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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Arquiteto Empreendedor - Matéria Capa Edição 33

Arquiteto Empreendedor



Empreendedorismo, sustentabilidade e cidadania consolidam-se como características essenciais para o sucesso na profissão de arquiteto e urbanista e para o bem-estar da sociedade


Pranchetas por computadores. Celulares por smartphones. Público leigo por clientes cada vez mais exigentes. Conselho multidisciplinar por Conselho próprio. Essas são apenas algumas das mudanças que têm influenciado a profissão do arquiteto e urbanista nos últimos anos. Atualmente, não basta ao profissional que trabalha nessa área estar treinado para projetar e solucionar espaços, é preciso também que ele saiba administrar a profissão como um negócio e como algo que influencia diretamente no bem-estar da sociedade.

A disseminação dos conceitos de sustentabilidade e responsabilidade social e a crescente importância da correta construção dos espaços e das cidades tornam a atuação desse profissional mais reconhecida e visível a cada dia. Um dos reflexos dessa evolução é a exigência de arquitetos e urbanistas cada vez mais capacitados e preparados para um mercado que pede ainda mais produtividade e eficiência, sem deixar a qualidade de lado. Reconhecida por ser uma das profissões mais antigas da humanidade, a arquitetura está presente na vida de grande parte da população, o que a torna também cada vez mais atual.

Nesse contexto, a necessidade de inovar e de empreender são atitudes essenciais a todos os arquitetos e urbanistas. Da mesma forma, a união de profissionais de áreas interdependentes, organizados formalmente como empresas, também tem se consolidado como tendência desse mercado, tudo com o objetivo de acompanhar a evolução da sociedade e, mais do que isso, contribuir para o desenvolvimento sustentável da humanidade.

Para o recém-criado Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Estado do Paraná (CAU/PR), empreendedorismo, sustentabilidade e cidadania são os pilares essenciais para o sucesso da profissão e para o desenvolvimento sistêmico das construções, da sociedade e das cidades. “Estar ao lado ou fazer parte desse movimento trará ao profissional a oportunidade de ação e, mais que isso, de participação ativa nos processos de gestão para assuntos de cidades, promovendo, assim, a cultura do exercício do poder político saudável e uma sociedade civil viva e proativa”, defende Jucenei Gusso Monteiro, conselheiro do CAU/PR e coordenador do Núcleo de Sustentabilidade, Empreendedorismo e Cidadania da entidade, o NESC-CAU/PR.

O Núcleo foi criado por iniciativa do presidente do Conselho, Jeferson Dantas Navolar, que percebeu a necessidade de alinhamento dos arquitetos em prol do autodesenvolvimento, o que no âmbito individual do profissional influenciará positivamente o setor e o mercado, além de sensibilizar para a promoção do desenvolvimento sistêmico e sustentável da sociedade. “Essa é uma proposta que reforça a visibilidade e a operacionalidade da arquitetura e do que ela pode fazer de melhor na vida das pessoas, ancorada em métodos de aprendizagem executiva de alto nível”, destaca o presidente.

Os pilares defendidos pelo Núcleo desejam atrair não apenas arquitetos, como também academia, governo e empresas, estimulando a disseminação e a formação de parcerias. Para o coordenador do NESC-CAU/PR, o desafio inicia-se orientado em auxiliar no desenvolvimento da capacidade dos arquitetos, para que se tornem geradores de valor sustentável para si, ao setor e para a sociedade, alinhando a arquitetura com a economia global inclusiva e sustentável. “Não há forma de atingir o sucesso sem olhar às diretrizes sistêmicas que hoje orientam o mercado. Todos, sem distinção, têm obrigatoriamente que estar alinhados ao pensamento da atuação eficiente e na busca da eficácia na gestão”, diz.

