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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Instituto Ethos e parceiros lançam plataforma por uma nova economia


Foi lançada nesta quinta-feira, 24/2, a Plataforma por uma Economia Inclusiva, Verde e Responsável, iniciativa do Instituto Ethos, em parceria com a Alcoa, a CPFL, a Natura, a Suzano, a Vale, o Walmart e a Roland Berger.

A plataforma reúne um conjunto de idéias e propostas que o Instituto Ethos e as parceiras institucionais vêm desenvolvendo ao longo dos últimos anos com o objetivo de estimular as empresas e o Brasil a promover a transição para uma economia inclusiva, verde e responsável.

Durante o lançamento, os CEOs das empresas que contribuíram para a construção da plataforma deram depoimentos sobre a iniciativa. Em seguida ocorreu um debate sobre quais devem ser os principais elementos de uma agenda que permita o avanço para a nova economia. Os debatedores foram o sociólogo Ricardo Abramovay e o economista Sérgio Besserman Vianna, com moderação do jornalista Ricardo Arnt.

A partir desse debate, o Instituto Ethos promoverá uma consulta pública sobre a plataforma proposta.

Para conhecer a íntegra do documento, acesse:
- Versão em português;
- Version en español;
- Version in English.

Para aderir a esta plataforma, acesse www.ethos.org.br/plataforma.

Para enviar sugestões e comentários, escreva para plataforma@ethos.org.br ou acesse o Facebook, o LinkedIn, o Twitter ou Blog do Instituto Ethos.

Para acessar a apresentação da Plataforma feita por Paulo Itacarambi, vice-presidente executivo do Instituto Ethos, clique aqui.

Inscrições para o 20º Concurso de Pintura Infantil Bayer

Está encerrando o prazo das inscrições do 20º Concurso Internacional de Pintura Infantil sobre o Meio Ambiente, uma iniciativa da Bayer em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). A partir do tema “Vida nas Florestas”, crianças e adolescentes de 6 a 14 anos são incentivados a soltar a imaginação em seus desenhos e refletir sobre a importância de cuidar e preservar a natureza. A Bayer receberá inscrições até 28 de fevereiro de 2011.

Os participantes concorrerão a prêmios em 2 etapas: uma no Brasil e outra internacionalmente. A etapa brasileira será dividida em quatro categorias: de 6 a 7 anos, 8 a 9; 10 a 11 e 12 a 14. Os três primeiros colocados de cada categoria serão premiados com um computador portátil, aparelho MP4 e kit de desenho, respectivamente. As pinturas serão julgadas seguindo os critérios de criatividade e adequação ao tema. Todos os participantes da etapa brasileira estarão automaticamente inscritos no concurso internacional e concorrerão, em uma única categoria, com outras pinturas da América Latina e das regiões da América do Norte, Europa, África, Ásia-Pacífico e Ásia Ocidental a diversos prêmios, incluindo uma quantia em dinheiro e uma viagem com acompanhante para a Conferência Internacional da Tunza para as Crianças.

Para saber mais sobre o regulamento acesse http://www.concursodepintura.bayer.com.br/

Serviço
20º Concurso Internacional de Pintura Infantil Bayer-PNUMA
Inscrições até 28 de fevereiro de 2011
Os desenhos devem ser enviados para a Bayer: Rua Domingos Jorge 1.100, 8º andar - CEP 04779-900 - Bairro Socorro - São Paulo - SP

Bayer: Ciência para uma Vida Melhor
A Bayer é uma empresa global com competências nas áreas da saúde, ciências agrícolas e materiais inovadores. Os produtos e serviços da Empresa são projetados para beneficiar a população e melhorar sua qualidade de vida. Ao mesmo tempo, a Bayer agrega valor pela inovação, crescimento e uma elevada rentabilidade. O Grupo é comprometido com os princípios de desenvolvimento sustentável e com o seu papel de empresa cidadã ética e socialmente responsável. Economia, ecologia e responsabilidade social compõem os objetivos da política corporativa e são igualmente importantes para a Empresa. No ano fiscal de 2009, a Bayer contou com 108.400 colaboradores e registrou vendas de € 31,2 bilhões. As despesas de capital totalizaram € 1,7 bilhão e os investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento somaram € 2,7 bilhões. Para mais informações acesse http://www.bayer.com.br/.

Brasil, uma potência ambiental?

Certamente o leitor já ouviu a afirmação de que “a legislação ambiental brasileira está entre as mais avançadas do mundo”. Pois a afirmação não está de todo equivocada, já que, de fato, o Brasil desponta como um paradigma positivo, pelo menos na América Latina, no que diz respeito à legislação de cunho ambiental.

Com efeito, a Constituição Federal de 1988 foi uma das primeiras do mundo com referências específicas à proteção do ambiente (na esteira do que fez a Constituição de Portugal, de 1976, e a Constituição da Espanha, de 1978). Assim, vê-se que nossos legisladores deram bastante importância para este tema.

Antes mesmo da Constituição Federal, já tínhamos a nossa Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n.º 6.938/1981) e remédios judiciais importantes como a Ação Civil Pública (Lei n.º 7.347/1985). Isto sem falar no vetusto - e fundamental - Código Florestal (Lei n.º 4.771/1965), além de algumas leis estaduais regulando a prevenção e o controle da poluição (no Rio de Janeiro, o Decreto-Lei Estadual n.º 134/1975 e em São Paulo, a Lei Estadual n.º 997/1976), entre outros normativos.

Com o tempo, outras iniciativas foram se somando no âmbito legislativo, incluindo a Lei de Agrotóxicos (Lei n.o 7.802/1989), a Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei n.o 9.433/1997), a Lei dos Crimes Ambientais (Lei n.o 9.605/1998), a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei n.o 9.795/1999) e a Lei do Controle da Poluição por Óleo (Lei n.o 9.966/2000). Além do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Lei n.o 9.985/2000), o Estatuto da Cidade (Lei n.o 10.257/2001), a Lei de Acesso à Informação Ambiental (Lei n.o 10.650/2003), a Nova Lei de Biossegurança (Lei n.o 11.105/2005), a Lei da Mata Atlântica (Lei n.o 11.428/2006), a Lei de Saneamento Básico (Lei n.o 11.445/2007), a Política Nacional sobre Mudança do Clima (Lei n.o 12.187/2009) e a recente Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n.o 12.305/2010).

Isto sem falar da legislação ambiental estadual e municipal, que cada vez mais se avoluma e se especializa, bem como das normas aprovadas pelos diversos órgãos que integram o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). Além disso, as novidades não param de surgir na esfera legislativa, incluindo projetos de lei sobre o pagamento por serviços ambientais, a proteção e acesso ao patrimônio genético e tributação ambiental.

Ocorre que, se formalmente estamos “bem na foto”, no dia-a-dia o Brasil está muito longe de ser uma “potência ambiental”, haja vista a falta de efetividade que nosso arcabouço normativo tem revelado neste campo ao longo dos anos. Embora estejamos às portas da Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável a ser realizada em 2012, no Rio de Janeiro), a ignorância e descaso que nossos governantes têm mostrado com a questão ambiental claramente revela a fragilidade e a inconsistência do “discurso ambientalista de palanque”, o qual, muitas vezes, de modo oportunista, ecoa aqui e acolá. Corrupção, impunidade, falta ou mau direcionamento de recursos materiais e humanos, ausência de visão sistêmica e de longo prazo e mesmo incompetência do poder público revelam a enorme distância que há entre o “dever ser” e o “ser” na seara ambiental neste País.

Mas onde está a gênese do problema? Se nossos governantes não dão a devida importância à nossa saúde ambiental é porque o povo brasileiro em geral também não o faz. Isto acontece, basicamente, porque a educação ambiental no Brasil ainda é muito incipiente, tanto na rede pública de ensino como nas escolas privadas. Temos aqui, portanto, um ciclo vicioso.

Não há dúvidas de que nos países em que a legislação ambiental já “pegou”, se observa uma ampla conscientização da população acerca da necessidade de se garantir um meio ambiente equilibrado para as presentes e futuras gerações. Esta conscientização se forma desde cedo no indivíduo, quando o mesmo é sempre levado a refletir a respeito das consequências de seus atos sobre aquilo que está no entorno.

Neste sentido, ainda me lembro, quando criança, do dia em que tive o privilégio de contar na escola com uma visita do ilustre ambientalista Fabio Feldmann, então à frente de uma vigorosa campanha que se iniciava em prol da Mata Atlântica. Na ocasião, marcou-me o alerta enfático de que o aumento da demanda por energia levaria ao alagamento de extensas áreas de florestas para a construção de novas represas como a de Itaipu, sepulcro de um paraíso que poucos, como eu, puderam conhecer: o Parque Nacional de Sete Quedas. Daí veio a lição: além de buscar fontes alternativas, todos devemos fazer um uso racional da energia, assim como da água e de tantos outros insumos/recursos naturais que consumimos no nosso cotidiano. Hoje, mais do que nunca, devemos meditar sobre esta lição, diante do risco cada vez maior de um “apagão ambiental”.

Quando a ideia de sustentabilidade é inculcada desde cedo na formação do cidadão, a variável ambiental é tida como um imperativo categórico natural para qualquer atividade. Desde as decisões tomadas na gestão da coisa pública ou no âmbito empresarial até os mais simples hábitos de consumo de cada pessoa, em tudo é possível considerar os potenciais impactos ao meio ambiente.

Voltando à questão da efetividade da legislação ambiental, vê-se, portanto, que nas sociedades em que já se desenvolveu uma consciência proambiente, as leis ambientais não só existem como, em geral, são respeitadas e têm seu alcance ampliado cada vez mais, já que a população entende o porquê dessa legislação.

No Brasil, diante da nossa trágica miopia ambiental - por exemplo, a famigerada revisão do Código Florestal, em que se discute a redução do rigor da lei para “regularizar” um passado e um presente que não podemos tolerar, nem mesmo eventos dramáticos relacionados com o descumprimento da lei não são ainda suficientes para nos convencer sobre a necessidade de se respeitar a legislação que já existe.

É certo que a própria legislação precisa de aprimoramento contínuo, já que a realidade à nossa volta está em constante transformação, sobretudo no campo tecnológico. Ainda estamos aprendendo a lidar com a complexidade dos problemas ambientais, mas não podemos conceber a perda de valores que foram conquistados a duríssimas penas.

Enquanto a mídia se limita a alertar a opinião pública nacional e internacional sobre o desmatamento na região amazônica - certamente um problema bastante grave - e o Governo Federal se vangloria de tê-lo reduzido percentualmente (mesmo que, em termos absolutos, imensas áreas de florestas ainda estejam sendo devastadas, com terríveis impactos sobre nossa biodiversidade e nosso clima), nas demais regiões ficamos ainda mais inertes diante dos passivos ambientais que estão bem à nossa frente: Senhoras e Senhores, a “Amazônia” é aqui! Há muito por fazer!



Fonte: Carbono Brasil
*Por Fernando Tabet é advogado, sócio do escritório Tabet Advogados - Assessoria Ambiental

O Desafio da Sustentabilidade

Veja um exemplo de sustentabilidade e educação!

Por Grupo Bixo Verde*
(divulgado no site: www.mundosustentavel.com.br)

Olá! Somos alunas do curso de Ciências Biológicas da Universidade Metodista de São Paulo, e é com muita alegria que queremos compartilhar nossa vitória no 1˚Desafio Santander de Sustentabilidade, contando a história da nossa ideia premiada: o projeto “Bixo Verde”.

Tudo começou em uma palestra na faculdade em que nossa professora orientadora, Vera Carolina Cambréa, convidou a coordenadora do Instituto BioMa, Aieska Marinho Lacerda, para falar sobre projetos idealizados pelos alunos e que foram implementados na universidade. Nessa ocasião, nos inspiramos a desenvolver nossas ideias para um mundo melhor e, quando conhecemos o Desafio Santander de Sustentabilidade, vimos uma nova oportunidade: transformar essa vontade em ação.

O Desafio tinha como proposta selecionar projetos com potencial multiplicador que inserissem a sustentabilidade na universidade, gerando impactos ambientais, sociais e econômicos positivos. Os autores do projeto vencedor e o professor orientador ganhariam bolsas de estudo para um curso de Empreendedorismo na Babson College, em Boston, EUA, com todas as despesas pagas.

Nossa universidade já tem um programa institucional de sustentabilidade, o Metodista Sustentável, mas sentíamos falta de uma diretriz que envolvesse os alunos e os fizessem participar diretamente das ações. Por isso, criamos o Projeto “Bixo Verde”, para orientar e provocar os alunos a adotarem a sustentabilidade em suas ações cotidianas. “Bixo Verde” é uma espécie de trote solidário (por isso o Bixo, com x) que segue até o último ano do curso. O objetivo do projeto é promover entre os estudantes o que chamamos de “imprinting”, ou marca da sustentabilidade, desde o início da vida universitária, conectando-os ao Programa Metodista Sustentável de forma sistêmica e perene, e transformando-os em novos líderes dos processos sustentáveis, qualquer que seja sua futura profissão.

O projeto tem três fases que estarão entre as atividades acadêmicas e institucionais da universidade. As etapas prevêm parcerias com o setor público e privado da região e a implantação e reprodução de práticas sustentáveis dentro e fora da instituição.

O auxílio da Metodista e dos professores foi fundamental para desenvolvermos com sucesso a elaboração do projeto, assim como o apoio do Santander, que nos ofereceu oficinas on-line e vídeochats fundamentais na formulação da ideia. Participar desse processo foi uma experiência enriquecedora e empolgante. Aprendemos muito: o verdadeiro conceito da sustentabilidade, os desafios de se trabalhar em equipe e as dificuldades e prazeres de escrever um projeto como esse.

A previsão é que a fase de sensibilização do Bixo Verde se consolide no segundo semestre de 2011 e que o projeto seja implantado para os calouros de 2012. Já criamos perfil no Facebook (Conexão Sustentável Bixo Verde) e no twitter (@bixo_verde), um e-mail (conexaosustentavel@hotmail.com) e vamos iniciar a elaboração do site. Também vamos tratar com o Comitê de Sustentabilidade Institucional todos os detalhes para o início das atividades.

Nosso maior sonho é que esse projeto se espalhe por aí e inspire muitas outras iniciativas. Agradecemos ao Santander pela oportunidade de compartilhar nossas ideias!

Para conhecer as ideias propostas durante o Desafio Santander de Sustentabilidade, clique aqui.

*Andréa Fajardo Ramos (aluna do 4˚ano), Ingrid de Castro Vompean Fregonez (aluna do 4˚ ano),
*Thamires Bellota Benevides (aluna do 3˚ano)
*Vera Carolina Cambréa (professora orientadora)

Fonte: Mercado Ético

Garantec expande sistema de coleta e arrecada mais de 3 ton de e-lixo


A Garantec, empresa do grupo Itaú Unibanco, líder no mercado em garantia estendida, ampliou seu sistema de coleta e descarte sustentável de lixo eletrônico e arrecadou, entre dezembro de 2010 e janeiro deste ano, 3,2 toneladas de materiais. Além dos ecopontos espalhados pela Grande São Paulo, interior e litoral paulista, a empresa ampliou as vistorias às assistências técnicas no processo de troca de peças e equipamentos reparados (sem conserto) de forma a recolher maior quantidade de sucata. Entre os itens campeões de descarte estão motores, placas diversas e coolers com o ventilador, fontes, partes metálicas e tubos de televisão entre outros. “Temos que começar diminuindo o depósito nas oficinas de reparo e assistência técnicas, que cresce cada vez mais, por conta da rápida evolução dos produtos”, analisa André Rutowitsch, diretor da Garantec. Em 2010 foram recolhidos 2,1 toneladas de lixo eletrônico, para este ano, a empresa espera recolher mais de 10 toneladas com a expansão do programa.


Comunicação Corporativa
imprensa@itau-unibanco.com.br

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

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A revista Geração Sustentável faz uma promoção especial para você leitor que busca novos conhecimentos sobre o tema sustentabilidade corporativa.

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A publicação apresenta estratégias voltadas ao setor empresarial, sobre como aliar o desenvolvimento econômico, a preservação ambiental e a responsabilidade social. “O marketing verde é uma ferramenta estratégica para crescimento e visibilidade do setor empresarial. Investir em meio ambiente é investir no futuro e na qualidade de vida da população, o que comprovadamente agrega valor à marca”, explica o escritor e consultor em gestão empresarial e ambiental, Evandro Razzoto. No livro, ainda podem ser encontradas dicas como a definição do grau de sustentabilidade da empresa, a divulgação dos resultados do marketing verde e como a empresa pode se tornar autossustentável. Saiba mais pelo site http://www.razzoto.com/

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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Plástico: Lixo que vira papel

Universidades brasileiras desenvolvem tecnologias para obter matéria-prima a partir de resíduos como plástico e bituca de cigarro

Para produzir mil quilos de papel, segundo especialistas, são necessárias 30 árvores ou 700 toneladas de plástico encontrado no lixo. Isso mesmo, 700 toneladas de plástico reciclado. Uma descoberta feita por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) mostrou que já é possível produzir papel com embalagens de garrafas de água, potes de alimentos e embalagens de material de limpeza. Trata-se do papel sintético ou ecológico -material com aparência bem próxima a do papel couché - que evita, além da derrubada de árvores, o desperdício de água, energia e o uso de produtos tóxicos e poluentes, utilizados na fabricação do papel a partir da celulose.
A pesquisa iniciou em 1995 sob o comando da professora doutora em engenharia de materiais, Sati Manrich. ”A ideia inicial era desenvolver um produto com alto valor agregado e útil a sociedade. Desde os estudos preliminares até a patente, foram quase 10 anos de trabalho”, explica. A tecnologia, que contou com a parceria da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), foi testada na planta piloto da Vitopel, fabricante de filmes flexíveis do interior de São Paulo, e encontra-se em fase de licenciamento.

Produção
A produção em larga escala não necessita de ajustes: utiliza-se o mesmo maquinário usado para produzir o filme plástico, que pode ser encontrado nos rótulos das embalagens de biscoitos, salgadinhos e na indústria gráfica. No processo de fabricação do papel sintético, o plástico é triturado e misturado a várias sustâncias. Em seguida, vai para uma máquina onde é submetido a altas temperaturas. Depois de derretido, é resfriado e novamente picotado. O processo termina em um outro equipamento que funde os grãos para chegar ao produto final. Apesar de o levantamento de custo de produção ainda não ter sido feito, a professora responsável pelo projeto acredita que eles fiquem num patamar competitivo com o do papel que vem da celulose. “Assim como qualquer produto novo, no início, acredito que será um pouco mais caro. Contudo, assim que a produção aumentar, os custos diminuirão”, argumenta.

Aplicação
Se comparado ao papel feito com celulose, o material apresenta maior resistência mecânica e à água. Por isso, é indicado para produzir rótulos de garrafas, outdoors, tabuleiros de jogos, etiquetas e cédulas de dinheiro. “Livros e cadernos escolares também podem ser produzidos com o método, uma vez que a película aceita bem a tinta de canetas esferográficas e tem durabilidade maior”, diz Sati.

Da bituca de cigarro
Também da sala de aula vem outro exemplo de reaproveitamento de resíduo que poderia estar no lixo. Sob a orientação da professora Thérèse Hofmann, do Instituto de Artes da Universidade de Brasília (UnB), e de Paulo Suarez, professor do Departamento de Química, o aluno Marco Antônio Barbosa Duarte fez da bituca de cigarro matéria-prima para produzir papel.
Ao utilizar a bituca para uma fabricação “limpa”, o projeto de Duarte resulta em um produto interessante. Além de resolver um problema ambiental, alerta para a existência de um resíduo que é resultado de um consumo que prejudica a saúde humana. Afinal, o tabaco, em vez de alimentar um vício, pode ser um substituto da celulose.
“Ele questionou se era possível fazer algo com este resíduo tão presente no campus. A hipótese do papel foi a primeira a ser levantada. Visitamos as fábricas dos principais produtores de cigarro e fizemos extensa pesquisa bibliográfica”, explica Thérèse. De acordo com a metodologia desenvolvida, filtro e tabaco fornecem as fibras que dão origem ao papel e as cinzas servem de base no processo cujo rendimento é de quase 100%. Em 2003, a patente do processo foi registrada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). “O resultado dessa pesquisa comprova que, praticamente, nada pode ser chamado de lixo”, diz a professora que registrou também a patente de reciclagem de papel-moeda - dinheiro descartado pelo Banco Central.
Na disciplina Materiais em Artes, Thérèse costuma propor que os alunos produzam todos os materiais utilizados como giz-de-cera, pincel, giz pastel, tintas óleo e acrílica, nanquim, carvão, guache, aquarela e papel. Ela desenvolve, também, projetos de capacitação de cooperativas de catadores e faz parte do projeto Reciclando Papéis e Vidas que, em parceria com a Associação Brasileira Técnica de Celulose (ABTCP) e Votorantim, faz a capacitação de ex-presidiários na produção artesanal de papel e seus artefatos em Tremembé (SP).


Reciclagem de papel
Os brasileiros consumiram, em 2008, 9,1 milhões de toneladas de papel. Desse total, cerca de 3,7 milhões foram reciclados. Na visão de Pedro Vilas Boas, estatístico da Associação Brasileira de Papel e Celulose (Bracelpa), o número pode ser considerado positivo. “A indústria da reciclagem de papel é um setor amadurecido no país, principalmente nas regiões Sudeste e Sul”, diz. Prova disso, foi a taxa de recuperação de papéis recicláveis em 2007, que alcançou 45% do consumo aparente (soma da produção nacional de papel com a importação, menos exportação) e superou países como Finlândia – 43,7%, China – 37,9%, Rússia – 32,8% e Índia – 28,1%.

O setor de papel e celulose também apresenta avanços no caminho para a sustentabilidade. Afonso Moura, gerente técnico da Associação Brasileira Técnica de Celulose (ABTCP), explica que o Brasil é pioneiro no uso de florestas plantadas como principal matéria-prima para a produção de celulose e papel. “A base florestal do setor é de 1,7 milhão de hectares com o plantio de pinus e eucalipto, e 90% é certificada”, diz. Segundo Moura, as empresas do setor recuperam e preservam outros 2,7 milhões de hectares de áreas naturais que abrangem a totalidade das áreas de preservação permanente e de reserva legal. “Além disso, estamos evoluindo cada vez mais para o uso racional de energia e água, minimização dos efluentes, recomposição do meio ambiente e projetos sociais”, completa.

Matéria publicada na edição 12 da revista Geração Sustentável