----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Responsabilidade Social Corporativa_Edição 37_Maringá Referência nacional e internacional no Pacto Global

Cidade se destaca mundialmente por concentrar maior quantidade de empresas signatárias

Jornalista Bruna Robassa

Foto José Paulo Fagnani


A adesão de mais de 20 empresas de Maringá ao Pacto Global no final de 2013 tornou o município referência nacional e internacional em engajamento. Durante evento de mobilização, as organizações interessadas assinaram uma carta de compromisso proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU) que visa à incorporação de práticas de responsabilidade social, como valores fundamentais em todas as áreas de trabalho e de relacionamento. Após essa iniciativa, o Paraná contabiliza mais de 100 empresas signatárias, sendo apenas 37 em Maringá. Ao todo, no Brasil, são 593 instituições.

Segundo o diretor regional do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE), instituição ligada à Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Sergio Baccarim, a campanha de incentivo à adesão ao Pacto Global partiu de iniciativas do comitê gestor do CPCE, que tem como missão articular as competências de Responsabilidade Socioambiental Corporativa. De acordo com Baccarim, para mobilizar as empresas da cidade, foi estabelecida uma linha de comunicação com a Associação Comercial e Industrial de Maringá (Acim) para divulgação dos princípios do Pacto Global, que foram apresentados para os diversos conselhos da associação.

Ainda segundo o diretor, Maringá tem uma característica de integração das diversas atividades socioeconômicas, em que há grande permeabilidade de novas ações e ideias. “É relevante destacar o bom relacionamento e engajamento dos empresários maringaenses e o trânsito livre que o CPCE/Fiep em Maringá tem entre a Associação Comercial, instituições de ensino, terceiro setor e Prefeitura. O apoio da administração pública municipal tem sido de suma importância”, relata. Baccarin destaca também o trabalho e a dedicação de uma articuladora do CPCE em Maringá, Debora Regina Irie, “sem a qual não teríamos atingido os resultados até aqui conquistados”, ressalta.

Norman de Paula Arruda Filho, presidente do ISAE/FGV, diretor do Comitê Brasileiro do Pacto Global (CBPG) e presidente do PRME Chapter Brazil também atua na busca de novos signatários. Como diretor do CBPG, ele tem desenvolvido um trabalho de sensibilização para atração de novos signatários, ministrando palestras e workshops, com a finalidade de dar visibilidade e ampliar a rede do Pacto Global.

“Em parceria com o CPCE e com Associação Comercial e Industrial de Maringá, temos desenvolvido um trabalho intensivo para que as empresas e instituições de ensino da região de Maringá se engajem com as questões ligadas à sustentabilidade e se tornem signatárias do movimento. Por conta desse trabalho, mais de 40 empresas locais já assinaram o termo de intenção ao Pacto e sabemos que uma série de outras organizações já demonstrou interesse em fazer parte desse grupo”, destaca.

Segundo Arruda Filho, esse é um exemplo inspirador de ações integradas com resultados sinérgicos, que também busca a despolarização das empresas signatárias do Sudeste, como fator de ampliação da área regional de influência. “Dessa forma, as instituições buscam alcançar o
que a Unesco chama de 5.° Pilar da Aprendizagem: ‘Aprender a se transformar e a transformar a sociedade’.”

Adesão • Entre as empresas que recém aderiram ao Pacto Global estão a Engeblock Planejamento e Construções Ltda. e a Cahetel – TG Comércio de Alimentos Ltda., franqueada do McDonald’s.

Segundo o socioproprietário da Engeblock, Paulo Pereira Lima, a assinatura é bem importante para a empresa, pois confirma o compromisso e os objetivos da construtora em acreditar e seguir os 10 princípios. “Orgulhamo-nos de participar deste grupo seleto de empresas com as mesmas
intenções, contribuindo para um futuro melhor.
Visando um futuro melhor para todos, nós da Engeblock apoiamos a ideia do ‘viver bem’, como estampa a nossa marca, qualidade de vida, onde as pessoas possam conviver umas com as outras em perfeita harmonia, e os dez princípios do Pacto Global, que compreendem: direitos humanos, trabalho, meio ambiente e contra a corrupção, está totalmente relacionado com esses objetivos. Acreditamos e apoiamos que, se todos aderirem à iniciativa do Pacto Global, com certeza haverá um futuro justo e melhor para todos”, relata.

