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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Sistema de tratamento de esgoto é tema de Simpósio

A Associação Brasileira de Engenharia Ambiental e Sanitária – ABES/PR realiza nos dias 11 e 12 abril, na Faculdade Positivo, em Curitiba, o Simpósio Tratamento Anaeróbio – Teoria, aplicação e desafios da operação. O foco do evento é discutir o aperfeiçoamento e expansão da rede de Reatores Anaeróbios de Lodo Fluidizado (Ralf) – um processo de tratamento de esgoto com boa eficiência e mais econômico do que as estações de tratamento aeróbio.

Esse fato é importante considerando que os brasileiros sofrem com o déficit no serviço. No Paraná, dos 399 municípios, 220 não têm rede coletora e tratamento de esgoto. Nos reatores do tipo Ralf o tratamento é efetuado por bactérias que não necessitam de oxigênio para respirar. Confinadas nesse ambiente, elas promovem a dissolução da matéria orgânica do esgoto e eliminam a maior parte da carga tóxica. Vantagens. Além das vantagens decorrentes do baixo custo na implantação, operação e manutenção – pode ser implantado em uma área pequena –, o Ralf gera energia elétrica e produz o gás metano, de alto valor energético. Segundo Décio Jurgensen, engenheiro civil da Sanepar, “o gás metano não tem cheiro e pode ser utilizado como combustível, uma fonte alternativa para suprir outras demandas”. Em relação ao processo aeróbio, o Ralf tem como vantagem não consumir energia e a baixa geração de lodo – seis vezes menos que o sistema aeróbio – e ser de fácil secagem. Tem alta capacidade para receber cargas orgânicas – sua eficiência atinge até 70% –, além de apresentar baixo tempo de retenção hidráulica e alto tempo de residência do lodo. O reator também não perde atividade biológica quando paralisado, e os processos de decantação e digestão são realizadas no mesmo tanque. Desafios.


O sistema anaeróbio foi desenvolvido pela Sanepar na década de 1970, como alternativa à crise de energia e pelo baixo custo. O desafio agora é aumentar a eficiência dos processos de pós-tratamento, para que o nível de purificação do esgoto chegue 90 ou 95%, por meio de tratamento complementar, diz Jurgensen. Na opinião de Miguel Mansur Aysse, que vai participar do evento como debatedor, “esse é um tema que talvez mereça um fórum permanente, pois temos um enorme passivo ambiental e o grande desafio de oferecer ao saneamento os recursos que ele precisa”. Ele dá como sugestão a realização de consórcios que, partindo do sistema anaeróbio, reúnam também o sistema aeróbio e outros processos, de forma a atender às exigências dos órgãos ambientais.


Objetivo. O presidente da ABES/PR, Edgard Faust Filho comenta que também é objetivo do encontro dar ênfase aos processos de operação. “Queremos aproximar experiência e prática operacional das diferentes plantas já existentes ao conhecimento técnico-científico, e achar soluções para aprimorar os processos, especialmente no que diz respeito ao reaproveitamento energético e disposição final do lodo”, conclui.


Aplicação. O Paraná tem hoje um dos maiores parques de estações de tratamento anaeróbias. São 360 reatores funcionando em 232 estações de tratamento (distribuídas em 158 municípios), que atendem a 60% da população urbana do Estado. Os outros 40% são atendidos por fossas sépticas, sumidouros ou poços negros.


Livro. Durante o evento, o engenheiro Ary Haro lançará o livro “Gestão Estratégica do Saneamento”, que mostra como um sistema de saneamento deve maximizar seus resultados econômicos e financeiros em benefício da sociedade. Haro é engenheiro da Sanepar, e professor na UFPR e nos cursos de pós-graduação em gestão empresarial da Fundação Getúlio Vargas. Seu livro integra a série “Sustentabilidade” – coordenada pelo professor Arlindo Philippi Jr., da USP, publicada pela editora Manole, de São Paulo.


Serviço: Simpósio Tratamento Anaeróbio – Teoria, aplicação e desafios da operação. Data: 11 e 12 abril de 2011 Local: Faculdade Positivo – Auditório Bege Promoção: Associação Brasileira de Engenharia Ambiental e Sanitária – ABES/PR Inscrições e programação: no site http://www.canalagua.com.br/, ou pelo telefone (41) 3229-1535

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