----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

terça-feira, 4 de junho de 2013

Artigo - Até onde vai a nossa soberba?

Nossa sociedade está à frente de um desafio jamais enfrentado: o crescimento populacional aliado a demandas de consumo cada vez maiores. Este fenômeno está impedindo a racionalização do uso dos recursos naturais do planeta. Nas atuais regras do jogo, o incremento de novas tecnologias não é suficiente para impedir nosso avanço na contramão, sinalizado por consistentes indicadores de insustentabilidade. E quanto mais tempo durar nossa paralisia, mais complexas passam a ser as fórmulas de um enfrentamento compatível.

Não é difícil obter um consenso teórico junto à maioria das pessoas sobre a necessidade de uma ruptura nos princípios que desconsideram as limitações do que a natureza pode nos prover. Portanto, demandamos urgentemente de mudanças inteligentes que busquem a compatibilização entre o que é possível explorar e o que é fundamental conservar e proteger. Um desafio, porém, que não pode ser mantido por discursos vazios e iniciativas enganosas – marcas registradas do que se observa na atualidade.

A agenda pobre em inovações e compromissos concretos com a conservação oferecidos pela propaganda pública é um retrato do momento vivido em nosso país, em que a janela das oportunidades de crescimento econômico não reflete avanços na agenda de cuidados com o Patrimônio Natural. O contexto ainda é estranho ou inoportuno. Gera intensas reações contrárias, mesmo com a existência de uma realidade de forte consistência técnica e comprovável com cifras que indicam os prejuízos de empreendimentos que extrapolam limites.

É necessário reconhecer uma realidade que sustenta a inibição sistemática da evolução da agenda da conservação, um complemento fundamental do real desenvolvimento. Hoje, sustentamos na prática que este tema é bem vindo, mas como algo que, justamente, não atrapalhe o tal "desenvolvimento". A visão obtusa continua sendo onipotente. Promove a mudança de Leis, facilita o que deveria ser executado de maneira mais consciente e impede a estruturação adequada de órgãos ambientais e de seus programas específicos, que mínguam sem qualquer condição de impôr-se frente ao modelo que ainda mantemos. E não são apenas os governos que sustentam esta situação, mas boa parte da sociedade, amparada na retórica do crescimento econômico como base única e imperiosa para seguirmos em frente.

Os dois anos e meio da atual gestão do Governo do Estado do Paraná frustraram até mesmo as mais contidas expectativas sobre uma agenda que considerasse o tema da Conservação da Biodiversidade, parte integrante de uma agenda de prioridades. As reiteradas exposições públicas e promessas formais que assumiram um compromisso de desempenho "sem precedentes" neste campo, mais uma vez encalham, de maneira lamentável e recorrente, presas às pautas de desenvolvimento convencional.

Além de não conseguirmos avançar, estamos reforçando a prerrogativa de que não adianta lutar contra as pressões que inibem a implantação de medidas que garantam um enfrentamento à degradação ambiental que sofre nosso Estado ao longo de sua história de desenvolvimento econômico. Em verdade, os fatos reforçam as posições negativistas de que possibilidades de avanços neste campo não passam de promessas no vazio, dentro da mais velha demagogia desenvolvimentista. Ou, para outros, representam o romantismo de conservacionistas que se recusam a admitir que as coisas são assim mesmo e que os prejuízos ambientais são parte inerente e indissociável dos negócios, do progresso e do desenvolvimento. E a inconsistência de nossos atos justifica-se pelos resultados obtidos hoje, independentemente das consequências que já amealhamos há tempos, inclusive.

A mudança de mando no Governo do Estado do Paraná trazia uma nova expectativa de mudanças. O tempo se esvai e com ele as chances de alguma movimentação mais consistente que tire nosso Estado de sua atual condição de mero expectador, sem perspectivas de cumprir um papel diferenciado em relação às mudanças que o mundo demanda e precisará obrigatoriamente realizar. Triste não estarmos comemorando avanços nesta Semana do Meio Ambiente. Este é um dos grandes negócios que o Paraná e o Brasil não poderiam perder.


Clóvis Ricardo Schrappe Borges
Médico Veterinário, Mestre em Zoologia, Diretor executivo da SPVS e fellow da Ashoka.

EXPOCER – V Feira de Fornecedores para a Indústria Cerâmica e Mineral

O maior evento do setor no Sul do Brasil

Junte-se aos principais fornecedores do setor, vindos de todas as regiões do Brasil e do exterior.
Aproxime sua empresa junto a um publico direcionado, profissional e consumidor.
Um seguimento em franco crescimento e desenvolvimento com necessidades de atualização logística, estrutural e tecnológica.

