Enquanto os carros ainda não são comercialmente viáveis, aparelhos como bikes, scooters, skates, além dos veículos híbridos, ganham cada vez mais adeptos
Apesar da comercialização de carros elétricos no Brasil ainda não ser uma realidade, os testes, pesquisas e iniciativas de empresas apontam para viabilização desse mercado no futuro. Os poucos carros totalmente elétricos que já circulam no país são importados e estão em fase de testes ou a serviço de alguma empresa. A carga tributária para importação é muito alta e ainda falta estrutura e legislação. De outro lado, os veículos híbridos, com motor a combustão ligado a um motor elétrico, e os aparelhos como bicicletas, skates e scooters, têm se mostrado cada vez mais acessíveis, já que, além de alternativas de transporte, são muito utilizados para lazer.
Testes
Apresentado ao Brasil em 2011, o modelo 100% elétrico Nissan Leaf (folha em inglês), já está sendo testado em São Paulo, desde junho de 2012 e, no Rio de Janeiro, desde março de 2013. As duas capitais fazem parte do Programa Taxi Elétrico. A iniciativa é fruto de uma parceria firmada entre as prefeituras, a montadora, entre outras empresas e entidades, e tem o objetivo de expandir o uso desse tipo de locomoção. Tanto em São Paulo como no Rio, na primeira fase de implantação, dois veículos foram disponibilizados pela Nissan, e o número total de carros testados será de 10 em São Paulo e 15 no Rio de Janeiro.
Para facilitar a recarga de bateria desses veículos, foram instalados “Quick Chargers” (carregadores rápidos) em pontos estratégicos da cidade, os quais levam apenas 30 minutos para o carregamento, enquanto a recarga caseira leva, em média, oito horas, lembrando-se de que os veículos possuem autonomia de 160 km.
Apesar dos testes, para a Nissan, a comercialização em larga escala desse veículo parece estar longe de acontecer no Brasil. Na oportunidade da apresentação do carro no país, que aconteceu durante o Nissan Inova Show, em 2011, o presidente da companhia no Brasil, Christian Meunier, desconsiderou as vendas do modelo tão cedo. Questões como o preço, que é influenciado pela alta carga de impostos cobrada pelo Governo para importação desse tipo de produto, além da falta de estrutura de postos de abastecimento, oficinas especializadas, sem contar a falta de incentivos fiscais e de legislação adequada, ainda são barreiras a esse avanço.
Montadoras como Renault, Mitsubishi, Volkswagen e Fiat também já tem protótipos ou fabricam modelos elétricos de alguns de seus veículos.
Híbridos
Segundo a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), existem, aproximadamente, 4,5 milhões de carros elétricos no mundo, sendo 95% híbridos. Ainda segundo a entidade, dos cerca de 200 mil carros totalmente elétricos que já circulam por ai, uma média de 100 está emplacada no Brasil.
No início de 2013, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) incluiu a categoria de veículos elétricos nas suas estatísticas sobre licenciamentos. A categoria, no entanto, não diferencia os carros puramente elétricos dos híbridos. De acordo com a associação, foram emplacados 117 carros desse tipo durante todo o ano de 2012. Apenas em janeiro de 2013, foram 45, o que mais uma vez mostra amplo crescimento do mercado.
Para Pietro Erber, diretor-presidente da ABVE, enquanto ainda falta estrutura para receber os carros totalmente elétricos, as autoridades e as indústrias deveriam focalizar nos veículos híbridos, tanto os carros quanto os ônibus e outros veículos urbanos, dado que embora utilizem combustível para gerar a energia elétrica que aciona suas rodas, consomem cerca de 30% menos combustível por km rodado, e suas emissões são proporcionalmente muito menores, contribuindo assim para a melhoria da qualidade do meio ambiente urbano.
“Essa tecnologia começou a ser utilizada em escala mais significativa em carros e ônibus na década de 1990 e hoje rodam cerca de três milhões de carros e muitos milhares de ônibus urbanos que a utilizam, com a vantagem de apresentarem menores custos iniciais do que os veículos puramente elétricos e similares”, diz.
