Protagonismo Individual e iniciativas colaborativas
Em grande parte das organizações, a colaboração e o engajamento estão no foco de diálogos em torno dos desafios diários da gestão de pessoas, estando intimamente ligados tanto à sustentabilidade do negócio quanto às iniciativas de voluntariado.
A importância desses temas já foi debatida aqui na coluna, na edição 33, sob o título “Engajando e cultivando talentos”, e é recorrente nos círculos de diálogo com gestores. No último encontro da Rede de Voluntariado Empresarial (RVE), um dos participantes questionou o grupo, formado por representantes de organizações dos mais diversos segmentos, sobre a adesão dos colaboradores às iniciativas voluntárias, em especial àquelas realizadas no contraturno, fora do horário de trabalho, por ainda representar um obstáculo em seus projetos.
Os participantes compartilharam suas experiências, suas percepções sobre a relação entre quantidade e qualidade na participação de pessoas e grupos, trazendo um elemento em comum na maior parte das histórias. Existe sempre alguns indivíduos altamente comprometidos que garantem a realização da ação e inspiram àqueles que ainda não estão tão envolvidos com a causa.
Ouvindo a cada um dos relatos, trazendo-os para a realidade do convívio social, em casa, no trabalho e na comunidade, é fácil perceber a existência desse protagonismo individual, promovido por pessoas que articulam e inspiram outros àação. Essas lideranças surgem no voluntariado da mesma maneira que no ambiente organizacional, destacando-se entre os membros de equipes de trabalho, respondendo às necessidades de outras pessoas ou grupos, propondo soluções e se envolvendo com suas implementações.
Esses voluntários também requerem incentivo e atenção individualizados para potencializar os impactos de suas ações, trazendo-nos o desafio de propor iniciativas em que cada pessoa possa fazer suas contribuições sem “depender de outros”, mas somando por meio da colaboração.
É comum imaginarmos projetos de maior abrangência e complexidade, envolvendo grande quantidade de voluntários, o que nem sempre é algo fácil de conseguir, mesmo para empresas com programas de voluntariado implantados há muito tempo, com centenas de colaboradores. O desafio está em projetar iniciativas colaborativas, em que o protagonismo individual de uma pessoa possa fazer a diferença, e também se somar ao de outras pessoas envolvidas com a causa.
É imprescindível lembrar-se das palavras de Vince Lombardi, que dizia: “Comprometimento individual a um esforço conjunto —isso é o que faz um time funcionar, uma empresa funcionar, uma sociedade funcionar, uma civilização funcionar”. É importante as pessoas saberem de seu talento individual para fazer a diferença, para então reconhecer o potencial de somar esforços na realização de ações mais abrangentes, de maneira colaborativa. E isso vale tanto para pessoas quanto para empresas!
Um bom exemplo é a Rede de Voluntariado Empresarial (RVE), ou apenas “Rede” como é chamada por seus membros. Trata-se de um movimento criado em 2012 por iniciativa de empresas envolvidas com ações ou programas de voluntariado, buscando promover o diálogo e a troca de experiências, além de propor a realização de ações voluntárias conjuntas.
Atualmente, organizações membros da Rede, como Unimed Curitiba, Mondelez Brasil, Instituto Renault, entre outras, já abrem suas portas para realização de ações conjuntas, disseminando o conhecimento sobre a aplicação de seus projetos, inspirando pessoas e equipes de diferentes empresas.
A Rede prepara, para 2014, a realização de um encontro de trabalho que reunirá organizações e profissionais ligados à causa do voluntariado, a fim de debater seus principais temas e desafios, promovendo a geração de novas melhores práticas, aplicáveis à realidade brasileira.
A sociedade requer, cada dia mais, o comprometimento individual consciente e presente, que se some num esforço conjunto para transformar nosso presente, atuando de maneira a deixar um mundo e as gerações sempre melhores para o futuro…
RAFAEL GIULIANO
Voluntário e pesquisador de novas interações de aprendizagem
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