O empresário relata que a Engeblock têm em seu histórico diversas iniciativas que seguem os princípios do Pacto Global, e que, a partir de agora, com essas mudanças, serão mais incisivos nas melhorias que o pacto proporciona. “Temos em mente e prática que devemos trabalhar a favor do próximo, sempre com qualidade de vida, respeitando os direitos, apoiando e aplicando iniciativas de responsabilidade ambiental, incentivando para que todos façam parte de um mundo mais sustentável”, ressalta. Nas obras da empresa, por exemplo, já são utilizados os 3 Rs (reduzir, reutilizar e reciclar), além da transparência nos relatórios e laudos ambientais.


Para Lima, o grande diferencial em ser um signatário é demonstrar cada vez mais que os seres humanos podem viver em um mundo melhor, onde existe o respeito ao próximo e ao meio ambiente. “Para o futuro não visamos exclusivamente o lucro, mas sim a promoção do crescimento sustentável da cidadania”, destaca.

O empresário Gilmar Leal Santos Cahetel, proprietário da TG Comércio de Alimentos Ltda., franqueado de cinco lojas McDonald's em Maringá, conta que entre os motivos que levaram a empresa a aderir ao pacto está o fato de enxergar os princípios como próprios da empresa. “Todos que trabalham aqui acham que devemos fazer algo, portanto assinar o pacto é reforçar esse engajamento e progredir ao longo do tempo”, diz. Segundo ele, o que muda com a assinatura é a comunicação contínua do progresso.

Santos, que é engenheiro e trabalhou na IBM antes de fundar a sua própria empresa, destaca que trouxe dessa experiência profissional anterior as missões e os credos que lá eram muito presentes, entre eles, respeito ao indivíduo, respeito ao cliente e busca pela excelência. “Sempre tive como base esses princípios que, de certa forma, também estão alinhados com os 10 princípios do Pacto Global, os quais a empresa já seguia antes de engajar-se oficialmente”, relata.

Além das empresas que recém aderiram ao pacto, a cidade já tinha organizações signatárias que divulgaram seus relatórios de sustentabilidade, publicação necessária após as signatárias completarem um ano do Pacto Global. Uma delas é a Lightsweet/Lowçucar, que em quase 21 anos de fundação tem se destacado no mercado brasileiro com a produção de alimentos Diet / Light e Zero Açúcar.

Segundo conta Aurieliza Hernandes Takizawa, técnica de qualidade do setor de Garantia da Qualidade da empresa, o primeiro relatório de sustentabilidade foi feito em dezembro de 2010, mês em que a Lightsweet/Lowçucar fez a assinatura do Pacto Global. De acordo com ela, como a empresa já praticava os princípios, continuou a desenvolver suas atividades como fazia antes da assinatura. “No entanto, a adesão ao pacto reforçou o compromisso e tem estimulado novas iniciativas voltadas para a multiplicação dos princípios na comunidade”, ressalta.

Para a empresa, o diferencial de ser signatária é reforçar o compromisso com os princípios e ser exemplo para a comunidade como uma organização que respeita o cidadão e estimula iniciativas de desenvolvimento, solidariedade e sustentabilidade.
O Instituto Cidade Canção também já faz o relatório social há três anos. Para Keity Oliveira Novais, gestora da entidade, o processo de elaboração do relatório é muito tranquilo para a instituição, principalmente pelo fato de ser ONG. “Em relação ao que mudou é que agora trabalhamos
mais focados nos princípios, o diferencial é fazer parte de um grupo que trabalha em prol de um planeta melhor, com metas e resultados. Os benefícios são as trocas de experiências nos eventos e encontros relacionados às práticas das empresas e ONGs envolvidas com o Pacto Global e poder contribuir para uma sociedade mais justa e um futuro sustentável”, relata.

