Engenheiro Eletricista,
formado pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá – EFEI, com especialização em Engenharia de Qualidade na PUC PR, pós-graduação em Gestão
de Pessoas no ISAD-PR, pós-graduação em Gestão Florestal na UFPR. Exerceu diversos cargos na sua
carreira na Companhia Paranaense de Energia - COPEL. (1976 a 1999). Foi
Assistente da Diretoria de Operação
da COPEL (1997 a 1999). Gerente de Operação e Manutenção
do Sistema de Transmissão
de Energia Elétrica
Brasil –
Argentina da Companhia de Interconexão Energética
–
CIEN (2000 a 2001), Consultor em Engenharia Especializada da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL (2001 a 2005), Diretor de Engenharia e Diretor de
Operação
da Dobrevê
Energia S/A (2006 a 2011). Desde abril de 2011, é Diretor de Energia e Florestas da Ibema Companhia
Brasileira de Papel. Nesta edição,
Lourival falou com exclusividade para a revista GERAÇÃO SUSTENTÁVEL sobre as estratégias e ações
de sustentabilidade da Ibema.
1. O tema sustentabilidade vem
fazendo parte da pauta estratégica da maioria das empresas,
como é o posicionamento estratégico da IBEMA em relação a esse tema?
como é o posicionamento estratégico da IBEMA em relação a esse tema?
Lourival Souza - O negócio da empresa está diretamente relacionado à utilização dos recursos
naturais para a produção de seu produto, por isso, a sustentabilidade ocupa um
lugar de destaque no posicionamento estratégico da Ibema. Buscamos
constantemente integrar a fábrica e a natureza que está ao seu redor com ações
de preservação, reciclagem, educação ambiental, entre outras. Anualmente, a
Ibema publica um balanço social e ambiental com as ações desenvolvidas no
período e seus respectivos resultados. O material está, também, disponível no site www.ibema.com.br.
2. Quais foram os principais
projetos de sustentabilidade (social e ambiental) que a empresa tem
desenvolvido?
Lourival Souza – A empresa investe continuamente no desenvolvimento de melhorias de mudas,
técnicas de plantio e manejo florestal, o que reflete diretamente na alta
qualidade de nossos produtos. As florestas estão em constante monitoramento
realizado por uma equipe altamente especializada, a fim de desenvolvê-las de
forma homogênea e mantê-las longe do ataque de pragas. Para isso, a Ibema, em
parceria com a Embrapa, realiza controle biológico de combate às pragas e
doenças, esterilizando-as, o que evita a sua proliferação, bem como.
desenvolvimento de novas espécieis florestais em áreas experimentais.
Também na área ambiental, a Ibema promove
ações importantes, como o trabalho de conservação do bosque Josefat Potereiko –
nome dado em homenagem a um antigo colaborador da Ibema – e campanhas de coleta
de material reciclável.
A empresa também atua expressivamente na área social, mantendo um centro
comunitário que ajuda a desenvolver a região onde a empresa está inserida. A
Vila Ibema, localizada no entorno da fábrica, oferece uma boa condição de vida
aos colaboradores, familiares e população local. São cerca de 500 pessoas que
moram em 130 casas com uma infraestrutura completa à disposição: luz, água em
regime de comodato, creches e escolas municipal e estadual, um posto de saúde e
comércios, como mercados, farmácias e lojas de roupas. O centro comunitário da
Ibema, inaugurado em 2005, atua em quatro frentes sociais: ação social e voluntariado,
capacitação profissional, educação ambiental, cultura e lazer.
3. Como ocorre a
sustentabilidade na cadeia produtiva da IBEMA?
Lourival Souza - A organização respeita o ciclo sustentável que inicia no manejo consciente
da floresta, passa pela produção certificada, pelas gráficas, pelo consumidor
que recicla e retorna à floresta. A Ibema é exemplo de como uma empresa pode
ser competitiva sem agredir o meio ambiente. A indústria conta com uma área de
florestas plantadas de mais de 3.900 hectares de Pinus, localizados entre os
municípios de Guarapuava, Turvo e Pitanga, no Paraná. A floresta abastece uma
parte da produção própria de pasta mecânica que é complementada por outra parte
da matéria-prima adquirida no mercado.
