Empreendedorismo, sustentabilidade e cidadania consolidam-se como características essenciais para o sucesso na profissão de arquiteto e urbanista e para o bem-estar da sociedade
Pranchetas
por computadores. Celulares por smartphones.
Público leigo por clientes cada vez mais exigentes. Conselho multidisciplinar
por Conselho próprio. Essas são
apenas algumas das mudanças que têm influenciado a profissão do arquiteto e
urbanista nos últimos anos. Atualmente, não basta ao profissional que trabalha
nessa área estar treinado para projetar e solucionar espaços, é preciso também
que ele saiba administrar a profissão como um negócio e como algo que
influencia diretamente no bem-estar da sociedade.
A
disseminação dos conceitos de sustentabilidade e responsabilidade social e a
crescente importância da correta construção dos espaços e das cidades tornam a
atuação desse profissional mais reconhecida e visível a cada dia. Um dos
reflexos dessa evolução é a exigência de arquitetos e urbanistas cada vez mais
capacitados e preparados para um mercado que pede ainda mais produtividade e
eficiência, sem deixar a qualidade de lado. Reconhecida por ser uma das
profissões mais antigas da humanidade, a arquitetura está presente na vida de
grande parte da população, o que a torna também cada vez mais atual.
Nesse
contexto, a necessidade de inovar e de empreender são atitudes essenciais a
todos os arquitetos e urbanistas. Da mesma forma, a união de profissionais de
áreas interdependentes, organizados formalmente como empresas, também tem se
consolidado como tendência desse mercado, tudo com o objetivo de acompanhar a
evolução da sociedade e, mais do que isso, contribuir para o desenvolvimento
sustentável da humanidade.
Para
o recém-criado Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Estado do Paraná (CAU/PR),
empreendedorismo, sustentabilidade e cidadania são os pilares essenciais para o
sucesso da profissão e para o desenvolvimento sistêmico das construções, da
sociedade e das cidades. “Estar ao lado ou fazer parte desse movimento trará ao
profissional a oportunidade de ação e, mais que isso, de participação ativa nos
processos de gestão para assuntos de cidades, promovendo, assim, a cultura do
exercício do poder político saudável e uma sociedade civil viva e proativa”,
defende Jucenei Gusso Monteiro, conselheiro do CAU/PR e coordenador do Núcleo
de Sustentabilidade, Empreendedorismo e Cidadania da entidade, o NESC-CAU/PR.
O
Núcleo foi criado por iniciativa do presidente do Conselho, Jeferson Dantas
Navolar, que percebeu a necessidade de alinhamento dos arquitetos em prol do
autodesenvolvimento, o que no âmbito individual do profissional influenciará
positivamente o setor e o mercado, além de sensibilizar para a promoção do
desenvolvimento sistêmico e sustentável da sociedade. “Essa é uma proposta que
reforça a visibilidade e a operacionalidade da arquitetura e do que ela pode
fazer de melhor na vida das pessoas, ancorada em métodos de aprendizagem
executiva de alto nível”, destaca o presidente.
Os
pilares defendidos pelo Núcleo desejam atrair não apenas arquitetos, como
também academia, governo e empresas, estimulando a disseminação e a formação de
parcerias. Para o coordenador do NESC-CAU/PR, o desafio inicia-se orientado em
auxiliar no desenvolvimento da capacidade dos arquitetos, para que se tornem
geradores de valor sustentável para si, ao setor e para a sociedade, alinhando
a arquitetura com a economia global inclusiva e sustentável. “Não há forma de
atingir o sucesso sem olhar às diretrizes sistêmicas que hoje orientam o
mercado. Todos, sem distinção, têm obrigatoriamente que estar alinhados ao
pensamento da atuação eficiente e na busca da eficácia na gestão”, diz.
Na
visão do Núcleo, o empreendedorismo está também intimamente ligado ao
desempenho na entrega aos clientes. “É outra percepção e, conclui-se que, a
exemplo dos escritórios que já atuam em mercados mais exigentes com relação ao
desempenho das edificações, atendimento a normas atualizadas e praticadas,
também devem promover o que alguns chamam de design total – projetos integrados, sustentáveis e certificados
realizados por profissionais com diferentes expertises,
com alto grau de gestão de projetos”, explica Monteiro.
