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sábado, 3 de setembro de 2011

CONFERÊNCIA MOSTRA COMO UTILIZAR O DESIGN PARA SOLUCIONAR PROBLEMAS DE GESTÃO

Durante o Global Fórum, pesquisadores e especialistas do Brasil e do mundo discutiram como utilizar o design thinking para a construção de um mundo mais sustentável

O design é capaz de fornecer respostas criativas e soluções inovadoras para os problemas das organizações. A afirmação é de Fred Collopy, diretor associado da Escola de Gerenciamento Weatherhead na Universidade de Case Western Reserve, que participou do Global Forum América Latina nesta terça-feira (30). Colloppy falou aos participantes da conferência diretamente dos Estados Unidos, através de videoconferência.

“Sustentabilidade, design e gestão são conceitos que precisamos dominar à medida que os desafios do mundo se tornam mais evidentes”, afirmou Collopy, destacando que é preciso pensar de forma mais holística e sistêmica. “O design viabiliza isso. Ele não é apenas a forma, mas sim uma série de atitudes e métodos que podem ser aproveitados pelos gestores”.

Durante toda a terça-feira, pesquisadores e especialistas participantes do evento discutiram como utilizar o design thinking - processo de construção coletiva capaz para a solução de problemas – para a construção de um mundo mais sustentável.

Kleber Puchaski, diretor da Feel The Future, consultoria de inovação e design, compartilha da opinião de Collopy e acredita que o design é considerado um dos principais diferenciais competitivos para a inovação. “É necessário olhar o design como um processo. Hoje, o design de ser diferencial e passou a ser pré-requisito para empresas que querem inovar”, disse.

Segundo Puchaski, o design transcende a definição de forma e função e atua como um elemento holístico para a inovação. “É uma maneira diferente de pensar, que envolve principalmente a colaboração entre diferentes áreas e a experimentação. O importante é a forma de pen­­­sar. É utilizar a criatividade com foco nas necessidades do consumidor”.

Collopy afirmou que o design não é uma atividade privilegiada dos artistas, mas que todos deveriam ver o mundo sob a ótica do designer, ou seja, sob um ponto de vista diferente. “Os designers agregam estruturas, métodos e atitudes que habilitam aumentar as possibilidades de se encontrar soluções inovadoras para os problemas das organizações”, ressaltando que todos somos designers. “O desafio é sermos tão bons como designers como somos nas outras funções”, disse.

Fonte: FIEP

A crise e a aposta de Ignacy Sachs para a Rio+20

A crise e a aposta de Ignacy Sachs para a Rio+20

Há cinco anos, o mundo quase não encontra tempo para respirar. Manchetes em cascata regurgitam evidências de um magma em erupção. Desde a eclosão da crise imobiliária nos EUA, a partir de 2007, os fatos se precipitam a uma velocidade que não deixa dúvida: a história apertou o passo. Na ventania desordenada surgem os contornos de uma crise sistêmica . Restrita aos seus próprios termos, a engrenagem das finanças desreguladas não dispõe de uma alternativa para o próprio colapso. Uma crise se desdobra em outra. Iniciativas convencionais e cúpulas decisivas adquirem a validade de um pote de iogurte.

A desigualdade construída em 30 anos de supremacia dos mercados sobre o escrutínio da sociedade cobra sua fatura. Populações asfixiadas acodem às ruas. Governos se escudam em mais arrocho. Conquistar a confiança dos capitais semeia a desconfiança na política e o descrédito na democracia.

Nessa rota de colisão, a urgência ambiental tem um encontro marcado no Brasil em 2012: o país sediará a Cúpula da Terra, o mais importante fórum da ONU sobre as agendas, compromissos e diretrizes para reconciliar o desenvolvimento e o meio ambiente.

O que a sustentabilidade do século XXI pode esperar de Estados inabilitados para sustentar a própria contabilidade? Ou de governantes incapazes de se equilibrar sobre os próprios compromissos com os eleitores?

O professor Ignacy Sachs, economista e sociólogo, nascido na Polônia, naturalizado francês, brasileiro de coração não se impressiona com a metralhadora giratória dos impasses. ‘Digo que vivemos hoje uma dinâmica distinta daquela da Eco-Rio 92. E por incrível que pareça, talvez mais favorável ’, sentencia num claro desafio ao senso comum do desespero.

Governo, movimentos, partidos e entidades civis dispõem de pouco tempo, até outubro, para entregar a contribuição brasileira à conferência da ONU.

É aconselhável ouvir o que Sachs tem a dizer. Não é a voz de um personalismo. Mas o testemunho de um trunfo histórico: Sachs encarna o elo entre forças e agendas ainda desencontradas, mas de cuja afinidade depende em grande parte o êxito ou o fracasso da intervenção brasileira na Rio-2012 e, por que não, da própria cúpula.