Em Curitiba, circulam desde o ano passado ônibus híbridos que são produzidos pela montadora Volvo, instalada na capital paranaense. Os automóveis movidos à eletricidade e biodiesel, chamados hibribus, prometem redução de 90% na emissão de poluentes e de 35% no consumo de combustível, se comparados com os ônibus que circulam atualmente. A previsão é que a Prefeitura da cidade invista cerca de R$ 26 milhões para adquirir as primeiras 60 unidades do veículo.
Viabilização
Ainda segundo Erber, da ABVE, a difusão de meios de transporte que contribuam para a sustentabilidade da vida urbana depende de diversos fatores que tenham como foco a redução do impacto ambiental (local e global, decorrente do efeito estufa), a segurança das pessoas, o tempo despendido nos deslocamentos e a economicidade dos transportes, inclusive seu custo social.
Ações como a redução de impostos, que gravam os veículos elétricos, em particular os carros e os de duas rodas, e a instalação de pontos de carregamento de baterias em vias públicas, visando à segurança dos condutores, são essenciais de acordo com o diretor-presidente da ABVE. “Todavia, a instalação de pontos de carregamento nos locais de estacionamento demorado, como em prédios residenciais e comerciais é prioritária, pois a carga rápida (cerca de 20 a 30 minutos) frequente deverá ser mais cara e pode reduzir a vida útil das baterias hoje disponíveis, o que poderá ser resolvido com a evolução tecnológica”, sugere.
Iniciativas como as sugeridas por Erber já são uma realidade em São Paulo. Em fevereiro de 2013, a Incorporadora e Construtora BKO anunciou a entrega do primeiro empreendimento residencial com carregador para veículos elétricos. Denominado iGLOO Alphaville, em Barueri (SP), o empreendimento conta com cinco vagas exclusivas destinados a carga de veículos elétricos.
A Odebrecht Realizações também já comunicou a instalação de cinco pontos de carga em cada um dos 10 prédios que fazem parte da obra Parque da Cidade, também em São Paulo. A imobiliária Brasil Brokers anunciou também que no empreendimento Saint Rémy, no Rio de Janeiro, será disponibilizado pelo menos um ponto de recarga. Nos edifícios comerciais, também já há previsão de instalação desse tipo de tecnologia.
Ainda de acordo com informações da ABVE, alguns estados brasileiros já contam com políticas de incentivo aos veículos elétricos. Em sete unidades da Federação (Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Sergipe) os proprietários dos veículos movidos a motor elétricos (ou de força motriz elétrica) são isentos do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Em outros três estados, os veículos elétricos têm alíquota do IPVA diferenciada.
No Mato Grosso do Sul, o art. 153 da Lei nº 1.810 prevê a possibilidade do Poder Executivo reduzir em até 70% o IPVA de veículo acionado à eletricidade. No Rio de Janeiro, a Lei nº 2.877 (inciso IV do art. 10) estabelece a alíquota de 1% para veículos que utilizem energia elétrica, alíquota essa 75% inferior à dos automóveis movidos à gasolina. Já em São Paulo a Lei nº 6.606 – (inciso III do art. 7) estabelece a alíquota de 3% para automóveis de passeio, de esporte, de corrida e camionetas de uso misto, movidos à eletricidade, alíquota essa 25% inferior a dos automóveis a gasolina. Ainda em São Paulo, já existe lei e decreto estaduais que prevêem a não aplicabilidade do rodízio aos veículos elétricos.
Ainda não aprovados, outros projetos de lei visam conceder benefícios aos usuários de veículos ecologicamente corretos, como o que prevê isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis e suas peças (PL 2092/2011) do deputado federal Irajá Abreu. Em 2012, a proposta foi aprovada pela Comissão de Minas e Energia e pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, aguardando no momento designação de relator na Comissão de Finanças e Tributação (CFT).
Recentemente, no Rio de Janeiro, foi apresentado o projeto de Lei nº 1998/2013, que dispõe sobre a obrigatoriedade de percentual de carros híbridos ou elétricos em toda a frota de veículos oficiais da estrutura do poder legislativo do estado. A proposta do deputado Xandrinho torna obrigatório que 50% de toda a frota de veículos oficiais da estrutura do Poder Executivo do Estado sejam veículos híbridos ou elétricos, no prazo máximo de cinco anos, atingindo no prazo de 10 anos o percentual de 100%. A proposta, ainda, aguarda apresentação e análise em todas as comissões.
