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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Matéria Capa Edição 34 - Sustentabilidade além da matéria-prima

Profissionais e empresas mostram como é possível produzir moda sustentável

Jornalista: Bruna Robassa

Você já parou para pensar no impacto que o simples hábito diário de se vestir pode trazer ao meio ambiente e à sociedade? Essa até pode parecer uma pergunta sem resposta ou sem sentido para muitos, no entanto, quem tem o costume de andar na moda ou de adquirir peças com frequência, vale refletir sobre as consequências desse tipo de consumo, principalmente se não for consciente.

De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), o Brasil é o 5º maior produtor têxtil do mundo, tendo faturado apenas em 2012 US$ 56,7 bilhões, o que representa mais de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial brasileiro. São mais de 32 mil empresas que, juntas, produzem em média 9,8 bilhões de peças por ano. Apesar de serem números importantes para a economia do país, assim como outros segmentos industriais, esse é um setor que gera grande quantidade de resíduos.  Apenas em São Paulo são cerca de 10 toneladas por mês.

O correto descarte dos resíduos sólidos é essencial para o processo de reciclagem e para evitar diversos prejuízos ao meio ambiente e à população, como a poluição visual, do solo, do ar e do lençol freático, além de danos à saúde humana. O método de descarte utilizado pode fazer com que o material deixe de ser resíduo e passe a ser rejeito, quando não pode mais ser reaproveitado. Apesar da preocupação quanto a essa destinação ser antiga e recorrente, potencializada em diversos setores com a sanção da Lei nº 12.305, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, os grandes focos do Governo e da mídia acabam sendo os resíduos de plásticos, vidros, papelão e dos produtos eletrônicos, como celulares.


Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, elaborado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), 6,7 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos tiveram destino impróprio no País em 2010, visto que cerca de 70% das cidades brasileiras descartam resíduos de forma incorreta, principalmente em lixões.  Somente no caso dos eletrônicos, estima-se  que cerca de 50 milhões de toneladas de resíduos são jogadas fora, todos os anos, pela população do mundo, apesar de haver possibilidade de reciclagem.

Diante disso, apesar de não ser muito recorrente a abordagem dos resíduos da indústria têxtil e de vestuário, a produção de vestimentas e acessórios não para de crescer, impulsionada especialmente pelas tendências da moda. Alem dos resíduos da confecção, há a questão do descarte do velho para adquirir o novo, e, com isso, aumenta também a preocupação com a reciclagem e reutilização desses produtos.


Não apenas a matéria-prima e o processo produtivo utilizado na produção de vestuários e acessórios, mas a responsabilidade com os resíduos gerados e com a mão de obra empregada nesse mercado, assim como a consciência e a responsabilidade no ato de se vestir são algumas das atitudes consideradas importantes para a preservação dos recursos naturais e para a saúde do meio ambiente e da sociedade como um todo.

Vestir Consciente

Apesar de ainda estar longe do ideal, o cenário de produção e o consumo de vestuários e acessórios sustentáveis têm ganhado cada vez mais adeptos. Para Lia Spínola, diretora do Instituto Ecotece, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), cuja missão é gerar soluções criativas na moda que promovam o vestir consciente com o desenvolvimento de produtos sustentáveis e práticas educativas, o hábito de consumir roupas da moda ou de adquirir vestuários novos é natural do ser humano, no entanto é sempre importante se questionar antes de fazer uma compra – “Será que eu preciso disso mesmo?”, sugere Lia.

 “A roupa é um bem de consumo indispensável que pode gerar ativos sociais e ambientais. Vestir-se com roupas e acessórios sustentáveis é vestir-se de cidadania, é saber que é possível gerar uma mudança no mundo no ato da compra, na escolha do produto, nas roupas que usamos”, opina Lia.

A diretora do Ecotece sugere que há diversas maneiras de se vestir de forma sustentável que vão além da aquisição de produtos confeccionados com responsabilidade socioambiental. “Incentivamos muito o ‘Do it yourself’ (Faça você mesmo) em roupas que podem ganhar uma nova cara e com isso têm sua vida útil prolongada. Outra forma de ser sustentável é fazendo doações e organizando troca de roupas entre amigas e colegas”, sugere.

Ainda segundo Lia, uma pesquisa da entidade Franklin Associates for the American Fiber aponta que 50% dos impactos ambientais das roupas são gerados durante a fase de uso do produto pelo consumidor, quando, lavam, passam, secam e descartam suas roupas. Por isso, também faz parte do hábito de vestir consciente estar atento para lavar somente as roupas que realmente necessitam ser lavadas e cuidar para que as roupas não amassem e tenham que ser novamente passadas.

Mercado

Keka Ribeiro, docente em moda, designer e consultora de moda sustentável diz que o mercado de produção de roupas de forma sustentável é crescente, mas por enquanto evolui em ritmo lento. “Estamos vivendo um momento no qual economicamente é bastante delicado. Ao mesmo tempo em que reconhecemos a necessidade de ações mais sustentáveis, vemo-nos diante da realidade fast-fashion e da disputa com os importados chineses. Aos poucos as empresas vão se adaptando, o consumidor se conscientizando, mas tudo ainda está bem no princípio de um caminho”, analisa.

O gerente de infraestrutura e capacitação tecnológica da  ABIT, Sylvio Napoli, também afirma que é crescente o mercado de produção de tecidos e roupas de forma sustentável, no entanto, diz que a grande preocupação é a aplicação do conceito de forma correta. A consultora Keka Ribeiro pensa da mesma forma e diz que apesar de ser um assunto bastante tratado na atualidade, práticas sustentáveis são pouco compreendidas em sua totalidade. “Ainda não existe uma consciência, de fato. São modelos de ações que as pessoas vão reproduzindo, muitas vezes sem saber a razão total de ser. Logo, isso pode variar de acordo com a cultura de cada empresa”, diz.

 

Napoli ainda lembra que sustentabilidade não pode ser mera agente de propaganda. “É preciso afinar o discurso, não adianta só discursar sem entender do que se trata. Dessa forma, o resultado é nulo”, alerta. Entre as ações acompanhadas pela ABIT com o objetivo de orientar e padronizar ações nesse sentido está um programa de certificação de qualidade de roupas profissionais que pode ser estendido a todos os outros segmentos. Pelo programa, as indústrias interessadas seguem determinados preceitos e, com isso, obtêm um selo de certificação.  A ABIT coordena as avaliações externas, no entanto, quem avalia os processos é uma certificadora acreditada pelo Instituto Nacional Metrologia Normalização Qualidade Indústria (Inmetro).