O diálogo nem sempre fácil entre desenvolvimentistas, ambientalistas e a esquerda encontra na história desse workaholic de 84 anos, que vive entre o Brasil e a França, um idioma de pontos de convergência. Ele mistura desassombro e pragmatismo ancorados na experiência que adensa valores, em vez de descartá-los.

Sachs aportou no Brasil pela primeira vez em janeiro de 1941. Era o último navio de rota que saía de Portugal antes da interdição bélica dos oceanos ocupados por submarinos, minas e mísseis. Menino ainda, fugitivo de uma Polônia invadida pelo alemães, viu com encantamento o amanhecer na baia da Guanabara. “Contei os edifícios do navio, eram 42; em Varsóvia tínhamos apenas um. O Rio era o oposto daquele país atrasado que nos diziam, onde os macacos andavam pela rua. Era muito mais avançado que Varsóvia’.

O desassombro diante da vida moldou a sua inserção na história e as suas intervenções no mundo.

Neto de um avô banqueiro, alfabetizado numa Polônia nacionalista que se orgulhava de sua imbatível cavalaria, tão inexpugnável quanto a linha Marginaux, viu a família evadir-se de Varsóvia em 5 de setembro de 1939 levando apenas a bagagem de mão. “Deixamos para trás até o cachorro, Trol’. Seria um retiro de alguns semanas no campo, dizia o avô confiante –até que a valorosa cavalaria polonesa vencesse os tanques alemães. “O intervalo foi maior. Meu avô era um homem das finanças, portanto, bem informado, mas a história quando se move o faz com uma velocidade espantosa. Para o bem e para o mal. Sua capacidade de surpreender é impressionante ”, pondera Sachs.

Para atualizar os mais jovens, os muito céticos e, ao mesmo tempo, os cegos de otimismo ele explica: “Dias antes, talvez uma semana antes de Hitler invadir a Polônia, Molotov e Ribbentrop , respectivamente chanceleres russo e alemão, haviam assinado o pacto de não agressão. Deu-se o oposto: Hitler a invadiria a Polônia e dezesseis dias depois a Rússia ocuparia o país. Saímos de casa para um breve retorno, com base nos fatos e informações de 1º de setembro. A guerra mundial estendeu-se por anos; matou 40 milhões de pessoas’.

Ignacy Sachs voltaria a Polônia em 1954 para comprovar que a história de fato não se submete a roteiros lineares. Em 1960, o neto de banqueiros trabalhava no planejamento socialista do país liderado pelo economista Michael Kalecki, hoje reconhecido como um precursor de Keynes. De novo, a história fez das suas. Kalecki escrevia em polonês, não em inglês. Quem ficou famoso com as mesmas idéias foi Keynes.

Sachs trabalhou com Kalecki de 1960 a 1968. Dois anos depois ele estava em Osaka, no Japão, ao lado do economista Shigeto Tsuru, estudioso japones do marxismo. Testemunhou e discutiu ali um dos mais emblemáticos acidentes ecológicos do século XX: o desastre de Minamata. A contaminação por mercúrio industrial na baía com aquele nome matou 900 pessoas. Afetaria mais de dois milhões de japoneses que se alimentaram de peixes do lugar.

Desde então Sachs participaria ativamente dos eventos divisores da agenda ambiental, como a reunião de Estocolmo, em 1972 e, naturalmente, da Rio-92.

O que o torna uma ponte importante para certos impasses da agenda ambiental, é que – ao contrário de muitos – ele não renunciou a uma formação ecumênica.

Desenvolvimentista, como Celso Furtado, aliou à agenda do crescimento os valores da justiça social. Adepto do planejamento, renovou essa ferramenta despindo-a do autoritarismo tecnocrático para vesti-la com o diálogo entre as vozes da cidadania, mediadas pela harmonização do poder público. Ao conjunto adicionou o que denomina ‘imperativo do equilíbrio ambiental’.

De certa forma sua biografia realiza a fusão de que se ressentem tanto os desenvolvimentistas, a esquerda e os ambientalistas na busca de uma convergência capaz de renovar a plataforma da luta política em nosso tempo.

É dessa arquitetura histórica que ele critica o ressurgimento malthusiano que contamina certo ambientalismo, adepto do decrescimento para dizer: ‘se acham que a humanidade passou do ponto, tirem as consequências disso: como será feita a eliminação do excesso?’.

A seguir, os principais trechos da conversa de Carta Maior com Ignacy Sachs:

Carta Maior – Em 1992, a Cúpula da Terra, no Rio, foi atropelada pela emergência do ciclo neoliberal. A Cúpula de 2012 acontece em meio a maior crise do capitalismo desde 1929. De novo vamos na contramão?

