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segunda-feira, 22 de março de 2010

Mudanças no cotidiano podem evitar a escassez de água


A escassez de água no planeta já não é novidade para ninguém. De toda a água de nosso planeta, cerca de 3% é doce, o que não se mostra suficiente para toda a população. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem 11,6% de toda a água doce do planeta. Em pesquisa feita pela Agência Nacional de Águas (ANA), mostra-se que a demanda de água nas regiões metropolitanas é maior que a produção atual dos recursos.

Para impedir problemas com a falta de água nos próximos 15 anos, será necessário um investimento de R$ 27,7 bilhões em produção, tratamento, fornecimento de águas e tratamento de esgotos. Para evitarmos que o mundo chegue a essa situação, várias medidas podem ser tomadas, entre elas está o reuso da água, que já vem sendo empregado por muitas empresas para diminuir seus gastos e também colaborar com o meio ambiente. No Brasil, 80% do esgoto coletado vai parar em cursos d’água sem receber nenhum tratamento.

A população também pode contribuir evitando o desperdício de água com pequenas mudanças no cotidiano em suas casas, propriedades, estabelecimentos comerciais, etc. No Brasil gasta-se cerca de cinco vezes mais água do que o necessário. Nosso consumo é de cerca de 200 litros por dia por pessoa, sendo que a OMS recomenda gastos de 40 litros por dia por pessoa. Este desperdício todo preocupa - afinal, o ser humano é capaz de ficar 60 dias sem comer, mas só resiste cinco horas sem água.

Vários países têm adotado programas de conscientização e medidas específicas para diminuir o desperdício de água. No Japão, por exemplo, os orientais aproveitam a água depois de tratada em processos industriais. A água quem vem dos ralos do Box ou das banheiras também pode seguir por um cano até chegar a um pequeno reservatório e assim reabastecer os vasos sanitários de condomínios, hotéis, hospitais, clínicas, etc.

Na cidade do México, o governo substituiu três milhões e meio de válvulas por vasos sanitários com caixa acoplada, de 6 litros por descarga, resultando numa redução de consumo de 5 mil litros de água por segundo.

Nos Estados Unidos, além de ser obrigatório o limite de 6 litros para a descarga, a legislação também limitou a vazão de chuveiros e torneiras em 9 litros de água por minuto, o que resultou numa redução de 30% no consumo de água.

O problema da escassez de água é urgente. Para Sergio Belleza, gerente da Divisão Tratamento de Águas da Argal Química “programas de conscientização são necessários em curto prazo. O uso racional da água tem que ser visto como fator urgente e prioritário. Além disso, as empresas têm que estar atentas à implantação dos modernos sistemas de reuso de água”, finaliza o executivo.

Veja abaixo alguns tipos de reuso de água:

Reuso indireto planejado da água: ocorre quando os efluentes, depois de tratados, são descarregados de forma planejada nos corpos de águas superficiais ou subterrâneas, para serem utilizados a jusante, de maneira controlada, no atendimento de algum uso benéfico.

Reuso direto planejado das águas: ocorre quando os efluentes, depois de tratados, são encaminhados diretamente de seu ponto de descarga até o local do reuso, não sendo descarregados no meio ambiente. É o caso com maior ocorrência, destinando-se a uso em indústria ou irrigação.

Aplicações da Água Reciclada

Irrigação paisagística: parques, cemitérios, campos de golfe, faixas de domínio de auto-estradas, campus universitários, cinturões verdes, gramados residenciais.

Irrigação de campos para cultivos: plantio de forrageiras, plantas fibrosas e de grãos, plantas alimentícias, viveiros de plantas ornamentais, proteção contra geadas.

Usos industriais: refrigeração, alimentação de caldeiras, água de processamento.

Recarga de aqüíferos: recarga de aqüíferos potáveis, controle de intrusão marinha, controle de recalques de subsolo.

Usos urbanos não-potáveis: irrigação paisagística, combate ao fogo, descarga de vasos sanitários, sistemas de ar condicionado, lavagem de veículos, lavagem de ruas e pontos de ônibus, etc.

Finalidades ambientais: aumento de vazão em cursos de água, aplicação em pântanos, terras alagadas, indústrias de pesca.

Usos diversos: aqüicultura, construções, controle de poeira, dessedentação de animais.

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