No Paraná, tramita desde março, na Assembleia Legislativa (Alep), o projeto de lei que prevê a isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para veículos de passageiros que possuam motores elétricos ou híbridos. Hoje, os veículos pagam uma alíquota de 12% ICMS. Para virar lei, a proposta precisa passar pelas comissões técnicas da Assembleia, para depois ser votada em plenário. Caso seja aprovada, a medida ainda deverá ser sancionada pelo governador. A principal justificativa do autor da proposta, o deputado André Bueno, é a contribuição para preservação do meio ambiente.
Visão de futuro
Iniciativas de empresários paranaenses para produção e comercialização de automóveis sustentáveis tornam o cenário de veículos elétricos ainda mais positivo. É o caso das empresas com sede em Curitiba, Motiva S/A, uma Start-Up montadora de veículos sustentáveis, e a Two Dogs, que comercializa skates, bikes e scooters elétricos produzidos na China e importados dos Estados Unidos, desde 2008.
O analista de sistemas com MBA em Planejamento Estratégico e Sustentabilidade em Energia, Paulo Cesar Waidzik, diretor comercial da Motiva S/A, montadora de veículos sustentáveis, tem fundamentos para acreditar no mercado de veículos elétricos. A companhia foi criada oficialmente em 2012, mas há seis anos os profissionais envolvidos vinham se dedicando diretamente no desenvolvimento dos projetos para a criação da indústria automobilística voltada para a "mobilidade urbana limpa e agradável", conta.
A equipe fundadora da Motiva é formada de engenheiros, designers, analistas de sistemas, administradores, industriais e comerciantes, com experiências no segmento automotivo, no ramo industrial e comercial. No processo de fundação da empresa, foi feita uma pesquisa de mercado e análise de público-alvo.
“A conclusão macro foi que as pessoas desejam para a mobilidade urbana veículos mais harmônicos com a natureza, tanto em nível de design quanto em relação aos combustíveis, bem como quanto à eliminação de barulhos excessivos e fumaças. E também mais otimizados em relação aos espaços que necessitam para deslocamentos e estacionamentos e convivência mais harmônica de trânsito no ambiente, entre pedestres e os diversos modais possíveis. A aceitação popular dessa tendência, especialmente as novas gerações, é unânime”, concluiu a pesquisa.
Sobre o mercado brasileiro para veículos elétricos, “notamos que se nossos veículos forem melhores que os convencionais, no tráfego urbano do dia a dia, o cliente brasileiro vai aceitar e usar os nossos veículos”. Ainda, segundo a Motiva, nos outros países o mercado é específico e diferente do Brasil. Após a realização da pesquisa, a conclusão foi a de que, na China, os veículos são fracos, de baixas potências. Na Europa, os clientes são mais sofisticados e exigentes com veículos de média potência. Nos EUA, os clientes são exigentes e necessitam de alta potência. No Japão, os clientes são parecidos com os europeus.
“No Brasil, somos mais receptivos a novas fontes de energia e necessitamos de médias a altas potências, uma vez que nosso trânsito é mais rápido e gostamos de acelerar nas arrancadas e ultrapassagens. Mas necessitamos de custos baixos. Assim, estamos entre os americanos e os chineses”, avalia o diretor da Motiva com base na pesquisa.
Estrutura
Da mesma forma que os carros elétricos, a viabilização do mercado de bikes, skates e scooters elétricos como meios de transporte alternativos seguros, depende de estrutura urbana e legislação adequadas, além de cooperação governamental, já que os produtos importados ainda são altamente taxados. É o que pensa o empresário Tairone Passos da Two Dogs. “É preciso investir em estruturas nas cidades para haver maior flexibilização no uso”, diz. O empresário alerta que a utilização de equipamentos de segurança, assim como a adoção de espaços e vias seguros com esses aparelhos é essencial.
