Adonai Aires de Arruda é presidente das empresas Higi Serv Holding S/A,
Serra Verde Express e Usipar - Usinas de Recicláveis Sólidos do Paraná. Está à
frente do SEAC-PR, Sindicato Patronal das Empresas de Asseio e Conservação e da
FACOP – Fundação do Asseio e Conservação do Paraná. É conselheiro do SESC/SENAC
Nacional e membro do WTC (Word Trade Center). Nesta edição, com apoio da Mapa Comunicação,
ele fala com exclusividade sobre seus negócios em diferentes setores e como tem
desenvolvido uma gestão sustentável em seus empreendimentos.
O senhor é considerado
um empresário de sucesso e possui os seus negócios em diversos setores. Como o senhor
desenvolveu essa visão sistêmica de enxergar oportunidades em atividades tão
diferentes?
Excetuando a Usina,
todas as outras atividades de uma forma ou outra estão relacionadas ao setor de
serviços. Podemos dizer que as oportunidades surgem pelo caminho, são
analisadas e por meio do feeling e da experiência de vida muitas das
decisões são tomadas. Isso tudo procurando, basicamente, distinguir entre o que
é sonho e o que possa ser realidade.
O que o motivou em desenvolver
empreendimentos em setores como o de turismo, de serviços e de gestão de
resíduos?
O turismo surgiu da
possibilidade de prestar serviços que estávamos acostumados por meio de uma operação
consorciada. Com a evolução dos negócios, a paixão pelos trens e pelo turismo
foi se intensificando e, analisando as perspectivas futuras, absorvemos os demais
componentes do consórcio e passamos a atuar somente com nosso Grupo
Empresarial.
A gestão de resíduos
veio de conversas com nossos sócios nesse empreendimento decorrentes da
presença sempre constante de um assunto ainda novo, com necessidade de
desenvolvimento e empreendedorismo.
Como iniciou a SERRA
VERDE? Como é atuar no negócio de turismo ferroviário?Começou com um processo
licitatório ocorrido em dezembro de 1996, conforme já informamos, por intermédio
de uma ação consorciada e que após
nossa vitória e o
andamento da operação optamos por ficar apenas dentro de nosso grupo
empresarial.
A atuação no turismo
ferroviário é muito difícil, pois temos dificuldades de velocidade na maioria de
nossas vias, as quais possuem o foco principal na carga, os equipamentos são
antigos e, portanto, carecem de muita especialização, pesquisa e manutenção constantes,
além da excessiva burocracia governamental, pois o processo de liquidação da RFFSA
provocou várias dificuldades até a definição da devida sucessão, situação que
por muitas vezes ainda se encontra indefinida.
Atualmente, o tema
sustentabilidade é mencionado em todos os negócios, qual é a sua percepção
sobre o turismo sustentável?
O turismo cada vez
mais se define como uma das atividades mais importantes do futuro, por tudo que
ele gera e envolve, até porque é a atividade que detêm maior número de elos
da economia ao seu lado, são 52, e também a que possui o maior número de micro
e pequenos empresários envolvidos. Assim sendo, mesmo que a necessidade de
grande pulverização conceitual possa trazer dificuldades, quando ela se insere
na filosofia do empresário, ela se torna perene. Hoje, em qualquer negócio, o
amadorismo não pode mais conviver, e no dia a dia estampam-se em nossos olhos, 24
horas por dia, fenômenos que nos mostram a necessidade de que os novos tempos são
construídos por meio da sustentabilidade e responsabilidade com o meio
ambiente.
Como demonstrar para
o turista (cliente), com agregação de valor ao negócio, essa relação com os aspectos
socioambientais e culturais?
O Turismo ferroviário
propicia isso com muita facilidade. Ele tem história, geografia, engenharia,
meio ambiente, biologia, agricultura, enfim, vários pontos da ciência. A
simples viagem é uma lição de vida em todos os sentidos. Uma equipe de Guias
Profissionais de primeira linha traduz isso na maioria dos idiomas e propaga
essa conscientização.
A empresa HIGISERV
atua na área de prestação de serviços e terceirização. Como são elaboradas as
políticas de sustentabilidade para o quadro de colaboradores e também junto aos
clientes?
Por meio de capacitação,
conscientização, pesquisa e qualificação diária.
Quais são os maiores
desafios para o setor de terceirização de serviços? Como criar uma cultura de empresa
sustentável e reduzir os impactos socioambientais?
Material humano.
Somente por meio da educação e da qualificação do material humano.
Outra empresa do
grupo é a USIPAR, que atua na gestão de resíduos da construção civil e foi,
inclusive, tema de capa da edição 24 da nossa revista. Como o senhor percebeu
essa oportunidade de negócio? Como é ser
empreendedor no setor de resíduos?
Como citado, diante
de legislações em sua maioria com amplas dificuldades de serem cumpridas, incorporando
isso ao nosso perfil, podemos, por meio dos negócios, conscientizar a
população. Não é fácil, pois tudo aquilo que é novo e principalmente que traz
mudança na cultura básica tem seus obstáculos. Mas, no dia a dia,
você têm vitórias e essas são de extrema gratificação.
Quais são os produtos
gerados pela USIPAR? Como os rejeitos da construção civil são retornam como
novos produtos? Como funciona essa logística reversa?
Areia, brita zero, brita
1, rachão e bica corrida. O material é recebido, classificado, britado e
automaticamente classificado. Hoje, nossa principal clientela são as construtoras
de maior porte que já têm a consciência da logística reserva.
Quais os benefícios e
os indicadores que confirmam a USIPAR como uma empresa sustentável?
A proteção ambiental como
um todo. A cada dia que passa, os areais estão mais distantes. Isso economiza combustível,
polui menos e fornece areia reciclada.
O processo
industrial, o trabalho de conscientização, o crescimento diário do número de clientes,
o evitar que tais resíduos sejam de maneira inconsciente jogados no meio
ambiente de forma inadequada e poluente, a visão do setor público que começa
cada vez mais a se abrir, admitir e prestigiar esse tipo de empresa. De
pioneiros que fomos, hoje na grande Curitiba já são 6 players,
organizando-se inclusive como associação de classe.
Que mensagem final o senhor
quer deixar aos leitores da revista Geração Sustentável?
Que exemplos como
desta revista que rotineira e fielmente publica matérias, situações, atos e
técnicas que buscam a conscientização das comunidades, ajude as pessoas a
fazerem um pouquinho mais, não pensando em si mesmas, mas nas próximas gerações,
as quais, se não tiverem a formação adequada, certamente viverão num mundo
muito mais árido e difícil.
http://issuu.com/revistageracaosustentavel/docs/gs_37_protagonismo_sustentabilidade
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