Ignacy Sachs – De fato, a Rio-92 foi uma grande conferência com uma agenda bastante razoável, mas que coincidiu com o fim da União Soviética e a emergência da onda neoliberal que varreu o mundo. O resultado é que de lá para cá nós não avançamos, nós recuamos.

CM – Que marcos o senhor destacaria nesse retrocesso?

IS – Bom, tivemos Bush! A guerra do Iraque… e tudo o que se originou dessa correlação de forças em termos de consequências ambientais. A Rio-92 aconteceu na contramão da história.

CM – Agora, a cúpula de 2012 será atropelada pela crise?

IS – Embora o tempo para prepará-la seja muito, muito pequeno e isso condicione o que podemos pensar em termos de agenda brasileira, talvez ela ocorra num porvir histórico mais favorável.

CM – Mas a crise atual acua governos e muitos se aferram à radicalização dos mesmos princípios que a originaram…

IS – A crise é a evidência contundente de que a receita neoliberal fracassou. E isso com certeza amplia o campo para se propor uma outra visão do futuro.

CM – Qual visão?

IS – Comecemos pelo que se pode querer da conferência. Em primeiro lugar, a Rio-2012 deve ser um ponto de ordenação de agendas. Os países membros das Nações Unidas devem sair dela comprometidos a trazer, num prazo de dois anos, seus planos de desenvolvimento sustentável e socialmente inclusivos. Ao mesmo tempo, é imprescindível reconstruir ferramentas institucionais. É preciso reposicionar a velha casa das Nações Unidas para as gigantescas tarefas que temos diante de nós.

CM – O que isso significa em termos práticos?

IS – Significa que sem dinheiro não iremos a lugar algum, muito menos a um mundo sustentável. É necessário resgatar a agenda de construção de um fundo para o desenvolvimento inclusivo e sustentável dos países mais pobres. Não cumprimos essa etapa no passado, ela sempre volta; terá que ser enfrentada agora. Nos anos 60/70 tínhamos a meta do famoso ‘1%’ dos países ricos para financiar a emancipação das nações pobres. Acho imprescindível retomá-la.

CM – Mas nem para a fome no Chifre da África há recursos …

IS – Nunca chegamos perto desse 1%. No melhor dos momentos apenas alguns países escandinavos se aproximaram de 0,8%, algo assim.

CM – Em pleno florescer do arrocho fiscal é viável resgatar essa agenda?

IS – Arrocho fiscal diante de uma crise como essa é um despropósito. Um náufrago agarra qualquer coisa que tenha pela frente, o que não significa que irá se salvar. O que estamos vendo é o oposto do que recomenda o bom senso e o keynesianismo. Não terá êxito. Vejo cinco portas de abertura para a criação de um financiamento adequado às metas de Rio-2012. A primeira, retomar a agenda do famoso 1% dos ricos; a segunda, criar uma taxa sobre emissão de carbono; a terceira, e creio que o momento é muito favorável, retomar a campanha pela taxa Tobin sobre transações financeiras; a quarta, e essa é uma sugestão minha: instituir pedágios sobre oceanos e ares, um percentual mínimo sobre passagens aéreas e marítimas; a quinta, multiplicar acordos plurianuais de comércio internacional, sobretudo de commodities, para estabilizar fluxos e preços e reduzir as flutuações especulativas que causam inflação e fome. Aqui abre-se espaço para resgatar uma proposta de autoria do Kalecki, feita na primeira Unctad, em 1964.

CM – Qual?

IS – A idéia é que nesses acordos comerciais de longo prazo, os preços das commodities tenham cláusula de reajuste bianual. As correções baseadas em médias de bolsas sofreriam um abate de 50% para cima e para baixo: se aumentar 10%, só aumenta 5%; se cai 10% só cai 5%. Com isso se atinge o objetivo de atenuar as flutuações.

CM – Isso tudo pode ser a proposta brasileira na Rio-2012?

IS – Poderia. Mas não acho que teremos um consenso no curto tempo disponível. Não é o fundamental. Insisto que a cúpula do Rio tenha uma natureza deflagradora e organizadora. Que seja capaz de fomentar planos a serem debatidos numa segunda rodada. Os americanos quando fizeram a Aliança para o Progresso, cujo objetivo era combater a Revolução Cubana, acabaram fomentando planos de desenvolvimento local. É um pouco esse efeito que devemos buscar agora para recolocar a agenda ambiental numa mesa ocupada exclusivamente pelas urgências da crise econômica.

CM – O grande ponto de divergência hoje, que divide inclusive esquerda e ambientalistas – e estes e os desenvolvimentistas – é quem vai arcar com o sacrifício do desenvolvimento sustentável. Ou seja, quem vai cortar emissões e quanto?

