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terça-feira, 9 de outubro de 2012

Conscientização empresarial e compromisso com o futuro do planeta



Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial encerra primeiro ciclo de palestras sobre Pacto Global com grande participação em Curitiba

O incentivo para que as empresas se tornem signatárias do Pacto Global é uma das campanhas de maior destaque do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE), que faz parte do Sistema Fiep. A realização de oficinas para apresentar a iniciativa proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU) para as empresas e outras entidades é a aposta do CPCE para promover a conscientização sobre a responsabilidade acerca do futuro do planeta.

Iniciado no começo de 2012, o CPCE encerrou o primeiro ciclo de oficinas sobre o Pacto Global no dia 13 de junho em Curitiba, evento que contou com a participação de mais de 70 pessoas. O encontro reuniu profissionais de empresas como América Latina Logística (ALL), Arauco do Brasil, Copel, Ecovia, Electrolux, Gemalto, Spaipa, Bematech, Volvo, CNH, Furukawa, HT Technologies, Bosch, GVT, SmartGreen e Arqtex, além de faculdades, prefeituras, sindicatos e associações.

“Aderir aos princípios do Pacto Global é uma oportunidade para que as empresas mostrem o que têm feito em prol da sustentabilidade, assim como disseminar suas iniciativas, trocar experiências e criar uma oportunidade de negócios”, opina o especialista Vitor Seravalli, que conduziu a oficina sobre o Pacto Global. Seravalli já presidiu o Comitê Brasileiro do Pacto Global e é capacitado para promover as oficinas.

O ciclo de palestras iniciou em Maringá e passou também pelas cidades de Ponta Grossa, Cascavel e Londrina. O motivo pelo qual as capacitações aconteceram nessas cidades é a instalação de sedes do CPCE nesses  locais. “Esses encontros são uma oportunidade para conversar de perto com os empresários e para dar-lhes a chance de assumir esse compromisso com a responsabilidade social. O objetivo do Pacto Global é oferecer uma face mais humana para os negócios”, relata Seravalli.

Quem abriu a oficina em Curitiba foi o presidente executivo do CPCE, Victor Barbosa. “As empresas mais eficientes possuem um compromisso social na gestão empresarial. No mundo globalizado de hoje, não entender e não seguir as regras de responsabilidade social é um convite à mediocridade e à lucratividade reduzida”, disse.

A empresa SmartGreen – Soluções +  Inteligentes foi uma das participantes que aderiu ao Pacto Global após a oficina realizada em Curitiba. “Os princípios do Pacto Global, relacionados às boas práticas corporativas, nas áreas de direitos humanos, trabalhistas e meio-ambiente, estão em sintonia com a filosofia da SmartGreen. Engajando funcionários, clientes, fornecedores e comunidade, buscamos divulgar e fortalecer os dez princípios do Pacto Global, objetivando a promoção da responsabilidade social e crescimento sustentável”, relata Wilson Green, diretor da empresa.

A Arqtex também aderiu ao Pacto Global após a oficina na capital paranaense. “Ao alinhar nossas ações aos propósitos do Pacto Global – ONU buscamos a chancela de uma organização de expressão global e, mais do que isso, a nos unir a esse bloco mundial de empresas que se movimentam para o sucesso dessa nova era”, diz Jucenei Gusso Monteiro, presidente da empresa.

Paraná

O Paraná já possui 97 signatários do Pacto Global. O estado está atrás apenas de São Paulo. Apesar de não ser o líder, o Paraná é considerado exemplo nas iniciativas tomadas para incentivar as empresas a participarem do Pacto Global. “Em São Paulo, não temos iniciativas como aqui”, conta o capacitador da oficina.

“O Paraná tem a vantagem de ter a Fiep como signatária e membro do Comitê Brasileiro de Responsabilidade Social. O trabalho da Fiep e do CPCE na conscientização dos empresários tem ajudado muito a aumentar o número de empresas que seguem os princípios”, disse Barbosa.    

Brasil

O Brasil está na terceira colocação em número de signatários do Pacto Global, empatado com os Estados Unidos. No Brasil, em julho de 2008, eram 227 empresas signatárias, neste ano, até julho, eram 468, ou seja, um crescimento de mais de 100% em quatro anos. Em primeiro lugar está a Espanha, com 1.362 empresas signatárias e, em segundo, está a França, com 812. “Nossa meta é chegar em 2020 com 20 mil signatários no mundo”, prevê Seravalli.

Comunicação de Progresso

Após firmar compromisso com os princípios do Pacto Global, as empresas devem fazer, uma vez ao ano, o Comunicado de Progresso (COP). No site www.pactoglobal.org.br há uma série de informações sobre como montar esse relatório.

O Crea-PR é signatário do Pacto Global desde 2009. “Antes não tínhamos nada estruturado nessa área de responsabilidade social. Nosso primeiro passo foi realizar uma oficina com os funcionários e pontuar ações que eles estivessem dispostos a fazer”, disse a coordenadora do Comitê de Responsabilidade Socioambiental Corporativa da entidade, Cacilda Ribeiro. Segundo ela, entre os resultados estão a unificação dos indicadores e a adesão ao selo pró-equidade de gênero na empresa.