O diretor-presidente da ABVE também defende que investimentos sejam feitos para viabilização de meios de transporte alternativos, como bicicletas, elétricas ou não. “A disponibilidade de ciclovias exclusivas (não compartilhadas) é essencial, bem como disciplinar o tráfego de veículos leves, como automóveis, e pesados, como os ônibus”, analisa.
Como toda nova tecnologia fornecida ao mercado consumidor, há um prazo para maturação e evolução do ambiente para a utilização em larga escala. Já o Governo deve antecipar-se e apoiar essas tendências com a devida equalização de impostos, incentivos e organização, é a avaliação do diretor comercial da Motiva quanto a estrutura necessária para receber carros elétricos no Brasil.
Ele destaca que o Governo brasileiro já iniciou sua contribuição em relação à infra-estrutura. Com a Resolução Normativa nº 482 de 17 de abril de 2012, da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANNEL), que estabelece as condições gerais para o acesso de microgeração e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica, o sistema de compensação de energia elétrica, abre caminhos para que novas iniciativas viabilizem a geração de energia nas pontas bem como a maximização do sistema.
“O governo brasileiro hoje deve ser um player ativo para fazer surgir uma marca automotiva brasileira assim como o governo militar investiu na EMBRAER nos anos 70 e fez surgir a terceira maior marca de aviões do mundo, detendo tecnologia, engenharia, design, etc. Isso tudo poderá acontecer simultaneamente às marcas estrangeiras que já atuam no Brasil e das que querem se instalar”, sugere Paulo Waidzik.
Ele lembra também que já existem diversas iniciativas no sentido de estabelecer soluções para disponibilização facilitada de pontos de recarga (eletropostos) em locais públicos que em breve estarão disponíveis para implantação nas cidades. “A tendência também é que os veículos sejam disponibilizados pelos fabricantes com o recurso de "troca rápida" do pack de baterias, o que permitirá que "postos de troca" sejam estabelecidos nas cidades, permitindo que a autonomia dos veículos seja perfeitamente adequada à utilização urbana desejada”, analisa.
Adaptação
O entendimento particular da Motiva quanto a esse quesito refere-se ao fato de que os veículos elétricos devem estar adequados às condições de infra-estruturas já existentes nas cidades e casas dos usuários. “Quanto menos alterações forem exigidas no cotidiano do cliente, melhor. Portanto, entendemos que não há necessidades imediatas de pontos especiais para abastecimento de recargas nas ruas e praças. Ou seja, o cliente poderá em casa colocar seu veículo para recarregar numa tomada convencional. Por exemplo, se o cliente for com seu veículo elétrico à casa de um amigo e houver necessidade de recarregar um pouco de energia para voltar, então basta meia hora de recarga para ele repor em torno de 30% da carga. Para que isso seja possível, os plugues das tomadas elétricas do veículo devem ser dos tipos de padrões atuais”, sugere.
Outra possibilidade de viabilização desse mercado é que os atuais postos de combustíveis disponibilizem tomadas elétricas normais de 110 e 220 V para que se carregue parcialmente as baterias, e para controle de quantidade de energia carregada nas tomadas haverão dispositivos que informarão tais volumes e custos.
Start-up automotiva
Atualmente, a Motiva está consolidando as parcerias estratégicas de tecnologias e de acionistas de capital, estabelecendo sua rede de fornecedores de componentes, encaminhando a implantação da primeira unidade industrial, a rede de Lojas montadoras e a rede de concessionárias para lançamento do primeiro veículo de seu portfólio de desenvolvimento. “Estamos no fim de prototipagem e início da fabricação piloto, e a previsão de lançamento do primeiro automóvel é para o início de 2014”.
A Motiva produzirá em escala de fabricação seriada como qualquer outra montadora e pretende disponibilizar um portfólio variado de modelos para atender uma gama diversificada de consumidores, já nos cinco primeiros anos. Os departamentos de engenharia e design trabalham com foco nos públicos brasileiro e de outros países de tal forma que os produtos poderão ser comercializados em todos os estados brasileiros e exportados para determinadas regiões previamente selecionadas.