Seguimentos Expositores:

• Fornecedores de máquinas, equipamentos, pneus. peças, insumos e serviços para a industria de produção cerâmica e mineral.

• Máquinas e equipamentos para extração mineral, muncks, empilhadeiras, retro escavadeiras, palets, secagem de lodo, picadores e biomassa.

• Veículos e equipamentos de movimentação, transporte e logística.

• Construtoras de barracões, estruturas metálicas, geradores, paineis elétricos.

• Agentes financeiros, bancos e consórcios, seguradores e corretoras, previdência, segurança e medicina no trabalho.

• Consultorias empresariais, ambientais, e tecnológicas.

• Sindicatos, associações, prefeituras e entidades do setor.

• Exposição de produtos cerâmicos, produzidos pelas Indústrias de Cerâmica do Paraná.

Veja abaixo Mapa da Área de Exposição e confirme sua participação – Informe-se pelo fone (41)3203-1189 ou montebello@montebelloeventos.com.br

Apresente aqui sua empresa e realize grandes negócios.



PROCURA-SE! GREEN TALENTS



Você aceita o desafio de colaborar para um mundo mais sustentável?

O prazo está se esgotando! 9 de junho está chegando e a oportunidade de se inscrever no Concurso Talentos Verdes do Ministério de Educação e Pesquisa Alemão (BMBF) se encerrará logo. Então, aproveite a chance e inscreva-se agora em www.greentalents.de

Lembre-se: o “Green Talents – International Forum for High Potentials in Sustainable Development” oferece anualmente a 25 jovens pesquisadores de destaque, acesso exclusivo a projetos alemães de pesquisa e desenvolvimento.

Um júri de alto gabarito formado por especialistas alemães vindos de universidades e empresas premiará os vencedores por suas ideias originais e excelentes méritos de pesquisa na área de desenvolvimento sustentável. É preferível uma abordagem interdisciplinar, de maneira a permitir que candidatos de todas as disciplinas que contribuam para a pesquisa em sustentabilidade sejam bem-vindos.

Selecionados como “Green Talents”, os vencedores serão convidados para um fórum científico de duas semanas na Alemanha que ocorrerá no segundo semestre de 2013. Neste período, eles terão uma visão mais profunda sobre as pesquisas de ponta conduzidas em alguns dos principais centros de desenvolvimento sustentável e se encontrarão com especialistas de suas respectivas áreas em reuniões individuais.

Os vencedores terão principalmente a chance de estabelecer um relacionamento de longa duração com parceiros alemães e experimentar um ambiente de trabalho inspirador quando retornarem para uma estadia de pesquisa de até 3 meses no ano seguinte ao fórum.

Saiba mais sobre o concurso e descubra se você tem o que é necessário para se tornar um “Green Talent” em www.greentalents.de.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Palladium recebe IV Mostra da Escola Particular sobre Reciclagem de Resíduos Sólidos


Feira acontece de 01 a 05 de junho e reunirá trabalhos de alunos de 23 escolas de Curitiba e Região Metropolitana

O Palladium Shopping Center recebe, a partir deste sábado (01), a IV Mostra da Escola Particular sobre Reciclagem de Resíduos Sólidos. O empreendimento apoia o projeto pelo quarto ano consecutivo. A ação é uma iniciativa do Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe/PR) e reunirá trabalhos de estudantes de 23 escolas de Curitiba e Região Metropolitana. As atividades fazem parte das comemorações pelo Dia Internacional e Semana Nacional do Meio Ambiente.

A mostra vai até o dia 05 e tem como objetivo fixar o conceito de sustentabilidade, com ênfase na reciclagem do Isopor®. A realização é do projeto “Planeta Reciclável®”, do Sinepe/PR, em parceira com o projeto “Amigo da Natureza” da empresa Meiwa Indústria e Comércio Ltda.

O Palladium Shopping Center fica na Av. Presidente Kennedy, 4.121, Portão, Curitiba. Mais informações pelo site www.shoppingpalladium.com.br.  

Faber-Castell comemora Dia Internacional do Meio Ambiente com resultados positivos em seus projetos sustentáveis

Empresa é referência em ações verdes e atua há anos com programas de preservação de florestas, animais e de uso de fontes de energia alternativas

São Paulo, junho de 2013 – A sustentabilidade e a responsabilidade socioambiental estão entre os principais pilares da Faber-Castell, empresa que completa 252 anos em 2013. Os excelentes resultados nestes segmentos refletem os investimentos da companhia nessas áreas ao longo dos anos. Uma das primeiras empresas no mundo a se preocupar com o desenvolvimento de ações sustentáveis, a Faber-Castell aproveita a semana do Dia Internacional do Meio Ambiente para lançar uma discussão sobre a necessidade de preservação das florestas e o papel socioambiental das empresas no Brasil.

