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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Sustentando - Edição 29

Filtro de ar usa plantas para desintoxicar espaços internos

A designer canadense Elaine Tong desenvolveu, na Universidade de Toronto, no Canadá, um filtro de purificação de ar que utiliza plantas para absorver toxinas em ambientes fechados. Feito em módulos acoplados, o filtro pode ser pendurado na parede ou no teto e ajuda a enfrentar a poluição em residências das grandes cidades. Cada módulo geométrico contém plantas com raízes altamente eficientes em absorver toxinas do ar, como formaldeído e benzeno, e que ficam totalmente expostas à luz. Os módulos são como miniestufas conectadas por uma estrutura hídrica de nebulização que distribui água por meio de sensores de umidade e atomizadores. O ar é sugado com ventiladores colocados em módulos alternados.

Construção civil sustentável

Lodo de tratamento de água, cinzas e cascas de arroz são transformados em tijolos e revestimentos em uma técnica criada pela engenheira civil Elisandra Medeiros. Em tese defendida em sua pós-graduação na Universidade de Brasília, Elisandra estudou o uso desses materiais misturados a restos da indústria de cerâmica na composição de uma argila que, depois de aquecida em alta temperatura, gera uma base estrutural e de acabamento de construção civil. A fim de verificar se o composto atenderia às exigências de resistência e baixa absorção de água, ela trabalhou por um mês no laboratório de cerâmica da Universidade Federal de Campina Grande.

Todas as composições testadas se mostraram eficientes para a fabricação de tijolos, porém, em revestimentos de cerâmica, os compostos que levaram cinza de lenha não foram aprovados. Entretanto, destaca Elisandra, é possível que outros compostos sejam desenvolvidos com diferentes tipos de resíduo.

Enjoou? Venda!

O conceito de brechó chique, que vende roupas usadas ou seminovas, já se estabeleceu na Internet. São exemplos os brechós on-line Adoro Brechó, Enjoei (e tô vendendo) e Quase Novo: um conceito de moda sustentável. No Adoro Brechó (adorobrecho.com.br), há marcas famosas no Brasil e no mundo e, segundo a administração do site, nem todos os pedidos de venda são aceitos, somente os de produtos de qualidade.

O portal Enjoei (e tô vendendo) - enjoei.com.br - tem, atualmente, aproximadamente cinco mil itens à venda. Roupas, acessórios e objetos diversos são anunciados, como brinquedos, instrumentos musicais e até carro. As peças são anunciadas de forma criativa, como o anúncio de um par de sandálias de R$ 300: "dá para dançar a noite inteira com ele. Opa, vamos bailar, tchê".

No Quase Novo (quasenovo.wordpress.com), a maioria das peças é nova, mas muitas são quase novas, além de muitos artigos importados. O blog também fornece dicas de moda.


Bolsa feita de saco de cimento

Outra dica de moda sustentável são as bolsas de saco de cimento feitas pela artesã Vânia Gavião. De tanto ver trabalhadores de construção civil ateando fogo em sacos descartados de embalar cimento, Vânia teve a ideia: "Entrei em contato com a fábrica de cimento, procurei a área de meio ambiente e eles cederam os sacos de cimentos inservíveis", conta.

O trabalho é artesanal e cada peça é única. "Todo esse esforço combina em arte, moda e ecologia", declara Vânia. Informações pelo e-mail vania.gaviao@gmail.com.
 
Soja responsável
Como o consumidor pode rastrear o produto de soja que compra no supermercado, ou seja, como pode saber se a soja e o produto foram produzidos de forma ambiental e socialmente responsável? A analista de conservação da WWF Brasil Cynthia Moleta Cominesi responde: o que o consumidor deve fazer é exigir que as indústrias que transformam a soja comprem somente soja com a certificação da RTRS ou Mesa Redonda da Soja Responsável. Segundo Cynthia, a WWF Brasil apoia a RTRS e acredita que o desenvolvimento de mesas redondas e certificações pode ser uma boa ferramenta para alavancar a produção responsável não apenas da soja, mas de várias commodities. Com base nessa mesa redonda, com uma participação de vários stakeholders importantes da cadeia da soja, como indústrias, traders, produtores rurais e organizações da sociedade civil, foi possível definir princípios e critérios norteadores para uma cultura responsável. Os princípios são relacionados a cinco pontos a que os produtores rurais devem se adequar, sendo: 1: Conformidade e boas práticas de negócios. 2: Condições de trabalho responsável. 3: Relações Responsáveis com as Comunidades. 4: Responsabilidade Ambiental. 5: Práticas Agrícolas. Assim, os produtores certificados com a RTRS deverão estar produzindo soja de maneira responsável.
Outra certificação importante que a WWF Brasil apoia, por meio do Grupo de Trabalho da Soja, GTS, é a Moratória da Soja. Segundo Cynthia, na safra de 2010/2011, os resultados da Moratória mostram que 0,39% da área desflorestada no Brasil serviu ao plantio da soja, o que representa 0,05% da área plantada com a commodity em todo o país. "Face aos resultados apresentados, existem fortes indícios de que a Moratória da Soja inibiu o avanço do desflorestamento com o propósito de cultivo da soja no Bioma da Amazônia", declara. Ela afirma, ainda, que o mercado brasileiro só aceita a soja de cultivo responsável, pois a Associação Brasileira de Óleos Vegetais, Abiove, por exemplo, que faz parte da Moratória da Soja, não aceita soja produzida em áreas desmatadas depois da Moratória dentro do bioma amazônico.
A fiscalização é feita pela observação de três listas: do Ibama, que contém o nome dos produtores com embargos em suas propriedades devido ao desmatamento, a lista de fazendas autuadas por trabalho escravo e a Lista da Moratória da Soja. Esta é feita com base em metodologia do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Inpe, que verifica os locais apontados pelo Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal, Prodes, com possível presença da cultura identificada anualmente por meio de imagens de satélite. Cynthia explica que, assim, o Inpe que desde o início da moratória sobrevoa os locais com áreas maiores que 25 hectares, verifica a ocorrência de soja.



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Veja outros conteúdos dessa edição:

                                         Matérias:
Capa: Instituto HSBC Solidariedade - Sintonia com demandas socioambientais e econômicas do Brasil

Tecnologia e Sustentabilidade: Proteção e segurança para o consumidor

Visão Sustentável: Como será o amanhã?

Responsabilidade Social Corportativa: Lançado programa empresarial em que funcionários podem desabafar e buscar o autodesenvolvimento

Responsabilidade Ambiental:Compromisso efetivo com o ambiente

Desenvolvimento Local: Conscientização empresarial e compromisso com o futuro do planeta

Artigos:

Gastão Octávio Franco da Luz: Resquícios de sustentabilidade. Um registro de viagem
Giuliano Moretti: Da ego à Ecossustentabilidade: O caminho da percepção
Jeronimo Mendes: Empreendedor ou Empregado: Um desafio interior =====================================================
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