 

O projeto teve início há cerca de seis anos e conta atualmente com cinco empresas participantes e mais 25 comprometidas. “Para que um processo seja considerado sustentável, é preciso levar em conta o respeito ao meio ambiente, a responsabilidade social, além da ética com os clientes e fornecedores e do respeito com a qualidade e com o setor produtivo”, diz.

 

Ações


O tipo de ação desenvolvida depende do grau de maturidade da empresa. “Há empresas que têm processos definidos, mas ainda engatinham no aspecto inovação. Há outros casos em que a empresa tem no seu DNA a preocupação com o meio ambiente e a responsabilidade, mas não tem ideia de que está dando passos em relação à sustentabilidade”, analisa Napoli.

 

Segundo avalia o diretor da ABIT, um dos grandes desafios rumo à sustentabilidade é a destinação de resíduos da indústria de vestuário. “Já existem muitos programas de logística reversa em fase adiantada e propostas concretas, no entanto, é preciso haver  um tratamento tributário especial para essas empresas”, diz.

 

Graças a atitudes louváveis, parte das sobras de algumas indústrias do setor já é destinada à produção de roupas ecologicamente corretas ou para confecção de outros acessórios e utensílios. Segundo conta a consultora em moda sustentável, Keka Ribeiro, a confecção de camisas e jeans Dudalina tem realizado um trabalho bastante interessante e até inspirador. “Apesar de seu principal insumo ser o algodão convencional, ou seja, não orgânico, a empresa tem repassado os retalhos de sua linha de produção para comunidades orientadas, que produzem belíssimos trabalhos de sacolas em patchwork, que são consumidos pela própria camisaria”, conta.


Além disso, a empresa está montando um programa de reciclagem, no qual todo tipo de papel utilizado na fábrica, no escritório e nas lojas, será reutilizado na produção de materiais gráficos da própria empresa. Alguns produtos até já calculam a emissão de CO2, o que é uma revolução. Outras grandes marcas como C&A, Adidas, Hering, entre tantas outras empresas mais, ou menos conhecidas, também realizam ações já significativas, relata a consultora.

Outro projeto de destaque nessa linha de ação, segundo a ABIT, é o “Retalho Fashion”. Lançado em 2012 pelo Sinditêxtil-SP, com o intuito de gerenciar os resíduos têxteis das confecções dos bairros do Bom Retiro e do Brás, em São Paulo (SP), a ideia é capacitar pessoas para a coleta e seleção do material com geração de emprego e renda, além de deixar de importar trapos que têmem sido jogados no lixo.

 

Preocupação

Roberto Chadad, presidente da Associação Brasileira do Vestuário (Abravest), afirma que a preocupação com sustentabilidade na indústria já existe há mais de 20 anos, no entanto, ainda falta educação e conhecimento. Ele reconhece que já existem algumas iniciativas das próprias indústrias ou de sindicatos regionais com foco na reciclagem, em que os resíduos industriais são destinados para flanelinhas ou para serem usados como pano de chão. “Ressalto que ainda falta uma coordenação das ações, e que as iniciativas são isoladas”, conta.

Segundo informações da Abravest, em todo o Brasil são 25 mil indústrias de vestuário registradas e mais de 1,4 milhões de costureiras atuantes. Ainda de acordo com a entidade, 80% da matéria-prima utilizada na produção de vestimentas é algodão,  e os 20% restantes englobam quase 10 outros tipos de materiais.

De acordo com Chadad, o algodão é a matéria-prima menos prejudicial ao meio ambiente, já que pode ser facilmente reutilizado, podendo até virar novamente algodão depois de utilizado.  Por outro lado, o pior resíduo é chamado de Rami – uma fibra dura e prejudicial ao meio ambiente. “Esse material, assim como os tecidos sintéticos e os feitos à base de petróleo ainda são muito utilizados porque aceitam outros componentes e porque possuem cor mais viva, no entanto, por seus resíduos serem muito prejudiciais, deveriam ser excluídos da linha de produção”, alerta.

Santa Catarina


Ainda segundo o presidente da Abravest, o estado de Santa Catarina é um dos maiores produtores de vestuário do Brasil e também a localidade que conta com ações sociais e ambientalmente conscientes mais evoluídas, como é o caso da Malwee, uma das principais indústrias do vestuário do Brasil, e da empresa de confecção surfwear Oceano.

Há mais de quatro décadas em funcionamento, a preocupação da Malwee com a sustentabilidade já está incorporada ao seu DNA. Entre as ações de destaque está a utilização do fio feito de garrafa de PET em várias peças, o que já possibilitou a retirada de mais de 3,5 milhões de garrafas do meio ambiente, assim como a lavação com o uso de ozônio em peças jeans, que dispensa totalmente o uso da água. A gestão da água é outro diferencial da empresa, que busca minimizar o consumo do recurso em seus processos produtivos.

Entre os produtos de destaque em responsabilidade socioambiental está a Malha Sustentável, que é produzida com uma mistura de resíduos de malha, algodão e poliéster de garrafas de PET recicladas, além da meia-malha Brasil, composta pela Fibra Brasil, oriunda do reaproveitamento de fibras de bananeira. 

De acordo com informações da empresa, a principal geração de resíduos da indústria do vestuário vem do setor de corte, onde as peças são dimensionadas e cortadas de forma a atender os padrões ditados pela moda. Nesse setor, em especial, a Malwee conta com um sistema totalmente informatizado, que busca otimizar o uso dos tecidos, gerando o menor resíduo possível. De qualquer forma, o resíduo gerado nesse setor é reaproveitado como matéria-prima para outras empresas, que podem produzir fios ou dar outros destinos a esse material. Para resíduos que não são reaproveitados, a empresa construiu um aterro industrial próprio, devidamente licenciado nos órgãos ambientais.

Na onda da sustentabilidade


A paixão pelo mar e pelo surf faz parte das origens da confecção de vestuários e acessórios Oceano Surfwear, empresa de Santa Catarina fundada há mais de 30 anos. Affonso Eggert Junior, diretor-presidente da marca, conta que sempre teve a preocupação em adotar ações com o objetivo de produzir vestuários e acessórios da forma mais sustentável possível.

Os produtos de vestuário da Oceano têm em sua matéria-prima alguns componentes reciclados, como é o caso da malha RECICLE, que tem 50%  de sua composição feita com fios da reciclagem de garrafas de PET. Também há grande responsabilidade nos processos de estamparia, no qual é reciclada a água usada para lavar os quadros, assim como no processo de  sublimação.

