Financiando projetos e desenvolvendo iniciativas próprias, instituto engaja colaboradores e é primeira ONG corporativa com status associativo da ONU
Diego Mesquita, 22 anos, é um exemplo de que o voluntariado pode ajudar os a comunidade, mas também o próprio voluntário. Atualmente, é responsável pela área de TI da Fundação Projeto Pescar, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, uma iniciativa apoiada pelo IHS (Instituto HSBC Solidariedade), que oferece cursos profissionalizantes para jovens. Uma das atribuições de Mesquita é treinar orientadores em todo o Brasil.
Na adolescência, ele foi um beneficiado pela Fundação por meio do projeto de educação Oportunidades que Transformam Vidas, fazendo o curso Iniciação Profissional em Vendas e Atendimento ao Cliente, na Unidade Projeto Pescar Volpar. Ele conta que realmente teve sua vida transformada.
Aos 15 anos, Mesquita trabalhava em uma transportadora, sem carteira assinada e com a remuneração diária de R$15,00, sem direito a férias e 13º salário. "Precisava contribuir com a renda da minha família, pois sempre fomos humildes, mas também sempre me dediquei ao máximo aos estudos, trabalhando durante o dia na transportadora e estudando à noite".
Em agosto deste ano, Mesquita comemorou cinco anos no Projeto Pescar "com a alegria de ter sido uma caminhada pesada e cansativa, mas de muitas vitórias e, cada vez mais, com um sentimento de dever cumprido". Ainda em 2012, ele conclui a faculdade de Sistemas de Informações e pretende fazer curso de inglês e pós-graduação. "Acredito muito na oportunidade que tive no projeto, pois como sempre morei em uma 'vila complicada', vendo amigos seguirem caminhos diferentes e até mesmo partirem por causa de suas escolhas erradas, enxergo que fiz as escolhas certas nessa caminhada", declara.
Mesquita lembra ainda que foi o apoio do IHS que possibilitou tudo isso. Segundo ele, no Projeto Pescar, esse apoio é essencial para a expansão da Tecnologia Social Pescar, ampliando o acesso de jovens em situação de vulnerabilidade social ao mundo do trabalho e da geração de renda. "Fico feliz de existirem empresas assim, que conseguem estar em sintonia com as demandas sociais do país e beneficiar jovens que, como eu, têm potencial e precisam de oportunidade", afirma.
A história do gaúcho Diego Mesquita é apenas uma entre os milhares de vidas beneficiadas pelos projetos e trabalhos apoiados e desenvolvidos pelo Instituto HSBC Solidariedade, IHS. Primeira ONG corporativa a ganhar status associativo do Departamento de Informações Públicas da Organização das Nações Unidas, ONU. O IHS apoia, somente durante o primeiro sementre desse ano, 177 projetos socioambientais, beneficiando diretamente 156 mil pessoas.
Além de ter seu trabalho chancelado pelas Nações Unidas, o IHS irá divulgar ações e contribuir localmente para os programas globais da ONU, e para a mobilização da opinião pública para a promoção dos objetivos das Nações Unidas. Representantes do Instituto participarão de conferências e eventos, farão parte de uma plataforma global de compartilhamento de informações e melhores práticas, além de terem acesso à sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, para todas as reuniões e encontros abertos em sua área de atuação.
Demandas socioambientais: A gerente sênior de Sustentabilidade do HSBC Roseli Ramos informa que a entidade apoia projetos como os de organizações que atuam com foco em educação (destinando cerca de 50% dos recursos), meio ambiente (25%) e geração de renda (25%) para a comunidade, além de coordenar de iniciativas próprias e contribuir para a implantação de programas globais do HSBC. Em 2011, foram investidos quase 20 milhões de reais em 236 projetos, atingindo aproximadamente 197 mil pessoas.
O IHS busca também impulsionar o fortalecimento e a profissionalização do terceiro setor por meio de capacitações periódicas e do estabelecimento de parcerias que contribuam para o desenvolvimento sustentável.
Roseli destaca parecerias com instituições como Pastoral da Criança (de quem o HSBC é o maior parceiro privado), WWF e Incubadora Tecnológica de Corporativas Populares da FGV. Outros projetos a serem destacados são os desenvolvidos com organizações como o Hospital Pequeno Príncipe, Acridas, Fundação O Boticário, Grupo DPaschoal, SPVS e Earthwatch Institute, além de diversas universidades, como PUC do Rio Grande do Sul, do Paraná, de Minas Gerais e de Goiás.
