Interesse de investidores para baratear custo aumenta chances de popularização desta fonte energética
Informações recentes divulgadas pela Secretaria Nacional de Planejamento e Desenvolvimento Energético (SPE) apontam que em quatro ou cinco anos, a energia solar deverá ter um custo competitivo e passará a integrar a matriz energética brasileira. O uso de energia solar é uma tendência mundial e o Brasil já é considerado referência no fornecimento das telhas fotovoltaicas que fazem a captação da luz do sol transformando-a em energia.
De acordo com Rômulo Viel, coordenador do Comitê de Sustentabilidade da Rede Paranaense de Metrologia e Ensaios — Paraná Metrologia, a energia solar apresenta vantagens quando comparada a energias elétrica ou a gás devido ao seu menor impacto ambiental, graças à ausência de emissões de gases de efeito estufa na geração de energia. “A sustentabilidade da energia solar se deve à sua forma de obtenção, que consiste em uma matriz de baixíssimo impacto ambiental quando comparada às demais. A energia solar permite ainda que pequenos módulos abasteçam localidades antes inacessíveis pelos métodos convencionais”, declara Viel.
O coordenador concorda que o mercado para utilização de energia solar está em expansão, porém, afirma que ainda ocupa parcela bastante pequena na composição total da matriz energética. “Os recentes avanços tecnológicos, que barateiam o acesso a essa fonte de energia, permitem assumir que a energia solar alcançará participação cada vez maior, em detrimento da energia com base em fontes fósseis”, analisa. Ainda segundo Viel, pode-se esperar um aumento significativo do uso desse tipo de energia devido, principalmente, ao avanço tecnológico ascendente, que permite baratear o acesso à energia solar.
Os diretores da Solbravo S/A, indústria de pesquisa, desenvolvimento e inovação em energia solar, Paulo Bastos e Rodrigo Silvestre, têm conhecimento teórico e prático para falar sobre esse crescente mercado. Desde 2010 eles estão à frente do empreendimento que tem chamado atenção de diversos públicos: alunos, professores, pesquisadores, consumidores, investidores, empreendedores e até mesmo inventores e artistas.
Segundo Bastos e Silvestre, as demandas dos públicos são diversas. “Temos recebido convite para participar de pesquisas, estudos de caso e palestras relacionados com temas de energia solar, energia renovável, inovação e empreendedorismo. Essa demanda sinaliza para a atualidade do tema e para a importância do mesmo no meio acadêmico”, conta o diretor administrativo Paulo Bastos.
O número de pessoas e entidades dispostas a investir em inovações na área de energias inteligentes, renováveis e sustentáveis é muito grande, conforme afirma o diretor de operações da Solbravo Rodrigo Silvestre. “Como a empresa foi planejada como sociedade anônima, tem sido possível atender a diversas oportunidades de investimento. Recebemos demandas desde pessoas físicas investindo pequenos montantes até negociações com multinacionais”, comemora.
O uso de energia solar já está sendo popularizado também entre empreendedores individuais, inventores e artistas. Esse público procura a Solbravo com o objetivo de desenvolver parte de seus projetos que envolvem energia solar em alguma dimensão. A empresa também teve grande manifestação de demanda por parte dos consumidores. De acordo com Bastos, o que chama a atenção é que a procura tem vindo inclusive de fora do país, como Uruguai e Haiti, mostrando que o Brasil está se tornando referência no uso dessa tecnologia.
Demanda de consumo
A demanda de consumo de energia solar atualmente é de 30% para obras residenciais, 30% em obras públicas, 30% obras industriais ou comerciais e 10% para outros tipos. “Os sócios e colaboradores da Solbravo compartilham uma visão sobre o futuro e para atingi-la acreditamos que é preciso tornar a tecnologia acessível a todos. É nosso papel pensar e materializar meios para que a energia solar seja a solução para os problemas cotidianos de nossa sociedade”, explica Bastos.