“A tinta sublimática é à base de água,  não gera resíduos em grandes quantidades  e o papel do processo é praticamente todo reaproveitado para usar nas impressoras normais e nos blocos de anotações”, conta Eggert Junior. A empresa também separa os resíduos industriais, além de latas, papéis em geral, retalhos de tecidos, malhas, plásticos e os vende ou doa a pessoas que reutilizam esses materiais.

Alguns resíduos, como  no caso da malha, já são reaproveitados para fabricação de uma nova malha com misturas de fio desfibrado, com fio de algodão cru e poliéster de garrafa de PET. “Temos uma malha com o nome de ECO RETURN utilizada em nossa nova coleção que tem essa composição e também temos fornecedores de Jaraguá do Sul que nos fornece a malha INFYNITE, que tem a mesma composição”, conta o empresário.

Além do processo

E a Oceano também vai além da preocupação com a matéria-prima e com os processos produtivos responsáveis. Um dos principais lemas da marca é manter o oceano azul, o que é disseminado por meio de uma forte campanha. Mais conhecida por “Keep the Oceano Blue”, a iniciativa tem o objetivo de promover ações para coleta de lixo nas praias, além de orientações sobre preservação da natureza.

A empresa também se preocupa com a sustentabilidade econômica e por isso bonifica os colaboradores pelo Programa de Participação de Resultados (PPR).  “Tudo isso, é claro, em um ambiente com muito amor, união e justiça. É o que buscamos sempre no dia a dia de trabalho, trabalhar numa comunidade, onde existe felicidade, trabalho com se fosse diversão”, destaca.

Paraná

Inspirada em cores, formas e desenhos de flores e folhagens naturais, a marca Irmãs Green, da estilista e diretora criativa paranaense Hieda Oviar, nasceu em 2010 após uma ampla pesquisa sobre o nicho da moda sustentável. “Fomos esboçando a identidade da marca que foi sendo revelada a partir do ‘insight’ que tivemos do nome, uma referência aos irmãos Grimm, escritores de fábulas que reforçam o humanismo, confiança e a esperança na vida. Esses conceitos presentes nas fábulas retratam muito a sustentabilidade presente na marca”, conta Hieda.

A estilista conta que trabalhar com moda sustentável foi de certa forma um resgate da essência do seu estilo de vida na infância e juventude, já que foi criada em cidades pequenas e vivia perto do campo e da natureza.“Sinto-me realizada ao passar uma mensagem mais humanitária e coletiva de mundo por meio das roupas que crio”, relata.

Todas as matérias-primas utilizadas na confecção são sustentáveis e/ou favorecem a redução de resíduos. Alguns exemplos são os tecidos e malhas recicladas mescladas ao poliéster da PET, tecidos e malhas orgânicas, tecidos naturais, como o linho e o bambu, couro ecológico e o jeans reciclado com poliéster da PET.  Além desses tecidos fabricados na indústria têxtil brasileira, a Irmãs Green utiliza também off-cortes (resíduos têxteis) de tecidos e malhas reaproveitadas de coleções anteriores e também compra esses off-cortes de micro empresas familiares na região de Curitiba.



“O processo criativo e de pré-produção é executado em nosso ateliê, onde posteriormente é encaminhado para ser confeccionado por facções de costura parceiras de nossa empresa. Todo esse processo é pensado para uma redução de impactos e a mão de obra que produzirá a coleção também é levada em conta, visando um comércio justo e as condições satisfatórias de trabalho envolvendo todos os fornecedores da cadeia de produção”, explica Hieda.

Segundo a estilista, o interesse do público por um produto mais ético vem crescendo gradativamente, e tem sido bem aceito, pois  além da estética  da roupa, as clientes têm se interessado também pelo conceito do produto e procuram saber a procedência das matérias-primas presentes nas coleções. “O nosso público é uma mulher de alma jovem que gosta de se vestir de forma diferenciada e exclusiva e que dá valor ao conceito envolvido em uma peça de roupa”, conta.

Desafios

Apesar de ser um mercado crescente, Hieda acredita que existem três grandes desafios a serem superados. O primeiro é a quebra do paradigma consumista "fast-fashion" que ficou enraizado na moda, em que a indústria lança novas tendências muito rapidamente e incentiva o consumidor a comprar mais do que o necessário. O segundo é aliar o crescimento ao consumo sustentável. O terceiro é a concorrência com os produtos importados que possuem baixos custos devido à mão de obra e matérias-primas mais baratas e a fabricação em larga escala.

“Esse último é um desafio da indústria de moda brasileira em geral e não só da moda sustentável. Para uma microempresa como a Irmãs Green, esses desafios são ainda maiores, mas continuamos acreditando em um produto mais ético e diferenciado e as pessoas têm se identificado com a nossa proposta, o que nos leva a concluir que estamos no caminho certo”, avalia.

Para a consultora em moda sustentável Keka Ribeiro, a criação de uma nova cultura, de consciência verdadeira, é o grande desafio. “Ainda estamos no processo onde repetimos ações ideais, mas a consciência mesmo, ou seja, a inteligência essencial pela sustentabilidade ainda não existe. Quando nossa sociedade estiver culturalmente educada por pensamentos sustentáveis, as ações serão naturais, contínuas e engajadas, não será mais uma questão de escolha, mas escolhas naturais”, reflete.

Presente e futuro

Apesar dos desafios para que se alcance o cenário ideal na produção de vestuários de forma sustentável, já e possível notar um novo estilo de vida sendo adotado pelas indústrias, profissionais e pelas pessoas. A valorização de produtos que reduzem ou eliminam a agressão ao meio ambiente está cada vez mais notável nos hábitos de consumo das pessoas e com a moda não é diferente.

Segundo sugere a estilista Hieda, é importante que as pessoas procurem saber a procedência dos produtos que estão vestindo, a começar por perguntar a si mesmo questões simples e relevantes.  A empresa que fabricou a roupa polui o meio ambiente? O tecido foi fabricado visando à redução de resíduos? A mão de obra que a confeccionou foi explorada?

“Ao conhecerem mais profundamente o que estão levando para a casa, as pessoas vão conseguir quebrar as barreiras que as impediam de vestir com mais consciência, afinal somos o que vestimos não só esteticamente, a moda sustentável nos trouxe além da estética o conceito de ética para a roupa. A sustentabilidade quer trazer um futuro melhor para as novas gerações e isso traz benefícios pessoais e também coletivos para quem opta por esse tipo de produto”, finaliza.


