Por Adriana Teixeira Simoni
Aproxima-se
a data comemorativa do meio ambiente e ecologia, dia 5 de Junho, onde lá em
1972 iniciavam-se as discussões sobre a poluição do ar, da água, destruição da
camada de Ozônio, desmatamentos, extinção de animais entre outras preocupações não
menos importantes.
De
lá pra cá as discussões só cresceram e se desdobraram de grandes reuniões para
pequenos grupos e espalhadas por todos os cantos do país envolvendo conselhos,
sociedade civil, organizações, instituições, empresas e apaixonados aguerridos
com as ferramentas que a paixão lhes encoraja e estimula a agir localmente com
propósitos preservacionistas ambientais , onde me condigo confortavelmente.
Apesar
de tantas discussões aqui e ali, apesar da formação e qualificação de tantos
profissionais para lidarem com as diversas e especificadas áreas que envolvem o
ambiental, promovendo orientações, legislações, fiscalizações e pesquisas de
como lidar com as mudanças climáticas, sobre como proteger nascentes, coletar,
tratar, gerenciar a água potável e garantir qualidade de vida e saúde a todos. Ainda
assim nos deparamos em 2014 na região mais desenvolvida do país com um
descontrole quanto aos níveis dos reservatórios de água.
Nesse
cenário preocupante representantes políticos jogam um manto de cobertura para
abafar a situação de escassez severa de água as vésperas do Mundial de futebol e
apontam a culpa para o aquecimento global. Porém me pergunto como assim, a culpa
é do aquecimento global? A existência
dos impactos advindos das mudanças climáticas já é algo conhecido e estudado há
décadas. Portanto a prevenção a esse caos na seca deveria ser atenuado com
adoção de planos preventivos. Isso
ressalta a necessidade de conduzir o gerenciamento d’água com olhar para o
futuro, acompanhando o crescimento populacional, urbano e principalmente
orientado pelos resultados de pesquisas climáticas para mitigar os danos
ocasionados por esses desequilíbrios hídricos.
A falta
de planejamento do governo será bombástica na região metropolitana paulista,
pois a falta d’água não compromete apenas a sociedade local com o abastecimento
residencial. Há comprometimento dos setores
da indústria, do comércio e da agricultura e nesse bolo a falta d’água acarretará
outros grandes problemas de abastecimento no mercado, e até mesmo desemprego.
Mesmo com a alternativa encontrada de uso do “volume morto” do reservatório
Cantareira há a possibilidade de as chuvas não virem a tempo e em volume que possibilite
o retorno dos níveis apropriados para garantir distribuição normal da água.
O
que se vê no cenário político quanto a obras de saneamento chama a atenção para
o custo, dimensão e também pela ineficiência quanto à solução dos problemas de
abastecimento. Assim como obras para garantir produção de energia. O que é possível ver com clareza é a
quantidade de dinheiro público sendo jogado fora sem trazer nem benefícios
sociais quanto mais levar água a populações que sofrem há anos sem esse recurso,
como é o caso das obras de transposição
do Rio São Francisco e da Usina Belo Monte.
As
obras são primeiro para impressionar e depois para solucionar. São Pedro
coitado poderá ser o próximo crucificado como culpado da falta d’água. Entre
tantos especialistas e o tema reuso d’água tão ativo não se vê obras de
reaproveitando d’água da chuva nesses grandes centros, onde nas enchentes
também fazem a população sofrer. A água da chuva é represada em piscinões, mas
não se pensa em reutilizá-la, só em construir mais e mais deles. O clima age ciclicamente
aterrorizando a todos seja seca ou enchente, porém as obras só acontecem de forma
emergencial e imprecisamente o que apenas retarda as soluções. Os investimentos
acontecem em passo lento em comparação as obras eleitoreiras, tudo pensado em
números... Números de votos.
Proponho
que se vivos estamos, podemos contribuir para minimizar essa problemática, ao
menos em nossa comunidade. Unirmos-nos na economia e ao não desperdício da água
com consciência e colaborativamente, pois se ainda não nos convidaram para
controlar o consumo, dia mais, dia menos seremos convocados.
Brindemos
dia da ecologia e meio ambiente com consciência de que sim, podemos fazer nossa
parte. ECONOMIZE ÁGUA!
Adriana Teixeira Simoni é Assistente social
com ênfase socioambiental administradora do Blog Ideias Sustentáveis.
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