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terça-feira, 20 de abril de 2010

Inovação no agronegócio brasileiro - Economia de água potável

Projeto criado pelo C.E.S.A.R proporciona aumento na produção agrícola, economia e melhor aproveitamento da água

Até o ano de 2050, a população mundial deve crescer para o número de 2,3 bilhões de habitantes. A estimativa é da agência especializada das Nações Unidas, que lidera os esforços internacionais para erradicar a fome, a Food and Agriculture Organization of the United Nations. Entre as preocupações deste crescimento populacional está o fornecimento de alimentos. Para poder abastecer toda esta população, a produção agrícola mundial precisa crescer em 70%, ou seja, mais que a metade do que já se produz. Mas de que forma pode-se aumentar a produção com os mesmos recursos territoriais que existem atualmente, considerando que 70% da água potável no mundo já é utilizada na agricultura?

O desafio está na implantação de novas tecnologias na produção e processamento de alimentos. Aliás, uma das formas que podem ser utilizadas para enfrentar este grande desafio foi produzida e está sendo testada no Brasil. Trata-se do Monitor de Irrigação, projeto criado e desenvolvido pelo C.E.S.A.R (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife), que utiliza Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) direto no campo e permite acompanhamento e controle pelo celular do pivô central. Ou seja, uma inovação agregada a um processo já existente nas plantações que viabiliza o monitoramento e o controle de irrigação de forma eficiente, econômica e responsável.



A inovação no agronegócio que aumenta a produção e controla o consumo de água potável

Normalmente, o pivô, sistema de irrigação, fica instalado no meio do plantio afastado da sede das fazendas. A observação da lâmina d’água ou qualquer ajuste que ele necessite tem que ser analisado localmente, um por um (é comum que existam vários equipamentos em uma mesma fazenda). Por este motivo, acontece de o equipamento desligar, jorrar água demais, ou de menos, por vários dias seguidos sem que seja percebido.

A água utilizada por dia para irrigar um hectare com pivô central corresponde à água demandada por dia para atender 200 pessoas. Um pivô em média é capaz de irrigar 50 hectares, o que corresponde ao abastecimento de uma cidade de 10 mil habitantes. Não existem dados oficiais consolidados sobre a população de pivôs centrais no Brasil, porém os fabricantes deste equipamento estimam que existam atualmente no Brasil cerca de 12.000 unidades de pivô central, com taxas de crescimento em torno de 8% ao ano. Ou seja, realizando uma conta rápida, um dia de irrigação desta base de pivôs pode consumir água suficiente para abastecer uma população de 120 milhões de habitantes por um dia.

Neste contexto, considerando a necessidade de uso racional e otimizado da água para irrigação através de pivôs centrais, o grande problema atual dos pivôs centrais no Brasil é a precariedade no seu manejo e a falta de informações confiáveis. Todo o processo é manual e está bastante suscetível a falhas. Atualmente, um funcionário percorre de moto as grandes distâncias entre pivôs para verificar seu funcionamento e realizar a sua programação. Se cada um dos 12.000 pivôs instalados no Brasil funcionar por mais de 10 minutos além do previsto, teremos um desperdício de água suficiente para abastecer uma população de 800 mil pessoas por um dia. Ou seja, a responsabilidade da eficiência do consumo de água pelos pivôs centrais está fortemente concentrada, literalmente, nas mãos dos trabalhadores rurais, neste caso chamados “pivozeiros”, que contam, muitas vezes, com poucos recursos tecnológicos para fazer melhor uso da água.

Com o dispositivo elaborado pelo C.E.S.A.R, o pivô passa a ser monitorado e controlado na palma da mão, por um celular, possibilitando que o seu funcionamento seja observado sem dificuldades a todo instante. Com isto, o desperdício de água diminui e há aumento da produtividade, uma vez que o pivô fica ajustado para trabalhar em sua totalidade. A observação do equipamento indica que, estando tudo bem ajustado, a produtividade possa aumentar em até quatro vezes. “O monitor de irrigação é o primeiro de uma série de produtos e serviços que levamos para o agronegócio. Vamos explorar a utilização de TIC para trazer solução de problemas para o setor”, diz Eduardo Peixoto, executivo de desenvolvimento de negócios do C.E.S.A.R.

O agronegócio representa 35% da economia do país, com média de 27 milhões de pessoas trabalhando direta e indiretamente ligadas ao setor. Na safra atual, o Brasil deverá colher mais de 144 milhões de toneladas de grãos, o que representa cerca de 6% da produção mundial, com potencial para crescer ainda mais. “Para continuar sendo competitivo no mercado internacional e fazer frente à China, por exemplo, é preciso incrementar a produção e alcançar a produção de 300 milhões de toneladas de grãos até 2018”, esclarece Peixoto.

No Brasil são apenas 115 empresas que produzem soluções de software para o agronegócio, na sua grande maioria com soluções focadas em gestão. O maior uso de tecnologia no agronegócio evita desperdícios (especialmente de água) e aumenta ainda mais a produtividade. Este dado mostra que ainda há muito que avançar na junção da Tecnologia da Informação e Comunicação com o agronegócio brasileiro.



A aplicação do Monitor de Irrigação em qualquer plantação

Com o Monitor de Irrigação agregado ao pivô central, os produtores conseguem alcançar inúmeros benefícios ao seu negócio, como o ganho na produção. Durante os testes realizados no Brasil, além de estudos e pesquisas realizados pelo C.E.S.A.R, verificou-se que o Monitor de Irrigação pode dar ganho de produtividade de quase 200% para plantações de café, 150% para arroz, 60% para milho, trigo, algodão e feijão e 25% para soja.

O Monitor de Irrigação pode ser instalado em terrenos planos ou ondulados, possibilitando, também, a aplicação de fertilizantes pelo sistema do pivô, bem como proporcionar a irrigação localizada.

Sobre o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (C.E.S.A.R.) – Com atuação de mais de 14 anos, o C.E.S.A.R. é um instituto privado de inovação que desenvolve produtos, processos, serviços e empresas com base na Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Atua como intermediador de centros de pesquisas, universidades e empresas, gerando uma rede de conhecimento para a realização de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D&I). Conta com mais de 500 colaboradores nas cidades de Recife, São Paulo e Curitiba, esta última onde está situado o C.E.S.A.R. Sul, braço do instituto responsável pela abrangência de empresas regionais bem como o estudo do mercado local. Site: http://www.cesar.org.br/

Um comentário:

  1. aloisiobrito@hotmail.com.br16 de junho de 2010 às 11:36

    gostaria de fazer um teste na agua de consumo
    tenho urgencia que devo fazer?
    aloisio junior - arcoverde -pe
    aloisiobrito@hotmail.com.br
    obrigado

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