Na visão do Núcleo, o empreendedorismo está também intimamente ligado ao desempenho na entrega aos clientes. “É outra percepção e, conclui-se que, a exemplo dos escritórios que já atuam em mercados mais exigentes com relação ao desempenho das edificações, atendimento a normas atualizadas e praticadas, também devem promover o que alguns chamam de design total – projetos integrados, sustentáveis e certificados realizados por profissionais com diferentes expertises, com alto grau de gestão de projetos”, explica Monteiro.

E por falar em empreendedorismo, esse é o foco do primeiro projeto criado pelo Núcleo com o objetivo de estimular o surgimento e a gestão de empresas na área da arquitetura, além de possibilitar o desenvolvimento e a atualização das já existentes. Trata-se do projeto “Arquiteto Empreendedor”, uma ação coletiva que tem a missão de levar tecnologia, informações, facilidades e ferramentas para que o arquiteto se torne um empreendedor.

“Transformar os arquitetos em empreendedores para que esses profissionais deixem a informalidade e, como pessoas jurídicas, tenham acesso a fontes de financiamento, possam participar de licitações e tenham benefícios sociais, como direito à aposentadoria, são alguns dos objetivos do projeto”, defende o presidente do CAU/PR.


Censo

Dados preliminares do censo realizado em todo o país para identificar a atuação dos arquitetos e urbanistas mostraram que, no Paraná, apenas 1,4 mil dos 7,35 mil arquitetos cadastrados no CAU/PR está organizado como pessoa jurídica, ou seja, trabalha de forma estruturada. Outro dado que chama a atenção na pesquisa é a ausência de arquitetos e urbanistas atuantes em 189 municípios do Paraná. “A falta de participação dos arquitetos e urbanistas é o que acaba refletindo posteriormente no trânsito caótico das cidades, nos problemas ambientais, e em espaços malplanejados”, destaca o presidente do Conselho.

Por isso, uma das prioridades do projeto é preparar os profissionais para que eles possam auxiliar os municípios na captação de verbas por meio de editais. Entidades, como a Caixa Econômica Federal, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Associação Comercial do Paraná (ACP), a entidade Fomento Paraná, o Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial – CPCE/FIEP, a Aliança Nosso Paraná Sustentável – ONU, o Fundo de Assistência Social dos Arquitetos e Urbanistas (FUNSAU), a Berkley Seguradora, entre outras entidades, participam dessa iniciativa.

 “Estamos trabalhando com esse objetivo desde 2008 no estado, porque já percebíamos alto grau de informalidade por parte dos profissionais da área. Destaco que o papel de cada um dos parceiros do Núcleo é essencial. Cada um vai dizer onde pode divulgar o papel do arquiteto, onde está sendo mal usada a legislação, onde se pode fazer mais investimentos com qualidade e onde é possível firmar parcerias para esse tipo de investimento, que tem visão de sustentabilidade e de cidadania. Arquitetura é formação de cidadania”, destaca Navolar.

O exercício de cidadania proposto pelo Núcleo é o viés que complementa para ações de difusão e, principalmente, a contrapartida do setor da arquitetura à sociedade. “Contribuição é como podemos definir nossa proposta! Almejamos o engajamento dos profissionais, tendo como foco principal a colaboração na melhoria de posturas e de processos em prol do desenvolvimento transparente e justo do País”, reflete Monteiro. Ainda de acordo com ele, o arquiteto pode interferir diretamente na qualidade financeira de cada município. “Sabemos que há recursos do Governo Federal para as administrações municipais que muitas vezes não são utilizados por falta de projetos. Por isso, a intenção do Núcleo é orientar e preparar os profissionais para que eles possam auxiliar na captação dessas verbas, promovendo assim o desenvolvimento regional”, completa.


Cases de empreendedorismo

O dinamismo, a inquietação, a vontade de inovar, de aprender, de ensinar e atuar para o bem-estar da sociedade identificados nos arquitetos empreendedores que hoje estão consolidados no mercado servem de inspiração para defesa dessa bandeira do CAU/PR. Nas histórias relatadas a seguir, é possível perceber que o empreendedorismo vai muito além da abertura de uma empresa e tem estreita relação com a superação de limites e com a identificação de oportunidades.

