Dez comunidades de Curitiba iniciam a implantação do Projeto Político de Desenvolvimento das Cidades do Paraná, coordenado pela Rede de Participação Política (iniciativa apartidária da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) em parceria com a Federação das Associações Comerciais e Empresariais (Faciap).
A ideia vem sendo articulada com diversas lideranças locais, empresas, associações de moradores, poder público, igrejas, comércio, entidades representativas, entre outras. Ao invés de apenas esperar soluções dos governos, a população local resolveu tornar-se o principal ator político deste processo e acelerar o desenvolvimento de cada localidade, de acordo com sua necessidade e anseio. “Todo lugar onde a população espera por desenvolvimento é um lugar extremamente pobre. Qualquer ação que nós fazemos gera desenvolvimento. Se nós não resolvermos, ninguém vai resolver. Não é o governo que faz o lugar se desenvolver, quem faz são as pessoas”, explica o professor, analista político e consultor da Rede, Augusto de Franco.
Moradores dos bairros Pilarzinho, Barreirinha, Mossunguê, Bacacheri, Umbará, Ahú, Cabral, Boa Vista e Vilas Itatiaia (CIC) e São Paulo (Uberaba) já agendaram a data do Seminário Visão de Futuro, encontro no qual a comunidade idealiza um lugar melhor para viver, tendo como horizonte estratégico o prazo de 10 anos.
Outros 14 locais estão em fase de mobilização para uma possível implantação do projeto de desenvolvimento. Em Curitiba, duas comunidades, Jardim Santos Andrade (Campo Comprido) e São Braz, já elaboraram um plano e uma primeira agenda de ações para ser executada em parceria com os demais segmentos da sociedade.
Na opinião do presidente da Associação de Moradores da Vila Itatiaia, Argenor Pereira, conhecido popularmente como Cacá, a participação em peso dos moradores nas ideias, nos trabalhos, será positivo e irá proporcionar uma melhor qualidade de vida para todos. “Com a participação das pessoas o resultado virá em um tempo menor e a conquista é certa”, acredita. “O poder público não tem condições de atender todas as demandas da sociedade. Se a gente abraçar a causa, o saldo será positivo. Vai depender de nós”, afirma Cacá.
Alem dos bairros de Curitiba, o projeto está em fase de implantação nos municípios de Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Guarapuava, Campo Mourão, Paranavaí e Reserva do Iguaçu.
Desde 2008, o número de comunidades interessadas em aderir à proposta só cresce. Em Londrina, por exemplo, são 10 bairros na fila aguardando a operacionalização da metodologia.
Pioneira no município, a Vila Recreio já executa ações em parceria com órgãos públicos e empresários. A reforma da praça no bairro envolveu moradores, estudantes de arquitetura da Universidade Estadual de Londrina (UEL), além da prefeitura. A execução da obra está programada para começar neste ano. Além de um curso de culinária direcionado para senhoras, realizado em parceria com uma empresa do bairro, a comunidade busca recursos para transformar um antigo módulo policial em uma biblioteca.
Em Maringá, os moradores do Ney Braga promoveram palestras sobre cidadania para mais de 400 alunos nas escolas do bairro e, entre outras ações, a população local conseguiu melhorias na segurança e na iluminação pública.
Em Ponta Grossa, os primeiros passos rumo ao futuro desejado pelas comunidades das Vilas Santana e Barreto mostraram que as prioridades nem sempre envolvem questões de infraestrutura. A preocupação dos moradores foi ocupar o tempo livre das crianças e adolescentes com atividades educacionais e esportivas. Os projetos envolvem aulas gratuitas de Taekwondo, uma fanfarra e escolinhas de futebol.
Outros detalhes acesse: www.rededeparticipacaopolitica.org.br
ou pelo telefone (41) 3271.7404
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