Ainda de acordo com os diretores da Solbravo, a grande maioria dos clientes tem procurado a empresa para tornar suas habitações sustentáveis. “Essas pessoas e empresas relatam que a possibilidade de integrar a energia solar na forma de telhas semelhantes às convencionais simplifica a decisão. A atual disponibilidade de inversores do tipo ‘grid-tie’, que tornam os sistemas livres do uso de baterias e reduzem significativamente o custo do sistema, também impulsiona a procura”, conta Silvestre.
Bastos e Silvestre defendem especialmente a popularização da tecnologia para programas governamentais como Minha Casa Minha Vida. “As habitações construídas dentro de programas públicos poderiam incluir também tecnologias sustentáveis. É importante destacar que já existem iniciativas belíssimas nessa direção feitas pelo Brasil, mas que ainda é preciso que isso se torne um dos pilares fundamentais do programa de acesso a habitações dignas a todos os brasileiros”, relata Bastos. Segundo ele, se forem incluídas soluções como energia solar para gerar eletricidade, seria possível ter os mesmos resultados com um custo inicial semelhante ao dos atuais programas, mas com custos de operação muito menores.
Custos como barreira
A utilização das telhas fotovoltaicas para produção de energia através da luz solar ainda é considerada uma opção cara. Isso ocorre porque, segundo Silvestre, a comparação é feita erroneamente. O diretor utiliza como exemplo uma casa de alto padrão, que consome cerca de 300 kWh por mês e que teria que desembolsar algo em torno de R$ 50 mil para ter sua casa 100% abastecida com energia solar pelos próximos 20 a 25 anos.
Para comparar, Silvestre supõe que essa mesma família tem geralmente um ou dois carros com motor 1.6 ou 2.0, tendo cada um o custo de R$50 mil e duração de no máximo 10 anos. Segundo ele, a principal diferença é que, nesse período, o carro irá consumir mensalmente combustível, manutenção, seguro, irá poluir o ambiente e irá gerar trânsito nas grandes cidades. O sistema solar, por sua vez, irá gerar uma economia mensal de cerca de R$ 150, irá reduzir a pegada de carbono daquela família e irá retornar 100% do dinheiro investido em sua aquisição. “É tudo uma questão de hábito de consumo. A Solbravo acredita que cada vez mais os consumidores preferirão a energia solar ao carro a gasolina nos próximos anos como seu sonho de consumo”, prevê.
Rômulo Viel, da Paraná Metrologia, concorda que é o custo inicial ainda é caro, o que constitui a grande barreira para a popularização do seu uso. “Hoje, ainda é alto, sobretudo em pequena escala a tendência é a de reversão desse cenário”, prevê o coordenador. Segundo ele o retorno do investimento depende de vários fatores, mas, sobretudo, depende da quantidade de módulos alocados para a captação da luz solar incidente”, pontua.
Simplicidade e sustentabilidade
A luz do sol é uma excelente opção para ser utilizada pelos seres humanos porque está disponível em praticamente todos os locais habitáveis do planeta. Ela é uma fonte abundante e o impacto sobre seu uso é mínimo. “Comparada com a principal fonte atual de energia, que é basicamente a queima de material para gerar energia, a energia solar é mais limpa, pois não emite carbono durante sua produção”, compara Silvestre.
Para os clientes, o uso da energia solar integrado às suas habitações gera benefícios como a redução do valor monetário das contas de luz, reduz a pressão sobre as companhias de geração e distribuição de energia elétrica (que se tornam parceiras do consumidor-gerador), além de valorizar o imóvel por sua dimensão sustentável.
Segundo Silvestre uma das grandes belezas da energia solar é sua simplicidade. “Não vejo uma família com quatro pessoas tendo uma pequena usina hidrelétrica ou uma termelétrica a carvão em suas casas na cidade. Ou ainda que tenham condições para tal, não é provável que possam elas mesmas instalar e operar tais soluções. Entretanto, a energia solar, especialmente a solução de telhas proposta pela Solbravo, permite que qualquer pessoa possa instalar e operar o sistema”, expõe o diretor. Os profissionais destacam, no entanto, que por se tratar de um sistema elétrico, é fortemente recomendada a supervisão de um profissional para a instalação.