4. Quais são os principais indicadores
de sustentabilidade utilizados e acompanhados pela empresa?
Lourival
Souza - A
Ibema é certificada pela ISO 9000 e pela FSC (Forest Stewardship
Council) e seus produtos utilizam 100% de fibras virgens oriundas de florestas
renováveis.
5. A empresa divulgou
recentemente que está fazendo parte do mercado livre de energia,
como funciona esse mercado?
Lourival
Souza - O
mercado livre de energia funciona quando as empresas são
autoprodutoras e produzem energia além do que consomem e, então,
comercializam o excedente. A Ibema produz energia a partir de duas Pequenas
Centrais Hidrelétricas: a PCH Cachoeira, com capacidade instalada de 2,92
MW no Rio Cachoeira, e da PCH Boa Vista II, com capacidade instalada de 8,0 MW
no Rio Marrecas, ambos no Paraná.
Para entrar nesse
mercado, a empresa adequou a sua rede de transmissão
para a conexão ao Sistema de Distribuição da Copel, Companhia
Paranaense de Energia Elétrica. De fevereiro até maio, o total de geração de
energia nas duas PCHs foi de pouco mais de 23,7 mil MWh e o consumido pela fábrica
e pela Vila Ibema durante o mesmo período foi de 17,8 mil MWh.
Dessa maneira, sobraram 5,8 mil MWh, energia que a Ibema comercializou no
mercado livre.
6. Quais são as vantagens em atuar nesse
tipo de mercado?
Lourival
Souza - A
vantagem é capitalizar para investir em novos projetos também na
área de energia renovável.
7. A empresa classifica-se
como autoprodutora, como ocorreu o processo de concessão e autorização junto à ANEEL?
Lourival Souza – A Ibema desde o início de sua operação
consumiu energia produzida em suas PCHs por meio de concessão da Agência
Nacional de Energia Elétrica ANEEL em sistema isolado. Em 2008, a ANEEL
autorizou a Ibema a comercializar o excedente de energia e, em 2013, após as
adequações necessárias, a Ibema iniciou o processo de comercialização do excedente.
8. Considerando um atual cenário turbulento no setor de
energia, que benefícios com a participação nesse tipo de mercado a
IBEMA pode proporcionar para a sociedade?
Lourival
Souza – Apesar
das turbulências do mercado de energia, os resultados têm
sido positivos e, nos primeiros quatro meses, já amortizamos quase 40%
dos investimentos realizados no projeto da subestação e
adequações. A
intenção é que até o final de 2013 todo o investimento feito para esse
projeto seja amortizado.
O benefício
está em oferecer essa energia renovável
excedente, que não estava disponivel ao mercado, bem como permitir a
ampliação das PCHs e atingir o aproveitamento ótimo
do potencial do rio.
9. Que mensagem final gostaria
de deixar para os leitores da revista Geração Sustentável?
Lourival Souza – A otimização dos recursos renováveis da natureza é uma obrigação dos gestores das empresas sustentáveis.
Veja outros conteúdos dessa edição:
Matérias:
- Capa: Sustentabilidade além da matéria-prima- Visão Sustentável: Gesso reciclado vira fertilizante para agricultura- Responsabilidade Social Corporativa: Educando na Sustentabilidade
- Desenvolvimento Local: Eficiência Energética no WTC
Artigos:
- Artigo: O sonho acabou? (Jerônimo Mendes)
- Artigo: Oportunidade e realização (Rafael Giuliano)
- Artigo: O mito do PIB (Daniel Thá)
- Artigo: Água: A crise e a inércia política global (Hugo Weber Jr)
- Artigo: Oportunidade e realização (Rafael Giuliano)
- Artigo: O mito do PIB (Daniel Thá)
- Artigo: Água: A crise e a inércia política global (Hugo Weber Jr)
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