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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Artigo Gestão Estratégica - Edição 32

RECICLAGEM DE VIDRO: UM MERCADO A DESCOBERTO


“Lixo é o único recurso em expansão no planeta”
Buckminster Fuller (1895- 1983)
Designer, arquiteto, visionário

Em recente visita a uma Feira industrial de vidros, tive a oportunidade de observar um mercado que desconhecia: O MERCADO BRASILEIRO DE VIDROS.

Esse setor experimenta um crescente desenvolvimento tecnológico e mercadológico, vivendo momento de considerável expansão, impulsionado pela economia do país e atualizado pelas necessidades sociais. A evolução desse comércio no Brasil é espantosa. Em pouco tempo, a indústria videira alcançou posição de destaque no mercado e no desenvolvimento industrial com a produção de 3.600 t/dia de vidros planos e mais a importação de 1.800 t/dia. O futuro do mercado de vidros no Brasil é promissor.

Em contraponto a esse crescente mercado está a sua reciclagem. Material que pode ser totalmente reciclado, indefinidas vezes, esse vidro, está sendo reaproveitado, com a reciclagem, em somente 30% de seu potencial. Esse vazio existe por falta de materiais que não chegam a ser capturados e enviados de volta para a indústria para serem reciclados, compondo novos produtos, a famosa Logística Reversa e sua reciclagem ativa. O que significa que a diferença está toda ficando no meio ambiente, para sempre, além, é claro, do contínuo aumento da extração de matéria-prima.

Com um kg de vidro se faz outro kg de vidro, com perda zero e sem poluição ao meio ambiente, consumindo menor quantidade de energia e emitindo menores quantidades de aerodispersóides e particulados com pouca emissão de CO2, contribuindo assim para a saúde ambiental.

O vidro por suas características é matéria-prima sem igual. Com vantagens de reaproveitamento em 100%, ainda permite economia de matérias primas naturais, como a areia, barrilha, calcário e outras tantas.

A reciclagem deverá ter grande destaque na indústria vidreira a partir da Lei nº 12305/10, instituída pelo Governo Federal e poderá ganhar mais força ainda com os grandes investimentos que serão feitos para promover e estimular o retorno do vidro descartado como matéria-prima. O fabricante e toda a sua cadeia de comercialização serão responsabilizados e terão que criar mecanismos e estímulos para a captura desse material que abundantemente degrada o meio ambiente ou serão punidos com os rigores da Lei. E bota rigor nisso. Multas altíssimas.

Então, aí está uma fatia de mercado em que os recicladores, em toda sua cadeia de valor, podem e devem aproveitar essa excelente oportunidade para um crescimento da indústria da reciclagem nesse mercado a descoberto.

A tonelada de vidros planos para reciclagem tem sido adquirida a US$ 100 e o vidro novo é vendido a US$ 850. Muito aquém dos valores ofertados à reciclagem de latas de alumínio e ao papel/papelão. Por aí pode ser observado o “gap” de valor existente e o porquê da pouca atividade nesse segmento de mercado.

A construção de parcerias com o setor público, empresas e organizações do terceiro setor para implantação da Logística Reversa e da reciclagem ativa com profundos programas de educação ambiental e cidadania resultará em ganhos para todos – sociedade, meio ambiente, indústria e também para o setor artístico que se utilizam desse material produzindo excelentes e criativos novos produtos.

Um mercado de reciclagem dinâmico e economicamente compensador, exclusivamente dedicado a esse nicho, sanearia esse grave o problema e tornar-se-ia uma ativa e rendosa atividade, contribuindo consideravelmente para mitigar esse grave problema ambiental.

Outro aspecto também importante será o seu menor descarte, reduzindo custos de coleta urbana, eliminando ou diminuindo a incidência desses produtos nos aterros sanitários, aumentando-lhes sua capacidade e sua vida útil.

Será preciso que toda a sociedade e todos os atores envolvidos se conscientizem dos benefícios da reciclagem do vidro, reaproveitando totalmente suas embalagens e os demais vidros, com os enormes benefícios ambientais, econômicos e sociais.

HUGO WEBER JR. – Consultor em Gestão Verde – Diretor da AGRESSOR ZERO – Sustentabilidade Corporativa.

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Veja outros conteúdos dessa edição:

Matérias:

- Capa: Veículos elétricos: locomoção do futuro?
- Entrevista: Osório Trentini
- Visão Sustentável: Cativa Natureza – Expansão Orgânica
- Tecnologia e Sustentabilidade: Na medida da sustentabilidade (Paraná Metrologia)
- Responsabilidade Social Corporativa: Lideranças Sustentáveis (Cpce Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial
- Desenvolvimento Local: Rede de crescimento (WTC)

Artigos:

- Artigo: Escassez ou abundânica? Eis a questão! (Jerônimo Mendes)
- Artigo: Voluntáriado: Desenvolvimento sustentável de pessoas e organizações (Rafael Giuliano)
- Artigo: Ultrapassando todos os limites. ( Clóvis Ricardo Borges)
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