Ainda de acordo com o dicionário Priberam de Língua Portuguesa, o conceito de empreendedorismo é definido como “Atitude de quem é empreendedor, que é quem, por iniciativa própria, realiza ações ou idealiza novos métodos com o objetivo de desenvolver e dinamizar serviços, produtos ou quaisquer atividades de organização e administração”.

Apesar das origens, trajetórias e atuações serem diferentes, o destino de diversos profissionais que trilharam seus caminhos tendo os conceitos de empreendedorismo, sustentabilidade e cidadania em mente foi o mesmo: o sucesso.


A Copa do Mundo e a dedicação aos estudos

A capacidade de identificar oportunidades e a dedicação aos estudos são as características que tornam o professor e pesquisador Irã Taborda Dudeque um empreendedor. Nascido na década de 60, Dudeque ingressou na faculdade de Arquitetura e Urbanismo com os objetivos mais simples possíveis, segundo ele mesmo descreve. “Eu cursava História e achava que, como historiador, morreria de fome. Então decidi fazer Arquitetura”, lembra.

Os primeiros anos de faculdade e de carreira profissional foram marcados por pesquisa e nem tanta dedicação assim. “Se eu tinha algum espírito empreendedor, ele tendia para o lado da pesquisa histórica”, diz. Depois de graduado, Dudeque formulou planos direcionados para a pesquisa histórica na área de arquitetura e para o ensino, mas eram passos tímidos. “Aí, ocorreu uma coincidência que determinou o meu futuro na mesma época em que o Brasil foi campeão do Mundo de Futebol, em julho de 1994, quando foi lançado um concurso de monografias para estudantes de arquitetura, com tema livre, que relacionassem história e arquitetura.

Dudeque tinha a monografia que lhe servira para obter o título de Bacharel em História, mas a ênfase, naquele caso, era mais historiográfica do que arquitetônica. “Eu estava em dúvida se entrava no concurso ou não. Aí, parti para  Brasília, para o Encontro Nacional de Estudantes de Arquitetura. No último dia do evento, o Brasil foi campeão do mundo. Aí, senti uma depressão: Tenho que fazer alguma coisa da vida”, lembra.

A reestruturação da monografia para participar no concurso nacional foi feita em uma semana de intensa dedicação. “Ali começou, de fato, a minha vida como historiador da arquitetura. Fui muito bem recebido na Universidade de São Paulo. Aquela vitória facilitou, depois, a minha entrada no Mestrado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, a FAU-USP”, conta.

Para Dudeque, o estudo é a receita para o sucesso na profissão. “Estudem muito, estudem a vida inteira, mas sempre duvidem da própria capacidade e do próprio conhecimento. Não há nada pior do que arquitetos que se tornam ignorantes devido à certeza de que detêm conhecimentos insuperáveis”, aconselha. Ainda segundo ele, a importância da atuação do profissional de arquitetura e urbanismo para a sociedade está na aptidão que possui para melhorar o ambiente construído.

“A arquitetura é a ciência e a arte do ambiente construído. Por ambiente construído, entenda-se tudo aquilo que não é ambiente natural. Por exemplo: uma pessoa qualquer acorda, em seu dormitório. Ele está num ambiente construído. Ele vai até a sala do seu apartamento. Ele está num ambiente construído. Ele sai para a rua. Ele continua num ambiente construído. Ele atravessa a cidade, rumo ao trabalho. Depois do expediente, ele vai descansar numa praça ou num shopping. Em nenhum momento, do dormitório à praça, ele saiu de ambientes construídos. Ao melhorar esses ambientes, a arquitetura melhora a sociedade. Ninguém pode ignorar a arquitetura, porque ninguém vive sem ela. A não ser é claro, se optar por viver no deserto...”, reflete.