Entre os projetos da Faber-Castel que alinham produção e desenvolvimento sustentáveis estão a criação e manutenção de áreas de reflorestamento e reservas nativas; programas para o reaproveitamento dos materiais utilizados na fábrica e em seus escritórios, bem como o programa de coleta de instrumentos de escrita para evitar o descarte desses materiais no meio-ambiente. Além destes, a empresa também controla a emissão de Gases de Efeito Estuda (GEE) em todas as operações controladas pela matriz brasileira, utilizando fontes de energias alternativas e renováveis, o que resultou na conquista do primeiro lugar no ranking divulgado pela Bloomberg New Energy Finance (Bnef) no ano passado.

No Brasil, a companhia trabalha exclusivamente com madeira reflorestada, desde os anos 80, na cidade de Prata (MG), onde fomentou o plantio para a produção de EcoLápis. Só no município, são ao todo 9.6 mil hectares, divididos em 10 parques florestais. Desse total, 2.7 mil hectares são de áreas de preservação permanentes – habitat natural para a fauna, que inclui algumas espécies ameaçadas de extinção. Atualmente, do total de 1,9 bilhão de EcoLápis produzidos anualmente, 98% são de madeira certificada pelo FSC (Forest Stewardship Council), principal órgão internacional na área de manejo florestal sustentável e o restante é proveniente de madeira de reflorestamento.

Principais projetos:

• Animalis

O Animalis, projeto existente há 20 anos, monitora e identifica os animais que vivem dentro dos parques florestais da Faber-Castell. Durante este período, já foram identificadas 55 diferentes espécies de mamíferos e 232 de aves, 13 das quais estão na lista de animais sob risco de extinção, como o lobo-guará, o tamanduá bandeira e a onça parda e 149 espécies de formigas .

• Arboris

O projeto Arboris consiste na preservação, recuperação e adensamento de remanescentes da flora nativa presente nos parques florestais da empresa. Mais de 300 espécies já foram identificadas nos inventários executados. O conhecimento detalhado da flora existente, ao lado do conhecimento da fauna, definem as ações da empresa para a criação de ambientes propícios à manutenção e atração das espécies.

• Energias alternativas

No final do ano passado, a Faber-Castell ficou em primeiro lugar no Índice Corporativo de Energia Renovável (CREX, da sigla em inglês), ranking que aponta as companhias que mais utilizam fontes renováveis alternativas de energia consumida em 2011 na sua produção. Elaborado pela Bloomberg New Energy Finance (Bnef), o ranking brasileiro é inédito e tem como base um levantamento realizado com as 200 maiores empresas do País em valor de mercado. Foi considerado o consumo total de energia elétrica das companhias e o volume gerado por meio de fontes alternativas renováveis, que incluem pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), solar, eólica, biomassa, como cana-de-açúcar e madeira de reflorestamento.

• Inventário de carbono

A Faber-Castell também controla rigorosamente a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE): o inventário de 2010 de GEE da empresa revelou que a empresa capturou 8,10 vezes mais do que a quantidade de CO2 emitida em todas as operações controladas pela matriz brasileira. O relatório aponta, ainda, um aumento de 6,3% em relação ao resultado obtido em 2008, ano do primeiro inventário, quando a captação de gases nocivos ao meio ambiente chegou a 7,23 vezes a quantidade de gases emitidos. Com isso, o volume de gases capturados desde o ano de 2008 é suficiente para cobrir as operações da empresa pelos próximos 21 anos – se mantidas as emissões atuais. O material leva em consideração a norma ISO 14064-1 e segue as orientações do GHG – Greenhouse Gas Protocol Initiative.

• Reciclagem de materiais

A Faber-Castell também estabeleceu uma parceria com TerraCycle para um programa de coleta. O projeto permite a transformação de milhares de instrumentos de escrita e suas respectivas embalagens em matéria-prima reciclada, o que evita o descarte de resíduos no meio ambiente. Em apenas alguns meses de parceria, já foram recolhidas mais de 91.700 unidades de materiais de escrita por 584 times de coleta. O programa conta com a ajuda do consumidor, que pode se inscrever gratuitamente no Programa de Coleta e na Brigada de Instrumentos de Escrita Faber-Castell através do site: http://www.terracycle.com.br/pt-BR/brigades/brigada-de-instrumentos-de-escrita-faber-castell.html. Podem ser enviados todos os instrumentos de escrita de qualquer marca como lápis, lápis de cor, lapiseiras, canetas, canetinhas, borrachas, apontadores, destaca texto, marcadores permanentes e marcadores para quadro branco que não funcionam mais ou estejam quebrados.