Outro projeto apoiado pelo IHS é o Instituto Salvia de Soluções Socioambientais (Issa), que atua no Núcleo Rural do Córrego do Urubu, no entorno do Distrito Federal. Fundado em 1998, pelo especialista em tecnologia social e sistemas permaculturais e agroflorestais Andrew Miccolis e pela doutora em Energia e Recursos pela Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, Renata Marson, seu objetivo é desenvolver estratégias e técnicas locais que diminuam a vulnerabilidade das comunidades e dos ecossistemas, aumentando, assim, a capacidade de adaptação às mudanças climáticas por meio de sistemas sustentáveis de gestão dos recursos hídricos e ocupação do solo.
O Issa é apoiado pelo IHS com R$100 mil no Projeto Aclimar - Plantando Árvores e Colhendo Águas -, que foi apresentado na Rio+20. O foco é na gestão sustentável dos recursos hídricos, controle de erosão e drenagem, bem como sistemas sustentáveis de uso e ocupação do solo, como Agroecologia, Permacultura e Sistemas Agroflorestais.
Miccolis informa que, diretamente, são 480 pessoas beneficiadas somente pelo Projeto Aclimar, mas, indiretamente, esse número é bem maior. Ele conta que o motivo que o levou a fundar o Issa foi a vontade de encontrar soluções que ajudassem as pessoas a sair da pobreza, ao mesmo tempo recuperando e conservando a natureza.
(Foto: Voluntário Ednei Lopes em entrega de ovos de Páscoa em uma entidade social)
O Issa é, hoje, um centro de referência em tecnologias socioambientais e moradia sustentável, com sistemas agroflorestais e agroecológicos, recuperação de áreas degradadas, além de sistemas de captação, armazenamento e tratamento de água e bioarquitetura. Miccolis conta que, em 2010, o Issa foi selecionado no edital do IHS para projetos sobre adaptação a mudanças climáticas. "É muito louvável e importante o apoio do HSBC na área ambiental", afirma. "O banco é pioneiro em apoiar projetos relacionados a mudanças climáticas".
O IHS também incentiva a formação de líderes sociais locais com iniciativas como o Prêmio Instituto HSBC Solidariedade - Troféu Dra. Zilda Arns Neumann (em homenagem à fundadora da Pastoral da Criança) que busca reconhecer pessoas que se destacam no terceiro setor paranaense com projetos focados em Educação e Meio Ambiente. Os eleitos recebem um prêmio em dinheiro para ser investido em capacitação e nos projetos desenvolvidos.
Além dos apoios e parcerias, e dos programas de capacitação das ONG parceiras, o Instituto HSBC Solidariedade mantém o núcleo DMA (Desenvolvimento, Monitoramento e Avaliação), cuja equipe está em permanente contato com as entidades apoiadas e os padrinhos, acompanhando o investimento do Instituto, avaliando os resultados obtidos e ajudando-as a alcançar seus objetivos.
Água para todos: O HSBC Brasil coordena programas ambientais globais do Grupo HSBC na América Latina. No Brasil, as atividades de engajamento de colaboradores recebem apoio do IHS.
Atualmente, no Programa HSBC pela Água - com as ONGs internacionais Earthwatch Institute, WaterAid e WWF -, e anteriormente com o HSBC Climate Partnership, em parceira com WWF, The Climate Group, Earthwatch Institute e Smithsonian Tropical Research Institute (STRI).
Uma pesquisa encomendada pelo Grupo HSBC descobriu que, globalmente, os investimentos relacionados à água têm alto retorno para o desenvolvimento socioeconômico. O resultado médio sobre cada dólar investido em proporcionar o acesso universal à água e ao saneamento seria de aproximadamente cinco dólares. Na América Latina, o valor sobe para 16 dólares.
O Programa HSBC pela Água terá um investimento de US$ 100 milhões e será desenvolvido entre 2012 e 2016. Tem como objetivos proteger bacias hidrográficas importantes para comunidades e negócios, promover o acesso à água e higiene das populações com grande necessidade, e estimular o engajamento de colaboradores do HSBC.
Junto a parceiros locais, a Earthwatch está desenvolvendo projetos para engajar colaboradores do HSBC e comunidades em um programa científico global realizado por cientistas-cidadãos, coletando dados ambientais com tecnologia inovadora. A WWF ajudará a proteger cinco importantes bacias hidrográficas em todo o mundo e, no Brasil, o foco é a bacia do Rio Pantanal.
Já o programa HSBC Climate Partnership foi desenvolvido de 2007 a 2011, com investimentos de US$ 100 milhões no mundo, e buscou responder às ameaças das mudanças climáticas. A iniciativa teve como principais objetivos apoiar o desenvolvimento de cidades mais limpas e verdes, coordenar a maior pesquisa de campo no mundo sobre impactos climáticos em florestas, proteger alguns dos maiores rios do planeta e as populações que vivem no entorno, capacitar colaboradores sobre mudanças climáticas, e formar uma força tarefa para desenvolver projetos de conscientização no banco e na comunidade, promovendo a ecoeficiência e os negócios sustentáveis.