Aptidão nata e fidelidade às origens

O arquiteto Ronaldo Duschenes, hoje proprietário da empresa Flexiv – Escritórios de Sucesso, sempre conviveu com arquitetos e ouviu falar sobre o assunto desde criança por ser essa também a profissão de seu pai. “Sempre admirei essa área do conhecimento e interessava-me muito por artes, sempre tive contato próximo com a dança, a arquitetura, a música, a pintura. Nesse cenário, pareceu-me a melhor escolha”, lembra.

Assim como a escolha da profissão, o espírito empreendedor de Duschenes aflorou cedo. Ele ingressou na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) aos 19 anos e já no primeiro ano do curso, em 1968, abriu um escritório com outros nove colegas para prestar serviços de desenho e desenvolvimento de projetos aos arquitetos já estabelecidos. “Essa associação durou aproximadamente um ano, e envolvi-me em vários outros projetos similares no decorrer do curso. Ao sair da faculdade, imediatamente abri meu escritório em sociedade com outros colegas”, conta.

A primeira empresa durou até 1981, quando Duschenes se mudou para Curitiba. “Em 1985, fundei, em parceria com Celia Lass, minha esposa e arquiteta formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Flexiv – indústria de mobiliário corporativo com o DNA do design”, relata. Segundo conta o empresário, a Flexiv sempre se manteve fiel à sua essência, e isso foi determinante para seu crescimento e sua consolidação no mercado. “Atualmente, trabalhamos com móveis corporativos com soluções completas e integração tecnológica, com linhas para todos os ambientes empresariais. Somos a indústria de mobiliário corporativo mais premiada do mercado brasileiro, tendo acumulado mais de 30 prêmios em 28 anos de atuação. Temos, atualmente, 110 funcionários, todos focados em oferecer atendimento premium e móveis com qualidade superior em design e acabamento”, destaca.

Da mesma forma que seguiu os passos de seu pai, Duschenes foi fiel em aplicar na sua empresa os conhecimentos essenciais adquiridos na faculdade. “A Flexiv possui ações de responsabilidade socioambiental em todas as etapas do processo de produção, entrega e instalação do mobiliário corporativo”, salienta. O descarte responsável de resíduos garante que todo plástico, papelão, aço, ferro, tintas e solventes excedentes da produção sejam encaminhados para reciclagem e reutilização por empresas certificadas. O processo de fabricação do mobiliário prioriza a eficiência, com técnicas para redução da geração de resíduos e do consumo energético.

A água utilizada no beneficiamento dos metais é tratada em uma estação própria de tratamento de efluentes até atingir os parâmetros legais para retorno à natureza. A Flexiv também aplica o conceito de logística reversa, promovendo o reaproveitamento e descarte ambientalmente corretos dos materiais utilizados para embalagem e entrega do mobiliário. Toda a madeira utilizada como matéria-prima para os móveis é proveniente de fontes certificadas pelo Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (FSC Brasil).

Não apenas a Flexiv, mas um dos primeiros projetos do arquiteto teve grande destaque na mídia e na sociedade. Ele foi o responsável pela elaboração do projeto da casa da escultora Ninca Bordano, ícone da arquitetura que recebeu destaque de publicações especializadas na ocasião. Além de empresário com projetos nacionalmente reconhecidos, Duschnes sempre foi muito ativo na participação da vida associativa – desde o grêmio estudantil, passando pelas lutas políticas durante a ditadura, chegando à defesa do meio ambiente desde os anos 70. Atualmente, ele é vice-presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA-PR), conselheiro diretor do Instituto de Arquitetura do Brasil (IAB), conselheiro deliberativo do Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP-PR), conselheiro do Centro de Design do Paraná e vice-presidente do Sindicato da Indústria do Mobiliário e Marcenaria do Estado do Paraná (Simov-PR).

Para Duschenes, o sucesso do arquiteto como colaborador também é extremamente importante para a sociedade, mesmo que atue em outras áreas não diretamente ligadas à arquitetura, e não pode ser desprezado. Ele destaca que a procura por um bom mentor é de grande importância para os estudantes de arquitetura e profissionais em início de carreira. “É fundamental contar com a experiência e a visão de mundo de alguém em quem se confia e respeita para desenvolver o potencial dos jovens”, destaca.