Além das empresas citadas acima, também assinaram o Pacto Global a Associação Comercial e Industrial de Maringá (ACIM); Alvo Consultoria, Assessoria e Treinamentos Empresariais; Dinâmica Ecosolution Ltda.; Dinâmica Lavanderia Industrial; FA Maringá; Farol Brasil Ltda.; Rocha; Ingaville Comércio Imobiliários; Laboratório São Camilo; Maringá Medicina Nuclear Ltda.; Moreira Suzuki Lemes & Fujita Sociedade de Advogados; Uniformes Paraná e Zubioli Ltda.

Rede Brasileira • Segundo a secretária-executiva da Rede Brasileira do Pacto Global, Renata Welinski da Silva Seabra, o Comitê Brasileiro do Pacto Global (GBPG) prioriza parcerias com instituições que possuam alcance e capilaridade regional. Esse é o caso da parceria que a Rede tem com o Sesi-PR (signatário do Pacto Global e membro do Comitê Brasileiro do Pacto Global), que tem mais de 30 unidades em todo o Paraná, e por meio do trabalho realizado via Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial, que possui alcance considerável no interior do
estado. “O CPCE tem conduzido muito a campanha de adesão ao Pacto Global em Maringá, o que tem gerado resultados interessantes. Por ser um movimento ainda novo, Maringá demonstrou maturidade do empresariado em relação a uma iniciativa que trabalha a sustentabilidade corporativa”, ressalta.

Segundo ela, no entanto, isso não significa que outras cidades não possam se engajar de forma similar. “Como tudo que envolve a palavra sustentabilidade, esse trabalho de sensibilização é um processo em avanço contínuo, mas ele não acontece de um dia para outro”, lembra.

Capacitação • A Secretaria da Rede Brasileira do Pacto Global entra em contato com toda nova empresa que adere ao Pacto Global no Brasil, e promove diversas atividades de internalização dos princípios como workshops e webinars de capacitação. Além de treinamentos mais específicos sobre as plataformas de engajamento globais do Programa, bem como treinamentos em como produzir COPs – sigla em inglês para Communication on Progress, que é o relatório que as empresas signatárias são demandadas por enviar anualmente.

“Assim, esperamos que as empresas entrantes participem dessas atividades e procurem implementar da melhor forma possível os 10 princípios do Pacto Global. Além disso, encorajamos as empresas que compõem a rede a ingressar em um dos Grupos de Interesse que existem no Comitê Brasileiro do Pacto Global hoje, participando das iniciativas e dos projetos em cada área específica, sempre respeitando o Planejamento Estratégico e estrutura de cada organização”, destaca Renata.

Hoje os grupos existentes são: GT Educação; GT Anticorrupção; GT Erradicação da Pobreza e Economia Inclusiva; GT Energia e Clima; GT Produção e Consumo Sustentáveis; GT Finanças Sustentáveis; GT Água e Saneamento; GT Saúde, GT Agricultura Sustentável e GT Direitos Humanos. Outra oportunidade de engajamento são as Plataformas Globais que são coordenadas pelo Escritório do Pacto Global em Nova Iorque, que também trabalham temas específicos como a questão da Água pelo “CEO Water Mandate” ou a temática das crianças pelo “Childrens Rights”, entre outras.

Segundo explica Renata, todas as possibilidades de engajamento são diferenciais e oportunidades para as empresas, que, ao aderirem o maior programa global de cidadania empresarial que existe, estão entrando para um grupo seleto de empresas que trabalham seriamente a sustentabilidade corporativa em sua estratégia. “Esse envolvimento com uma comunidade empresarial ativa nesse tema, dependendo, claro, da participação proativa de cada organização, pode ser uma fonte rica de experiências e benchmarking, parcerias, ideias e iniciativas promissoras, tanto em áreas onde a organização em questão já desenvolve um trabalho significativo, quanto em assuntos nos quais, por questão de sobrevivência, ela precisa se desenvolver”, relata.


Outra vantagem é o acesso a informações, estudos, tendências e contatos internacionais, que trabalham temas específicos sobre sustentabilidade, além da própria interação com as Nações Unidas, inclusive no que tange a interação com outras agências que trabalham a agenda global da ONU.

http://issuu.com/revistageracaosustentavel/docs/gs_37_protagonismo_sustentabilidade




Nenhum comentário:

Postar um comentário