Passos para um Vestir + Consciente

1- Identificar aspectos do consumismo - Estar alerta para não agir pautado pelos estímulos da mídia e não comprar por compulsão. Identificar um desejo e necessidades verdadeiras.
2- Sempre que possível, optar por comprar roupas feitas com ativos ambientais e princípios do comércio ético e solidário.
3- Comprar produtos locais. O que é feito localmente é relevante globalmente.
4- Estar atento para lavar as roupas que realmente necessitam ser lavadas.
5- Cuidar para que as roupas não amassem e tenham que ser novamente passadas.
6- Valorizar o que é feito à mão.
7- Promover eventos de trocas de roupas.
8- Prolongar a vida das roupas – usar a criatividade e técnicas do retecer.


Fonte – Instituto Ecotece


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Veja outros conteúdos dessa edição:


Matérias:

- Entrevista: Lourival dos Santos e Souza
- Visão Sustentável: Gesso reciclado vira fertilizante para agricultura
- Responsabilidade Social Corporativa: Educando na Sustentabilidade
- Desenvolvimento Local: Eficiência Energética no WTC

Artigos:
- Artigo: O sonho acabou? (Jerônimo Mendes)
- Artigo: Oportunidade e realização (Rafael Giuliano)
- Artigo: O mito do PIB (Daniel Thá)
- Artigo: Água: A crise e a inércia política global (Hugo Weber Jr)
  
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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Entrevista - Lourival dos Santos e Souza – Diretor de Energia e Florestas

Engenheiro Eletricista, formado pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá EFEI, com especialização em Engenharia de Qualidade na PUC PR, pós-graduação em Gestão de Pessoas no ISAD-PR, pós-graduação em Gestão Florestal na UFPR. Exerceu diversos cargos na sua carreira na Companhia Paranaense de Energia - COPEL. (1976 a 1999). Foi Assistente da Diretoria de Operação da COPEL (1997 a 1999). Gerente de Operação e Manutenção do Sistema de Transmissão de Energia Elétrica Brasil Argentina da Companhia de Interconexão Energética CIEN (2000 a 2001), Consultor em Engenharia Especializada da Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL (2001 a 2005), Diretor de Engenharia e Diretor de Operação da Dobrevê Energia S/A (2006 a 2011). Desde abril de 2011, é Diretor de Energia e Florestas da Ibema Companhia Brasileira de Papel. Nesta edição, Lourival falou com exclusividade para a revista GERAÇÃO SUSTENTÁVEL sobre as estratégias e ações de sustentabilidade da Ibema.


1. O tema sustentabilidade vem fazendo parte da pauta estratégica da maioria das empresas,
como é o posicionamento estratégico da IBEMA em relação a esse tema?
Lourival Souza - O negócio da empresa está diretamente relacionado à utilização dos recursos naturais para a produção de seu produto, por isso, a sustentabilidade ocupa um lugar de destaque no posicionamento estratégico da Ibema. Buscamos constantemente integrar a fábrica e a natureza que está ao seu redor com ações de preservação, reciclagem, educação ambiental, entre outras. Anualmente, a Ibema publica um balanço social e ambiental com as ações desenvolvidas no período e seus respectivos resultados. O material está, também, disponível no site www.ibema.com.br.
2. Quais foram os principais projetos de sustentabilidade (social e ambiental) que a empresa tem desenvolvido?
Lourival Souza – A empresa investe continuamente no desenvolvimento de melhorias de mudas, técnicas de plantio e manejo florestal, o que reflete diretamente na alta qualidade de nossos produtos. As florestas estão em constante monitoramento realizado por uma equipe altamente especializada, a fim de desenvolvê-las de forma homogênea e mantê-las longe do ataque de pragas. Para isso, a Ibema, em parceria com a Embrapa, realiza controle biológico de combate às pragas e doenças, esterilizando-as, o que evita a sua proliferação, bem como. desenvolvimento de novas espécieis florestais em áreas experimentais.
Também na área ambiental, a Ibema promove ações importantes, como o trabalho de conservação do bosque Josefat Potereiko – nome dado em homenagem a um antigo colaborador da Ibema – e campanhas de coleta de material reciclável.
A empresa também atua expressivamente na área social, mantendo um centro comunitário que ajuda a desenvolver a região onde a empresa está inserida. A Vila Ibema, localizada no entorno da fábrica, oferece uma boa condição de vida aos colaboradores, familiares e população local. São cerca de 500 pessoas que moram em 130 casas com uma infraestrutura completa à disposição: luz, água em regime de comodato, creches e escolas municipal e estadual, um posto de saúde e comércios, como mercados, farmácias e lojas de roupas. O centro comunitário da Ibema, inaugurado em 2005, atua em quatro frentes sociais: ação social e voluntariado, capacitação profissional, educação ambiental, cultura e lazer.
3. Como ocorre a sustentabilidade na cadeia produtiva da IBEMA?
Lourival Souza - A organização respeita o ciclo sustentável que inicia no manejo consciente da floresta, passa pela produção certificada, pelas gráficas, pelo consumidor que recicla e retorna à floresta. A Ibema é exemplo de como uma empresa pode ser competitiva sem agredir o meio ambiente. A indústria conta com uma área de florestas plantadas de mais de 3.900 hectares de Pinus, localizados entre os municípios de Guarapuava, Turvo e Pitanga, no Paraná. A floresta abastece uma parte da produção própria de pasta mecânica que é complementada por outra parte da matéria-prima adquirida no mercado.