Grandes obras

Aeroportos, estádios, hospitais, hotéis e praças, além de famosas obras de restauração estão no portfólio do arquiteto Paulo Malucelli, que há 20 anos está a frente da PJJ Malucelli Arquitetura e Construção Ltda., uma empresa que atua na área de Projetos e Gerenciamento de Obras de Engenharia e Arquitetura. A empresa conta com equipe técnica própria e terceirizada, formada por diversos profissionais, entre eles arquitetos, engenheiros civis, eletricistas, mecânicos, desenhistas industriais e técnicos em edificações, entre outros.


Movido pela inquietação

O professor Doutor João Virmond Suplicy Neto representa nada mais nada menos do que a federação de entidades de arquitetos composta por 33 países das regiões Norte, América Central, Região Andina e Cone Sul, na qual estão inseridas 600 mil pessoas, o que significa metade dos profissionais atuantes no planeta. À frente da Federação Panamericana de Associações de Arquitetos, Suplicy diz ter sido movido pela inquietação durante toda a sua trajetória profissional. Desde que ingressou na faculdade, na década de 70, Suplicy foi estudante, professor, já atuou em canteiro de obras, fez obras para supermercados, abriu o próprio escritório e acumula grande carga de conhecimento e experiências que iniciaram ainda na infância, quando teve a oportunidade de conviver próximo à carpintaria e à marcenaria na fazenda de seus familiares. 

“Além dessa experiência particular da carpintaria e da marcenaria proporcionadas pela vivência na fazenda, sempre gostei de desenhar, desde criança. Essa intervenção com o meio rural fez com que eu encontrasse na arquitetura um meio de utilizar minhas habilidades, além de uma grande chance de optar por um caminho mais sustentável”, conta. O início da profissão foi como autônomo, realizando grandes obras, o que mais tarde revelou a necessidade de ele se organizar formalmente como empresa.  “A formalização dos arquitetos como pessoa jurídica é importante para união de esforços e representa um salto adiante para execução do trabalho”, destaca.

Outro fator que Suplicy destaca como diferencial para o sucesso de sua carreira foi a oportunidade de cursar parte do primeiro ano de faculdade em São Paulo, na FAU-USP, o que propiciou grandioso conhecimento teórico e o contato inicial com o IAB. Depois de um semestre cursado em São Paulo, ele deu continuidade aos estudos na UFPR, em Curitiba, onde teve contato com muitos mestres, a possibilidade de experiência prática e a participação em concursos de arquitetura. “Fui muito feliz por iniciar a carreira com conhecimentos intelectual e prático proporcionados por essas duas grandes universidades”, reflete.

Tudo o que aprendeu e estudou durante sua carreira, hoje Suplicy repassa aos seus alunos da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e também para os demais profissionais para os quais é referência no Brasil e na América Latina nos diversos eventos promovidos pelas entidades em que atua. “Um dos exemplos de experiência prática da qual nunca me esqueci foi a de visitar e atuar em um canteiro de obras. Esse tipo experiência é único, não tem preço e por isso sempre levo meus alunos”, conta. O professor ressalta que o tempo de escola é curto, por isso a prática precisa ser constantemente reciclada.

Além de ser empresário e professor, Suplicy acumula um currículo de atuação junto a grandes entidades e profissionais da área, entre eles Oscar Niemeyer. Além de ter participado de diversos eventos importantes para discussão e disseminação de conhecimentos do setor, ele já foi responsável por organizar e promover conferências e encontros de destaque e importância internacional.

“A inquietação por buscar conhecimento fora da minha cidade na década de 80 foi o que acabou me movendo para aprender e empreender cada vez mais. Do mestrado fui para o doutorado, do IAB fui para a Federação Panamericana, dos eventos locais para os internacionais, e assim por diante”, destaca.  Suplicy participou ativamente de decisões importantes para a classe, inclusive na criação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo, enquanto presidia o IAB.

