quarta-feira, 13 de junho de 2012
Rio+20: ONG paranaense terá projetos discutidos na conferência
Ações para evitar o desmatamento e conservar a biodiversidade reduzem emissão de gases do efeito estufa
A Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), ONG paranaense que atua na conservação da biodiversidade, estará presente na Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. A instituição traz um balanço de como algumas de suas iniciativas estão contribuindo para os objetivos definidos em convenções internacionais sobre biodiversidade e mudanças climáticas. Um dos principais destaques será a apresentação do programa E-CONS (Empreendedores da Conservação).
Veja abaixo alguns projetos da SPVS e seus resultados:
Conservação de biomas brasileiros
Lançado recentemente, o Programa Empreendedores da Conservação (E-CONS) tem o objetivo de identificar e apoiar financeiramente pessoas com projetos de conservação em todos os biomas do Brasil. Seis projetos já são apoiados, entre eles:
• O combate ao tráfico do papagaio-verdadeiro no Pantanal Sul e outras espécies ameaçadas na Serra da Bodoquena;
• O incentivo à transformação de áreas naturais em reservas particulares;
• A diminuição da caça ao lobo-guará (Cerrado);
• A descoberta e conservação do soldadinho-do-araripe (Caatinga) e do bicudinho-do-brejo (Mata Atlântica); e
• A disseminação da educação ambiental na Amazônia.
“Todos os projetos apoiados trazem a luz o conceito dos serviços ambientais, benefícios essenciais para as pessoas e para as atividades econômicas”, explica Ângela Kuczach, técnica responsável pelo programa na SPVS.
A integração com a iniciativa privada é um dos destaques do programa E-CONS, que recebe o apoio do HSBC. “Essas parcerias fortalecem a capacidade de implementação de ações para resolver as causas da perda da biodiversidade, garantindo que as preocupações sejam integradas em toda a sociedade”, opina Ângela.
Papagaio-de-cara-roxa
Desde 1998, a ONG executa o Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa, uma ave da Floresta Atlântica do sul do Brasil sob risco de extinção. Entre as ações estão a conservação de populações geneticamente viáveis, a eliminação de ameaças de extinção, a sensibilização da comunidade e a conservação ambiental da região em que o papagaio-de-cara-roxa ocorre.
“Este projeto envolve a participação da sociedade civil e comunidade local na preservação ao papagaio, o que se integra ao Plano Estratégico para a Diversidade Biológica 2011-2020, que tem o objetivo de reduzir a perda da biodiversidade em todo o mundo”, aponta Elenise Sipinski, coornadora do projeto na SPVS.
Segundo ela, o projeto também se integra ao plano por gerar e promover informações científicas sobre a espécie, além de desenvolver metodologias para monitorar o status e as tendências de comportamento do papagaio e dos serviços ecossistêmicos da região.
O resultado deste trabalho pode ser visto anualmente durante o censo que a instituição realiza na região. Em 2011, foi constatado um aumento de 28% no número de papagaios, com relação à média dos anos anteriores (5.000 indivíduos).
Política Pública
O trabalho que a instituição faz é usado pelo governo brasileiro como resultados que o País vem alcançando para a consecução dos objetivos de um acordo internacional. No caso da Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD), em 2010, a SPVS foi citada no quarto relatório nacional enviado pelo Governo para demonstrar como o Brasil coloca a Convenção em prática, como exemplo de iniciativas envolvendo a preservação ou recuperação de vegetação nativa para a compensação de emissões de carbono, Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD) e conservação da água.
Convenção sobre Mudanças do Clima
O trabalho de preservação de vegetação nativa tem relação com outro importante acordo internacional: a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima.
Segundo Denilson Cardoso, coordenador do Programa Desmatamento Evitado, “o projeto contribui para a mitigação das mudanças climáticas, ao mesmo tempo em que ajuda na conservação da Floresta com Araucária, um ecossistema ameaçado e de alto interesse para a manutenção da diversidade biológica”.
Atualmente, são mais de 420 mil toneladas de carbono estocadas em 24 áreas com contratos vigentes. Essa é a quantidade de carbono que seria emitida para a atmosfera, caso essas áreas fossem degradas ou desmatadas.
Na Rio+20
Os resultados dos projetos da SPVS serão levados à Rio+20. Na conferência, haverá um side event que apresentará um estudo feito pela ONG sobre políticas públicas de mudanças climáticas para os setores de agricultura e florestas no Brasil. Além disso, representantes da instituição acompanharão as discussões e os debates durante a Conferência, assim como farão intercâmbio com empresas, agentes governamentais e outras ONGs em busca de soluções a vida no Planeta.
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