“Todo produto é constituído somente por duas coisas:
cérebro e matéria-prima. Quanto mais cérebro for usado
menos matéria-prima será preciso”.
Quando um profissional de Marketing vai lançar um produto novo no mercado, ele deverá estabelecer estratégias que contemplem o ciclo de vida deste produto. A empresa produtora desse novo produto espera que ele tenha vida longa e produtiva. Embora não espere que o produto vá durar e vender para sempre, deseja obter lucro razoável para cobrir todos os esforços e riscos investidos.
Os padrões de venda e lucro em um típico Ciclo de Vida de um Produto (CVP) são marcados por cinco estágios, assim definidos:
a) Desenvolvimento do produto: começa quando a empresa descobre e desenvolve uma nova ideia para um produto;
b) Introdução: o período em que é introduzido no mercado;
c) Crescimento: é o período da rápida aceitação no mercado;
d) Maturidade: quando alcançou a aceitação da maioria dos compradores em potencial,
e) Declínio: quando já está em obsolescência, as vendas caem e o produto pode sumir do mercado. Esse é o Ciclo de Vida do Produto trabalhado pelo Marketing tradicional.
Quando esse mesmo produto é desenvolvido pelo Marketing com a visão da sustentabilidade, o Ciclo de Vida Sustentável de Produto é estabelecido em nova dinâmica, tais como:
a) Projeto de produtos: São consideradas em seu projeto todas as variáveis da Sustentabilidade nos diversos estágios do Ciclo de Vida desse Produto, apoiando as decisões com respeito à composição de todos os componentes específicos do produto;
b)Matéria-prima e insumos: são os produtos primários que comporão o novo produto mais os insumos, energia, água, manutenção, transporte, embalagens, etc. São tratados com os critérios da sustentabilidade, inclusive os produzidos por fornecedores e terceiros em todas as suas variáveis ambientais, sociais, econômicas, culturais e conjunturais;
c) Processo de produção: é a manufatura desses produtos dentro da fábrica, os diversos insumos e produtos sendo trabalhados a fim de originar o novo produto, incluindo aí também o trabalho realizado e seus aspectos laborais e legais;
d) Uso e consumo: são considerados os aspectos de uso e consumo desse produto, se sua utilização é ou não impactante ao meio ambiente, à saúde, bem como suas implicações sociais, legais, etc.;
e) Disposição final: analisa-se a disposição final, o destino de suas embalagens e todos os seus componentes, sua reaplicabilidade, condições de reaproveitamento póstumo e, ainda, sua conversão em outros produtos.
Agora, também, deverão ser observados mais dois aspectos, de suma importância, inclusive com implicações legais, tal como a logística reversa (Lei 13.205), que é dar solução e retorno ao fabricante ou a empresas constituídas do produto obsoleto ou fora de uso, de suas embalagens e seus componentes para que sejam dispostos de modo responsável no meio ambiente e que ainda tenham um fluxo social e serem tratados como uma nova atividade econômica pelos seus captores.
Outro aspecto primordial nessa nova questão é a manufatura reversa, que é a desmontagem do produto e de seus componentes, de modo que, após a logística reversa, eles sejam manipulados, desmanufaturados e dispostos de maneira ambientalmente responsável, impedindo assim a colocação inadequada e em locais impróprios e serem reaproveitados/ reutilizados de maneira mais nobre, criando um novo ciclo social e econômico.
Esses subsídios às estratégias de Marketing das empresas são baseados em análises mais amplas do sistema de produção, identificando oportunidades de melhoramentos nos aspectos ambientais, na sua performance como produto e, principalmente, no seu posicionamento perante seu mercado consumidor, com a marca expressiva da sustentabilidade.
Os novos profissionais de Marketing em negócios sustentáveis podem aprender essas habilidades no decorrer de anos de trabalho e experiências acumuladas. Outra opção cada vez mais aceita é acelerar o conhecimento participando de programas de pós-graduação ou MBA executivo, cujo foco é a sustentabilidade no Ciclo de Vida de Produto. Os melhores entre esses programas são conduzidos por reconhecidos especialistas que compartilham não só seus conhecimentos, mas também sua visão e suas experiências para auxiliar outros profissionais a desenvolverem suas competências, orientando-os a navegar pelas complexidades sociais, ambientais, culturais e econômicas, rumo a um futuro melhor e mais saudável para toda a humanidade.
Hugo Weber Jr. é Consultor em Marketing Ambiental e Sustentabilidade. Diretor da AGRESSOR ZERO – Sustentabilidade Corporativa.
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Veja outros conteúdos dessa edição:
Matérias:
- Capa: O Desafio da destinação dos resíduos sólidos
- Entrevista: Marina Silva
- Visão Sustentável: Cativa Natureza promote beleza de forma sustentável
- Tecnologia e Sustentabilidade: Parana Metrologia - Da teoria para a prática
- Responsabilidade Social Corporativa - Relembre quais foram as ações mais importantes de 2012 para o CPCE e conheça os novos projetos.
- Desenvolvimento Local: A sustentabilidade como inspiração.
Artigos:
- Artigo: O " Pibão" da Presidente Dilma ( Jerônimo Mendes)
- Artigo: Turismo Sustentável - Have you heard about it? (Rosimery de Fátima Oliveira)
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