A espuma rígida de poliuretano possui grande número de aplicações nos
produtos industrializados. Uma delas, por exemplo, é proporcionar o isolamento
térmico de caminhões frigoríficos. Mas é um material que gera resíduo de
difícil reaproveitamento. É frequente então seu descarte em aterros, locais em
que o resíduo será isolado do ambiente natural e não retornará ao processo
produtivo.
Porém, em busca de uma destinação mais nobre e, como o poliuretano é
oriundo do petróleo, com menos utilização dos recursos não renováveis, depois
de estudos e desenvolvimento tecnológico hoje já é possível, através de reciclagem
química, reaproveitar os resíduos da espuma rígida de poliuretano.
Após a fragmentação, os resíduos são inseridos em reatores (equipamentos
próprios para realizar e controlar reações químicas) e recebem adição de
reagentes, em um processo denominado glicólise. O resultado final da glicólise
é uma substância líquida denominada poliol reciclado, o elemento chave de todo
o processo. Na fabricação de novas espumas rígidas, o poliol reciclado será processado
junto com o poliol virgem, fornecido pela indústria química para a fabricação
do poliuretano. O fato notável é que, nesse caso, a matéria–prima para a
fabricação terá uma proporção de 70% de poliol reciclado para 30% de poliol
virgem, sem alterações significativas nas características do produto final,
como resistência a compressão e tração, resiliência, elasticidade e robustez da
estrutura mecânica. Em grande parte, o novo produto será formado por material
reciclado.
O processo descrito acima já é uma solução efetiva e aplicada nas
empresas conscientes da gestão sustentável. Além de reduzir a necessidade de
descarte em aterros, se configura como grande avanço no sentido de minimizar o
uso de recursos não renováveis para a obtenção de matéria-prima.
Engenheira
Química Vanda Patricia Filinkoski - Assessoria da Proamb
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