4. Quais são os principais indicadores de sustentabilidade utilizados e acompanhados pela empresa?
Lourival Souza - A Ibema é certificada pela ISO 9000 e pela FSC (Forest Stewardship Council) e seus produtos utilizam 100% de fibras virgens oriundas de florestas renováveis.
5. A empresa divulgou recentemente que está fazendo parte do mercado livre de energia, como funciona esse mercado?
Lourival Souza - O mercado livre de energia funciona quando as empresas são autoprodutoras e produzem energia além do que consomem e, então, comercializam o excedente. A Ibema produz energia a partir de duas Pequenas Centrais Hidrelétricas: a PCH Cachoeira, com capacidade instalada de 2,92 MW no Rio Cachoeira, e da PCH Boa Vista II, com capacidade instalada de 8,0 MW no Rio Marrecas, ambos no Paraná.
Para entrar nesse mercado, a empresa adequou a sua rede de transmissão para a conexão ao Sistema de Distribuição da Copel, Companhia Paranaense de Energia Elétrica. De fevereiro até maio, o total de geração de energia nas duas PCHs foi de pouco mais de 23,7 mil MWh e o consumido pela fábrica e pela Vila Ibema durante o mesmo período foi de 17,8 mil MWh. Dessa maneira, sobraram 5,8 mil MWh, energia que a Ibema comercializou no mercado livre.
6. Quais são as vantagens em atuar nesse tipo de mercado?
Lourival Souza - A vantagem é capitalizar para investir em novos projetos também na área de energia renovável.
7. A empresa classifica-se como autoprodutora, como ocorreu o processo de concessão e autorização junto à ANEEL?
Lourival Souza – A Ibema desde o início de sua operação consumiu energia produzida em suas PCHs por meio de concessão da Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL em sistema isolado. Em 2008, a ANEEL autorizou a Ibema a comercializar o excedente de energia e, em 2013, após as adequações necessárias, a Ibema iniciou o processo de comercialização do excedente.
8. Considerando um atual cenário turbulento no setor de energia, que benefícios com a participação nesse tipo de mercado a IBEMA pode proporcionar para a sociedade?
Lourival Souza Apesar das turbulências do mercado de energia, os resultados têm sido positivos e, nos primeiros quatro meses, já amortizamos quase 40% dos investimentos realizados no projeto da subestação e adequações. A intenção é que até o final de 2013 todo o investimento feito para esse projeto seja amortizado.  
O benefício está em oferecer essa energia renovável excedente, que não estava disponivel ao mercado, bem como permitir a ampliação das PCHs e atingir o aproveitamento ótimo do potencial do rio.
9. Que mensagem final gostaria de deixar para os leitores da revista Geração Sustentável?
Lourival Souza A otimização dos recursos renováveis da natureza é uma obrigação dos gestores das empresas sustentáveis. 

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Veja outros conteúdos dessa edição:


Matérias:

- Capa: Sustentabilidade além da matéria-prima
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- Artigo: O sonho acabou? (Jerônimo Mendes)
- Artigo: Oportunidade e realização (Rafael Giuliano)
- Artigo: O mito do PIB (Daniel Thá)
- Artigo: Água: A crise e a inércia política global (Hugo Weber Jr)
  
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SUSTENTANDO EDIÇÃO 34

Emprego sustentável


Desenvolvimento sustentável, responsabilidade social e qualidade de vida fazem parte do conceito de emprego sustentável adotado pela Organização Não Governamental (ONG) SORRI-BRASIL, que trabalha na inclusão de pessoas com deficiência. Esse conceito relaciona-se aos princípios do desenvolvimento holístico das pessoas e das comunidades moradoras do entorno das empresas, utilizando o tripé da sustentabilidade, pressupondo o desenvolvimento holístico da pessoa e do seu entorno. Esse desenvolvimento deve alcançar o grau ótimo de empregabilidade do sujeito, na dimensão profissional e a sua realização e satisfação na dimensão pessoal. 

A entidade foi criada em 1985, com o objetivo de promover e incentivar a criação e o funcionamento de novas SORRIs e organizações similares e coordenar o Sistema SORRI, garantindo o cumprimento de sua missão "promover os direitos humanos com ênfase nos direitos das pessoas com deficiência". Hoje, o Sistema SORRI conta com oito unidades nos municípios de São Paulo (SORRI-BRASIL e SORRI-SÃO PAULO), Bauru, Campinas, São José dos Campos e Sorocaba, no Estado de São Paulo, Parauapebas, no Estado do Pará e no município de Salvador no Estado da Bahia. Mais informações no site sorri.com.br.

Prêmio Odebrecht com inscrições abertas


Estão abertas as inscrições para a edição de 2013 do Prêmio Odebrecht para o Desenvolvimento Sustentável, que propõe o desenvolvimento de projetos inéditos, viáveis e que visem à sustentabilidade econômica, à responsabilidade ambiental e a inclusão social. A competição é destinada a estudantes universitários de qualquer área, desde que um dos integrantes do grupo esteja matriculado em curso de engenharia, agronomia ou arquitetura. Ao todo, são nove temas que poderão ser abordados. Entre eles, estão: saneamento ambiental, serviços ambientais na linha de água e resíduos, reuso da água, recuperação de áreas degradadas; geração e uso de energia, energias renováveis, eficiência energética; mobilidade urbana, soluções e serviços para transportes e seus modais, incluindo rodovias, portos, logística; e edificações, conjuntos comerciais ou residenciais, instalações e complexos industriais e soluções mais sustentáveis de engenharia para infraestrutura destinada ao uso público ou privado. Os autores e orientadores dos cinco melhores trabalhos serão premiados com R$ 20 mil cada. Além disso, a universidade receberá o mesmo valor em prêmios ou em patrocínio de bolsa de estudos. As inscrições ficam abertas até 7 de outubro e devem ser realizadas pelo site premioodebrecht.com. O resultado será divulgado na segunda quinzena de dezembro.

Cardápio saudável

Refinar os hábitos alimentares diários e praticar atividades físicas pode ajudar a prevenir doenças e estimular a melhora do funcionamento do organismo, retardando o envelhecimento, aumentando a disposição e auxiliando na perda de peso. Alinhada a essa preocupação, a Mundo Verde, maior rede de lojas especializadas em produtos naturais, orgânicos e para o bem-estar da América Latina é referência em qualidade de vida e alimentação saudável. Com o objetivo de disseminar esse tipo de alimentação entre os homens, a rede sugeriu a preparação de um menu com receitas saborosas e saudáveis no Dia dos Pais, o qual pode ser preparado em qualquer data, de preferência pelos filhos. Entre os destaques do menu estão um creme de cenoura com gengibre, pão de farinha de banana verde, bolinho de soja com ricota, risoto de arroz integral com shitake e suflê de cacau. 

Para acompanhar a refeição, as opções são sucos de uva e de cranberry ou vinho tinto sem álcool e orgânico. Essas bebidas são fontes de polifenois, flavonoides, quercetina, resveratrol e antocianinas, poderosos antioxidantes que varrem os radicais livres e relaxam os vasos, auxiliando no controle da pressão arterial. Para saber mais sobre a rede, acesse mundoverde.com.br. São mais de 200 lojas no Brasil, distribuídas por 22 estados e Distrito Federal, além de duas unidades em Portugal.

Prêmio certifica empresas com base em Metodologia do Pentágono 


25 das 82 empresas que se inscreveram no Prêmio IBEF de Sustentabilidade 2013 tiveram seus cases certificados em evento realizado no último dia 30 de julho, no Jockey Club do Rio de Janeiro. Entre essas, duas em cada categoria foram as grandes vencedoras. O “Prêmio IBEF de Sustentabilidade” foi desenvolvido para orientar a atuação das empresas nos diversos aspectos que envolvem o tema, tais como:  responsabilidade ambiental, justiça social, viabilidade econômica, gestão, administração de conflitos, governança e estrutura da operação. 