Voluntários: O Instituto HSBC Solidariedade coordena o Programa HSBC de Voluntariado, que promove o engajamento dos colaboradores do banco em projetos apoiados pelo IHS e ações próprias. As ações são coordenadas com o apoio de Comitês Regionais de Ação Voluntária que cobrem todas as regiões em que o banco atua. Em 2011, o programa mobilizou cerca de 3 mil pessoas, o que representa 15% de engajamento do total de colaboradores do grupo no Brasil.
(Foto: Odair Schusarz, colabor voluntário do HSBC)
Ela diz que, também no ano passado, o Instituto criou o Programa de Reconhecimento para prestigiar e premiar os colaboradores que se destacaram pelo engajamento voluntário, e para celebrar o engajamento e estimular colaboradores que ainda não praticam o voluntariado. "Por exemplo, no dia do aniversário, o colaborador voluntário recebe um presente e, sempre que temos a oportunidade em eventos, chamamos os voluntários da região, valorizando-os diante de gestores e colegas".
No ano passado, ele concluiu um MBA com ênfase em Meio Ambiente na FGV, Fundação Getúlio Vargas, e, atualmente, seu trabalho vai além dos projetos do HSBC: já fez palestras sobre meio ambiente para mais de 2 mil pessoas, mantém um blog (www.facasuaparte.com.br) sobre sustentabilidade e consumo consciente, e escreve para um portal de notícias regional. "Meu objetivo é estar cada vez mais preparado para participar de um planeta onde todos deverão ser sustentáveis", declara.
Além disso, organiza expedições ecológicas para envolver os colaboradores do banco e convidados deles em atividades de contato direto com a natureza. "Já fomos conhecer as Nascentes do Rio Tietê, em São Paulo; a Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, e descemos a Estrada Velha de Santos, em 2010, participando no Global Work Party, evento promovido em parceria com a ONG 350.org. A última foi em São Luiz do Paraitinga", diz.
Lopes também faz parte do Comitê de Voluntariado de São Paulo, formado em 2008, que se reúne todos os meses. "É um grupo super engajado e diverso, e cada um, com a sua expertise, faz toda a diferença para o sucesso da equipe. Temos apoio dos gestores e percebo que a atividade voluntária vem crescendo no HSBC, não só em quantidade de ações realizadas, mas na percepção dos colaboradores, que entendem o quanto essa prática é saudável e recompensadora".
Como colaborador voluntário, ele participa de várias campanhas, dá aulas de educação financeira em escolas públicas por meio de projetos em parceria com a ONG Junior Achievement, e organiza ações próprias e específicas. Este ano, as ações estão atreladas à Gincana do Milênio, da qual Lopes participa com Os Sustentáveis - uma equipe que formou com colegas do departamento onde trabalha - que estão trabalhando na ONG CCA Vila Londrina, atendendo 200 crianças na Zona Leste de São Paulo. A Gincana é uma ação que dura o ano todo e promove vários desafios para fortalecer o voluntariado dos colaboradores e beneficiar a comunidade.
Lopes trabalha há 15 anos no Grupo HSBC, onde iniciou no mercado de trabalho, aos 18 anos. "O fato de o HSBC ser uma empresa com responsabilidade social e ambiental é um dos fatores que mantém meu interesse e satisfação em trabalhar para o banco", afirma.
(Foto: Alunos da Fundação Projeto Pescar junto com a madrinha Maria Cecília M. Fraga)
A gerente de Relacionamento em Plataforma Corporate do HSBC em Porto Alegre, Maria Cecilia Merladete Fraga, trabalha no banco há 26 anos e, há 10 anos, é madrinha da Fundação Projeto Pescar. Ela conta que sempre se interessou por projetos sociais e decidiu se tornar madrinha do Projeto Pescar assim que tomou conhecimento dele. Maria Cecília acompanha o desenvolvimento do Projeto, visita suas unidades e sede, interage com os jovens atendidos e promove palestras de seus colegas colaboradores voluntários que relatam suas experiências de vida para os jovens sobre as etapas que superaram na realização de seus sonhos e concretização de suas metas.
Maria Cecília afirma que o HSBC contribui de maneira significativa para que ela seja um agente de mudança positiva: "Ter essa oportunidade é muito importante, é conseguir exercer minha cidadania e poder me desenvolver como ser humano". Para ela, essa experiência leva a acreditar em um mundo que pode ser melhor, e que se pode e se deve lutar por isso.