IS – A resposta é o conceito de pegada ecológica (per capita). Alguns povos, sobretudo países pobres e em desenvolvimento, ainda tem espaço potencial para expandir a pegada; outros, os ricos, terão que reduzi-la. A criação de emprego digno e decente deve pautar tanto a expansão quanto a geração de vagas alternativas no esforço para reduzir a pegada ecológica. Esses elementos devem pautar a formulação dos planos de desenvolvimento sustentáveis e inclusivos em esfera nacional. Posteriormente, eles seriam harmonizados em dimensão global.

CM – Além de afrontar a lógica neoliberal, recolocando o planejamento, a sustentabilidade e a justiça social na mesa da crise, que outra marca política forte terá a Rio-2012?

IS – Será a 1º conferência do Antropoceno assumido.

CM – Como assim?

IS – Ao contrário do passado, quando ainda se discutia a influência ou não do homem no metabolismo planetário, agora não há mais dúvidas. Grupos científicos consolidarão até 2012 a evidencia irrefutável – para quem ainda duvida – de que vivemos no Antropoceno. Ou seja, a influência humana pesa de maneira decisiva no comportamento do ambiente terrestre. É o reconhecimento tardio, com dois séculos de atraso, de algo que ocorre desde a Revolução industrial. Mas é um divisor político com desdobramentos importantes.

CM – Por exemplo?

IS – Uma conferência com esse escopo deve ir necessariamente à raiz dos desafios e das responsabilidades. Temos que assumir essa responsabilidade com humildade. Nossa influência é preponderante, mas não somos deuses. Não temos o poder de governar a natureza.

CM – A aceitação do marco antropocênico não pode, ao mesmo tempo, fortalecer catastrofistas, neomalthusianos e similares; enfim, aqueles que recusam o desenvolvimento?

IS – Nós não estamos vivendo uma catástrofe irreversível. Podemos planejar o desenvolvimento sustentável e inclusivo. O catastrofismo e o malthusianismo não se justificam.

CM – A agenda da descarbonização, por exemplo, frequentemente soa como um pedido de renúncia ao crescimento.

IS – Minha posição é muito firme. As teses do decrescimento não procedem. Podemos e devemos crescer. O que é preciso é mudar os rumos do desenvolvimento para que ele seja inclusivo socialmente; e, número dois, tenha baixo impacto ambiental. Para isso é necessário planejamento, com ampla participação da sociedade.

CM – Falar em decrescer significa, por exemplo, deixar fora da discussão ambiental a China, que hoje é a fábrica do mundo…

IS – Descarbonizar a dieta de um camponês chinês e deixar livre o dono de um iate, que se desloca de jatinho de Nova Iorque para velejar na Flórida, é um absurdo. Ademais, não se trata de descarbonizar genericamente. Mas, sim, de renovar a agenda do desenvolvimentismo com base em inclusão e baixo impacto ecológico. A descarbonização será a decorrência desse processo. Não uma restrição antecedente que esmaga quem ainda vive na pobreza.

CM – A ressurgência neomalthusiana forma uma corrente cada vez mais forte; que riscos acarreta ao ambientalismo?

IS – Minha resposta a quem diz que não dá mais, ou seja, que o planeta ficará inviável com 9 bilhões de habitantes é a seguinte: extraia as consequências desse postulado.

CM – Quais são elas?

IS – Estão na obra de Jonathan Swift (*Em 1729, o escritor Jonathan Swift, autor das ‘Viagens de Gulliver, apresentou o que chamou de “modesta proposta” para resolver o problema da infância abandonada no seu país. Famílias pobres venderiam seus filhos para serem degustados como fina iguaria pelas famílias ricas. Segundo ele, sua “modesta proposta” daria renda aos pobres e uma nova delícia gastronômica à nobreza, criaria empregos na rede hoteleira e tiraria da rua a infância abandonada).

CM – Esse é o cardápio oculto do neomalthusianismo?

IS – Sim, e se o diagnostico é esse, vamos dar-lhe as devidas consequências: será por sorteio, por meio de uma guerra nuclear ou através da modesta proposta de Swift? Qual será o método de eliminação do excesso? Infelizmente, há muita gente que pensa de forma malthusiana. Tive uma discussão desse tipo com o oceanógrafo Jacques-Yves Cousteau; Lovelock também pensa assim.

CM – A tese da descarbonização embute esse risco?