E
por falar em empreendedorismo, esse é o foco do primeiro projeto criado pelo
Núcleo com o objetivo de estimular o surgimento e a gestão de empresas na área
da arquitetura, além de possibilitar o desenvolvimento e a atualização das já
existentes. Trata-se do projeto “Arquiteto Empreendedor”, uma ação coletiva que
tem a missão de levar tecnologia, informações, facilidades e ferramentas para
que o arquiteto se torne um empreendedor.
“Transformar
os arquitetos em empreendedores para que esses profissionais deixem a
informalidade e, como pessoas jurídicas, tenham acesso a fontes de
financiamento, possam participar de licitações e tenham benefícios sociais,
como direito à aposentadoria, são alguns dos objetivos do projeto”, defende o
presidente do CAU/PR.
Censo
Dados
preliminares do censo realizado em todo o país para identificar a atuação dos
arquitetos e urbanistas mostraram que, no Paraná, apenas 1,4 mil dos 7,35 mil
arquitetos cadastrados no CAU/PR está organizado como pessoa jurídica, ou seja,
trabalha de forma estruturada. Outro dado que chama a atenção na pesquisa é a
ausência de arquitetos e urbanistas atuantes em 189 municípios do Paraná. “A
falta de participação dos arquitetos e urbanistas é o que acaba refletindo
posteriormente no trânsito caótico das cidades, nos problemas ambientais, e em
espaços malplanejados”, destaca o presidente do Conselho.
Por
isso, uma das prioridades do projeto é preparar os profissionais para que eles
possam auxiliar os municípios na captação de verbas por meio de editais.
Entidades, como a Caixa Econômica Federal, o Serviço
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Associação
Comercial do Paraná (ACP), a entidade Fomento Paraná, o Conselho Paranaense de
Cidadania Empresarial – CPCE/FIEP, a Aliança Nosso Paraná Sustentável – ONU, o
Fundo de Assistência Social dos Arquitetos e Urbanistas (FUNSAU), a Berkley
Seguradora, entre outras entidades, participam dessa iniciativa.
“Estamos trabalhando com esse objetivo desde
2008 no estado, porque já percebíamos alto grau de informalidade por parte dos
profissionais da área. Destaco que o papel de cada um dos parceiros do Núcleo é
essencial. Cada um vai dizer onde pode divulgar o papel do arquiteto, onde está
sendo mal usada a legislação, onde se pode fazer mais investimentos com
qualidade e onde é possível firmar parcerias para esse tipo de investimento,
que tem visão de sustentabilidade e de cidadania. Arquitetura é formação de
cidadania”, destaca Navolar.
O
exercício de cidadania proposto pelo Núcleo é o viés que complementa para ações
de difusão e, principalmente, a contrapartida do setor da arquitetura à
sociedade. “Contribuição é como podemos definir nossa proposta! Almejamos o
engajamento dos profissionais, tendo como foco principal a colaboração na
melhoria de posturas e de processos em prol do desenvolvimento transparente e
justo do País”, reflete Monteiro. Ainda de acordo com ele, o arquiteto pode
interferir diretamente na qualidade financeira de cada município. “Sabemos que
há recursos do Governo Federal para as administrações municipais que muitas
vezes não são utilizados por falta de projetos. Por isso, a intenção do Núcleo
é orientar e preparar os profissionais para que eles possam auxiliar na
captação dessas verbas, promovendo assim o desenvolvimento regional”, completa.
Cases de empreendedorismo
O
dinamismo, a inquietação, a vontade de inovar, de aprender, de ensinar e atuar
para o bem-estar da sociedade identificados nos arquitetos empreendedores que
hoje estão consolidados no mercado servem de inspiração para defesa dessa
bandeira do CAU/PR. Nas histórias relatadas a seguir, é possível perceber que o
empreendedorismo vai muito além da abertura de uma empresa e tem estreita
relação com a superação de limites e com a identificação de oportunidades.