A Banca Examinadora do projeto, formada por executivos e acadêmicos de reconhecida atuação em suas respectivas áreas, analisou os cases recebidos considerando os requisitos da Metodologia do Pentágono em Sustentabilidade, com base no livro “Avaliação de Investimentos Sustentáveis”, de autoria de Marcos Rechtman, (Diretor de Sustentabilidade do IBEF-Rio) e Carlos Eduardo Frickmann, Professor da UFRJ. A metodologia busca analisar simultaneamente elementos financeiros e não financeiros que podem ter efeitos significativos para o desenvolvimento sustentável de uma empresa. Para os autores do livro, a perpetuidade das empresas está relacionada a aspectos, como valorização, gestão, governança, administração de conflitos e estrutura de operação, por isso cinco vértices são considerados para aplicação da metodologia do pentágono, sendo o 1º passo: Análise de Investimento, o 2º passo: Avaliação da Gestão, o 3º passo: Governança Corporativa, o 4º passo: Conflitos Societários e o 5º passo: Estrutura da Operação.

Sustentabilidade na prática

Estimular os gestores a pensarem sobre novos caminhos e ideias no processo de alinhamento da estratégia e da gestão das empresas com a sustentabilidade e, assim, contribuir para a promoção de uma visão mais real, integral e sustentável do negócio foi o objetivo do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) ao lançar um estudo sobre como as empresas abordam, de fato, a sustentabilidade. Foram feitas entrevistas com conselheiros de sete empresas, nas quais foram discutidos aspectos, tais como o surgimento e o entendimento do tema sustentabilidade nos Conselhos e a relação entre sustentabilidade e a estratégia corporativa, assim como o impacto na cadeia de valor, nos diversos stakeholders, na gestão, na cultura interna e no estabelecimento de parcerias estratégicas. 

Mesmo com uma amostra reduzida, foram constatadas muitas diferenças nas estruturas criadas para lidar com o tema, no perfil dos seus membros – presença de conselheiros, executivos e especialistas externos, na denominação dos órgãos – de sustentabilidade ou não; e na coordenação dos órgãos de assessoramento. O caderno pode ser acessado pelo link

Fundado em 27 de novembro de 1995, o IBGC – sociedade civil de âmbito nacional, sem fins lucrativos – tem o propósito de ser referência em Governança Corporativa, contribuindo para o desenvolvimento sustentável das organizações e influenciando os agentes da nossa sociedade no sentido de maior transparência, justiça e responsabilidade.

Brinquedos Ecológicos 

Os brinquedos ecológicos estão cada vez mais ganhando força no cenário de entretenimento infantil. São feitos de materiais menos agressivos ou mesmo de reciclados. Essa linha de brinquedos transmitem valores como respeito ao próximo e ao meio ambiente ou ensinam a reciclar através de jogos.

Um brinquedo ecológico muito educativo é o quebra-cabeça que forma o corpo de um animal que são feitos a partir de reaproveitamento de resíduo de madeira certificada. Outro exemplo é personagem principal do "Almanaque Ecológico do Lucas" do cartunista Léo Valença ganhou agora uma versão em boneco produzido por feltro artesanalmente. Estes brinquedos são destaques da Loja Rio Eco Consciente. Saiba
mais: www.lojarioeco.com.br

Ranking Benchmarking


A Itaipu está mais uma vez entre as 30 melhores práticas socioambientais do País selecionadas pelo Ranking Benchmarking. A empresa foi indicada pelo programa Sustentabilidade de Comunidades Indígenas, uma iniciativa do Cultivando Água Boa, que envolve mais de dois mil parceiros na região da Bacia do Paraná 3. As ações do programa Sustentabilidade de Comunidades Indígenas incluem melhoria da infraestrutura, produção agropecuária, fortalecimento da diversidade cultural, estímulo à formação de parcerias e seguranças alimentar e nutricional. As decisões são tomadas por um comitê gestor formado por lideranças indígenas, representantes da Itaipu e de instituições parceiras, como a Funai, prefeituras, Ministério Público, governo do Paraná, Emater, Ibama e IAP. 

Os interessados em se tornarem uma empresa ou um gestor Benchmarking precisam submeter os modelos gerenciais em sustentabilidade a uma comissão técnica multidisciplinar, composta por especialistas de diversos países, que avaliam as práticas inscritas sem ter acesso ao nome da organização. Cases com as melhores pontuações são considerados Benchmarking e passam a integrar um banco digital de práticas de sustentabilidade de livre acesso do país. As iniciativas mais bem avaliadas também são publicadas no Livro BenchMais, uma série quadrienal com os resumos das práticas organizadas por edições e categorias gerenciais.

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Veja outros conteúdos dessa edição:



Matérias:

- Capa: Sustentabilidade além da matéria-prima
- Entrevista: Lourival dos Santos e Souza
- Visão Sustentável: Gesso reciclado vira fertilizante para agricultura
- Responsabilidade Social Corporativa: Educando na Sustentabilidade
- Desenvolvimento Local: Eficiência Energética no WTC

Artigos:
- Artigo: O sonho acabou? (Jerônimo Mendes)
- Artigo: Oportunidade e realização (Rafael Giuliano)
- Artigo: O mito do PIB (Daniel Thá)
- Artigo: Água: A crise e a inércia política global (Hugo Weber Jr)
  
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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Projeto Animalis da Faber-Castell destaca a importância de preservação da fauna

O Cerrado brasileiro é um dos Biomas mais importantes do mundo, com uma diversidade biológica  que compreende centenas de espécies de animais. A variedade de habitats atrai uma fauna rica, como pássaros, mamíferos, répteis e anfíbios, com destaque para o Tamanduá Bandeira e Lobo Guará. No entanto, a ocupação humana desenfreada já provoca efeitos desastrosos: de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, pelo menos 137 espécies de animais do Cerrado estão ameaçadas de extinção.
Tamanduá-Bandeira - Foto Marcelo Zarapeq

Neste Dia Mundial dos Animais, lembrado em 4 de outubro, a Faber-Castell destaca seus projetos que alinham produção, desenvolvimento sustentáveis e preservação de florestas nativas e animais silvestres. Desde 1992, a empresa mantém o projeto Animalis em seus parques florestas localizados na região de Prata (MG).