IS – Temos que encarar esse debate seriamente. Mesmo porque a população vai a 9 bilhões, isso está escrito no mapa de percurso da humanidade. Está dado. A pergunta é: podemos ter uma vida razoável com 9 bilhões? Eu acredito que sim, dentro dos parâmetros com os quais qualificamos a nova agenda do desenvolvimento. Agora, podemos ter a mesma qualidade ambiental e social com 90 bilhões de pessoas? Não. Mas a verdade é que uma multiplicação descontrolada como essa apenas evidenciaria a síndrome de um desequilíbrio. A miséria é uma de suas características. A estabilidade demográfica, em contrapartida, ocorre progressivamente desde que outras variáveis estejam presentes, entre elas eliminação da pobreza.

CM – A Europa que já foi importante aliada da agenda ambiental vive um trágico crepúsculo da social-democracia, colonizada pelo neoliberalismo. Isso vai atrapalhar a Rio-2012?

IS – Não vejo a Europa à beira de uma guerra como no final dos anos 30, mas vejo-a, entristecido, perder sua aderência política à idéia de solidariedade. O que ocorre dentro da próprio UE, com os ricos se afastando os mais pobres. Assistimos à emergência de um perigoso egoísmo social. Até prova em contrário, acredito que a solidariedade é um sentimento intrínseco ao fato humano. Ou então teríamos que abraçar a teoria de Hobbes: o homem é o lobo do homem. O capitalismo puro e duro sim, é isso. Daí a necessidade de organizar os contrapesos.

CM – A social-democracia européia renunciou ao social e ao ambiental?

IS – A social-democracia perdeu o rumo há muito tempo. Eles não entenderam o neoliberalismo, quiseram surfar na onda, agora estão encrencados e muitos divididos. As respostas que deram à crise não foram pela esquerda.

CM – Diante da tarefa imensa que é planejar o Antropoceno esse acanhamento europeu não o deixa pessimista?

IS – É muito difícil prever o desfecho político de uma crise dessas proporções. É verdade que ela nos pega despreparados. Não tivemos êxito em reconstruir uma verdadeira organização cooperativa mundial, por exemplo. Pior, regredimos em inúmeras frentes. Estamos muito longe, também, do paradigma fiscal introduzido por Roosevelt nos EUA. Enfim, vivemos uma crise sem um New Deal. No entanto, as coisas mudam muito rapidamente. Veja a crise de 29. Em 36, tivemos a vitória da Frente Popular, na França; em 38, tivemos o acordo de Munique entre França Alemanha e Inglaterra. Em 39 a invasão da Polônia… Ao mesmo tempo, quem teria acreditado em 1987 que dois anos depois a União Soviética desmoronaria? A história quando se movimenta o faz com rapidez e de forma muito distinta dos modelos preconcebidos. Há um espaço para a Eco-2012 e ele pode se ampliar rapidamente. É necessário estar preparado.

Por Saul Leblon, da Carta Maior
Fonte: Instituo Ethos

Congresso Internacional Sustentável - Rio de Janeiro

Entre os dias 27 e 29 de setembro de 2011, será realizado, no Rio de Janeiro, o 4º Congresso Internacional Sustentável (Sustentável 2011). O evento, organizado pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), com apoio do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), WWF-Brasil, WRI e WWI, terá como tema “Visão 2050: Agenda para uma Nova Sociedade”.

Líderes empresariais, governamentais e da sociedade civil terão a oportunidade de discutir os novos rumos em direção à economia verde, com base nas diretrizes do relatório Vision 2050, um documento histórico lançado pelo WBCSD, mostrando as tendências do desenvolvimento global para as próximas décadas. A proposta é reunir especialistas sobre o tema para construir uma agenda que aponte caminhos para um Brasil mais sustentável nos próximos anos.

O encontro promoverá uma profunda discussão sobre as mudanças que ocorrerão nos próximos anos para que, em 2050, o planeta possa prover condições de vida dignas aos seus 9 bilhões de habitantes.

Serviço:

O quê: 4º. Congresso Internacional Sustentável (Sustentável 2011);
Quando: De 27 a 29 de setembro de 2011;
Local: Porto do Rio de Janeiro, Armazém 2;
Endereço: Av. Rodrigues Alves, 10, Píer Mauá – Rio de Janeiro (RJ);
Informações: Pelo site www.sustentavel.org.br;
Inscrições: As inscrições para o Sustentável 2011 poderão ser feitas pelo site www.cebds.org. Os interessados poderão encaminhar um e-mail ao emailto: cebds@cebds.org para serem informados sobre a abertura das inscrições

Construção civil precisa rever a geração de resíduos

Sustain Total – Brazil Waste Summit 2011 - promove debate sobre o tema e aponta soluções

A construção civil é responsável por até 50% do total de resíduos sólidos gerados no Brasil. Segundo dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, estudo realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), os municípios brasileiros coletaram cerca de 31 milhões de toneladas de resíduos de construção e demolição (RCD) no ano passado, 8,7% a mais que em 2009. “Trata-se de um dado preocupante, já que as quantidades reais são ainda maiores, visto que os municípios em geral coletam somente os entulhos abandonados ou indevidamente lançados em logradouros públicos”, afirma o pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, Sergio Ângulo.

Atualmente, dispomos de um arcabouço legislativo e de marcos regulatórios por meio da Política Nacional de Resíduos Sólidos, da Resolução 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e da Política Nacional de Saneamento Básico, que colocam o setor no tema com alguma maturidade. Porém, segundo Ângulo, a maior parte dos resíduos gerados na construção civil vem de autoconstruções e reformas e, na maioria das vezes, não são destinados corretamente porque não há conhecimento da população, que acaba jogando os entulhos no lixo comum – ou ainda depositando-os em terrenos baldios, praças, ruas e encostas de rios.

Em vigor desde 2003, a Resolução 307 do Conama estabelece uma regra simples e óbvia: quem gera entulho deve se responsabilizar pelo transporte e destinação adequada desses materiais. Ou seja, entulho jogado em áreas públicas ou despejado em terrenos particulares pode gerar multas ou ainda o responsável pode responder uma ação na justiça.

A deposição clandestina de entulho agrava os impactos ambientais, uma vez que provoca o assoreamento de córregos, o entupimento de redes de drenagem e, como consequência, em alguns casos, as enchentes urbanas. Os aterros ilegais, por sua vez, acabam por se tornar locais atrativos para destinação a baixo custo, agravando o problema.



Reciclagem

De acordo com dados do Instituto Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (IBDS), aproximadamente 90% dos resíduos da construção civil podem ser reciclados. “A comercialização e reutilização dos produtos podem reduzir custos e diminuir o volume de guarda e transporte dos itens, gerar receitas diretas com a venda ou indiretas por meio de doações e redução do consumo de energia da extração de recursos naturais”, revela o presidente do IBDS, Carlos Renato Garcez do Nascimento.

Inúmeras pesquisas em universidades apontam caminhos para o reaproveitamento desses resíduos. Em usinas de beneficiamento, o entulho vermelho (restos de tijolos, telhas, blocos cerâmicos e terra) se transforma em um agregado reciclado que pode ser utilizado como base e sub-base na pavimentação de ruas, por exemplo. Já o entulho cinza, composto por restos de concreto, vira areia reciclada (ideal para argamassa de assentamento) e brita de diversas granulometrias.

Em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba (PR), foi inaugurada em maio de 2011 uma usina de reciclagem de materiais de construção – a Usipar. O processo usado na fábrica recolhe resíduos do tipo A, que inclui a caliça das obras de construção (restos de material cerâmico, concreto, argamassa) e tritura, transformando os materiais em areia, brita, pedrisco e rachão, que serão comercializados para uma nova utilização na construção civil com o preço 25% mais barato que os produtos não reciclados. Além disso, o processo evita a extração desses materiais no meio ambiente.

Atualmente, apenas cerca de 5% do total de resíduo gerado na construção civil é reciclado no Brasil. Na Europa e nos Estados Unidos, a prática da reciclagem do entulho já está consolidada. A Holanda, por exemplo, recicla 95% do entulho. Para Sérgio Ângulo, o processo de reciclagem de resíduos sólidos da construção civil no Brasil ainda está muito precário. Segundo o pesquisador, a Política Nacional de Resíduos Sólidos pode até regulamentar a gestão de resíduos, mas ainda é necessário evoluir a discussão sobre reciclagem. "Primeiro temos que resolver a questão global de gestão de resíduos para depois cuidar de resíduos da construção", diz.

Ângulo acredita que as dificuldades da gestão de resíduos na construção começam pelos fatores culturais: "dificilmente o engenheiro vai parar de trabalhar na obra para implantar um sistema de reciclagem no canteiro", afirma. O pesquisador também demonstra preocupação com a qualidade do material reciclado, já que muitos produtos apresentam problemas. "Nós temos de olhar com mais atenção para o que ainda não tem como ser reciclado", complementa. Ele cita como exemplo a madeira com biocida, o gesso misturado com concreto e a argamassa pigmentada.

Segundo Ângulo, o setor de construção civil enfrenta três principais desafios em relação à gestão de resíduos: a difusão da resolução Conama 307 em pequenos municípios, de forma a eliminar o descarte ilegal; a introdução de práticas de redução da geração de resíduos para geradores informais e a disseminação de tecnologias apropriadas de reciclagem e práticas de controle de qualidade deste material que permitam reverter os indicadores de reciclagem nacionais.