Ainda
de acordo com o dicionário Priberam de Língua Portuguesa, o conceito de
empreendedorismo é definido como “Atitude de quem é empreendedor, que é quem,
por iniciativa própria, realiza ações ou idealiza novos métodos com o objetivo
de desenvolver e dinamizar serviços, produtos ou quaisquer atividades de
organização e administração”.
Apesar
das origens, trajetórias e atuações serem diferentes, o destino de diversos
profissionais que trilharam seus caminhos tendo os conceitos de empreendedorismo,
sustentabilidade e cidadania em mente foi o mesmo: o sucesso.
A Copa do Mundo e a dedicação aos estudos
A capacidade de identificar oportunidades e a dedicação aos
estudos são as características que tornam o professor e pesquisador Irã Taborda
Dudeque um empreendedor. Nascido na década de 60, Dudeque ingressou na
faculdade de Arquitetura e Urbanismo com os objetivos mais simples
possíveis, segundo ele mesmo descreve. “Eu cursava História e achava que, como
historiador, morreria de fome. Então decidi fazer Arquitetura”, lembra.
Os primeiros anos de faculdade e de carreira profissional
foram marcados por pesquisa e nem tanta dedicação assim. “Se eu tinha algum
espírito empreendedor, ele tendia para o lado da pesquisa histórica”, diz.
Depois de graduado, Dudeque formulou planos direcionados para a pesquisa
histórica na área de arquitetura e para o ensino, mas eram passos tímidos. “Aí,
ocorreu uma coincidência que determinou o meu futuro na mesma época em que o
Brasil foi campeão do Mundo de Futebol, em julho de 1994, quando foi lançado um
concurso de monografias para estudantes de arquitetura, com tema livre, que
relacionassem história e arquitetura.
Dudeque tinha a monografia que lhe servira para obter o
título de Bacharel em História, mas a ênfase, naquele caso, era mais
historiográfica do que arquitetônica. “Eu estava em dúvida se entrava no
concurso ou não. Aí, parti para Brasília, para o Encontro Nacional de
Estudantes de Arquitetura. No último dia do evento, o Brasil foi campeão do mundo.
Aí, senti uma depressão: Tenho que fazer alguma coisa da vida”, lembra.
A reestruturação da monografia para participar no concurso
nacional foi feita em uma semana de intensa dedicação. “Ali começou, de fato, a
minha vida como historiador da arquitetura. Fui muito bem recebido na
Universidade de São Paulo. Aquela vitória facilitou, depois, a minha entrada no
Mestrado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, a FAU-USP”, conta.
Para Dudeque, o estudo é a receita para o sucesso na
profissão. “Estudem muito, estudem a vida inteira, mas sempre duvidem da
própria capacidade e do próprio conhecimento. Não há nada pior do que
arquitetos que se tornam ignorantes devido à certeza de que detêm conhecimentos
insuperáveis”, aconselha. Ainda segundo ele, a importância da atuação do
profissional de arquitetura e urbanismo para a sociedade está na aptidão que
possui para melhorar o ambiente construído.
“A arquitetura é a ciência e a arte do ambiente construído. Por
ambiente construído, entenda-se tudo aquilo que não é ambiente natural. Por
exemplo: uma pessoa qualquer acorda, em seu dormitório. Ele está num ambiente
construído. Ele vai até a sala do seu apartamento. Ele está num ambiente construído.
Ele sai para a rua. Ele continua num ambiente construído. Ele atravessa a
cidade, rumo ao trabalho. Depois do expediente, ele vai descansar numa praça ou
num shopping. Em nenhum momento, do
dormitório à praça, ele saiu de ambientes construídos. Ao melhorar esses
ambientes, a arquitetura melhora a sociedade. Ninguém pode ignorar a
arquitetura, porque ninguém vive sem ela. A não ser é claro, se optar por viver
no deserto...”, reflete.
