Green Building Council dos Estados Unidos (USGBC) enxerga similaridades entre a versão original da exposição e sua versão brasileira. Vice-presidente de LEED do USGBC fala sobre nova versão LEED e papel da educação nas boas práticas de construção.
São Paulo, março de 2013 – A Greenbuilding Brasil Conference & Expo tem seguido um caminho similar à versão norte-americana, que vem sido organizada já há 11 anos. É o que acredita Scot Horst, vice-presidente para LEED da ONG estadunidense, em entrevista. “É muito animador ver que o GBC Brasil tem crescido a cada ano, de maneira exponencial É interessante notar como a exposição brasileira foi progredindo, buscando espaços maiores, e atraindo mais expositores”. A 4ª edição do Greenbuilding Brasil - Conferência Internacional & Expo acontece de 27 a 29 de agosto de 2013, no Expo Center Norte, em São Paulo, capital.
O especialista aponta que, em 2013, novas mudanças chegarão ao sistema de certificados LEED. “O LEED v4 está chegando e, com ele, queremos estabelecer padrões globais para práticas de construção. Todo o sistema irá mudar, mas quem está adaptado ao LEED v3 não precisará mudar automaticamente. Nossa intenção é mantê-lo simultaneamente por pelo menos mais três anos. O LEED v4 terá uma abordagem mais holística”. Horst acredita que a certificação LEED é, justamente, uma ferramenta para que a indústria e mercado possam descobrir o que é o prédio verde ideal, e aponta práticas brasileiras que ainda precisam se transformar em hábito em diversas partes do mundo. “Vejo no Brasil hábitos que são considerados boas práticas, e que não vejo em outros lugares. Então, precisamos dividir conhecimento e práticas. O governo federal brasileiro também tem feito um bom trabalho e uma conferência como o Greenbuilding é uma ótima chance de fazer com que mais gente entenda a importância dessas discussões. Não é papo de maluco, são atitudes simples, mas é preciso disciplina”.
A reação do mercado imobiliário aos empreendimentos verdes também foi comentada por Horst, que considera que a reação, até hoje, foi positiva. “Bom, em primeiro lugar, ninguém gosta de mudar, então o desafio existe. O mercado mudou porque as práticas mudaram. Tivemos [nos Estados Unidos] uma recessão, o número de construções caiu. Mas as práticas LEED são abrangentes, e é por isso que atividades de retrofit são tão importantes - como podemos melhorar os edifícios ao longo do tempo? Aí é que está a oportunidade real”. Entretanto, não são apenas a grandes corporações e edifícios comerciais que estão na mira do GBC. “Estamos sempre criando programas para atrair pessoas interessadas. Queremos levar as práticas sustentáveis para as casas e escolas. Nesse sentido, não fala de certificação, mas de educação. Porque certificar é quantificar benefícios, mas educar é mudar comportamentos”.
A transformação da cultura de construções e suas técnicas desempenham papel importante na qualidade de trabalho e convivência social. “Não bastam leis para que um local seja seguro. É importante a parceria entre o Estado, organizações e empresas. Quando você constrói ou gerencia um prédio, é necessário cuidar das coisas constantemente”. Dando forma a todos esses fatores, juntos, surge o desafio de manter investidores, construtores e público interessados. Segundo Horst, a chave para isso é a criatividade. “Exposições como o GBC, a Copa do Mundo, os incentivos federais, todos eles são exemplos de como fazer as pessoas entenderem que ‘melhor’ precisa significar ‘melhor qualidade’, porque assim, todos podem ganhar mais dinheiro, através de seus interesses reais, é o que queremos motivar nas pessoas”.
O LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é um sistema de certificação e orientação ambiental de edificações. Trata-se do selo de maior reconhecimento internacional e o mais utilizado em no Brasil. Os benefícios de prédios ecologicamente corretos são imensos e já não assustam o orçamento da construção: hoje o custo adicional é de 1% a 7% em relação a um edifício convencional. Em média o valor do edifício aumenta 10,9% para novas construções e 6,8% para projetos de edifícios existentes, bem como o retorno do investimento aumenta 9,9% para novas construções e 19,2% para projetos de edifícios existentes. A demanda e o interesse crescente baratearam as opções verdes, que proporcionam, por exemplo, redução de gastos em um condomínio em até 30%. O cálculo é realizado com base nas reduções do consumo de energia, água e do custo operacional do edifício (manutenção e reformas).
Serviço
4ª Greenbuilding Brasil - Conferência Internacional & Expo
Data: De 27 a 29 de agosto de 2013
Local: Expo Center Norte, São Paulo
Horário: Exposição - das 10 às 19h, Conferência - das 9h às 18h
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