Maria Cecília tem certeza de que sua contribuição vale a pena quando ouve histórias como a de Diego Mesquita, já mencionada, e a de Natália Cristina Soares Freitas, de 18 anos, também beneficiada pela Fundação Projeto Pescar.
Natália conta que, no início, pensou que não teria capacidade para ser selecionada para o curso, mas hoje, aluna há quatro meses, sabe que tomou a decisão certa. "Tenho muito orgulho de dizer que sou aluna do Projeto Pescar porque ele mudou a minha vida completamente", diz. "Eu era uma menina que não tinha noção de como se entra no mercado de trabalho e, a cada dia, aprendo uma coisa nova, um aprendizado que vou levar por toda a minha vida."
O HSBC
O HSBC, com mais de 140 anos de história, é um dos maiores conglomerados financeiros do mundo. Com sede em Londres, possui aproximadamente 7,5 mil escritórios em mais de 80 países e ações negociadas nas bolsas de Londres, Hong Kong, Nova Iorque, Paris e Bermudas. São cerca de 220 mil acionistas em dezenas de países. No Brasil, opera desde 1997, quando comprou o Bamerindus, e está presente em 545 municípios, atendendo a 5,1 milhões de pessoas e a 450 mil empresas em todas as regiões do país.
O HSBC foi um dos primeiros bancos no Brasil a ter uma política própria de concessão de crédito que considera aspectos de sustentabilidade e o mesmo cuidado é aplicado na gestão de investimentos de terceiros (Asset Management). O banco tem um rating de sustentabilidade para avaliação e classificação de ativos nos aspectos ambiental, social e de governança. Além disso, conta com ferramentas importantes, como o BSC, Balanced Scorecard, e os KPI, Key Preformance Indicator, para monitorar as metas e resultados da companhia, incluindo indicadores de sustentabilidade. Para verificar o atingimento desses objetivos, o Comitê de Sustentabilidade reúne-se periodicamente.
O Grupo HSBC é ainda signatário do Pacto Global, iniciativa da ONU para incentivar a responsabilidade social corporativa por meio de dez princípios universais, entre direitos humanos e do trabalho, proteção ambiental e ações contra a corrupção. Segue também as diretrizes dos Princípios Global Sullivan como forma de promover políticas públicas que respeitem os direitos humanos, obedeçam à lei e minimizem impactos econômicos sociais e ambientais.
O banco é também signatário dos Princípios do Equador da International Finance Corporations e dos Princípios para Investimento Responsável da ONU. E segue diretrizes do setor financeiro, como o Protocolo Verde, iniciativa da Febraban, Federação Brasileira de Bancos, que busca a implantação de uma agenda comum de sustentabilidade para o setor bancário. Além disso, é associado ao Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável.
O HSBC Brasil tem ainda a certificação SA8000, criada pelo Conselho de Prioridades Econômicas da ONU para promover responsabilidade corporativa.
Fonte: Relatório de Sustentabilidade de 2011
Metas para 2012 e realizações em 2011 do Instituto HSBC Solidariedade
Metas:
80% das ONGs parceiras acompanhadas pelo DMA Programa de reconhecimento para voluntários de destaque
80% de projetos com nível de execução bom 92% das iniciativas monitoradas com nível de execução bom ou ótimo
85% de projetos de seleção com capacitação de gestores sociais, padrinhos e madrinhas 271 gestores e 81 padrinhos capacitados
Ter pelo menos 12% de colaboradores voluntários engajados 15% de colaboradores voluntários, aumento de um ponto percentual com relação a 2010
Realizações em 2011
Programa de reconhecimento para voluntários de destaque
92% das iniciativas monitoradas com nível de execução bom ou ótimo
271 gestores e 81 padrinhos capacitados
15% de colaboradores voluntários, aumento de um ponto percentual com relação a 2010
**Fonte: Relatório de Sustentabilidade de 2011
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Matérias:
Capa: Instituto HSBC Solidariedade - Sintonia com demandas socioambientais e econômicas do Brasil
Tecnologia e Sustentabilidade: Proteção e segurança para o consumidor
Visão Sustentável:
Responsabilidade Social Corportativa: Lançado programa empresarial em que funcionários podem desabafar e buscar o autodesenvolvimento
Desenvolvimento Local: Conscientização empresarial e compromisso com o futuro do planeta
Artigos:
Gastão Octávio Franco da Luz: Resquícios de sustentabilidade. Um registro de viagem
Giuliano Moretti: Da ego à Ecossustentabilidade: O caminho da percepção
Jeronimo Mendes: Empreendedor ou Empregado: Umdesafio interior
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