Arara Canindé - Foto Sonia Belantani


Nestes mais de 20 anos, a Faber-Castell monitora e identifica esses animais que vivem nestes parques florestais. Neste período, foram observadas e identificadas 232 espécies de aves, 149 de formigas e 55 espécies diferentes de mamíferos – treze das quais estão na lista de animais sob risco de extinção, como o lobo guará, o tamanduá bandeira e a onça parda.  “A Faber-Castell acredita que preservar a fauna, por meio da conscientização e das atitudes de toda a comunidade, é uma maneira eficaz de manter vivo o ecossistema local”, acredita Elaine Mandado, gerente de comunicação da empresa.
Foto Sonia Belentani

Recentemente, a empresa realizou o Seminário Ambiental “Fauna do Cerrado: Impactos e Perspectivas”, em Prata. O evento, destinado a professores, estudantes, técnicos, produtores rurais e profissionais de áreas relacionadas ao tema, contou com palestras e apresentações de projetos sobre o conhecimento atual da fauna do Cerrado, além de relatar os problemas e ressaltar a importância dos animais silvestres para o Bioma. 



ARTIGO - FINANCIANDO A APARÊNCIA DA FELICIDADE

Marcus Eduardo de Oliveira

Muito interessante e oportuno o discurso proferido por Jose Alberto “Pepe” Mujica, presidente do Uruguai, na 68° Assembléia Geral da ONU (em 24/09/13): “A humanidade sacrificou os deuses imateriais e ocupou o templo com o deus mercado, que organiza a economia, a vida e financia a aparência da felicidade. Parece que nascemos só para consumir e consumir. E quando não podemos, carregamos a frustração, a pobreza, a autoexclusão”.

Pepe Mujica ainda mencionou ter “angústia pelo futuro” e contextualizou que a nossa “primeira tarefa é salvar a vida humana”. Além disso, o governante uruguaio ressaltou a necessidade em defender as riquezas naturais: “Carrego a dívida social e a necessidade de defender a Amazônia, nossos rios (...)

O discurso de Mujica, além de ser pontualmente interessante, é também oportuno para se discutir a busca pela felicidade que, pretensamente, estaria repousada no ato de consumir, característica típica da sociedade de consumo capitalista.

Em outras palavras, o presidente do Uruguai reafirmou a crítica disparada especialmente pela economia ecológica (ciência e gestão da sustentabilidade, na definição empregada por Martinez-Alier) apontando dedo em riste para a sociedade de mercado que se empanturra de futilidades, e se regozija na superficialidade estabelecida no consumo de massa, como se os elevados níveis de consumo fossem, per si, os determinantes máximos para se alcançar a felicidade.

Por trás desse deus mercado que, como bem disse Mujica, “financia a aparência da felicidade” há que se observar a existência de milhões de seres humanos vagando por aí, completamente alijados do consumo básico e indispensável para a manutenção da vida.

Esses, os excluídos da economia mundial, para usarmos a expressão empregada por Amartya Sen (Nobel em economia), se atormentam diariamente com a fome, com a miséria, com a ausência de condições básicas de higiene, sem acesso à água potável, a saneamento básico, sem moradia, sem esperanças num amanhã mais calmo e próspero.

Ao todo, são quase 1 bilhão de estômagos vazios e bocas esfaimadas que conformam os excluídos da economia mundial apenas em relação aos que passam fome, “perambulando” pelas grandes cidades do mundo. Esses são os desesperançados que se contrapõem aos 20% da humanidade (1,4 bilhão de pessoas) que se chafurdam na prática do consumo fácil, abocanhando 80% de toda a produção mundial.

Contudo, cabe indagar: será que esses “privilegiados” do consumo, por deterem essa “facilidade” são mais felizes (possuem mais bem-estar) que os 5,6 bilhões de pessoas (80% da população mundial) que estão “do lado oposto do balcão de consumo”?

Felicidade estaria nessa facilidade em consumir? Dirigido por Helio Mattar, o Instituto Akatu, a maior referência brasileira quando o assunto é “consumo consciente”, em recente pesquisa intitulada Rumo à Sociedade do Bem-Estar mostrou que o brasileiro relaciona o bem-estar muito mais ao convívio social do que ao consumo.

Ser feliz é: estar com a família; ter amigos e relacionar-se bem com eles; e ter saúde. Segundo a pesquisa, para 6 em cada 10 brasileiros, conviver bem com a família e os amigos é parte considerável da concepção de felicidade. A tranquilidade financeira é entendida como atendimento às necessidades básicas para uma vida decente: boa alimentação, educação, saúde, lazer. Acima disso, o dinheiro e as posses materiais, para o brasileiro, não trazem felicidade – apenas 3 em cada 10 brasileiros “escolheram” a posse de tranquilidade financeira como elemento responsável pela felicidade.

A utilidade
Um ponto importante em torno dessa discussão está no fato da economia ser construída em cima da estrutura da utilidade. Utilidade (utilitarismo econômico) para os economistas só faz sentido se for pensada em forma de benefício, de bem-estar.

A base da Teoria do Consumidor passa pelo conceito de utilitarismo. Esse pode ser definido como o bem que se identifica com o útil. Os utilitaristas mais proeminentes - Jeremy Bentham (1748 – 1832) e John Stuart Mill (1806 – 1873) - foram claros a esse respeito: "a felicidade está na aquisição daquilo que nos é útil". O útil, grosso modo, leva à satisfação, leva ao prazer, leva ao bem-estar.

Em essência, esse é o objetivo da economia: proporcionar oportunidades e escolhas disponíveis a todos no dia a dia, auxiliando o maior número de pessoas na busca de algo fundamental: de algo útil, de bem-estar.

Bem-estar, então, se relaciona à busca pela própria felicidade. Pelo menos é isso o que diz a ciência econômica quando recomenda a seus “fiéis consumidores” que maximizem a utilidade esperada, ou seja, que no ato de tomada de decisões (não somente no ato de consumir) cada indivíduo alcance o maior nível possível de utilidade.

Conquanto, nem sempre essa utilidade está relacionada apenas (e tão somente) ao ato de consumir, como insistentemente parece recomendar a lógica mercadológica. Posso perfeitamente obter utilidade (ser feliz, ter bem-estar) ao encontrar alguém, ao falar com alguém, ao pensar em algo prazeroso, ao ler um poema agradável, ao respirar ar puro, ao contemplar uma obra de arte ou um monumento público.

Estou assim consumindo algo? Sem dúvida; no entanto, não estou tendo nenhum dispêndio para esse consumo. Para desespero do capitalismo do moderno e de seus asseclas, nem sempre um “consumo” vem seguido de gastos. O resultado obtido aqui é de ordem social, e não econômica.

Resultados sociais
Ora, se a economia é uma ciência social, nada mais justo que seus resultados apresentem significados sociais - e não apenas econômicos, como reiteradamente expressa a ordem econômico-consumista-mercadológica.