Conforme explicam Silvestre e Bastos, o uso de inversores também tornou muito mais simples e barata a instalação dos sistemas para captação de energia solar. “Eles basicamente conectam as telhas ou painéis diretamente na rede elétrica, assim geram economia sem desligar a casa da rede elétrica convencional. A regulamentação deste tipo de ligação, que está tramitando atualmente no Brasil, é fundamental para que essa relação entre os consumidores-produtores e as companhias elétricas seja harmoniosa e benéfica para todos”, concluem.
Idealizadores do projeto de energia solar - Solbravo
Sobre a Solbravo SAA Solbravo S/A é uma indústria de pesquisa, desenvolvimento e inovação em energia solar. Seu objetivo é fornecer a seus clientes conhecimento atualizado e de alto nível em engenharia simultânea e gestão da inovação. As soluções da empresa podem variar desde a instalação residencial de painéis fotovoltaicos até a criação de um modelo totalmente novo de negócio para o cliente.
O tripé da sustentabilidade é a base para os valores que norteiam a ação na da empresa. Cada ação, cada solução, só pode ser levada adiante se todos os aspectos estiverem sendo considerados. “A produção de energia solar de maneira eficiente ainda requer inúmeras inovações. A produção das células fotovoltaicas ainda não atingiu sua máxima eficácia, e seu custo de produção pode ser reduzido”, explica Silvestre. Outras formas de aproveitamento da energia solar, como para aquecimento, iluminação, catalização de biodigestores, entre outros, também estão sendo desenvolvidas pela empresa.
Sobre a Paraná Metrologia
A Rede Paranaense de Metrologia e Ensaios é uma Organização Não Governamental (ONG) que tem como principal objetivo a difusão da cultura metrológica no Estado do Paraná. A instituição atua como articuladora entre as empresas e seus associados, aproximando os ofertantes e demandantes de serviços tecnológicos nas áreas de metrologia e calibração.
A instituição contribui de maneira definitiva para a qualificação e agregação de valor ao autêntico produto paranaense a fim de permitir seu enquadramento nos padrões nacionais e internacionais, capacitando-o a enfrentar a competitividade nos mercados globais. A atuação da rede ainda é recente na área de sustentabilidade, característica que tem se tornado um diferencial na comprovação da qualidade de um produto. Um comitê foi criado em novembro de 2011 visando difundir ideias sustentáveis no Paraná.
Como gerar energia a partir do sol?
Não existe apenas uma forma de capturar a luz do sol e transformá-la em energia. Os métodos de captura da energia solar podem ser diretos (quando há apenas uma transformação para fazer da energia solar um tipo de energia utilizável pelo homem) ou indiretos (deve haver mais de uma transformação para que surja energia utilizável)
Captação direta
- Telhas fotovoltaicas (tecnologia utilizada pela Solbravo) - A energia solar atinge uma célula fotovoltaica criando eletricidade. (A conversão a partir de células fotovoltaicas é classificada como direta, apesar de que a energia elétrica gerada precisará de nova conversão - em energia luminosa ou mecânica, por exemplo - para se fazer útil.)
Captação indireta
- São sistemas que utilizam a energia solar para, por exemplo, transformar sal em estado sólido para o estado líquido. O Sal aquecido é utilizado para aquecer água e então mover uma turbina que gera eletricidade.
Jornalista Bruna Robassa
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Veja outros conteúdos dessa edição:
Matérias:
Visão Sustentável: Software de gestão corporativa promove autossustentabilidade para empresas
Responsabilidade Social Corportativa: Responsabilidade empresarial com futuro
Desenvolvimento Local: A sustentabilidade como profissão
Artigos:
Marcio Zarpelon: Sustentabilidade na construção civil
Jeronimo Mendes: Aprendendo com a crise
Ivan de Melo Dutra: Subsídios do governo brasileiro
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Investimos em soluções em energia solar em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e sabemos da importância da energia solar para o país. Seríamos um dos países com maior potência do mundo nesse tipo de investimento se não posso o baixo incentivo do governo. Uma pena!
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