Faber-Castell
SAC: 0800-7017068


ARTIGO - SE NÃO HÁ MEIO AMBIENTE, NÃO HÁ ECONOMIA

Marcus Eduardo de Oliveira

No caminho da prosperidade, as economias modernas devastaram boa parte dos recursos naturais. Em nome do crescimento econômico, a atividade industrial dilapidou os serviços ecossistêmicos (responsáveis pela manutenção da biodiversidade), desfigurando a natureza em várias frentes. Indiscutivelmente, mudanças climáticas foram – e estão sendo – provocadas pelo “homem-econômico”. O objetivo? Fazer a economia crescer exponencialmente produzindo em excesso para atender o consumo exagerado. O resultado? O ambiente ameaçado pelo consumo excessivo. A consequência? Depleção ambiental.

Inequivocamente, produção econômica implica destruição e degradação do meio ambiente. Por si só, isso já é o bastante para orientar à tomada de decisão rumo à elaboração de um novo paradigma econômico voltado às ordens ecológicas; não às mercadológicas.

Se não mudarmos o atual paradigma econômico é a própria economia que cada vez mais se joga no abismo da destruição, tendo em vista que, como bem lembrou Lester Brown, “a economia depende do meio ambiente. Se não há meio ambiente, se tudo está destruído, não há economia”.

Nessa mesma linha de análise, Clóvis Cavalcanti nos diz que “não existe sociedade (e economia) sem sistema ecológico, mas pode haver meio ambiente sem sociedade (e economia)”. “Sem recuperar o meio ambiente, não se salva a economia; sem recuperar a economia, não se salva o meio ambiente”, contextualizou o ecologista norte-americano Berry Commoner (1917-2012).

Embora em seus modelos convencionais a economia tradicional faça questão de não contemplar a moldura ou restrições ambientais, pois a visão predominante do sistema econômico como um todo enaltece loas ao fluxo circular da riqueza, imaginando, com isso, uma economia como sendo um sistema isolado, como se fosse um corpo humano dotado apenas do aparelho circulatório, não há como negar o enorme grau de dependência da economia em relação ao ecossistema natural finito (meio ambiente), uma vez que a natureza fundamental da economia é extrair, produzir e consumir.

É intensa a relação da economia (atividade industrial) com o meio ambiente. Não se pode perder de vista que o sistema econômico é um sistema aberto que troca energia com o ambiente. Nessa troca, recebe energia nobre (limpa) e a devolve de forma degradada (suja).

Portanto, metaforicamente, se a economia é um corpo humano, o aparelho digestivo está aí contemplado, uma vez que recebe da natureza matéria e energia e devolve lixo, dejetos. Reafirmando essa ideia, convém resgatar uma passagem de Nicholas Georgescu-Rogen (1906-94): “o sistema econômico consome natureza – matéria e energia de baixa entropia – e fornece lixo – matéria e energia de alta entropia – de volta a natureza”.

Diante disso, é de fundamental importância subordinar o crescimento aos limites ecossistêmicos, uma vez que crescer além do “normal” é altamente prejudicial ao meio ambiente.

Por isso, o novo paradigma econômico precisa convergir com a ecologia, uma vez que dependemos dessa para nossa própria sobrevivência. O desafio é ímpar: produzir mais (bem-estar) com menos (recursos naturais). Produzir mais qualidade (desenvolvimento), e não quantidade (crescimento).

Decorre daí a máxima de que somos, pois, dependentes do meio ambiente, contrariando assim o discurso de René Descartes (1596-1650) de que “somos senhores e dominadores da natureza”. Por essa ideia do filósofo francês, a economia dilapidadora dos recursos naturais, manejada pelo “homem-econômico”, estaria agindo de forma correta em propagar destruição, poluição e degradação ambiental, uma vez que para gerar riqueza gera-se antes destruição natural.

O futuro da vida – e especialmente, da vida humana – na Terra, dependerá do rumo que se der hoje à economia. Se nosso objetivo maior for pela continuidade da vida de nossa espécie devemos seguir o receituário propugnado por Georgescu-Rogen: “(...) um dia a humanidade terá de compatibilizar desenvolvimento com retração econômica”. Caso contrário, pereceremos.

Marcus Eduardo de Oliveira é economista, especialista em Política Internacional pela (FESP) e mestre pela (USP).


Semana de meio ambiente - Unilivre