No entanto, esse lado social imerso nessa lógica econômica tem ficado à margem das decisões que priorizam, apenas e, tão somente, o lado econômico. O lado social, lamentavelmente, sempre foi - e continua a ser - relegado a quinto plano.

Pelo lado econômico, o que tem validade são os ganhos financeiros, não os prazeres-utilitários, ou seja, as felicidades que não passam pela disponibilidade financeira.

O que interessa para o lado econômico é o predomínio econômico-financeiro, não a abrangência social. Essa é a razão da existência de algumas discrepâncias que beiram, em nosso entendimento, a patologia.

O que precisa ficar claro é que definitivamente o mundo não é uma mercadoria e, "nem tudo está à venda" (everything for sale) para outra situação que “causa” profundo desespero nas bases do sistema capitalista/consumista. Logo, a felicidade, nesse sentido, não pode (e nem deve) repousar suavemente sobre o "nobre" ato do consumo exagerado que exige, por consequência, elevados dispêndios. Há algo muito mais interessante que leva à felicidade, ainda que a publicidade, diuturnamente, nos bombardeie recomendando o consumo a qualquer custo.

E a economia tem tudo a ver com isso. Basta atentarmos para o seguinte: aonde a economia estará no futuro depende daquilo que milhões de nós faremos nesse meio tempo até lá. Cabe a nós decidirmos o futuro. O futuro nos pertence e a felicidade, certamente, há de nos esperar na próxima esquina abraçada à maximização da utilidade esperada, ainda que o deus mercado esteja “financiando a aparência da felicidade”, como bem ponderou o presidente Mujica.


Marcus Eduardo de Oliveira é economista e professor de economia da FAC-FITO e do UNIFIEO, em São Paulo.  prof.marcuseduardo@bol.com.br

2ª MOSTRA ECOFALANTE DE CINEMA AMBIENTAL VOLTA À CAPITAL PAULISTA DE 04 A 30 DE OUTUBRO


Filmes serão exibidos em unidades do SESC, CEUS, escolas e outros locais

De 04 a 30 de outubro, a cidade de São Paulo recebe novamente a 2ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental. Sucesso de público, a Mostra retorna agora em 06 unidades do SESC, além de escolas e outras instituições, que receberão 13 filmesde diversos países, classificados em sete eixos: água, cidades, contaminação, economia, globalização, mobilização, epovos e lugares.

Criada em 2012 com o objetivo de chamar a atenção para questões de meio ambiente, sustentabilidade, cidadania, governança, participação e políticas públicas, a Mostra oferece oportunidade de assistir filmes que reúnem qualidade cinematográfica eanálise de questões ambientais, facilitando o acesso a discussões que muitas vezes fazem parte do cotidiano das pessoas sem que elas tenham oportunidade de refletir sobre isso.

Onde estão os rios nas metrópoles? Quais são as boas iniciativas e caminhos inovadores nas grandes cidades para nos reconectarmos com a natureza? O que fazer com a exposição permanente a produtos químicos a que estamos submetidos? O que a globalização e a facilidade de acesso à informação ocasionam às tradições ancestrais? Por que políticas públicas voltadas a alimentos e energia podem ser tão perigosas ambientalmente e o que podemos fazer a respeito? Como as grandes corporações se apropriam dos recursos naturais? Estas são algumas das questões suscitadas pela Mostra.

Dentre os destaques estão os filmes A Crise Global da Água(que traz ativista Erin Brockovich e especialistas esclarecendo o papel deste recurso natural em nossas vidas e os problemas do sistema atual de abastecimento); A Cidade é uma Só?(reflexão sobre os 50 anos de Brasília, tendo como foco a discussão sobre o processo permanente de exclusão territorial e social de uma parcela da população);Rios Perdidos (a redescoberta dos rios tamponados por grandes avenidas e a busca da reconexão com esses cursos d’água que viraram sinônimo de esgoto nas cidades);A Fé nos Orgânicos (soluções inspiradoras para a saúde e para os problemas ambientais); Petróleo: o grande vício (bastidores do vazamento de petróleo causado pela DeepwaterHorizon em 2010, considerado o pior da história).

Dois filmes infantis completam a programação: A Baleia (uma orca que tenta fazer amizade com pessoas depois de perder sua família) e Animais unidos jamais serão vencidos (animais se unem contra uma barragem e um resort que bloqueiam o abastecimento de água da planície africana).

“A Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental permitirá tomar conhecimento do debate internacional  atual sobre o meio ambiente. Discutirá os impasses gerados pela apropriação descontrolada dos recursos naturais em nosso planeta e pela expansão da civilização contemporânea urbano industrial. Permitirá antever ainda caminhos possíveis que poderão ser trilhados para a construção de um futuro promissor para o homem no planeta terra", afirma Chico Guariba, diretor da mostra.

A programação, gratuita, é aberta ao público em geral nas unidades do SESC-SP e voltada para estudantes nas escolas e demais unidades.


2a Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental - Itinerância é uma realização da ONG Ecofalante com co-realização do SESC-SP e conta com apresentação da Mondelēz e patrocínio do Instituto Votorantim e White Martins. O projeto é realizado com apoio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Programa de Ação Cultural 2012. Além da capital, a Mostra chega a 17 cidades no Estado, dentre as quais Santos, Piracicaba e Bauru.

A programação está disponível no site da Mostra - http://www.ecofalante.org.br/mostra/programacao/

Para acompanhar de perto os bastidores e outras informações, fique de olho no:
https://www.facebook.com/mostraecofalante
https://twitter.com/MostraEco

SEBO CAFÉ NA CAMA LANÇA CAMPANHA “BIKE BOOK”



A campanha “Bike Book” dá desconto de 10% na compra de livros para quem for ao Sebo Café na Cama de bicicleta. A ideia não tem data para terminar, ou seja, é uma promoção permanente.

Localizado próximo ao metrô Vila Mariana, o local traz a seus clientes uma proposta diferente da maioria dos sebos. Isso porque, sem espaço para bagunça e poeira, o Sebo Café na Cama proporciona um local organizado e limpo, contando também com música ambiente e boa decoração, resultando num clima intimista.

Com mais de oito mil exemplares, entre novos e usados, dentre os títulos, encontram-se desde livros didáticos atuais a raros exemplares de romances e ficção, ideais para colecionadores. Também é possível encontrar um acervo de DVDs musicais e de filmes.

SEBO CAFÉ NA CAMA
Rua Madre Cabrini, 200 - Próximo ao metrô Vila Mariana.
São Paulo-SP – 040020-000
(11) 3473-6986
www.sebocafenacama.com.br