Aptidão nata e fidelidade às origens
O
arquiteto Ronaldo Duschenes, hoje proprietário
da empresa Flexiv – Escritórios de Sucesso, sempre conviveu com
arquitetos e ouviu falar sobre o assunto desde criança por ser essa também a
profissão de seu pai. “Sempre admirei essa área do conhecimento e interessava-me
muito por artes, sempre tive contato próximo com a dança, a arquitetura, a
música, a pintura. Nesse cenário, pareceu-me a melhor escolha”, lembra.
Assim
como a escolha da profissão, o espírito empreendedor de Duschenes aflorou cedo.
Ele ingressou na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São
Paulo (FAU-USP) aos 19 anos e já no primeiro ano do curso, em 1968, abriu um
escritório com outros nove colegas para prestar serviços de desenho e
desenvolvimento de projetos aos arquitetos já estabelecidos. “Essa associação
durou aproximadamente um ano, e envolvi-me em vários outros projetos similares no
decorrer do curso. Ao sair da faculdade, imediatamente abri meu escritório em
sociedade com outros colegas”, conta.
A
primeira empresa durou até 1981, quando Duschenes se mudou para Curitiba. “Em
1985, fundei, em parceria com Celia Lass, minha esposa e arquiteta formada pela
Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Flexiv – indústria de mobiliário
corporativo com o DNA do design”,
relata. Segundo conta o empresário, a Flexiv sempre se manteve fiel à sua
essência, e isso foi determinante para seu crescimento e sua consolidação no
mercado. “Atualmente, trabalhamos com móveis corporativos com soluções
completas e integração tecnológica, com linhas para todos os ambientes
empresariais. Somos a indústria de mobiliário corporativo mais premiada do
mercado brasileiro, tendo acumulado mais de 30 prêmios em 28 anos de atuação.
Temos, atualmente, 110 funcionários, todos focados em oferecer atendimento premium e móveis com qualidade superior
em design e acabamento”, destaca.
Da
mesma forma que seguiu os passos de seu pai, Duschenes foi fiel em aplicar na
sua empresa os conhecimentos essenciais adquiridos na faculdade. “A Flexiv
possui ações de responsabilidade socioambiental em todas as etapas do processo
de produção, entrega e instalação do mobiliário corporativo”, salienta. O
descarte responsável de resíduos garante que todo plástico, papelão, aço,
ferro, tintas e solventes excedentes da produção sejam encaminhados para
reciclagem e reutilização por empresas certificadas. O processo de fabricação
do mobiliário prioriza a eficiência, com técnicas para redução da geração de
resíduos e do consumo energético.
A
água utilizada no beneficiamento dos metais é tratada em uma estação própria de
tratamento de efluentes até atingir os parâmetros legais para retorno à
natureza. A Flexiv também aplica o conceito de logística reversa, promovendo o
reaproveitamento e descarte ambientalmente corretos dos materiais utilizados
para embalagem e entrega do mobiliário. Toda a madeira utilizada como
matéria-prima para os móveis é proveniente de fontes certificadas pelo Conselho
Brasileiro de Manejo Florestal (FSC Brasil).
Não
apenas a Flexiv, mas um dos primeiros projetos do arquiteto teve grande
destaque na mídia e na sociedade. Ele foi o responsável pela elaboração do
projeto da casa da escultora Ninca Bordano, ícone da arquitetura que recebeu
destaque de publicações especializadas na ocasião. Além de empresário com
projetos nacionalmente reconhecidos, Duschnes sempre foi muito ativo na
participação da vida associativa – desde o grêmio estudantil, passando pelas
lutas políticas durante a ditadura, chegando à defesa do meio ambiente desde os
anos 70. Atualmente, ele é vice-presidente da Associação
Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA-PR), conselheiro
diretor do Instituto de Arquitetura do Brasil (IAB), conselheiro deliberativo
do Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP-PR), conselheiro do
Centro de Design do Paraná e
vice-presidente do Sindicato da Indústria do Mobiliário e Marcenaria do Estado
do Paraná (Simov-PR).