Recursos Disponíveis

Visando estimular a reciclagem de resíduos de construção e demolição - e seu reaproveitamento nas obras - além de promover a educação ambiental e a mobilização da sociedade, a Caixa Econômica Federal lançou chamada pública para implementação de projetos para gestão de resíduos sólidos de construção e demolição, feitos por consórcios públicos e prefeituras municipais. O Fundo Socioambiental Caixa poderá aplicar até R$ 3,8 milhões nos projetos. O investimento contribuirá para a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Segundo estimativas do banco oficial, de 40% a 70% dos resíduos urbanos são de construção e demolição, gerados na construção da infraestrutura urbana.


Boas Práticas

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) prevê que cada município deve criar um programa de gestão dos resíduos da construção civil, justamente para que possa ter autonomia para decidir como resolver o problema – já que não há uma receita ou fórmula de sucesso a ser copiada por qualquer um em qualquer lugar.
No estado de São Paulo, as prefeituras de São José do Rio Preto e Americana criaram pontos de entrega voluntária de entulho, contrataram aterros e construíram usinas de beneficiamento que reciclam os resíduos, transformando-os em matéria-prima de qualidade para obras públicas. São José já consegue reciclar cerca de 80% de todo o entulho gerado nas obras que ocorrem na cidade. Outro exemplo interessante no estado é Guarulhos, que também conta com uma usina recicladora de entulho.
No Paraná, a empresa Kürten lançou recentemente, em parceria com grupo de empresas alemãs, a primeira franquia nacional de casas pré-fabricadas em wood frame, sistema construtivo que agiliza processos e reduz o impacto ambiental na construção civil. As estruturas das moradias são feitas em ambiente industrial, com sistemas totalmente automatizados e com alto controle de qualidade. Além da rapidez, é possível ter uma "obra seca e limpa", que dispensa o uso de cimento, tijolos e armações convencionais. Por ser planejada de forma racional, praticamente não há desperdício de materiais.

Outro exemplo de sustentabilidade na construção civil refere-se à demolição do antigo pavilhão do Parque Barigui, em Curitiba – que dará lugar a um moderno centro de eventos. Cerca de 500 toneladas de ferragens, madeira, telhas, peças de granito, globos de luz, divisórias, pias e torneiras serão reutilizadas pelo município em diferentes equipamentos urbanos. O plano do consórcio de empresas, responsável pela construção e operação da obra, é a utilização integral de todo o material gerado pelo trabalho. O que não puder ser destinado à reciclagem será utilizado na própria construção do novo centro. A estimativa é que 200 toneladas de resíduos sejam utilizadas na própria obra.

Em abril de 2011, a ONG brasileira Curadores da Terra foi a vencedora do Concurso Internacional Ashoka / Fundação Rockfeller – Sustainable Urban Housing –, com a proposta de uma casa ideal - construção que prevê o reaproveitamento total de todos os resíduos plásticos, orgânicos e minerais. O modelo será replicado em toda a América do Sul, Central e Caribe, e levada ao Summit of Americas e Rio +20, ambas em 2012.


Fórum Nacional

As discussões sobre o papel da construção sustentável no desenvolvimento das cidades tiveram início no 4º Simpósio Brasileiro de Construção Sustentável (SBCS11), promovido pelo Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), no mês de agosto, na cidade de São Paulo (SP). Em outubro, as discussões continuam no Fórum Nacional e Feira Internacional de Resíduos Sólidos – o Sustain Total, em Curitiba (PR).

O evento, que acontece de 5 a 7 de outubro, faz parte de uma rede de feiras internacionais de resíduos sólidos (Reino Unido, Dubai, Coreia do Sul e Estados Unidos) e tem por objetivo de integrar parceiros estratégicos e compartilhar soluções entre os continentes, além de fomentar a discussão sobre as questões abordadas na PNRS.
Promovido pelo IBDS, o evento traz as principais tecnologias e modelos de gestão de resíduos sólidos de países líderes da Europa, América e Ásia. A feira reúne as principais soluções e equipamentos a setores produtivos, empresas públicas e governos municipais, de forma a contribuir para uma melhor elaboração, desenvolvimento e gerenciamento dos planos municipais. O encontro conta com uma programação completa de painéis de debates, reunindo mais de 50 palestrantes, sobre 24 temas relacionados à gestão de resíduos sólidos.
Segundo o presidente do IBDS, Carlos Renato Garcez do Nascimento, a promoção de debates sobre os resíduos sólidos na construção civil visa a superação de desafios internos e externos ao longo da cadeia produtiva. “Só assim, poderemos assegurar avanços no estágio atual de gestão de resíduos sólidos do setor, como: a promoção e a implementação da autorregulação; o exercício efetivo e obrigatório da logística reversa e a formalização de fluxos de forma que esteja explícita a matriz de responsabilidades no pós-obra, exigindo-se a plena legalidade de atuação dos agentes transportadores e receptores”, finaliza. Mais informações e inscrições para o evento podem ser encontradas no site http://www.sustaintotal.com.br/.

Sustain Total – Brazil Waste Summit 2011
5 a 7 de outubro de 2011
ExpoTrade - Curitiba – PR
http://www.sustaintotal.com.br/
Twitter: @SustainTotal
Facebook: SustainTotal Brasil
Inscrições: https://credenciamento.websiteseguro.com/inscricoes/?ev=CONGSUSTAIN2011


Fonte: Central Press

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Edição 24 da Revista Geração Sustentável traz alternativas e soluções para os resíduos da Construção Civil

Construção Civil: um dos motores da atual economia brasileira

Editorial: “A construção civil é um dos setores mais promissores para as próximas décadas”. Com certeza, você leitor, já deve ter ouvido muito essa frase, seja nos discursos econômicos para aquecer o mercado ou nas pomposas promessas governamentais de políticas públicas. Mas vamos deixar esses dois discursos míopes de lado e focar no lado estratégico do setor!

Essa tendência obviamente vai movimentar toda a cadeia produtiva do setor, desde a básica extração da matéria-prima e da indústria de maquinários pesados até as frequentes novidades em acabamento, móveis e decoração. A cadeia é ampla e movimentará cifras altíssimas, além das evoluções tecnológicas e urbanísticas que também entram nesse contexto global. Leia mais!



Feira gera discussão e aponta soluções de gestão na área de energia



Garantir serviços de energia à população mundial em crescimento, levar energia por vias modernas a bilhões de pessoas, procurar formas de reduzir os perigosos gases de estufa e garantir um custo viável destes serviços estão entre os maiores desafios a serem encarados pelo setor energético mundial.

O tema será abordado na 11ª Feira de Gestão da FAE, que acontece de 20 a 22 de setembro, na FAE Centro, em Curitiba (PR). O evento traz modelos inovadores e soluções de gestão para as áreas de saúde, habitação, mobilidade, inclusão e energia - alguns dos Desafios do Milênio propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O painel "Energia" será apresentado pelo assessor de relações institucionais da Usiminas, André Chaves, e a coordenadora da saúde, segurança e meio ambiente da Volvo, Carolina Ramos Bedran, que trazem exemplos de gestão voltados à sustentabilidade e eficiência energética.

A Usiminas é a única siderúrgica brasileira presente no Sustainability Yearbook 2011. Em 2010, a companhia fechou cerca de R$ 30 milhões aplicados em responsabilidade socioambiental em todos os 31 municípios em que atua. Já a Volvo mostra no evento o processo de gestão que a qualifica a participar do Dow Jones Sustainability Index World, indicador de performance financeira das empresas líderes em sustentabilidade a nível global. A empresa desenvolve pesquisas avançadas com combustíveis de fontes renováveis e é pioneira no desenvolvimento de veículos comerciais híbridos (diesel/elétricos).

Além de três palestras magnas e cinco painéis temáticos, a Feira de Gestão apresenta os melhores trabalhos acadêmicos dentro dos cinco Desafios do Milênio propostos. Mais informações e inscrições pelo site www.fae.edu/feira.


Serviço:
O quê: 11ª Feira de Gestão da FAE - Desafios do Milênio
Quando: de 20 a 22 de setembro de 2011
Onde: FAE Centro Universitário - Rua 24 de Maio, 135 - Centro - Curitiba - PR
Mais informações e inscrições pelo site www.fae.edu/feiradegestao2011


Programação:

20 de setembro
19h15 - Painéis simultâneos - Energia (Usiminas e Volvo), Saúde (Philips e Hospital Pequeno Príncipe) e Habitação (Thá e Curadores da Terra)
20h30 - Palestra Magna - Jovens Empreendedores de Sucesso, com o presidente da Cacau Show, Alexandre Tadeu Costa, e o fundador da Bematech, Marcel Malczewski.

21 de setembro
19h15 - Painéis simultâneos - Mobilidade (Vivo) e Inclusão (BRDE, Microsoft e O Boticário)
20h30 - Palestra Magna - Responsabilidade Social e Desenvolvimento, com o autor do livro Líderes Sustentáveis, Ricardo Voltolini, e o gerente de sustentabilidade da Alcoa Alumínio S.A, Fabio Abdala.

22 de setembro
19h30 - Palestra Magna - Desafios de Sustentabilidade em um Mundo em Transição, com o economista Ricardo Amorim.
21h - Cerimônia de premiação FAE Desafios do Milênio


Fonte: Central Press

II Fórum de Meio Ambiente da Câmara Brasil - Alemanha





Fone: (41) 3323-5958