A Arauco do Brasil já está se preparando para sua primeira Comunicação de Progresso. “A empresa tem dentro de seus compromissos ações relacionadas aos princípios globais. Isso facilitará na hora de evidenciar as ações”, afirmou a coordenadora de relações institucionais da Arauco, Maristela Aparecida dos Santos, destacando que a adesão da matriz da empresa, que fica no Chile, incentivou a fábrica do Brasil a também se tornar signatária.

Responsabilidade socioambiental corporativa pós Rio + 20

O aclamado evento Rio +20 trouxe novidades para a área de Responsabilidade Social Corporativa. A secretária executiva da Rede Brasileira do Pacto Global, Yolanda Cerqueira Leite, que acompanhou o que foi discutido em algumas das reuniões de Meio Ambiente da ONU que antecederam a Rio +20, compartilhou suas experiências coletadas durante esse tempo no encontro do Conselho Superior do CPCE realizado em julho.

“A consciência de que a Rio +20 despertou em muitas empresas, que viam o tema de forma mais distante, provocou um avanço considerável na qualidade das práticas e no seu escalonamento.  Esse é um caminho sem volta. O setor privado não pode ficar de fora. Isso parece ter ficado claro com a Rio +20”, comemora. Durante a conferência, foi apresentado um documento público denominado “Contribuição Empresarial para a Promoção da Economia Verde e Inclusiva”, em que mais de 200 organizações no Brasil se comprometeram em avançar nos temas do Desenvolvimento Sustentável.

Segundo Yolanda, o Brasil foi afortunado ao sediar esse evento.  “Trouxemos ao Brasil o que há de mais contemporâneo nos vários temas debatidos durante a conferência Rio +20.  As tecnologias de ponta, as experiências de vanguarda, as soluções inovadoras.  Em nenhum outro lugar do mundo se apresentou tantos casos de sucesso e se debateu tanto o desenvolvimento sustentável,  sob o ponto de vista   social, científico, educacional e  empresarial, inclusive no âmbito das cidades”, relata.

Ainda de acordo com a executiva, uma vez instalada a consciência de que os desafios do mundo não serão solucionados apenas pelos governos, mas por toda a sociedade, a participação ativa do setor privado para alcançar o desenvolvimento sustentável se torna ainda mais necessária. “Nesse sentido, os 10 Princípios do Pacto Global são um caminho seguro a seguir”, conta.

Esses 10 princípios são divididos em quatro grandes grupos: Direitos Humanos, Direitos no Trabalho, Proteção Ambiental e Anticorrupção,  os quais, segundo Yolanda, formam uma trilha robusta e testada pelo Pacto Global em mais de 130 países.  “O Pacto Global oferece um caminho, com metodologia de gerenciamento e apoio, para que as organizações implantem esses princípios. Por ser uma grande Rede, o Pacto Global pode, também, conectar pessoas, trazer experiências de outros países, numa troca rica em conteúdo e casos práticos”, explica.

Ainda, segundo Yolanda, atualmente se vive em um momento de despertar para os desafios que se apresentam: desigualdade social, escassez de recursos naturais, aumento populacional, desastres naturais. “Diante desse cenário, as empresas formam um universo de importância ímpar, seja pelo seu alcance, seja pelo impacto gerado pela condução de seus negócios ou ainda pela relação com seus públicos de interesse, como colaboradores, fornecedores, clientes, sociedade e o governo”, completa.

I Ciclo de Diálogos dos Princípios do Pacto Global

O CPCE continua nessa campanha com a promoção do I Ciclo de Diálogos dos Princípios do Pacto Global que será realizado em Maringá no dia 21 de agosto. O evento contará com a participação de aproximadamente 20 empresas que se tornaram signatárias por meio da mobilização realizada pelo CPCE e por outras empresas que fazem parte do Conselho.  Sua empresa também pode entrar nessa rede, participe você também! Mais informações no site www.cpce.org.br

Jornalista Bruna Robassa

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Veja outros conteúdos dessa edição:

Matérias:

Capa: Instituto HSBC Solidariedade - Sintonia com demandas socioambientais e econômicas do Brasil

Tecnologia e Sustentabilidade: Proteção e segurança para o consumidor

Visão Sustentável: Como será o amanhã?

Responsabilidade Social Corportativa: Lançado programa empresarial em que funcionários podem desabafar e buscar o autodesenvolvimento

Responsabilidade Ambiental:Compromisso efetivo com o ambiente


Artigos:

Gastão Octávio Franco da Luz: Resquícios de sustentabilidade. Um registro de viagem
Giuliano Moretti: Da ego à Ecossustentabilidade: O caminho da percepção
Jeronimo Mendes: Empreendedor ou Empregado: Um desafio interior

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