“As vendas no Brasil se darão via concessionárias e via internet, por meio de financiamento, consórcio e à vista. O valor comercial de nossos produtos serão perfeitamente adequados à comercialização em seus pontos de venda, inclusive frente à concorrência”, diz Waidzik.
Enquanto isso, nos parques e ciclovias
Enquanto os carros estão em fase de planejamento, os aparelhos elétricos como bicicletas, scooters e skates conquistam o público cada vez mais. Além de serem alternativas sustentáveis, são opções para se fugir do caos do transporte coletivo e do trânsito urbano, sem contar os momentos de lazer que proporcionam para os seus adeptos.
Há três anos, o empresário Edinaldo Siqueira Dias, de 34 anos, descobriu que pode se deslocar ao mesmo tempo em que se diverte. Ele faz isso de uma forma muito prática, econômica e que ainda ajuda preservar o meio ambiente. Ele é um adepto dos veículos elétricos, que conquistam cada vez mais o público. Com sua scooter, além de proporcionar momentos de lazer para a filha, Edinaldo vai para o trabalho e também faz pequenos deslocamentos, como pagar contas no banco, fazer compras no mercado, na padaria, entre outras inúmeras atividades.
Por ser um aparelho elétrico desmontável, mesmo quando o empresário vai ao trabalho de carro, a scooter é transportada no porta-malas do veículo, possibilitando deslocamentos práticos, rápidos e econômicos no decorrer do seu dia. “Acredito ser um veículo ecologicamente correto, além de econômico e muito prático. Não gasto com estacionamento nem combustível”, conta.
Edinaldo relata que, quando teve a ideia de comprar o aparelho elétrico, pensou apenas no lazer, mas bastou que fosse a primeira vez para o trabalho com a scooter para que mudasse de ideia. “Acabei gostando, a consciência ecológica veio logo depois, quando passava ao lado de longos congestionamentos e tomei conta da poluição gerada pelos carros”, relata.
Para ele, Curitiba é uma das cidades do Brasil mais bem preparadas para o uso desse tipo de transporte, pela infraestrutura de ciclovias e parques. Edinaldo também tem vontade de ter um carro elétrico. “Já estou pesquisando, mas acho que primeiro vou comprar moto elétrica, a qual até já fiz um teste drive”, diz.
Números
A conquista do público por esse mercado pode ser constatada inclusive em número de vendas. Apesar de ainda não haver estatísticas oficiais do setor, o diretor-presidente da ABVE, Pietro Erber, diz que o mercado está em pleno crescimento. “Já estamos trabalhando para conseguir reunir informações de vendas das empresas que comercializam esses aparelhos com o objetivo de montar uma estatística oficial”, relata.
Ainda segundo Tairone Passos, diretor da TwoDogs, empresa que comercializa desde 2008 aparelhos elétricos importados, a previsão é de que as vendas cresçam cerca de 30% em 2013. “É um mercado em amplo crescimento. Pudemos percebemos ao longo desses anos, trabalhando primeiro com o skate elétrico, depois com a scooter e agora com as bikes elétricas, que a demanda por veículos elétricos cresce de forma paralela ao de veículos, como carros e motos. Isso acontece em virtude de os elétricos serem usados para distâncias mais curtas e para atividades rotineiras”.
O crescimento geral de vendas de 2011 para 2012 foi de 70%, com destaque para as scooters elétricas (patinetes elétricos, não as motonetas), que cresceram em 188% as vendas. Para 2013, o empresário acredita que as vendas em números alcancem 1.500 skates elétricos, 2.200 scooters elétricas e 500 bicicletas elétricas, que foi o último produto trazido pela empresa, no final de 2012, ainda em fase de consolidação.
“Se observarmos países nos quais as bicicletas já são consolidadas, como a Holanda, há a expectativa do aumento de vendas de bikes elétricas em 22%, principalmente com foco em pessoas com mais de 50 anos. A tecnologia e a diminuição de peso das baterias têm ajudado muito para isso. Cada produto que trazemos conquista diferentes e variados públicos”, reflete o empresário. Ele destaca que a possibilidade de utilizar esses aparelhos tanto para diversão quanto para locomoção é um dos principais fatores de sucesso e conquista junto ao público. “Com certeza se fosse apenas para lazer a saída seria menor”, diz.
