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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Artigo: A vantagem de ser sustentável

A sustentabilidade ainda é hoje um termo amplo e diverso, e que por ter como base um tripé de considerações (econômico, ambiental e social) acaba sendo observada com focos diferentes e desta forma distorcida, tendo cada um de seus pilares mais destaque de acordo com o viés do observador.

Este, a meu ver, é um dos principais motivos por trás do mito de que só há despesas na busca pela sustentabilidade nas empresas. Gostaria de destacar o termo busca, pois certamente este é um adjetivo raro a ser empregado em sua plenitude e não conheceremos uma empresa 100% sustentável tão cedo.

Em um relatório recentemente publicado pela MIT Sloan Management Review & The Boston Consulting Group, foi demonstrado que as empresas têm cada vez mais lucrado com a sustentabilidade. No geral, a porcentagem de participantes que reportaram lucros a partir de estratégias sustentáveis subiu de 23% para 37%, e talvez o mais importante, quase 50% das empresas alteraram seus modelos de negócio como resultado de oportunidades surgidas na área da sustentabilidade - um aumento de 20% em relação ao ano passado.

As empresas que estão largando na frente estão hoje estudando suas atividades e tentando equilibrar suas iniciativas nos três campos do tripé. Buscam investir em qualidade de vida de seus funcionários, reduzir os impactos ambientais gerados por suas operações e procuram manter o resultado positivo em suas finanças. O desenvolvimento sustentável está emergindo como a “nova demanda pela qualidade” nas empresas, e se hoje ainda é um diferencial, em pouco tempo passará a ser um pré-requisito, a exemplo da tão conhecida série ISO 9000.

Através de índices econômicos como o ISE da Bovespa, fica mais fácil visualizar a tendência destas empresas em se destacar no mercado e ter suas ações mais valorizadas. Mas, em termos práticos, uma gestão com foco em sustentabilidade busca tornar a empresa mais eficiente. Compreender como suas atividades impactam no meio ambiente e qual parcela disto é desperdício, avaliar o quanto funcionários satisfeitos e comprometidos podem render em produtividade para a empresa em contrapartida a alta rotatividade e desinteresse em evoluir junto com o negócio, também fazem parte.

Estes são exemplos de um trabalho de conscientização muito maior que permeia a busca pela sustentabilidade. Uma das ferramentas de empresas que estão neste caminho é a elaboração do inventário de emissões de gases de efeito estufa (GEE), o qual faz um raio-x das operações da instituição e demonstra em indicadores e números absolutos o quanto de CO2 é gerado por unidade de produção. Com este controle a empresa consegue definir metas para emitir menos GEE e consequentemente consumir menos energia (combustíveis ou eletricidade) sendo esta uma das principais fontes de emissões de CO2 em uma indústria.

Seguindo nesta linha de raciocínio fica clara a relação de diminuição de custos, busca pela eficiência e redução no impacto ambiental. E em um mundo cada vez mais conectado, tratar das questões sociais como respeito aos funcionários e atenção com a comunidade em seu entorno são iniciativas que quando positivas rendem alguns comentários, mas em casos negativos se espalham como vírus na internet, deixando claro o custo de não cuidar desta haste do tripé. Com equilíbrio, ganha a sociedade, a empresa e principalmente o meio ambiente.

Henrique Mendes é bioquímico pela UFJF com MBA em gestão ambiental pela FIT. Gerente de Negócios da www.neutralizecarbono.com.br e Consultor na www.greendomus.com.br.

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