Para
Duschenes, o sucesso do arquiteto como colaborador também é extremamente
importante para a sociedade, mesmo que atue em outras áreas não diretamente
ligadas à arquitetura, e não pode ser desprezado. Ele destaca que a procura por
um bom mentor é de grande importância para os estudantes de arquitetura e profissionais
em início de carreira. “É fundamental contar com a experiência e a visão de
mundo de alguém em quem se confia e respeita para desenvolver o potencial dos
jovens”, destaca.
Grandes obras
Aeroportos, estádios, hospitais, hotéis e praças, além de
famosas obras de restauração estão no portfólio do arquiteto Paulo Malucelli,
que há 20 anos está a frente da PJJ Malucelli Arquitetura e Construção Ltda.,
uma empresa que atua na área de Projetos e Gerenciamento de Obras de Engenharia
e Arquitetura. A empresa conta com equipe técnica própria e terceirizada,
formada por diversos profissionais, entre eles arquitetos, engenheiros civis,
eletricistas, mecânicos, desenhistas industriais e técnicos em edificações,
entre outros.
Movido pela inquietação
O professor Doutor João Virmond Suplicy Neto representa nada
mais nada menos do que a federação de entidades de arquitetos composta por 33
países das regiões Norte, América Central, Região Andina e Cone Sul, na qual
estão inseridas 600 mil pessoas, o que significa metade dos profissionais
atuantes no planeta. À frente da Federação Panamericana de Associações de
Arquitetos, Suplicy diz ter sido movido pela inquietação durante toda a sua
trajetória profissional. Desde que ingressou na faculdade, na década de 70,
Suplicy foi estudante, professor, já atuou em canteiro de obras, fez obras para
supermercados, abriu o próprio escritório e acumula grande carga de
conhecimento e experiências que iniciaram ainda na infância, quando teve a
oportunidade de conviver próximo à carpintaria e à marcenaria na fazenda de
seus familiares.
“Além dessa experiência particular da carpintaria e da
marcenaria proporcionadas pela vivência na fazenda, sempre gostei de desenhar,
desde criança. Essa intervenção com o meio rural fez com que eu encontrasse na
arquitetura um meio de utilizar minhas habilidades, além de uma grande chance
de optar por um caminho mais sustentável”, conta. O início da profissão foi
como autônomo, realizando grandes obras, o que mais tarde revelou a necessidade
de ele se organizar formalmente como empresa.
“A formalização dos arquitetos como pessoa jurídica é importante para
união de esforços e representa um salto adiante para execução do trabalho”,
destaca.
Outro fator que Suplicy destaca como diferencial para o
sucesso de sua carreira foi a oportunidade de cursar parte do primeiro ano de
faculdade em São Paulo, na FAU-USP, o que propiciou grandioso conhecimento
teórico e o contato inicial com o IAB. Depois de um semestre cursado em São
Paulo, ele deu continuidade aos estudos na UFPR, em Curitiba, onde teve contato
com muitos mestres, a possibilidade de experiência prática e a participação em
concursos de arquitetura. “Fui muito feliz por iniciar a carreira com
conhecimentos intelectual e prático proporcionados por essas duas grandes
universidades”, reflete.
Tudo o que aprendeu e estudou durante sua carreira, hoje
Suplicy repassa aos seus alunos da Pontifícia Universidade Católica do Paraná
(PUC-PR) e também para os demais profissionais para os quais é referência no
Brasil e na América Latina nos diversos eventos promovidos pelas entidades em
que atua. “Um dos exemplos de experiência prática da qual nunca me esqueci foi
a de visitar e atuar em um canteiro de obras. Esse tipo experiência é único,
não tem preço e por isso sempre levo meus alunos”, conta. O professor ressalta
que o tempo de escola é curto, por isso a prática precisa ser constantemente
reciclada.
Além de ser empresário e professor, Suplicy acumula um
currículo de atuação junto a grandes entidades e profissionais da área, entre
eles Oscar Niemeyer. Além de ter participado de diversos eventos importantes
para discussão e disseminação de conhecimentos do setor, ele já foi responsável
por organizar e promover conferências e encontros de destaque e importância
internacional.