A TwoDogs foi pioneira em trazer o skate elétrico para o país e hoje é um dos centros de distribuição dos aparelhos para todo o Brasil, por meio de site, show room e revendedores. Hoje, já há revendedores no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Brasília, em Santa Catarina, em Goiás, na Bahia, no Espírito Santo, no Maranhão e no Rio Grande do Sul.
Os sócios Tairone dos Passos e Eduardo Reis Felix Junior, fundadores da empresa, também são proprietários do classificado de veículos www.socarrao.com.br. Eles conheceram o skate elétrico na Califórnia, berço do skate no mundo. A novidade surgiu em 2002 e já era sucesso nos Estados Unidos e na Europa.
Os empresários planejam trazer todos os anos novidades nesse seguimento para atender o público crescente. “A ideia é dar cada vez mais opções para os usuários. São produtos inovadores, estamos buscando reinventá-los cada vez mais”, conta Tairone.
Outra marca de veículos alternativos sustentáveis que chegou recentemente ao Brasil é a E-Leeze. Inaugurada no Shopping Mueller, em Curitiba, no final de 2012, a loja que comercializa diversos modelos de bicicletas elétricas conta com o diferencial de uma pista de 50 metros de extensão só para os clientes testarem o produto. A marca veio para o Brasil com o conceito de que bicicletas elétricas não servem apenas para preguiçosos, destacando a possibilidade do ciclista pedalar quando desejar e se locomover com agilidade quando for preciso. A marca nasceu em Münster, considerada a capital alemã das bicicletas, onde 300 mil habitantes são proprietários de 600 mil bicicletas.
Vantagens
A redução da poluição atmosférica e a melhoria da qualidade de vida de população são apenas algumas das vantagens da popularização dos veículos elétricos no país. “Há inúmeros outros benefícios na implantação de uma matriz de veículos elétricos urbanos. Para os usuários, é uma experiência muito agradável dirigir ou deslocar-se em veículos elétricos, seja pelo silêncio, pela emissão zero de gases, pelo funcionamento imediato dos componentes e a redução de vibrações de motor”, avalia o diretor da Motiva.
Ele também destaca a eficiência energética, que é muitas vezes melhor. “Por exemplo: 1 litro de gasolina tem 10 KWh de energia e permite rodar uns 10 km na cidade; e 10 KWh armazenado num pacote de baterias permite rodar 60 Km na cidade com um carro popular. O custo de manutenção, por exemplo, é 10 vezes menor comparado com veículos convencionais”, analisa.
Para Tairone Passos, da Two Dogs, a higiene mental e o lazer proporcionado pelos veículos elétricos são também grandes vantagens. “Proporcionam uma visualização diferente dos espaços da cidade ao mesmo tempo em que possibilitam o movimento corporal, a redução do estresse, além dos momentos de lazer em família e com amigos, principalmente para os amantes de esportes”, relata.
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Veja outros conteúdos dessa edição:
Matérias:
- Entrevista: Osório Trentini
- Visão Sustentável: Cativa Natureza – Expansão Orgânica
- Tecnologia e Sustentabilidade: Na medida da sustentabilidade (Paraná Metrologia)
- Responsabilidade Social Corporativa: Lideranças Sustentáveis (Cpce Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial
- Desenvolvimento Local: Rede de crescimento (WTC)
Artigos:
- Artigo: Escassez ou abundânica? Eis a questão! (Jerônimo Mendes)
- Artigo: Voluntáriado: Desenvolvimento sustentável de pessoas e organizações (Rafael Giuliano)
- Artigo: Ultrapassando todos os limites (Clóvis Borges)
- Artigo: Reciclagem de vidro – Um mercado a descoberto (Hugo Weber Jr)
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Quais são os sites e lojas para comprar bikes e outros aparelhos elétricos?
ResponderExcluirObrigado
Olá... Em Curitiba vc pode procurar por uma loja chamada e-leeze e tbem por uma empresa chamada twodogs!
ExcluirSites:
http://www.twodogs.com.br/
http://www.eleeze.com.br/
Abs.