carbono está disponível em:
http://www.abic.com.br/sustenta_eestufa.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário