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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Artigo: A vantagem de ser sustentável

A sustentabilidade ainda é hoje um termo amplo e diverso, e que por ter como base um tripé de considerações (econômico, ambiental e social) acaba sendo observada com focos diferentes e desta forma distorcida, tendo cada um de seus pilares mais destaque de acordo com o viés do observador.

Este, a meu ver, é um dos principais motivos por trás do mito de que só há despesas na busca pela sustentabilidade nas empresas. Gostaria de destacar o termo busca, pois certamente este é um adjetivo raro a ser empregado em sua plenitude e não conheceremos uma empresa 100% sustentável tão cedo.

Em um relatório recentemente publicado pela MIT Sloan Management Review & The Boston Consulting Group, foi demonstrado que as empresas têm cada vez mais lucrado com a sustentabilidade. No geral, a porcentagem de participantes que reportaram lucros a partir de estratégias sustentáveis subiu de 23% para 37%, e talvez o mais importante, quase 50% das empresas alteraram seus modelos de negócio como resultado de oportunidades surgidas na área da sustentabilidade - um aumento de 20% em relação ao ano passado.

As empresas que estão largando na frente estão hoje estudando suas atividades e tentando equilibrar suas iniciativas nos três campos do tripé. Buscam investir em qualidade de vida de seus funcionários, reduzir os impactos ambientais gerados por suas operações e procuram manter o resultado positivo em suas finanças. O desenvolvimento sustentável está emergindo como a “nova demanda pela qualidade” nas empresas, e se hoje ainda é um diferencial, em pouco tempo passará a ser um pré-requisito, a exemplo da tão conhecida série ISO 9000.

Através de índices econômicos como o ISE da Bovespa, fica mais fácil visualizar a tendência destas empresas em se destacar no mercado e ter suas ações mais valorizadas. Mas, em termos práticos, uma gestão com foco em sustentabilidade busca tornar a empresa mais eficiente. Compreender como suas atividades impactam no meio ambiente e qual parcela disto é desperdício, avaliar o quanto funcionários satisfeitos e comprometidos podem render em produtividade para a empresa em contrapartida a alta rotatividade e desinteresse em evoluir junto com o negócio, também fazem parte.

Estes são exemplos de um trabalho de conscientização muito maior que permeia a busca pela sustentabilidade. Uma das ferramentas de empresas que estão neste caminho é a elaboração do inventário de emissões de gases de efeito estufa (GEE), o qual faz um raio-x das operações da instituição e demonstra em indicadores e números absolutos o quanto de CO2 é gerado por unidade de produção. Com este controle a empresa consegue definir metas para emitir menos GEE e consequentemente consumir menos energia (combustíveis ou eletricidade) sendo esta uma das principais fontes de emissões de CO2 em uma indústria.

Seguindo nesta linha de raciocínio fica clara a relação de diminuição de custos, busca pela eficiência e redução no impacto ambiental. E em um mundo cada vez mais conectado, tratar das questões sociais como respeito aos funcionários e atenção com a comunidade em seu entorno são iniciativas que quando positivas rendem alguns comentários, mas em casos negativos se espalham como vírus na internet, deixando claro o custo de não cuidar desta haste do tripé. Com equilíbrio, ganha a sociedade, a empresa e principalmente o meio ambiente.

Henrique Mendes é bioquímico pela UFJF com MBA em gestão ambiental pela FIT. Gerente de Negócios da www.neutralizecarbono.com.br e Consultor na www.greendomus.com.br.

Entrevista Edição 31 - Marina Silva



Jornalista: Letícia Ferreira
Entrevista publicada na Edição 31 da Revista Geração Sustentável

Uma revolução na maneira de os seres humanos verem o mundo, a vida, uns aos outros e a si mesmos é o que propõe como modelo de desenvolvimento sustentável para o Brasil e o mundo a ativista, ex-ministra do Meio Ambiente e ex-senadora Marina Silva. Esse foi o tema da palestra que ela fez no Seminário Executivo de Sustentabilidade Empresarial, promovido pela Paraná Metrologia e pelo Tecpar, em dezembro, na Fesp (Faculdade de Educação Superior do Paraná), em Curitiba. Em entrevista exclusiva à Geração Sustentável, além de reafirmar esse posicionamento, disse estar se reunindo com várias lideranças para decidir se vai concorrer à presidência nas próximas eleições, acreditando na possibilidade de "desengessar" estruturas políticas enrijecidas.

Marina afirmou, durante a palestra, que se não mudarmos não apenas o padrão de produção e consumo, mas a visão do que cremos ser felicidade e prosperidade, não vamos sair da crise global, que acredita sem precedentes e a que chama de crise civilizatória. Lembrando o novo bordão ecológico, disse que o ainda tão almejado padrão dos americanos, japoneses e europeus não pode ser copiado pelos países em desenvolvimento, ainda que dentro das normas do desenvolvimento sustentável, pois o planeta não comportaria, e a mudança é urgente: "Vamos chegar em 2050 com nove bilhões de pessoas na Terra e não há como manter o padrão de produção e consumo de hoje, precisaríamos de cinco planetas".

A ex-ministra acredita que essa nova forma de ser, sentir e pensar gerará novas formas de conhecimento, novos produtos, materiais e empregos e, enfim, uma nova economia criativa. "Não há limites para ser mais solidário, criativo, erudito, mas há limites, sim, por exemplo, para cada um de nós termos um carro."

Para Marina, a base da crise civilizatória é uma crise de valores que separa a ética da política e a ecologia da economia. Entretanto, percebe que surge uma nova forma de ativismo, o autoral: "As pessoas não querem mais ser expectadoras, mas protagonistas: um protagonismo autoral que não pode descambar para o individualismo ou para a dualidade oposição - situação, mas para ter posição", afirmou.

Ela lembrou que não é errado ter interesse; todos têm, o problema é crer que o seu interesse deve prevalecer sobre o interesse do outro de forma ilegítima, pois há formas cada vez mais colaborativas em que interesses podem coexistir mediados pela ética.

Muito se fala do potencial de desenvolvimento sustentável do nosso país. Você acredita que corremos o risco de ficar só no potencial?
O risco é duplo - de ficar só potencial e de destruir o potencial -, e este talvez seja o mais grave. O Brasil é o país que reúne as melhores condições para sair do padrão de consumo elevadíssimo de recursos naturais. Já há muitas empresas e negócios, em todos os setores da economia brasileira, no caminho de competir respeitando as legislações trabalhista e ambiental, e promovendo qualidade tecnológica com base em pesquisa e inovação: é o aumento de produção por ganho de produtividade criando novos produtos, novos materiais, novas oportunidades. E existem aqueles que ainda estão presos ao final do século 19 e à economia predatória do século 20. Mas o mundo do século 21 será sustentável ou não será.

Você pode citar exemplos dessas empresas e negócios?
Costumo não citar porque não quero fazer propaganda, mas há empresas sérias que têm o desenvolvimento sustentável como um compromisso e uma visão estratégica, e não apenas um discurso, uma forma de propaganda. Temos três níveis: aquelas que resistem e se contrapõem a essa agenda, aquelas que preferem dourar a pílula como se fosse verde e aquelas que estão fazendo investimentos reais e se tornando referência de que boas práticas sem perda da competitividade são possíveis.

De modo geral, apesar de ser difícil generalizar num país tão grande e populoso como o Brasil, em que nível você colocaria o empresariado brasileiro?
Eu diria que temos uma parte pequena, de vanguarda, do empresariado que está fazendo seu dever de casa. E há uma maioria de espectadores observando para onde o pêndulo vai se movimentar que, infelizmente, pode estar interditando o que há de mais possibilitador nas condições do Brasil. Nosso país é uma potência ambiental e precisa sê-lo também pelas suas decisões políticas e pelos seus investimentos.

Você colocaria parte do poder público entre esses expectadores? Você já declarou que o governo é aquele que tem mais ferramentas e, portanto, pode mais e teria mais responsabilidade.
O governo tem muita responsabilidade. No decorrer dos anos, tivemos no Brasil uma agenda de avanços, em diferentes governos, graças a uma mobilização e uma consciência da sociedade que foi, paulatinamente, conquistando avanços na legislação ambiental e mesmo em sua implementação. Porém, nos últimos dois anos, tivemos um retrocesso muito grande porque, além de não se avançar, estão removendo as conquistas dos governos anteriores. Foi o que aconteceu com o Código Florestal, o que aconteceu quando retiraram as competências do Ibama para fiscalizar o desmatamento, e quando, por Medida Provisória, deram poderes à presidente para, por decreto, diminuir as áreas de preservação criadas nos governos anteriores. Eu poderia citar um rol de retrocessos que, infelizmente, trarão um custo muito pesado na realidade do Brasil em médio e longo prazos.

Você já mencionou também o poder do consumidor nas mudanças, porém, o que ainda se vê no Brasil é uma corrida consumista desordenada. Como se pode educar e motivar esse consumidor? E é nesse sentido que vai trabalhar o Instituto Marina Silva?
Isso é um paradoxo. Ao mesmo tempo em que as pessoas estão sensíveis aos problemas do planeta, parecem não conseguir perceber que é o consumo doentio e tóxico que está destruindo o planeta. Para dar uma ideia, um norte-americano emite uma quantidade de CO² equivalente a 25 chineses. Se o padrão desse americano for generalizado, não há planeta para supri-lo, e um modelo que não pode ser universalizado não pode ser defendido. O instituto está sendo iniciado agora e a ideia é trabalhar a educação e a mobilização para a sustentabilidade. Não educação formal, no entanto. O que queremos fazer é algo como o que você está fazendo, acredito, com seus leitores. Você está informando, é uma forma de educação. Ao mesmo tempo, queremos promover a mobilização, porque não basta a consciência. Já percebo que há uma receptividade muito grande, sobretudo nos jovens, crianças e adolescentes. Tenho um amigo que diz que a nossa geração lutou pela liberdade acreditando que, com ela, construiríamos o futuro que quiséssemos, e que os jovens, hoje, têm que usar essa liberdade conquistada para lutar para ter um futuro. Isso é dramático, mas realmente acredito na mutação possibilitadora. Há um grupo muito grande, no mundo todo, que começa a se deslocar da lógica do poder pelo poder, do dinheiro pelo dinheiro, e começa a criar uma nova superfície, o que, no meu entendimento, é essa mutação que vai acontecer na economia, nos negócios e na preferência das pessoas que precisam consumir.

Não podemos deixar de perguntar sobre suas intenções a respeito das eleições à presidência de 2014.
Estou conversando com uma série de pessoas, lideranças políticas, sociais, da academia, da juventude para me ajudar a tomar uma decisão quanto a como contribuo mais - no trabalho na sociedade ou dentro da política institucional. Essa decisão não é fácil para mim, mas não estou fazendo isso sozinha, e estou animada com o feedback que recebo deste Brasil em todos os lugares em que passo.

Você acredita que o fato de estar na presidência da República poderia engessar uma pessoa que traz propostas e alega ter valores como os seus?
Se você tem valores, ideais e propostas realmente vividos de forma legítima e comprometida, estes podem "desengessar" as estruturas que estão hoje engessadas.

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Veja outros conteúdos dessa edição:

Matérias:
- Capa: 2013: O ano da Logística Reversa
- Entrevista: Marina Silva
- Visão Sustentável: Cativa Natureza - beleza de forma sustentável
- Tecnologia e Sustentabilidade: Parana Metrologia - Da teoria para a prática
- Responsabilidade Social Corporativa: (Cpce Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial) Realização de 2012 e Projetos 2013
- Desenvolvimento Local: A sustentabilidade como inspiração (WTC)

Artigos:
- Artigo: O "Pibão" da Presidenta Dilma (Jerônimo Mendes)
- Artigo: O Marketing e o ciclo de vida sustentável de produto (Hugo Weber Jr)
- Artigo: Turismo Sustentável - Have you heard about it? (Rosimery de Fátima Oliveira)

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Editorial - Edição 31 - 2013: O Ano da Logística Reversa


Corresponsabilidade: um passo importante para a logística reversa


A criação de um processo para gestão de resíduos é uma etapa fundamental quando falamos no pós-consumo. Uma mobilização nacional começa a ser articulada para a aplicação da logística reversa em todo o Brasil

No estado do Paraná, um fato relevante ocorreu no final de 2012. Diversas entidades setoriais foram “convocadas para apresentar e implantar um programa de gerenciamento de resíduos”. Isso mesmo, não me enganei no uso desses verbos relacionados à parte prática... Em se tratando de projetos na área socioambiental, estávamos mais acostumados a ouvir que representantes de diversas entidades estão discutindo ou analisando determinado projeto... Agora, as entidades não foram convidadas apenas para discutir, mas convocadas a dizer como implantarão. Apesar dessa relação verbal entre “convidar x convocar” e também entre “discutir x implantar”, parece que estamos saindo do discurso, que estava esgotando mais rapidamente do que muitos recursos naturais, e definindo objetivos e metas. A sociedade, de forma geral, já estava olhando com descrédito para os projetos de sustentabilidade e, em especial, os projetos de gestão de resíduos. Gerou-se um grande movimento com a Lei nº 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos) e aos poucos esse movimento foi esfriando, pois faltava essa parte prática. Agora, com toda essa articulação, na qual o foco está na articulação da corresponsabilidade entre os diversos agentes locais para pensar e gerenciar de forma coletiva os resíduos, começaremos a ver, em breve, os primeiros resultados práticos.

Essa articulação será importante porque o “negócio resíduo” deverá, necessariamente, ser gerenciado. O resíduo não poderá ser desprezado e/ou considerado apenas como subproduto para descarte. Toda uma cadeia, semelhante até as cadeias produtivas, terá que ser organizada. Nesse contexto, produtores, governo, entidades de classe, consumidores e outros agentes locais serão envolvidos. Na parte prática efetiva, provavelmente as cooperativas de recicladores estarão sendo criadas e as que já existem serão mais bem geridas... Assim veremos a logística reversa saindo do papel!

Na matéria de capa desta edição, você encontrará a opinião de profissionais renomados, como o advogado paranaense Rafael Favetti, que participou da elaboração da lei nacional em 2010; o professor Nicolau Leopoldo Obladen, um dos principais consultores na área de gerenciamento de resíduos e do coordenador de Resíduos Sólidos da Sema, Carlos Garcez, além de outros profissionais que representam entidades setoriais no Paraná.

A edição traz, ainda, uma matéria sobre a Cativa Natureza, empresa que produz cosméticos com rastreabilidade. Na editoria “Desenvolvimento Local”, apresentam-se projetos de negócios associados ao WTC – Word Trade Center Business Club. No espaço Tecnologia e Sustentabilidade, a cobertura do evento de sustentabilidade da Paraná Metrologia, com a participação da Marina Silva. A matéria da editoria Responsabilidade Social Corporativa traz os resultados de 2012 e os projetos para 2013 do CPCE (Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial).

Teremos em 2013 esse avanço para comemorar! Sua implantação dependeu da criação de uma lei e da regulamentação e do controle local, ou seja, não será por consciência ambiental, mas por imposição da legislação. Como cidadãos, não devemos apenas ficar na torcida para que a lei seja cumprida, mas efetivamente nos comprometermos e fazermos a nossa parte como agentes que participam de forma corresponsável.

Boa leitura!
Pedro Salanek Filho

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Veja outros conteúdos dessa edição:

Matérias:
- Capa: 2013: O ano da Logística Reversa
- Entrevista: Marina Silva
- Visão Sustentável: Cativa Natureza - beleza de forma sustentável
- Tecnologia e Sustentabilidade: Parana Metrologia - Da teoria para a prática
- Responsabilidade Social Corporativa: (Cpce Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial) Realização de 2012 e Projetos 2013
- Desenvolvimento Local: A sustentabilidade como inspiração (WTC)

Artigos:
- Artigo: O "Pibão" da Presidenta Dilma (Jerônimo Mendes)
- Artigo: O Marketing e o ciclo de vida sustentável de produto (Hugo Weber Jr)
- Artigo: Turismo Sustentável - Have you heard about it? (Rosimery de Fátima Oliveira)

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domingo, 17 de fevereiro de 2013

Reciclação EXPOMAI 2013

Com o objetivo de discutir e apresentar propostas e soluções para a questão da destinação adequada de resíduos de origem urbana, rural, industrial e de grandes geradores que possuam potencial para serem reciclados como fonte de nutrientes e de matéria orgânica para solos e sistemas agrícolas e o papel dos diferentes atores neste processo: governos, federal, estaduais e municipais, iniciativa privada e terceiro setor, particularmente representado pelas Associações e Cooperativas de Produção, é que a Associação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná – Curitiba (AEAPR-Curitiba) com a Montebello eventos, estarão realizando a terceira edição do Seminário Nacional de Reciclagem Agrícola: Resíduos de origem urbana, rural, industrial e grandes geradores –S-N-R-A.

O Evento acontece no periodo de 26 a 29 de Junho de 2013 associado com 8ª. Edição da ReciclAção.Expomai – Feira de Fornecedores para Meio Ambiente Industrial e Reciclagem.

O evento tem como objetivo apresentar aos participantes, de forma técnico-cientifica e aprofundada, questões atuais e relevantes a respeito da geração, gestão, tratamento e disposição final de resíduos, permitindo a discussão do tema por representantes dos diferentes setores da economia e da sociedade civil.

Promover a geração e apresentação de propostas e inserir os municípios paranaenses e as organizações associativas produtivas, indústria e comércio na questão da geração, gestão e da logística reversa com vistas à reciclagem agrícola, de modo a atender ao Plano ABC e à Política Nacional de Resíduos Sólidos. (Lei 12.305/10) e o decreto que a regulamenta (Decreto Federal 7.404/10).

Justificativa: Pretende-se com este trabalho, sensibilizar e motivar todas as profissões brasileiras, o empresariado nacional, o estado brasileiro as associações e federações dos variados setores produtivos e as cooperativas nacionais a atuar profissional e politicamente nesta excepcional oportunidade que se apresenta, por meio de seu envolvimento nos diferentes elos de cadeias produtivas que precisam de coleta, gestão, tratamento, conversão em produto, armazenamento, transporte, aplicação e monitoramento do efeito e do uso de resíduos de origem urbana, rural, industrial e comercial na produtividade e qualidade da indústria nacional.

Expositores: Mais de 80 stands estão disponibilizados a empresas e instituições vindas de várias regiões do Brasil para apresentar alternativas e soluções ambientais para municípios, indústria e comércio. Na ReciclAção.Expomai 2013 os participantes terão a oportunidade de conhecer tecnologias, produtos, serviços e soluções cientificas e mercadológicas para a correta destinação, gestão e logística reversa dos resíduos gerados.

Público Alvo: O público alvo será constituído por profissionais com especialização no setor atuantes nas diversas áreas da engenharia ambiental, cívil, química, agronômica, biologia, administração pública e privada, técnicos de nível superior e médio, empresários e administradores da indústria, comercio, cooperativas, associações, federações, sindicatos, autoridades, professores, estudantes e todos aqueles que atuam nas áreas de reciclagem, logística reversa, gestão de resíduos, desenvolvimento e uso de energias alternativas, saneamento ambiental, biomassa e meio ambiente industrial no ambiente urbano e rural.

Negócios: O evento contribui de forma decisiva para a aproximação entre comunidade científica, setores público, privado, industrial e comercial no sentido de estimular a geração de contatos e a realização de negócios entre fornecedores e consumidores do setor.

“Com a valorização da economia verde e a realização da copa de 2014 sendo Curitiba uma sede importante, a RECICLAÇÃO.EXPOMAI é o instrumento principal para apresentar sua empresa a um publico qualificado, profissional e consumidor de produtos, tecnologias e serviços ambientais.

Apoiadores: A Reciclação.Expomai 2013 tem o apoio da: Aeapr-Curitiba, Aecic, Acp, Abividro, Abeaço, Abralatas, CREA PR, Cempre, Feap, Fecomércio, Fundação Avina, Inesfa, Revista Geração Sustentável, Revista Bem Público, Simpep, Sindinesfa, Jornal do Meio Ambiente, Portal Biomassa, entre outros.

Do envolvimento de formadores de opinião e decisores como; gestores e administradores do setor público e privado e de profissionais com formação técnico-científica e consciência cidadã, dependerá a viabilidade e a sustentabilidade de casos como estes que serão apresentados na RECICLAÇÃO.EXPOMAI 2013.

“Recicle seus conceitos e associe a marca de sua empresa a um evento que gera negócios, sustentabilidade e multiplica a consciência sócio ambiental.”

Saiba mais: http://www.montebelloeventos.com.br/reciclacao/

Nissan LEAF atinge 50 mil unidades vendidas

Lançado em 2010, modelo 100% elétrico soma mais de 260 milhões de quilômetros rodados e deixa de emitir 45,2 mil toneladas de CO²

A Nissan comemora a marca histórica de 50 mil unidades vendidas do LEAF, primeiro veículo 100% elétrico produzido em larga escala. Lançado comercialmente há pouco mais de dois anos, o modelo é realidade para consumidores do Japão, Estados Unidos e 17 países da Europa. Com a marca, o Nissan LEAF confirma a posição de elétrico mais vendido do mundo.

Outra conquista importante do Nissan LEAF nesse período é o benefício ao meio ambiente. Afinal, as unidades do modelo rodaram mais de 260 milhões de km (total baseado nas equipadas com o sistema de navegação Carwings, um item opcional), distância superior a que separa o planeta Terra do Sol. Dessa forma, a atmosfera deixou de receber mais de 45,2 mil toneladas de gás carbônico (CO²) e de outras partículas prejudiciais quando comparado às emissões de veículos da mesma categoria. Seria necessário plantar mais de 3,2 milhões de árvores para absorver essa quantidade de gases poluentes.

A unidade do Nissan LEAF que mais “economizou” em emissões está no Japão, e rodou mais de 175 mil quilômetros em menos de dois anos. Na Espanha, um dos proprietários percorreu, em um ano, mais de 43 mil km. O que chama a atenção nesses números é o fato deles serem muito superiores à média anual de quilometragem registrada por veículos desse segmento. Pesquisas realizadas pela Nissan indicam que 95% dos donos do LEAF estão satisfeitos com o veículo, índice superior ao registrado em outros modelos da marca.

Na Europa, o Nissan LEAF é vendido em 17 países, nos quais mais de 7 mil unidades circulam diariamente. Nos últimos 12 meses, a Nissan incentivou o crescimento na infraestrutura de recarga rápida das baterias do carro, aumentando de 158 para 601 pontos no continente – o sistema possibilita o carregamento de até 80% da bateria em até 30 minutos, o que dá 120 km a mais de autonomia ao veículo. O objetivo é dobrar o número de pontos atual até o final deste ano, instalando recarregadores rápidos em locais estratégicos, como estacionamentos de shoppings e postos de serviços em estradas.

O Brasil também integra os esforços da Nissan em promover globalmente veículos elétricos. Dez unidades do Nissan LEAF participam do Projeto Piloto de Táxi Elétrico da cidade de São Paulo, parceria entre a Nissan do Brasil, Prefeitura de São Paulo, AES Eletropaulo e a Associação das Empresas de Táxis do Município de São Paulo (Adetax), que teve início no dia 6 de junho de 2012. Na época, a capital paulista foi a primeira cidade da América do Sul a assinar um acordo desse tipo.

Os Nissan LEAF Táxi circulam de segunda a sexta-feira, e partem de pontos localizados na esquina da Avenida Paulista com a Rua da Consolação, na Avenida Engenheiro Luis Carlos Berrini e em frente ao Teatro Municipal, no centro da cidade.

Com autonomia de 160 km com uma única carga, o Nissan LEAF foi projetado desde o início para atender às necessidades da mobilidade urbana moderna. Ele oferece espaço, conforto e potência como os veículos à combustão, mas sem emitir poluentes que contribuem para o efeito estufa, além de não fazer nenhum barulho.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

MIDIA KIT 2013


Com periodicidade bimestral, a revista Geração Sustentável possui uma tiragem de 10.000 exemplares, sendo direcionada a empresários, órgãos públicos, entidades do terceiro setor, entidades de classe e acadêmicos, atingindo leitores que são formadores de opinião e que interagem com a sustentabilidade empresarial. Este público, além de compreender a importância desse tema, contribuirá disseminando as informações das empresas e instituições parceiras para a sua rede de contatos, atingindo assim um público considerável, o qual se estima em torno de 27.800 pessoas, por edição. Com um total de 52 páginas a revista é impressa em papel certificado. Além da revista impressa, as últimas edições também podem ser acessadas pela internet (http://geracaosustentavel.com.br/edicoes-anteriores/), através da tecnologia page-flip, onde o leitor vai “folhando” a revista na tela de seu computador.


Acesse o nosso Midia Kit abaixo ou solicite pelo e-mail: contato@geracaosustentavel.com.br

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Artigo: Quanto vale a sustentabilidade?

Volta e meia nos defrontamos com um texto sobre sustentabilidade. O mais comum é algum tema relacionando sucesso empresarial à preservação do meio ambiente e recheado de ingredientes como empreendedorismo, inovação e respeito ao próximo. Ao terminar de ler fica aquela sensação agradável de quem acaba de ler uma ficção. Então, fecha-se o jornal e voltamos à realidade. Assim, a forma como se consome o tema sustentabilidade é tão prazerosa quanto fictícia.

Essa é uma armadilha comum e que concentra uma série de ponderações - a maioria pouco testada na prática, sobre justiça social, respeito ao meio-ambiente, proposição de soluções tão simples como surreais de resolver problemas complexos. Exemplo disso é dizer que escovar os dentes com a torneira fechada vai resolver o problema da água ou que separar os resíduos recicláveis dos não recicláveis solucionará o problema dos resíduos sólidos, etc. Claro que essas são ações de cidadania relevantes, mas qual a extensão dessas ações e em que medida podem promover a sustentabilidade?

Primeiro é necessário recorrer à história. Em 1987, uma comissão da ONU elaborou o relatório intitulado “Nosso Futuro Comum” que deu à expressão Desenvolvimento Sustentável a seguinte definição: “[assegurar] a satisfação das necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades” A sustentabilidade é, portanto, o resultado exitoso do desenvolvimento sustentável.

Muitas tentativas estão a ser feitas para medir a sustentabilidade. Há indicadores que procuram expurgar e atribuir valores a características sociais, econômicas e ambientais de forma a assegurar governança e avaliação recorrente das métricas sustentáveis. Há padrões que começam a surgir com o propósito de tornar a sustentabilidade e sua evolução intra-instituições, tais como os programas de sustentabilidade corporativos com metas e datas para revisão que permitem avaliar os avanços frente aos investimentos e também a comparação inter-instituições simultaneamente como tentativa de diferenciar os agentes sustentáveis no mercado - exemplo disso é o índice de sustentabilidade da BM&F. Mas nenhum deles foi ainda capaz de quantificar as alterações na “...capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”.

Essa “ciência” para mensurar a sustentabilidade ainda engatinha, mas tem papel fundamental. Há que se ampliar a visão de abrangência e estimular programas amplos, que modifiquem o paradigma estimulando o engajamento verdadeiro e diferenciando-se da velha conversa fiada da sustentabilidade.

Isso tudo, que pode parecer um exercício intelectual despretensioso e de uso duvidoso, ao contrário, começa a ser visto por investidores e governos de forma estratégica. Uma empresa que se preocupa com indicadores sociais e ambientais ao mesmo tempo em que os resultados econômicos, valoriza seu capital humano e acaba por ter maior fidelização dos recursos humanos e alinhamento de estratégia corporativa. Por ter gente mais experiente, encontra mais eficiência nos processos, o que se reflete em ganhos de produtividade e redução de custos, além de acabar por desenvolver uma filosofia verdadeira de compromisso com o meio-ambiente de entorno e stakeholders. No outro extremo, há os modelos de negócios predatórios que se baseiam em artifícios momentâneos e brechas regulatórias e asseguram uma renda elevada por um intervalo de tempo curto. Até que a sociedade encontre os caminhos que impeçam uma atividade predatória, normalmente isso leva a uma situação socioeconômica pior do que a que precede o início da atividade. É o caso da extração aurífera na Serra Pelada, dentre tantos outros exemplos.

Assim, os cenários propositadamente simplificados acima permitem duas opções de investimento. Aquele que é de rápida penetração, risco e resultado e rápida saída, e que, normalmente, quando bem-sucedido para o investidor é de péssima valia ao sistema socioeconômico espoliado.

Tal como os dois cenários de oportunidade, há também dois tipos de investidores. Aqueles que têm pouco ou nenhum compromisso com os stakeholders além do próprio interesse do capital e aqueles que buscam um modelo perene de governança e ganhos consistentes através do tempo.

Mais uma vez, recorrendo ao exercício de simplificação binária proposto nesse artigo, qual desses modelos pode assegurar, emprego, renda, estabilidade social, ambiental e econômica no longo-prazo? Evidente.

O desenvolvimento, sustentável ou não-sustentável, é ato contínuo e já há como recorrer a fatos concretos para avaliar o que é ou não melhor. Uma gestão pública não-sustentável das ferramentas de crédito imobiliário nos Estados Unidos levou a uma crise em escala global em 2008 da qual ainda muitos países são reféns.

Em contrapartida, o Brasil, que criou as bases para uma economia preocupada em distribuir renda e reduzir desigualdades, acabar com a pobreza extrema e dedicar praticamente metade dos recursos públicos federais aos programas sociais, naquilo que poderia parecer um ato populista e eleitoreiro, possibilitou, de fato, a promoção de uma economia sólida e um crescimento da classe média - fenômeno único no mundo nessa época de crise, evitando, inclusive, que houvesse recessão nos últimos cinco anos.

A sustentabilidade, pois, vale muito, tanto no âmbito corporativo quanto no âmbito da gestão pública. Sua ausência tem um custo que tende a ser irreversível e por vezes, insuportável, enquanto que sua prática acaba por promover uma economia mais justa, de menor flutuação e risco e como diz o próprio nome: sustentável através do tempo.

Felipe Bottini é economista pela USP com especialização em Sustentabilidade por Harvard. Fundador da (www.greendomus.com.br) e da (www.neutralizecarbono.com.br) e Consultor especial do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD