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quarta-feira, 18 de junho de 2014

Artigo Valor Compartilhado_Edição 37_Por Daniella Mac Dowell

Qual a diferença entre responsabilidade social, sustentabilidade empresarial e a teoria do valor compartilhado?

Depende. Depende da cultura organizacional da empresa, de sua maturidade em relação a esses temas, das regiões onde está inserida e de muitos outros fatores. Tenho percebido que essas terminologias são tão dinâmicas que não ouso classificá-las de forma rígida, dentro de conceitos fechados: tais termos são representações sociais, ou seja, variam de acordo com o interlocutor, com a empresa, com o tempo e com o espaço. Por isso, sugiro que quando alguém mencionar os termos “sustentabilidade”, “responsabilidade social” ou “valor compartilhado”,você pergunte antes de continuar a conversa: “o que você quis dizer com isso?”. Assim, poderão explorar o assunto com fundamento em uma base comum.

Michael Porter e Mark Kramer escreveram em artigo da Harvard Business Review: “é preciso reconectar o sucesso da empresa ao progresso social. Valor compartilhado não é responsabilidade social, filantropia ou mesmo sustentabilidade, mas uma nova forma de obter sucesso econômico. Não é algo na periferia daquilo que a empresa faz, mas no centro. E, a nosso ver, pode desencadear a próxima grande transformação no pensamento administrativo”.

Se Porter e Kramer distinguem valor compartilhado de responsabilidade social, que tal refletirmos sobre a definição de responsabilidade social da ISO 26.000? “É a responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento ético e transparente que: (i) contribua para o desenvolvimento sustentável inclusive a saúde e o bem-estar da sociedade; (ii) considere as expectativas das partes interessadas; (iii) esteja em conformidade com a legislação aplicável e seja consistente com as normas internacionais de comportamento; e (iv) esteja integrada em toda a organização e seja praticada em suas relações”. Parecem coisas semelhantes? Pois é, e são! A diferença é que Porter e Kramer usam o idioma corporativo. E é essa linguagem que usaremos para abordar o tema da sustentabilidade nesta coluna. 

Então, para começar a conversa, vou lhe contar um segredo: quando digo “sustentabilisustentabilidade empresarial”, “responsabilidade social da organização” ou “valor compartilhado”, quero dizer a mesma coisa: que o negócio de uma empresa deve ser pautado pelo seu compromisso com o desenvolvimento social (e, para mim, não há desenvolvimento social sem garantia de uma boa qualidade ambiental para todos, hoje e no futuro). Sei que o lucro é meta fundamental de toda empresa, mas tenho certeza de que temos nos desenvolvido para limitar o espaço de empresas focadas no lucro a qualquer preço.

Como tenho certeza disso? Analisando o cenário da sustentabilidade empresarial no Brasil. Cresce o número de consumidores conscientes, que escolhem marcas e produtos com base em seus valores, bem como daqueles céticos em relação às “propagandas verdes”, exigindo provas dos benefícios sociais e ambientais alardeados pelos anunciantes. Existe um número crescente de associações, coletivos, grupos, ONGs e OSCIPs atuando na busca da melhoria socioambiental, além de inúmeros cursos, workshops, documentários, eventos e seminários debatendo esses temas. Existem cada vez mais empregos em áreas correlatas à sustentabilidade e empresas divulgando relatórios de sustentabilidade. Existe um número crescente de legislações e exigências contratuais, assim como mais prêmios e certificações nessa área.

O objetivo desta coluna é contribuir para a compreensão desse universo da sustentabilidade empresarial. É olhar para empresas que crescem e lucram dentro de uma cultura que busque o desenvolvimento sustentável. É compreender como o desenvolvimento socioambiental pode estar no centro do negócio, contribuindo para a ideia de valor compartilhado. É divulgar indicadores que demonstrem que investir no desenvolvimento socioambiental é – e será cada vez mais – um bom negócio. É isso que você, leitor, verá neste espaço nas próximas edições. E, como acredito num mundo menos individual e mais compartilhado, no qual múltiplos olhares enriquecem o entendimento de qualquer questão, conto com você para contribuir e cocriar comigo este espaço: mande sugestões, críticas, informações e dicas de empresas ou projetos para daniella@nozdesenvolvimento.com.br
Site: www.nozdesenvolvimento.com.br

Daniella Mac Dowell Sócia Diretora da NOZ – Desenvolvimento e Cocriação em Sustentabilidade e Líder da Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade em Curitiba. 

Gestão Resíduos_Edição 37 _ Por um fio ecológico


Reaproveitamento de resíduos sólidos e utilização de materiais alternativos tornam menos impactante produção de fios, tecidos e vestuários

Jornalista Bruna Robassa

Dados do Ministério do Meio Ambiente apontam que o Brasil produz atualmente cerca de 150 mil toneladas de lixo por dia. Desse total, 59% vão para os lixões e apenas 13% são reaproveitados. Entre as indústrias que mais geram resíduos está a têxtil. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), o Brasil é o 5º maior produtor têxtil do mundo, tendo faturado apenas em 2012 US$ 56,7 bilhões, o que representa mais de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial brasileiro.

Com a produção média de 9,8 bilhões de peças anualmente por mais de 30 mil empresas, os impactos decorrentes da produção de fios, tecidos e roupas percorrem toda a cadeia produtiva: desde o plantio do algodão até a confecção da peça, que é a etapa final. Há também os impactos gerados com a comercialização desses produtos. O cultivo do algodão, em decorrência da grande quantidade de pesticidas, inseticidas e fertilizantes utilizados para a obtenção da fibra, causa contaminação da água, do solo e da fauna local. Além disso, um grande volume de água é consumido nos processos de beneficiamento e acabamento de peças de tecido.

Solução • No entanto, graças a louváveis iniciativas de diversas empresas que têm visto na reciclagem uma oportunidade de negócio, parte dos resíduos sólidos das indústrias têxteis e também de outros segmentos do mercado, que antes ia para o lixo, pode ser reaproveitada, gerando manufatura de novos produtos e renda para famílias brasileiras.

Há 10 anos no mercado, a empresa blumenauense Eurofios produz fios ecológicos por meio do reaproveitamento de resíduos sólidos das indústrias têxteis da região. Todo o processo é feito pela companhia: desde a coleta, passando pela classificação e produção do barbante. Depois de separar o material por cores – evitando qualquer processo químico de tingimento – o resíduo se transforma em barbantes. Atualmente, já são quase 90 mil toneladas de resíduos do lixo e reaproveitados pela empresa.

Paulo Roberto Sensi Filho, diretor comercial da Eurofios, conta que existem muitas empresas têxteis na região e o descarte dos materiais acaba não sendo realizado de maneira correta. “Então, percebemos no problema uma oportunidade e transformamos esses resíduos em um novo negócio”, relata. Segundo ele, o maior incentivo da empresa é saber que está reciclando e transformando esses resíduos em novas oportunidades: desde as pessoas envolvidas no processo de produção até as artesãs que criam trabalhos com os produtos do empreendimento e geram uma segunda renda para sua família.

“O nosso principal e maior desafio é ser reconhecido pela sociedade e pelo poder público como uma empresa que tem o compromisso de reduzir os passivos ambientais e com a sustentabilidade”, diz. A parceria da Eurofios com as indústrias geradoras vai desde a logística interna nos geradores até o compromisso de garantir o destino correto dos resíduos gerados.


Conhecimento e renda • A Eurofios também aposta numa parceria com um especialista em crochê no Brasil, Marcelo Nunes, para disseminar o conhecimento sobre os trabalhos manuais e ensinar uma segunda fonte de renda para centenas de pessoas. “Muitas artesãs nem imaginam que os barbantes utilizados por elas são feitos de produtos recicláveis. E isso mostra que não há diferença entre a qualidade de uma peça feita com matéria-prima reciclada e produtos sem essa característica”, ressalta o diretor comercial da Eurofios.

Além da produção dos barbantes, a empresa também comercializa cortinas produzidas com material reciclado. “Com a aposta nesse segmento, reforçamos o maior valor da empresa, trabalhar com sustentabilidade, mas alinhar a reutilização de recursos com produtos funcionais e que não percam em design. Aproximadamente 75% do material utilizado para confecção da cortina vêm de reaproveitamento”, relata. Os itens já estão à venda no Sul do país e devem chegar aos outros estados em breve.

Fio PET • No Brasil, o estado de Santa Catarina é um dos maiores produtores de vestuário do Brasil e também a localidade que conta com ações sociais e ambientalmente conscientes mais evoluídas, como é o caso da Malwee, uma das principais indústrias do vestuário do Brasil. Há mais de quatro décadas em funcionamento, a preocupação da Malwee com a sustentabilidade já está incorporada ao seu DNA. Entre as ações de destaque está a utilização do fio feito de garrafa de PET em várias peças, o que já possibilitou a retirada de mais de 3,5 milhões de garrafas do meio ambiente. A iniciativa foi lançada no inverno de 2011 e a intenção da empresa é o resgate anual de milhões de PET da natureza. Com esse processo, diminui-se o volume de lixo, auxiliando na redução do consumo de material virgem a partir do petróleo, tendo reflexo direto em economia de energia e redução do aquecimento global.

Cenário mundial • A produção de matéria-prima e de produtos com menor impacto ambiental é uma tendência mundial. Enquanto a Europa tem aderido à elaboração de vestimentas de baixo impacto ambiental, a China, líder mundial no mercado têxtil e de confecção, está se adequando às novas leis relacionadas ao meio ambiente e às questões trabalhistas implantadas no país.

A companhia Barktex, sediada em Frankfurt, na Alemanha, desenvolveu um tecido a partir de casca de árvores que pode ser utilizado na customização de roupas, móveis de design de interiores. Cultivado em fazenda certificadas de Uganda, o produto é extraído de uma espécie de figueira chamada de mutuba, com possibilidade para ser convertido em lã, couro e madeira. Os idealizadores do projeto apontam que a manufatura do item demanda baixo consumo de água e energia elétrica.

Também na Alemanha, a empresa Qmilk utiliza caseína (uma proteína encontrada na bebida láctea) para a produção de fibras que podem ser usadas na fabricação de roupas, papel, itens hospitalares e até da indústria automotiva. Proveniente de recursos renováveis, 1 kg de fibras demora 5 minutos para ser feito e consome apenas 2 litros de água.

A indústria têxtil também tem produzido peças com fibras de bambu. Com característica termodinâmica, a fibra de bambu é biodegradável e propicia maciez, tornando-se um componente versátil para as quatro estações do ano. Sem necessitar de pesticidas ou fertilizantes, a planta se desenvolve rápido e, portanto, pode ser facilmente implantada no vestuário brasileiro.

Algodão ecológico • 80% da matéria prima utilizada na produção de vestimentas é algodão, sendo que os 20% restantes englobam aproximadamente 10 outros tipos de materiais. O algodão é a matéria-prima menos prejudicial ao meio ambiente, já que pode ser facilmente reutilizado, podendo até virar algodão novamente. Por outro lado, o pior resíduo é chamado de Rami – uma fibra dura e prejudicial ao meio ambiente. Assim como esse, os tecidos sintéticos e os feitos à base de petróleo ainda são muito utilizados porque aceitam outros componentes e porque possuem cor mais viva, no entanto, são altamente prejudiciais.

Mesmo sendo a matéria-prima de menor impacto ambiental, a produção de algodão ainda causa estragos na natureza. Visando reverter esse quadro, já surgiram no mercado iniciativas para produção de algodão ecológico. Com cerca de 700 trabalhadores em cinco estados do Brasil, entre homens e mulheres, agricultores, coletores de sementes, fiadoras, tecedores e costureiras, a empresa Justa Trama desenvolveu uma cadeia produtiva que inicia no plantio do algodão agroecológico e vai até a comercialização de peças de confecção produzidas com esse insumo.

Criada em 2004, com o desafio de produzir sessenta mil bolsas para serem distribuídas durante o Fórum Social Mundial, que seria sediado em Porto Alegre, em 2005, hoje a empresa já conta com coleção própria, lançada em 2011 na Itália, para onde também já enviou toneladas de fios de algodão para um grupo de microempresas.

Em 2011, apenas 1% do algodão produzido no Brasil não usava pesticidas, mas o mercado é considerado promissor. Apesar de mais trabalhoso, pois requer o cultivo sem o uso de herbicidas, o plantio do algodão ecológico tem gerado renda para milhares de famílias em várias regiões do Brasil.

Nas passarelas • A sustentabilidade dos tecidos também está nas passarelas e tem conquistado marcas famosas, como é o caso da Adidas. A coleção primavera/verão 2014 da Adidas by Stella McCartney é um dos exemplos. Segundo a estilista da marca, trata-se de uma coleção que incorpora elementos sustentáveis sempre que possível. Não só foi utilizado algodão orgânico, como fios reciclados e tecnologia de coloração a seco, como também foi feito grande esforço para reduzir o excesso de resíduos gerados na produção.

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segunda-feira, 16 de junho de 2014

Artigo_Economia e Sustentabilidade_ Por Daniel Thá

Eventos climáticos extremos, decisões econômicas e mudanças climáticas

Sob a ótica da "tragédia dos comuns" (Hardin, 1968), desvendamos no artigo passado (edição nº 36) porque o impasse impera em relação a possíveis soluções para as mudanças climáticas. A atmosfera é um bem público sem direitos de propriedade e de acesso livre, fazendo com que cada país tenha o incentivo de poluir pois, caso não o faça, outro país o fará. Com a "não cooperação", qualquer investimento em mitigação é um desperdício; revertendo investimentos, quando existentes, para adaptações intramuros.

Um agravante é a incerteza sobre quais seriam os custos reais das mudanças climáticas - como eles se materializarão, onde estarão e quem será mais afetado. Essas três perguntas são mensuráveis e quantificáveis em uma análise de custo-benefício para a implantação, digamos, de uma ferrovia. Investimentos em saneamento básico, noutro exemplo, são realizados porque seus custos de curto prazo ficam ínfimos quando comparados aos benefícios da população saudável no longo prazo.

Os cálculos de custo real tornam-se mais difíceis para o caso de uma hidrelétrica, onde parte significativa deles não está "a mercado", como por exemplo os efeitos ecossistêmicos da interferência do rio à jusante; ou ainda a perda de habitat. Embora difíceis de serem mensurados, esses custos ocorrem! Justamente por sua exclusão é que se julga uma hidrelétrica como Belo Monte de viável.

Os custos oriundos das mudanças climáticas, apoteose da globalização, são ainda mais difíceis de serem endereçados. Só vale a pena investir recursos e esforços, seja em mitigação ou adaptação intramuros, se os benefícios superarem os custos. Em “economês”: quando os danos marginais evitados igualem os custos marginais de adaptação. Mas...
- como calcular um "valor presente líquido", descontando os custos e benefícios futuros, se não conseguimos estabelecer as causalidades do processo?

- como calcular a eficiência de medidas mitigadoras, uma vez que o tamanho do reservatório (atmosfera) é global e o tempo de residência do CO2 implica vida útil longa?

- como determinar a taxa de desconto para algo global e de prolongado prazo?

Eis que, por mais deprimente que seja a lista acima, existem razões para tomar ações tempestivas. A análise de custo-benefício é superada quando se tratam de custos que comprometem a estabilidade estrutural da economia. Foi justamente essa a justificativa que permitiu ao Governo Americano usar US$ 700 bilhões de dinheiro público para socorrer empresas privadas no pós-crise de 2008.

De acordo com a teoria dos jogos, é racional minimizar a possibilidade de perda dentro de um cenário de concretização do pior cenário, ou perda máxima (estratégia "minimax"). Exemplo: uma vez que a transição de combustíveis fósseis para energias renováveis ocorre de forma inexorável, porém insuficientemente lenta, pode-se cobrar uma taxa de carbono (custo de curto prazo) para acelerar o compasso da desejável mudança.

E não é que os custos econômicos relativos a eventos climáticos extremos estão se provando deveras desestabilizadores? Entre o final de 2013 e início de 2014, temos: Estados Unidos e Canadá com recorde de frio; Califórnia com seca ímpar; costa Britânica com chuvas e inundações bíblicas; Austrália e sul da América do Sul derretendo. Quem ainda não acredita nas mudanças climáticas deve estar se aconselhando com o Papai Noel!

Quem sabe os eventos climáticos extremos, com seu potencial de desestabilização econômica estrutural, mude a ponderação entre custos e benefícios da comunidade política frente às mudanças climáticas. Não obstante, o já bombástico alerta da comunidade científica (vide link abaixo) quiçá a inação política seja finalmente quebrada quando, literalmente, a água bater na bunda.

*Resumo do último relatório do Painel Inter governamental sobre Mudanças Climáticas: www.ipcc.ch/report/ar5/wg1/docs/WG1AR5_ SPM_FINAL.pdf

Daniel Thá - Mestre em Economia Ambiental e Economia Internacional, consultor.

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Visão Sustentável Edição 37_A saúde do hospital na gestão sustentável e consciente


É incrível a capacidade de adaptação do conceito de sustentabilidade às mais diversas áreas da atividade humana. Se há facilidade em propor sua aplicação em novas atividades – startup's e empreendimentos conceituais –, por outro lado, há de se reconhecer a dificuldade e criatividade no uso de práticas sustentáveis em atividades centenárias e já consolidadas, como a da saúde.

Iniciada na década de 1990, pelo britânico John Elkington, as práticas de sustentabilidade na gestão hospitalar baseiam-se no tripé aspectos econômicos, sociais e ambientais. De acordo com Marcelo Durante Bittencourt, mestre em Administração com ênfase em Sustentabilidade Hospitalar pela Universidade Udelmar (Chile), os pilares de Elkington repercutem em ações socioeconômicas, socioambientais e de ecoeficiência.

“Esses aspectos atingem globalmente toda a cadeia de valores do negócio hospitalar, abrangendo tanto as atividades econômico-administrativas e médico-assistenciais quanto toda a sociedade envolvida, pacientes, clientes, acompanhantes, governantes, fornecedores e demais stakeholders”, afirma.

Dessa forma, um dos principais objetivos da sustentabilidade aplicada na gestão hospitalar é a redução de consumo e impacto ambiental. No entanto, as ações não são reduzidas às práticas administrativas, mas sim na conscientização e promoção do envolvimento de todo o corpo funcional da entidade e do hospital com a comunidade em que está inserido.

“A interação com toda a comunidade adjacente, clientes e usuários, corpo de colaboradores, médicos e principalmente fornecedores, visa a divulgar e conscientizar para as melhores práticas de sustentabilidade a serem praticadas e disseminadas, para que se torne uma nova mudança de postura de todos, objetivando maior reflexão para o consumo consciente, atuando de forma responsável e mais humana nas ações e atividades desenvolvidas por todos os integrantes dessa atividade hospitalar”, afirma Bittencourt.

Gestão responsável na área da saúde

Apesar do conceito de sustentabilidade aplicado à saúde ter iniciado na década de 90, na Inglaterra, seu uso na gestão hospitalar no Brasil ainda é incipiente, sendo foco de preocupação de poucas instituições, ou em ações isoladas no gerenciamento do hospital.

Uma das instituições que encamparam o conceito de sustentabilidade na área da saúde e vem se preocupando cada vez mais na sua aplicação às ações macro de gestão dos hospitais é a Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar (Pró-Saúde), instituição que atua desde 1967, quando iniciou a gestão do primeiro hospital da instituição, em João Monlevade (MG).

Atualmente, a Pró-Saúde está presente em 59 projetos: 34 hospitais, 02 Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), 4 Unidades de Pronto Atendimento (Upas) e 19 Unidades Básicas de Saúde (UBS), além de atuar com a formação de profissionais de saúde com cursos, seminários e Pós-Graduação/MBA em Gestão Hospitalar e Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde.

Para Bittencourt, que é diretor operacional da Pró-Saúde, o uso da sustentabilidade na saúde ainda é pouco no Brasil  em virtude da falta de divulgação, e principalmente da pouca atenção das instituições hospitalares à importância de uma gestão sustentável aplicada às práticas hospitalares. “No segmento saúde, pouquíssimas instituições atentaram-se para a importância da sustentabilidade. Isso como exemplo de grandes complexos hospitalares que existem no país e nada se preocuparam ainda com esse tema”, critica.

Apesar disso, Bittencourt acredita que esse quadro será revertido em poucos anos, devido à divulgação de ações, como as desempenhadas pela Pró-Saúde, que colhem frutos nas atitudes sustentáveis das gestões hospitalares. “É uma questão de mais alguns anos para que essas instituições despertem e vejam o quanto seu papel é importante nessa cadeia produtiva. Até lá, instrumentos e veículos de comunicação, como a própria revista especializada da Geração Sustentável, possuem papel fundamental e de grande importância na disseminação do conhecimento, pois com a maciça divulgação, bem como criação de cursos em sustentabilidade, é que teremos instituições mais saudáveis e perpetuando para futuras gerações de forma mais consciente e sustentável, sem degradar o meio ambiente”.

Hospital Municipal de Araucária (PR): modelo de gestão consciente na área da saúde

Inaugurado em 2008, e desde o início gerido pela Pró-Saúde, o Hospital Municipal de Araucária (HMA) vem despontando como exemplo de gestão sustentável, e um dos carros-chefes da Pró-Saúde na implantação de ações ambientalmente consciente.

O HMA conta com estrutura de 110 leitos, sendo o único hospital da cidade a atuar em atendimentos de urgência e emergência, cirúrgicos, ambulatoriais, internações e partos, representando referência para os mais de 100 mil habitantes da região. Em média, 6 mil pessoas são atendidas mensalmente pelo HMA, todos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Se no mercado inúmeras práticas e ferramentas complexas de consultorias são utilizadas para o auxílio de uma boa gestão da qualidade e da sustentabilidade na área de saúde, para Bittencourt, nas ações do HMA, soluções simples, mas de um alcance ambiental e social imenso, foram implantadas paulatinamente na gestão.

“Desde o início da abertura do HMA, focamos para a estruturação de uma gestão sustentável, e esse foco também é disseminado para as demais instituições hospitalares em que a Pró Saúde atua, evidentemente dentro da capacidade de atuação e adaptações necessárias a cada tipo de projeto de saúde. Mas como digo, fazer ações sustentáveis é possível em qualquer tipo de hospital, clínica, UBS, UPA, Laboratório e demais serviços de saúde, desde que se tenha foco no que desejar ser realizado e pelo menos iniciar as boas práticas de gestão sustentável”, pondera o diretor da Pró-Saúde.

Entre as ações desempenhadas pelo HMA, destacam-se a formação de uma comissão responsável por debater e propor soluções para a diminuição de resíduos hospitalares e para a destinação correta do lixo. As ações promoveram redução de 12% de lixo entre 2011 e 2012, ou seja, nesse período, o Hospital deixou de produzir mais de 10 toneladas de resíduos – com reaproveitamento de talos e cascas de alimentos promovidos pela equipe de nutricionistas do Hospital – além de diminuir cerca de 32% do consumo de copos plásticos, com a substituições por canecas de cerâmica.

O banimento do uso de produtos que contenham mercúrio é outra ação realizada pelo HMA, que é signatário do Mercury Free Health Care, da Organização Saúde Sem Dano. Em sua forma líquida, o mercúrio é muito volátil, e, quando inalado, pode causar inúmeros problemas de saúde, sobretudo no sistema nervoso, que pode causar efeitos desastrosos como lesões e até a morte, dependendo do nível de concentração. O HMA, desde 2010, lançou uma normativa interna proibindo a compra e o uso de qualquer produto que contenha mercúrio.

E eliminação de mais de 700 litros de resíduos altamente tóxicos e poluentes foi outra conquista do HMA, com a implantação de sistema de digitalização de exames médicos, o que reduz o uso desses agentes tóxicos, por exemplo, na revelação de filmes raios X.

A aplicação de práticas sustentáveis da Pró-Saúde no HMA, como já mencionado, não se restringe às ações voltadas para a gestão administrativa interna. A entidade se preocupa em manter relações promissoras com a comunidade e com a Prefeitura de Araucária, como no projeto Vale Vida. No momento da alta de cada bebê nascido no HMA, a enfermagem acompanha os pais até a recepção do Hospital e entrega a eles uma muda de árvore com um panfleto mostrando a importância da arborização da cidade para a saúde do bebê no decorrer da vida. No período de um ano, cerca de 1.700 mudas de árvores foram distribuídas.

De acordo com o diretor da Pró-Saúde, pelo sucesso das ações e o empenho do corpo funcional do Hospital, o HMA tornou-se um dos emblemas da instituição gestora nas práticas sustentáveis. “O HMA é nosso maior referencial, pois iniciamos essas práticas com pensamento e postura voltados para a qualidade e sustentabilidade, desde a abertura do hospital, em 2008. Dessa forma, todo o planejamento foi feito com base nesses princípios essenciais. Com o passar dos anos, naturalmente fomos reconhecidos por diversas instituições que chancelaram nossas práticas, reconhecendo que uma gestão técnica e profissional focada com princípios sólidos, certamente teria sucesso, o qual poderá estar disponível para toda a sociedade que se utiliza dos serviços desse hospital, fazendo com que todos ganhem”.

Relatório Internacional de Sustentabilidade

É recorrente a busca de certificações, selos e timbres de instituições neutras e de reconhecimento público nas atuações e gestões de empresas e instituições dos mais diversos setores de serviço e produção.

Nas práticas sustentáveis, um dos reconhecimentos é o Relatório Anual de Gestão e Sustentabilidade, fundamentado em inúmeros indicadores de performance que foram padronizados pela GRI (Global Reporting Initiative), sediado na Holanda, onde estabelece níveis de complexidade e amplitude de informações em várias etapas do aprimoramento da gestão focada em sustentabilidade.

O Hospital Municipal de Araucária, gerido pela Pró-Saúde, foi o segundo hospital da América Latina a publicar um relatório com selo de verificação da GRI (Level C), em 2011. São mensurados mensalmente no relatório todos os aspectos que impactam de forma socioeconômica-ambiental, além de realizada análises críticas para a busca da melhoria do desempenho, disseminando para todas as partes envolvidas.

Segundo Bittencourt, a certificação GRI é um reconhecimento de que as ações da Pró-Saúde, frente à administração do Hospital de Araucária, estão no rumo certo. “O reconhecimento pela GRI, uma organização neutra e internacional, reflete na chancela de que estamos trilhando o caminho certo, um caminho sem volta para as organizações responsáveis socioambientalmente e sendo reconhecida em caráter mundial. A GRI reconhece e certifica toda e qualquer instituição empresarial, com base nesses relatórios padronizados e que serve como selo das boas práticas da Gestão Sustentável em nível mundial”. 

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Porto Alegre receberá 2ª edição da RENEX SOUTH AMERICA, feira internacional de energias renováveis


Único evento que reúne todos os segmentos de energias renováveis em um só local com o objetivo de apresentar as novidades da indústria, tendências, inovação, ideias e atração de investimentos para o Brasil e América Latina. Esta é a RENEX SOUTH AMERICA (Renewable Energy Exhibition), feira internacional que terá sua segunda edição em Porto Alegre (RS), de 26 a 28 de novembro, reunindo empresas, entidades e governos que atuam e investem nos segmentos de Energia Eólica, Energia Solar Térmica, Fotovoltaica, Biogás, Biocombustíveis, Biomassa, PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas), Geração Descentralizada e Smart Grids (redes inteligentes de energia elétrica). A feira conta com área de exposição, conferência internacional, rodadas de negócios e visitas técnicas.

O evento é promovido pela Hannover Fairs Sulamérica com o apoio da Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento do Rio Grande do Sul (SDPI), Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), Federação Alemã de Engenharia (VDMA), e Associação Alemã de Energia Eólica (BWE).

A RENEX tem origem no setor de energias renováveis da feira Industrial de Hannover, na Alemanha. Devido ao grande potencial de uso de energia renovável na América do Sul, especialmente no Brasil, a Deutsche Messe AG, maior promotora de feiras do mundo, continua apostando na RENEX SOUTH AMERICA em seu portfólio de negócios na América do Sul.

“Contribuem para a continuidade da feira o Plano Decenal de Expansão de Energia - PDE 2022, do Ministério de Minas e Energia, que prevê investimentos de R$ 260 bilhões em novos projetos de geração e transmissão de energia até 2022”, destaca Constantino Bäumle, diretor da Hannover Fairs Sulamérica.

Primeira edição gerou US$ 44 milhões - A primeira edição da RENEX, ocorrida em novembro de 2013, em Porto Alegre, reuniu 46 empresas participantes e 43 empresas nas rodadas de negócios que projetaram uma expectativa de negócios de US$ 44 milhões, em função dos contatos e oportunidades proporcionadas pelo evento. A feira também contou com mais de 3.500 visitantes, Congresso Internacional, Conferência de Energia Solar e Painel, que reuniram 580 pessoas e visitas técnicas para 120 pessoas. O RENEX Business Matchmaking, rodada de negócios internacional, contou com 25 empresas brasileiras e 18 internacionais, vindas de cinco países.

Empresas interessadas em expor devem fazer contato com renex@hanover.com.br ou (41) 3027-6707

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Artigo: Gestão Estratégica Por Hugo Weber Jr.

Lixo não é lixo, é recurso natural

“O lixo é o único recurso em expansão no Planeta” Buckminster Fuller

Neste recente Carnaval do Rio de Janeiro, um dos eventos mais ricos e belos do Planeta, vimos estarrecidos pelas imagens das TVs cenas apocalípticas de lixo amontados pelas ruas dessa bela cidade brasileira. O mundo inteiro também viu. Uma greve de somente 300 garis proporcionou o caos. Agora, venhamos, “em casa que ninguém manda todos reclamam e ninguém tem razão”, de quem é a responsabilidade por tamanho absurdo? O poder público que não se previne antecipadamente para tais consequências e não desenvolve planos de contingência para tais situações? O empresariado que em sua ânsia mercadológica produz mais e mais embalagens para o consumo? A comunidade que gera mais e mais resíduos e os coloca na rua, proporcionando o chamado “efeito catapulta”, descartando e dizendo não ser mais seu? Eximindo-se de qualquer responsabilidade pelo seu próprio resíduo. As autoridades que não proporcionam educação ambiental e mensagens midiáticas para que a população possa ser esclarecida sobre tais consequências ou a própria modernidade que não vê que apenas esse lixo muda de lugar? 

O que fazer? As perguntas não calam, as repostam silenciam... e os responsáveis paralisam- se.

Muito do que consideramos lixo, trata-se somente, como já dizia um ex-ministro do Meio Ambiente de, “matéria-prima fora de lugar”, para tanto devemos considerar como uma nova expressão de recursos naturais não aproveitados ou aproveitados de maneira não otimizada ou eficaz.

Seguindo essa linha de raciocínio, nosso lixo deve ser tratado como recurso natural renovável e reaproveitável. Devemos ver isso não como lixo, mas como matéria-prima temporariamente descartada que pode e deve ser reaproveitada em novos processos ou ainda como novos produtos.

A responsabilidade dos fabricantes com essa matéria-prima deve obedecer aos critérios da sustentabilidade com apelos ambiental, social e econômico. Sustentável na fabricação dos produtos iniciais, no uso, descarte e ainda na captura e transporte dessa matéria descartada, completando assim todo o ciclo de vida do produto.

Os responsáveis pela produção desses produtos devem diminuir toda a infraestrutura usada em seus processos, como também nas suas ferramentas e nos seus recursos técnicos. Devem ser simplificados seus designs, assim seus processos de reciclagem e reutilização de suas peças ficarão mais fáceis e econômicos.

Ter que lidar com seus próprios resíduos é uma obrigação das empresas atuais e competitivas, principalmente dos eletroeletrônicos.

Todas as companhias precisam ser responsáveis pelo que produzem e colocam no mercado. Isso significa pensar em todo o ciclo de vida do produto e reconhecer o impacto que causam ao meio ambiente e para as pessoas. Desde a concepção do produto, passando pelo processo de fabricação, utilização e principalmente seus descartes após a sua vida útil. Essas empresas precisam estar dispostas a reutilizar, remanufaturar, regenerar e reciclar todos os recursos que alcançaram o final de vida útil como produto.

As empresas devem se propor a recolher e a encaminhar de modo ambientalmente responsável para a reciclagem e a reutilização e o processamento correto desses materiais. Não utilizar peças antigas, somente as matérias-primas do composto desses produtos.

A principal intenção dessa nova modalidade de fabricação, utilização e disposição deverá ser a simplicidade.

Esse é um novo mercado em que os empresários e todos nós, consumidores, deveremos estar preparados para o que exige uma sociedade moderna e preocupada com o recurso em maior expansão no Planeta, os recursos oriundos de nosso lixo.

Hugo Weber Jr. Consultor em Gestão Verde. Diretor da AGRESSOR ZERO - Sustentabilidade Corporativa.








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Artigo: Valores e sustentabilidade do negócio_ Por Rafael Giuliano

No início deste novo ano, participei de um diálogo com um grupo de gestores e diferentes especialistas sobre a perenidade dos negócios. Buscávamos responder à pergunta: “o que torna possível um negócio perdurar, e ser sustentável, por anos?”. Debatemos sobre modelos de gestão, regras de mercado e até algumas “receitas mágicas” pessoais, aplicadas por diversos empreendedores. Quando questionaram minha opinião, respondi que deveríamos dar mais atenção aos valores propostos pelas organizações, compreendendo sua forma de praticá-los.

Costumo dizer que a Visão de um negócio é seu ponto no horizonte, o “onde” a empresa deseja chegar, enquanto a Missão é sua forma de “como” chegar lá. E os Valores? Bem, eles são nossa “toolbox”, a “caixa de ferramentas” com tudo o que temos à disposição para materializar a Proposta de Valor de uma organização, e torná-la perene.

Dito isso, surgiram inúmeros questionamentos, especialmente sobre como capacitar profissionais e equipes em relação aos valores da empresa. Há um curso “certo”? Um módulo sobre ética é suficiente, em um programa anual de formação? Como engajar as pessoas com nossos valores? Comentei haver duas potenciais respostas. A primeira vem da lição que nos foi dada por Lewis Cass, político e embaixador estadunidense que lançou certa vez a seguinte reflexão: “As pessoas podem duvidar do que você diz, mas elas acreditarão no que você faz.”

Os valores da empresa se tornam verdadeiras ferramentas para a sustentabilidade do negócio quando aplicados de maneira prática, em cada operação e toda ação, atribuindo-
-lhes o caráter de norteadores ou de critérios para decisões estratégicas. Essa prática, o fazer, proporciona às pessoas e equipes uma direção para suas próprias atitudes de valor.

Em relação à segunda resposta, acredito que todos esperavam pela proposta de alguma forma de “treinamento”, porém, conclui dizendo que o voluntariado é outra excelente maneira de engajar os colaboradores com os valores da organização, uma vez que cria ambientes e oportunidades de ver os mesmos valores que norteiam o negócio, aplicados também nos desenvolvimentos social, econômico e ambiental das pessoas, mostrando uma dimensão para além do simples lucro.

É preciso reconhecer o desafio, especialmente para os gestores e líderes responsáveis pela elaboração e implementação dos Programas de Voluntariado, de relacionar os valores da organização com as iniciativas, iniciativas e projetos sugeridos, estimulando o compromisso com as ações e o engajamento com os valores no seu cotidiano.

O voluntariado deve representar um reencontro dos princípios da organização, sua “razão social”, a Proposta de Valor expressa em seus valores, com seus colaboradores e a sociedade. Uma oportunidade de integração e reconhecimento de seu papel.

Mais do que “ensinar” valores, é preciso vivenciá-los, a fim de que sua prática diária crie os alicerces necessários para dar sustentabilidade ao negócio.

Ao final de nosso encontro, alguns gestores faziam anotações, procurando reconhecer quais valores estavam efetivamente relacionados com cada ação voluntária de suas empresas. De repente, um dos senhores mais experientes de nosso pequeno grupo levantou-se, perguntou se a reunião já havia mesmo acabado, pois ele tinha muito a fazer depois daquelas reflexões. Cumprimentou a todos e deixou a sala.

Algumas semanas depois ele me ligou. Quis agradecer pelo encontro e dizer que ele havia resgatado um dos seus valores: Impacto Social. Comentou ter visitado os projetos e conversado com os voluntários, a fim de compreender como cada ação impactava na vida das pessoas das comunidades. Por fim, decidiu reunir todos para realinhar e agradecer.

Lições são sempre bem-vindas, especialmente quando veem por meio do exemplo de valores!

Rafael Giuliano é voluntário e pesquisa novas interações de aprendizagem, além de ser Incentivador e Editor de Jornadas na Matka Editora.









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