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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Nova edição da Geração Sustentável - Matéria de Capa

Visão interior, olhar exterior

É preciso saber dosar, na medida e no momento certo, o uso das ferramentas e indicadores de sustentabilidade corporativa

Quem nunca se imaginou dotado de uma visão de raios-x, assim como o famoso super-herói criado em 1938. Afinal, além de super-homens e super-mulheres, a sociedade atual necessita, com urgência, de super-empresas capazes de lançar um olhar de raios-x para seus núcleos. Empresas que conseguem olhar para dentro de si mesmas têm enxergado, com mais facilidade, pontos que precisam de mudança. Esta visão é composta por indicadores e ferramentas para medir a sustentabilidade corporativa.
O consultor em Responsabilidade Social, Juvenal Correia Filho, que é e psicólogo com MBA em Direção Estratégica, ressalta que ética e transparência são fundamentais, pois conduzem todo o processo de responsabilidade socioambiental. Afinal, com uma visão autocêntrica e egoísta, as empresas passam a desempenhar um papel ruim na sociedade, pois criam expectativas que não são atendidas, mesmo que isso seja a longo prazo. “A nova competitividade das empresas passa pela sustentabilidade”, acredita.

Segundo ele, hoje os processos de gestão precisam dar uma resposta para o mercado e para os investidores, por isso, um olhar “para o umbigo”, neste caso, é indispensável. “O investirdor avalia, por exemplo, se a empresa se encaminha para uma economia verde”, exemplifica.

Neste aspecto é bom lembrar que até pouco tempo atrás, empresa sustentável era aquela que evidenciava sustentabilidade financeira, medida por relatórios e indicadores econômicos. “Atualmente, temos a concepção de uma nova criação de valor, que prioriza as três dimensões (econômica, social e ambiental) de forma equilibrada. Antes só importava o balanço financeiro, e os passivos gerados pelo valor econômico não entravam na questão”, lembra Correia Filho.

Embora ainda integre um processo em desenvolvimento, a gestão por indicadores acompanha a necessidade de se entender, inclusive, o que é o desenvolvimento sustentável. “Pois a empresa não existe só para ter lucro. Ela tem, inclusive em seu alvará, uma razão social. Tem que ter lucro e ser sustentável. É preciso investimento no equilíbrio e mudança de olhar para se chegar à longevidade”, sustenta.

Este processo, de acordo com o consultor, tem estreita relação com o diálogo realizado com os stakeholders, pois a longevidade é uma grande vantagem. “Eles querem saber se a empresa onde se está investindo tem menor possibilidade de gerar passivos, pois vivemos em um planeta com recursos finitos e é preciso administrar de forma sustentável”, comenta. Outra relevância destes indicadores é tirar a percepção errônea que RSE é ação social. “Não se trata de ser bonzinho, mas de se manter no mercado”, salienta.

Correia Filho alerta que para atender a todos estes objetivos de forma completa é fundamental, inicialmente, escolher a ferramenta correta, para não gerar uma “visão míope” sobre as empresas. Dois modelos amplamente utilizados são do Global Reporting Initiative (GRI), da organização com sede na Holanda; e do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, instituição brasileira.



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