O professor destaca que ser empreendedor significa estar atuante e ter dinamismo. “Empreender é transpor limites. E, na minha vida, essa inquietação levou-me a aprimorar minha alimentação intelectual, passando da academia, para o mestrado e o doutorado, o que hoje me transformou em um profissional muito mais preparado, tanto para continuar atuando em meu escritório quanto para disseminar conhecimentos para estudantes e demais profissionais”, completa.
Sede da Petrobras no Rio de Janeiro/RJ


Orientação

A promoção de pesquisas, conceituais e empíricas, que aperfeiçoem o conhecimento do arquiteto e de suas práticas, também é objetivo do Núcleo de Empreendedorismo, Sustentabilidade e Cidadania do CAU/PR. O projeto Arquiteto Empreendedor, por sua vez, objetiva disponibilizar a todos os profissionais do Paraná, pessoas físicas ou jurídicas, com empresas constituídas ou não, diversas ferramentas de gestão empresarial para que, além de desempenhar seus papéis como dignos representantes de sua área, também possam manter o seu ofício de forma sustentável e perene frente às diversidades enfrentadas por empresário de qualquer segmento que queira ser competitivo. Em síntese, o projeto adicionará competências ao profissional arquiteto, tornando-o um empresário da Arquitetura.

Na área de formação, o Sebrae-PR  é um dos parceiros do NESC-CAU/PR, uma vez que tem a função de promover cursos de capacitação aos arquitetos e urbanistas empreendedores organizados com pessoas jurídicas, ou seja, como empresas. O Núcleo e o projeto contarão, inicialmente, com o apoio do Sebrae-PR na aplicação de cerca de 50 horas de cursos aplicados em módulos de aprendizagem que abrangem temas como Atitudes e Comportamentos do Novo Empreendedor; Planejamento Estratégico para o Arquiteto;  Marketing e Vendas de Serviços e Produtos; Ferramentas de Tecnologia e Inovação; entre outros temas que serão futuramente anunciados.

Como o foco do Sebrae-PR é restrito aos profissionais já organizados como empresas, outras parcerias para a aplicação das modalidades diversas de aprendizagem serão firmadas com o objetivo de promover a excelência e eficiência na gestão da profissão. 

Entre as demais iniciativas do NESC-CAU/PR estão a assessoria para orientar os interessados em questões que vão da abertura de empresas à obtenção de linhas de financiamento, passando pela disseminação de informações sobre assistência à saúde, previdência complementar e seguro de responsabilidade civil.

Laboratórios integrados da Genética Humana ( LIGH) do setor de Ciências Biológicas da UFPR

“O Núcleo é uma ação coletiva que tem a missão de levar tecnologia, informações, facilidades e ferramentas para que o arquiteto se torne um empreendedor. Nós estamos dizendo ‘existe um mercado, estão aí os números, vocês precisam se aprimorar e nós vamos ajudar nessa tarefa’. É um trabalho grande, complexo, paralelo ao Conselho, e o CAU é um dos agentes. Se fosse possível resumir o perfil de um arquiteto de sucesso, eu diria que ele deve ser empreendedor, com visão de sustentabilidade e cidadania”, resume o presidente do CAU/PR.

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Veja os conteúdos dessa edição:

Matérias:
- Entrevista: Jeferson Navolar
- Espaço Arquitetura
- Construções Sustentáveis: Integração e Sustentabilidade desde a concepção do projeto
- Responsabilidade Social Corporativa: (CPCE Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial) Implantação de projetos socioambientais requer planejamento
- Responsabilidade Ambiental: Cultivando Água Boa
- Desenvolvimento Local: Aliança Paraná Sustentável
- Desenvolvimento Social: CEF apoia empreendimentos habitacionais sustentáveis



Artigos:
- Artigo: Vamos de carro ou de metrô? (Jerônimo Mendes)
- Artigo: Engajando e cultivando talentos (Rafael Giuliano)
- Artigo: Arquitetura Sustentável: um processo (Ivan Dutra)

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