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sexta-feira, 13 de junho de 2014

Artigo: Gestão Estratégica Por Hugo Weber Jr.

Lixo não é lixo, é recurso natural

“O lixo é o único recurso em expansão no Planeta” Buckminster Fuller

Neste recente Carnaval do Rio de Janeiro, um dos eventos mais ricos e belos do Planeta, vimos estarrecidos pelas imagens das TVs cenas apocalípticas de lixo amontados pelas ruas dessa bela cidade brasileira. O mundo inteiro também viu. Uma greve de somente 300 garis proporcionou o caos. Agora, venhamos, “em casa que ninguém manda todos reclamam e ninguém tem razão”, de quem é a responsabilidade por tamanho absurdo? O poder público que não se previne antecipadamente para tais consequências e não desenvolve planos de contingência para tais situações? O empresariado que em sua ânsia mercadológica produz mais e mais embalagens para o consumo? A comunidade que gera mais e mais resíduos e os coloca na rua, proporcionando o chamado “efeito catapulta”, descartando e dizendo não ser mais seu? Eximindo-se de qualquer responsabilidade pelo seu próprio resíduo. As autoridades que não proporcionam educação ambiental e mensagens midiáticas para que a população possa ser esclarecida sobre tais consequências ou a própria modernidade que não vê que apenas esse lixo muda de lugar? 

O que fazer? As perguntas não calam, as repostam silenciam... e os responsáveis paralisam- se.

Muito do que consideramos lixo, trata-se somente, como já dizia um ex-ministro do Meio Ambiente de, “matéria-prima fora de lugar”, para tanto devemos considerar como uma nova expressão de recursos naturais não aproveitados ou aproveitados de maneira não otimizada ou eficaz.

Seguindo essa linha de raciocínio, nosso lixo deve ser tratado como recurso natural renovável e reaproveitável. Devemos ver isso não como lixo, mas como matéria-prima temporariamente descartada que pode e deve ser reaproveitada em novos processos ou ainda como novos produtos.

A responsabilidade dos fabricantes com essa matéria-prima deve obedecer aos critérios da sustentabilidade com apelos ambiental, social e econômico. Sustentável na fabricação dos produtos iniciais, no uso, descarte e ainda na captura e transporte dessa matéria descartada, completando assim todo o ciclo de vida do produto.

Os responsáveis pela produção desses produtos devem diminuir toda a infraestrutura usada em seus processos, como também nas suas ferramentas e nos seus recursos técnicos. Devem ser simplificados seus designs, assim seus processos de reciclagem e reutilização de suas peças ficarão mais fáceis e econômicos.

Ter que lidar com seus próprios resíduos é uma obrigação das empresas atuais e competitivas, principalmente dos eletroeletrônicos.

Todas as companhias precisam ser responsáveis pelo que produzem e colocam no mercado. Isso significa pensar em todo o ciclo de vida do produto e reconhecer o impacto que causam ao meio ambiente e para as pessoas. Desde a concepção do produto, passando pelo processo de fabricação, utilização e principalmente seus descartes após a sua vida útil. Essas empresas precisam estar dispostas a reutilizar, remanufaturar, regenerar e reciclar todos os recursos que alcançaram o final de vida útil como produto.

As empresas devem se propor a recolher e a encaminhar de modo ambientalmente responsável para a reciclagem e a reutilização e o processamento correto desses materiais. Não utilizar peças antigas, somente as matérias-primas do composto desses produtos.

A principal intenção dessa nova modalidade de fabricação, utilização e disposição deverá ser a simplicidade.

Esse é um novo mercado em que os empresários e todos nós, consumidores, deveremos estar preparados para o que exige uma sociedade moderna e preocupada com o recurso em maior expansão no Planeta, os recursos oriundos de nosso lixo.

Hugo Weber Jr. Consultor em Gestão Verde. Diretor da AGRESSOR ZERO - Sustentabilidade Corporativa.








http://issuu.com/revistageracaosustentavel/docs/gs_37_protagonismo_sustentabilidade


2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Parabéns pelo excelente artigo! Expressa exatamente o meu ponto de vista, e acredito que de muitos que desejam se tornar cidadãos sustentáveis. Quisera os acordos setoriais não caminhassem a passos lentos, e nossos governantes entendessem a urgência de se reduzir os tributos sobre os produtos recicláveis, a título de incentivo e reconhecimento. Pois que é assim que se premia e se reconhece o desempenho do filho seu o Mãe Gentil, ó Pátria Amada... BraZzzzzillll! "Acorda Menina!!!" (Fran, 2014)

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