“A inquietação por buscar conhecimento fora da minha cidade
na década de 80 foi o que acabou me movendo para aprender e empreender cada vez
mais. Do mestrado fui para o doutorado, do IAB fui para a Federação Panamericana,
dos eventos locais para os internacionais, e assim por diante”, destaca. Suplicy participou ativamente de decisões
importantes para a classe, inclusive na criação do Conselho de Arquitetura e
Urbanismo, enquanto presidia o IAB.
O professor destaca que ser empreendedor significa estar
atuante e ter dinamismo. “Empreender é transpor limites. E, na minha vida, essa
inquietação levou-me a aprimorar minha alimentação intelectual, passando da
academia, para o mestrado e o doutorado, o que hoje me transformou em um
profissional muito mais preparado, tanto para continuar atuando em meu
escritório quanto para disseminar conhecimentos para estudantes e demais
profissionais”, completa.
Orientação
A
promoção de pesquisas, conceituais e empíricas, que aperfeiçoem o conhecimento
do arquiteto e de suas práticas, também é objetivo do Núcleo de
Empreendedorismo, Sustentabilidade e Cidadania do CAU/PR. O projeto Arquiteto
Empreendedor, por sua vez, objetiva disponibilizar a todos os profissionais do
Paraná, pessoas físicas ou jurídicas, com empresas constituídas ou não,
diversas ferramentas de gestão empresarial para que, além de desempenhar seus
papéis como dignos representantes de sua área, também possam manter o seu ofício
de forma sustentável e perene frente às diversidades enfrentadas por
empresário de qualquer segmento que queira ser competitivo. Em
síntese, o projeto adicionará competências ao profissional arquiteto,
tornando-o um empresário da Arquitetura.
Na área de formação, o Sebrae-PR é um dos parceiros do NESC-CAU/PR, uma vez que
tem a função de promover cursos de capacitação aos arquitetos e urbanistas
empreendedores organizados com pessoas jurídicas, ou seja, como empresas. O
Núcleo e o projeto contarão, inicialmente, com o apoio do Sebrae-PR na
aplicação de cerca de 50 horas de cursos aplicados em módulos de
aprendizagem que abrangem temas como Atitudes e Comportamentos do Novo
Empreendedor; Planejamento Estratégico para o Arquiteto; Marketing e
Vendas de Serviços e Produtos; Ferramentas de Tecnologia e Inovação; entre
outros temas que serão futuramente anunciados.
Como o foco do Sebrae-PR é restrito aos profissionais já
organizados como empresas, outras parcerias para a aplicação das modalidades
diversas de aprendizagem serão firmadas com o objetivo de promover a excelência
e eficiência na gestão da profissão.
Entre
as demais iniciativas do NESC-CAU/PR estão a assessoria para orientar os
interessados em questões que vão da abertura de empresas à obtenção de linhas
de financiamento, passando pela disseminação de informações sobre assistência à
saúde, previdência complementar e seguro de responsabilidade civil.
Laboratórios integrados da Genética Humana ( LIGH) do setor de Ciências Biológicas da UFPR
“O
Núcleo é uma ação coletiva que tem a missão de levar tecnologia, informações,
facilidades e ferramentas para que o arquiteto se torne um empreendedor. Nós
estamos dizendo ‘existe um mercado, estão aí os números, vocês precisam se
aprimorar e nós vamos ajudar nessa tarefa’. É um trabalho grande, complexo,
paralelo ao Conselho, e o CAU é um dos agentes. Se fosse possível resumir o
perfil de um arquiteto de sucesso, eu diria que ele deve ser empreendedor, com
visão de sustentabilidade e cidadania”, resume o presidente do CAU/PR.
Matérias:
- Entrevista: Jeferson Navolar
- Espaço Arquitetura
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- Responsabilidade Social Corporativa: (CPCE Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial) Implantação de projetos socioambientais requer planejamento
- Responsabilidade Ambiental: Cultivando Água Boa
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Artigos:
- Artigo: Vamos de carro ou de metrô? (Jerônimo Mendes)
- Artigo: Engajando e cultivando talentos (Rafael Giuliano)
- Artigo: Arquitetura Sustentável: um processo (Ivan Dutra)
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