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sexta-feira, 6 de julho de 2012

SUBSÍDIOS DO GOVERNO BRASILEIRO: UM LADO BOM


Após a crise de 2008, uma nova onda protecionista das economias de países e blocos, aos poucos, instalou-se em, praticamente, todos os países. Isso é normal, pois a economia de mercado, assim como a vida, segundo Lulu Santos e Nelson Motta, vem em ondas: tem momentos em que é preciso proteger e tem hora em que é necessário atacar. Temos visto governos socorrerem instituições financeiras, empecilhos sendo criados para importações, um crescente aumento da xenofobia, aumentos de IOFs no Brasil e até estatizações de companhias sul-americanas que haviam sido privatizadas em períodos anteriores, quando a onda era de internacionalização da economia.

No Brasil não tem sido diferente. São seguidas as reduções e até mesmo as isenções de impostos, principalmente IPIs e, recentemente, as chamadas desonerações de folhas de pagamento das empresas. Um detalhe: para os mais diversos setores, do automobilístico ao de materiais de construção, passando pelos setores de couro e têxtil, dentre muitos outros.

Pode-se entender como louvável – e talvez as sejam – as medidas que vêm sendo tomadas pelo governo brasileiro, desde o início dessa recente onda de crescimento do Brasil. Em primeiro lugar porque não deixa de ser um reconhecimento do próprio governo da sua incompetência para promover as reformas tributária, previdenciária e trabalhista, há anos, mais que necessárias. Depois, porque a produção industrial brasileira ganha migalhas de competitividade, prolongando a atual onda de otimismo e crescimento da economia brasileira.

O LADO PERVERSO DOS SUBSÍDIOS

O que, entretanto, está por trás de tantos “auxílios e incentivos” do governo? Porque foi preciso criar bolsas escola, alimentação, gás, etc.? Detalhe: eram tantas que o governo precisou criar uma nova – bolsa família - para unificá-las, pois já perdia o controle dos benefícios. Porque ainda precisamos criar artifícios imediatistas e paliativos para promover o crescimento econômico e o desenvolvimento social do nosso país?

Seguramente para essas poucas perguntas teremos uma gama enorme de respostas. Sabe-se, também, que as diferenças socioeconômicas entre as regiões sul e sudeste e as do norte e nordeste são evidentes. Isto fica claro nos estudos de IDH do PNUD. Tais discrepâncias tornam necessária a criação de políticas que visem reduzir essas distâncias. Mas com doação de bolsas e subsídios estamos de fato promovendo o equilíbrio? Com certeza, não. Diz o ditado popular que enquanto houver cavalo São Jorge não anda à pé.

Nossa pouca competitividade é reflexo de nosso alto custo de produção, seja por obsolescência do parque fabril, seja por falta de infra-estrutura, ou ainda pela elevada carga de impostos sem contrapartida que o brasileiro é obrigado a pagar.

Existe, porém, um aspecto perverso que, a um olhar mais próximo, nos distancia muito dos países que já tiveram em situações até piores que o nosso, como Japão ou Coréia: o descaso com a educação, principalmente, a tecnológica. A recente onda de importação de mão-de-obra para ocupações de cargos em áreas de tecnologia avançada em empresas brasileiras é uma prova inconteste da falta de seriedade com a educação. Será que alguém acredita que o programa Bolsa Família contribui dos brasileiros? Particularmente, vejo que mais mascara o problema do que o enfrenta.

Parece que medidas de subsídios governamentais são como aquele desenho animado em que uma formiga briga ferozmente com a outra, enquanto o elefante, ao fundo, passa vagarosamente.

Ivan de Melo Dutra


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Veja outros conteúdos dessa edição:

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Tecnologia e Sustentabilidade: Energia solar: um sonho de consumo

Visão Sustentável: Software de gestão corporativa promove autossustentabilidade para empresas

Responsabilidade Social Corportativa: Responsabilidade empresarial com futuro

Desenvolvimento Local: A Sustentabilidade como profissão


Artigos:

Marcio Zarpelon: Sustentabilidade na Cosntrução Civil

Jeronimo Mendes: Aprendendo com a crise
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